Em ano de Copa do Mundo de Futebol – o que significa muitos feriados informais em dias de jogos – e eleições majoritárias – o que equivale a dizer que haverá um clima de incerteza política –, não se pode esperar que as obras de infraestrutura tão necessárias ao desenvolvimento do País venham a ganhar um ritmo de nau com todas as velas pandas, como diria o poeta Fernando Pessoa (1888-1935).
Para piorar, prevê-se certa estagnação na economia, o que já levou o governo a baixar a projeção de crescimento de 4,5% para 2,5%. É de notar que em 2013 o crescimento já foi de 2,5%. E isso constitui motivo de preocupação porque recente estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostrou que houve uma sensível redução na qualidade das rodovias que estão sob a administração do poder público, resultado de uma queda no volume de obras nas estradas federais.
Para um país que dispõe de uma distorcida matriz de transporte – 65,5% de rodovias, 19,5% de ferrovias, 11,4% de aquavias e 3,5 de dutovias –, isso pode representar um aumento significativo do custo logístico, que já é alto – cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Em outras palavras: enquanto não se equacionar a questão do custo logístico, o crescimento econômico do País ficará comprometido.
O que se espera, portanto, é que o novo governo que sairá das urnas em outubro retome os investimentos em infraestrutura de transporte, além de aprofundar o programa de concessões de rodovias, o que certamente resultará em melhorias na conservação e ampliação da malha viária. É de notar que hoje pelo menos 7,5 mil quilômetros de rodovias federais estão à espera de empresas concessionárias que possam revitalizá-las.
Não bastasse isso, a perspectiva é que o custo logístico venha a crescer também em função das exigências da recente Lei dos Portos (12.815/13), que afetou a relação capital-trabalho, redundando em aumento no custo da movimentação de cargas em portos públicos. Sem contar que a nova legislação vem acirrando uma desigualdade competitiva no setor, o que poderá contribuir para a redução dos investimentos em portos privados.
A tudo isso não se pode deixar de acrescentar problemas antigos que sobrecarregam os custos operacionais, como uma infraestrutura portuária defasada, portos assoreados, carga tributária abusiva, excesso de burocracia aduaneira, ausência de armazéns próximos aos centros de produção, malha ferroviária reduzida, congestionamentos gigantescos em rodovias e vias de acesso aos portos e falta de integração entre os modais rodoviário, ferroviário e hidroviário. Por tudo isso, não se pode esperar muito de 2014. Que 2015 venha logo.
4 respostas em “2014, um ano difícil”
O problema do Brasil é que ficaram décadas e décadas sem
investimentos em toda infraestrutura, quer rodoviária, ferroviária, aeroviária
e portuária e até fluvial. Não dá para recuperar o tempo perdido em pouco
tempo. Veja que se o País crescer em uma taxa maior do que esta crescendo, como
dizem, encavala as machas. Hoje as estradas já estão melhores, mesmo com o
grande aumento do tráfego. Investimentos em infraestrutura são demorados e se o
País tiver um crescimento mais acelerado vai faltar mão de obra, como já faltam
motorista (130.000), engenheiros, e tanta mão de obra qualificada. Não sou pessimista,
o Brasil é a bola da vez, tem tudo para ser, é pelo menos a 6ª economia do
mundo, é um Pais rico e veja que com uma pequena distribuição de renda já falta
mão de obra. Com uma pequena distribuição de renda os brasileiros estão
viajando mais de avião, compram carro, houve mais transporte de produtos o que
aumentou o fluxo de caminhões e dai os engarrafamentos no trânsito,
consequência do não investimento por décadas em transporte público de
qualidade. As demandas são tantas que não há governo que resolva isso em um
curto espaço de tempo. Nos últimos anos houveram e está havendo muitos
investimentos. Por onde ando vejo melhorias nas estradas, duplicações de
estradas sendo feitas. O governo federal tem investido muito em educação com
ampliação da rede técnica e da universidade, bem como na qualificação técnica
(PRONATEC), os estados que tem deixado a desejar.
FALO PETRALHA !!!, ENQUANTO ISTO NO BRASIL DE VERDADE, O POVO MORRE NAS FILAS DE HOSPITAIS, POR BALA PERDIDA, DE PROPAGANDA A TV ESTA CHEIA,
O problema é que, de acordo com algumas noticias, o governo no lugar de melhorar os portos no Brasil, construiu um em Cuba, vai construir um aeroporto em outro pais pequeno e por ai vai.
Admito que, ainda não confirmei tal veracidade do anuncio mas, vamos apenas supor que, seja verdade isso, então eis o motivo pela qual a logistica vai ter o seu pior ano, espero que seja somente este ano pois, se o governo continuar no comando nos proximos anos, então dias piores virão.
Bem quero estar errado em relação ao caso do que citei acima (porto em Cuba, aeroporte em outro pais, etc)
Se eu conseguir as veracidade disso, volto a postar aqui com as devidas fontes.
Realmente 2014 esta sendo o pior ano para logística rodoviária nos 10 anos anteriores, baixa produtividade, por falta de infra estrutura na malha rodoviária, agendamento nos portos com longo prazo, alto custo de diesel, hoje passa de 50% da receita bruta, pedágio caro, mão de obra cara e desqualificada .
Será um ano decisivo para muitas empresas