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7 ideias para gerar valor na sua empresa

inovação idéias top 7 As empresas são movidas por inovação. Quem não inova está fadado ao fracasso, pois os consumidores não querem sempre o mesmo produto, no mesmo prazo, com o mesmo serviço. Os clientes querem sempre mais e melhor. Expandindo a ideia para cadeias de suprimentos, são raras aquelas que pesquisam e investem na inovação, mas muitas empresas investem milhões em produtos inovadores – algumas inclusive vivem disso.

Releia o artigo Os 10 principais erros das cadeias de suprimentos e veja que eles se aplicam a muitas empresas. Elas falham com sua lentidão em adotar as melhores práticas do mercado e por isso não é surpresa perceber que não investem o necessário (tempo, esforço, dinheiro) em inovação.

Assim, estas companhias perdem uma ótima oportunidade de agregar mais valor aos negócios. Este artigo vai indicar 7 ideias inovadoras capazes de gerar mais valor, e elas podem trazer resultados financeiros tangíveis. Em tempos controversos e de crise como atualmente, um esforço neste sentido pode colocar sua empresa em posição privilegiada num futuro próximo.

7 ideias inovadoras

As 7 ideias mostradas abaixo irão se refletir em partes diferentes das planilhas de perdas e lucros e no balanço. Algumas se sobrepõem e elas focam três áreas diferentes: aumento de receitas, gerenciamento de custos e sustentabilidade.

Ideia 1: Mudar o foco – do tempo do processo para o design do produto

Muitas cadeias de suprimento ainda são gerenciadas baseando-se no tempo de order-to-delivery, que é o tempo decorrido entre a colocação pedido e a entrega do mesmo. A diminuição deste tempo foi uma das grandes vantagens de se trabalhar com uma cadeia de suprimentos integrada, mas isto ficou no passado. Os processos de Planejar, Comprar, Fazer e Movimentar continuam importantes, mão não são mais suficientes. Não só o tempo é importante, mas os custos tem de ser levados em consideração.

Com um design fixo, imutável, as empresas tornam-se reféns de alguns fornecedores, de algumas regiões ou de algumas tecnologias. Se ao invés de ficar procurando novos fornecedores ou vias de suprimentos, colocarmos o foco em desenvolver produtos flexíveis com partes intercambiáveis teremos um processo diferente, inovador, mais flexível e possivelmente mais barato.

Perceba como a nova orientação não invalida a busca por diminuição de tempos e custos, mas dá mais uma alternativa e aumenta a flexibilidade do sistema. Para alcançar isto é necessário usar princípios de manufatura ágil e enxuta, com ênfase no produto final.

Ideia 2: Logística reversa pode (e vai) agregar valor

Até pouco tempo atrás o fluxo reverso de produtos era tratado mais como obrigação e cumprimento de leis do que uma agregação de valor. Mas isto já começou a mudar. Veja a matéria sobre a Logística Reversa – O transporte de trás para frente aqui no Logística Descomplicada.

Os custos para implantação de um sistema de logística reversa variam em função do segmento, mas estão na ordem de 3 a 6% do lucro. O retorno sobre este investimento vai de 4 até 50% no segmento de publicações, por exemplo.

Algumas empresas de telefonia celular conseguiram atingir grandes lucros oferecendo aparelhos remanufaturados (refurbished, que são proibidos no Brasil). Isto foi feito através de um ótimo plano de remanufatura e retorno de produtos que ainda não estavam no final do ciclo de vida. Outras oferecem aparelhos que têm as partes plásticas feito de plástico reciclado.

À medida que as práticas verdes ganham mais adeptos estas iniciativas ambientalmente responsáveis vão ganhando mais valor. Alie à isso a possibilidade de reutilizar materiais no processo produtivo (reuso de água, óleo, peças de madeira, etc) e consegue-se aumentar os lucros em até 3%. O que era lixo torna-se um aumento de 3% no lucro – isso é agregar valor ao acionista.

Ideia 3: Processos funcionais globais e a implantação de times globais

A terceirização das funções de TI tornou-se quase um “padrão” nos últimos 20 anos, baseada em custos, habilidade e tecnologia. Serviços de suporte telefônico são normalmente oferecidos longe da matriz, muitas vezes em outros países e até mesmo outros continentes; o gerenciamento deste suporte pode ser feito em um terceiro país com um serviço de backup em um quarto país diferente. Isso é um processo global.

O que se vê nas funções de TI não está presente nos processos da cadeia de suprimentos tais como planejar, comprar, oferecer suporte e pesquisar inovação. Estas atividades poderiam ser beneficiadas com um processo de externalização para o local adequado, e a empresa ganharia como um todo.

Utilizando talentos e experiências globais em diferentes segmentos consegue-se alcançar centros de excelência funcional além das barreiras geográficas da empresa, cada vez mais focado em executar os processos da cadeia de suprimentos ainda melhor.

Ideia 4: Gerenciamento diferente para produtos diferentes: diminuindo desperdícios e aumentando a agilidade

Uma empresa faz parte de várias cadeias de suprimento, o que nos trás a idéia de ter várias empresas dentro de cada empresa.

Entretanto, nem todas estas “mini-empresas” precisam ter o mesmo rigor ao tratar suas diferentes cadeias de suprimentos. Algumas são mais críticas que outras, e por isso nem todas devem ser tratadas com a mesma atenção (ou falta de atenção, em alguns casos).

As decisões que eram feitas baseando-se no custo como um trade-off entre transportes/tempo e estoques/custo não são mais as ideais. Com os mercados cada vez mais dinâmicos, voltados para o cliente, onde os lead times variam significativamente, um novo modelo emerge como opção.

Duas estratégias devem ser utilizadas ao mesmo tempo: uma para os produtos com alto giro, aqueles cuja demanda é estável e outra para os produtos com demanda muito variável.

Para o primeiro grupo a empresa deve ter uma capacidade suficiente para cobrir todo o giro, pois o seu giro rápido e repetitivo vai trazer lucros constantes no longo prazo. Os lead times devem ser amortecidos com estoques de segurança posicionados estrategicamente.

O segundo grupo deve ser alvo de técnicas de adiamento (postponement): não decidir até o último momento possível sobre o tamanho da embalagem, as cores e outras variação que não influenciam o “produto base”. Este grupo deve ser planejado separadamente do grupo dos produtos “estáveis” e deve ter uma gestão mais enxuta e ágil.

Ideia 5: Foque em atualizações em tempo real

Algumas pessoas podem se perguntar se a previsão de demanda ainda é necessária em tempos em que o ciclo de vida dos produtos torna-se cada vez curto e as preferências dos consumidores cada vez mais instáveis. A resposta é: sim, cada vez mais. Mas a previsão que se faz hoje é diferente daquela que se fazia há alguns anos. Hoje ela precisa ter muita qualidade no curto prazo, feita quase em tempo real.

Por quê? Para garantir que o resto da cadeia de suprimentos tenha tempo suficiente para produzir os produtos nos lead times existentes (fabricação, compra, transportes). O plano de produção precisa ser ajustado dinamicamente, em tempo real com as mudanças e as informações vindas do mercado: seja dos pontos de venda, das informações do setor de vendas, além dos concorrentes. Os horizontes de planejamento precisam ser repensados para integrar estas informações e mudanças em tempo real; isto não é fácil, mas é por isso que muitas empresas têm estoques acima do necessário e ainda oferecem os mesmos níveis de serviço de 20 anos atrás.

Ideia 6: Redefina a cadeia de suprimentos tradicional para baseá-la na agregação de valor e garanta o lançamento de novos produtos com mais sucesso

Não há como negar que o uso do sistema de cadeias de suprimentos melhorou muito as relações empresariais nos últimos 10 anos. Antes os departamentos de manufatura, compras e distribuição eram isolados; hoje, eles integram-se aos outros de diferentes empresas e passaram a se comunicar e a interagir, melhorando muito os lucros de várias empresas ao mesmo tempo.

No entanto, pelo menos uma atividade crítica ficou de fora desta integração: o desenvolvimento do produto. Muito se tem discutido sobre como a integração do design com o resto da cadeia de suprimentos poderia melhorar os custos, facilitar o transporte, dentre outras melhorias. Essa conexão possibilitaria a avaliação mais eficiente de designs alternativos sob a ótica da disponibilidade e localização de fornecedores, além de possibilitar um desenho mais eficiente dos canais de distribuição e redes de parcerias. No fim, este envolvimento resultaria em melhores custos para os novos produtos.

Ideia 7: Decida o nível adequado de responsividade da cadeia de valor

Responsividade significa satisfazer aos anseios dos clientes de forma rápida e sem alterações no nível de qualidade. Ela é crítica para o sucesso no mercado. Uma pesquisa identificou que uma das principais diferenças entre os líderes de mercado e aqueles que ficaram para trás é a habilidade de atender a incessantes mudanças nas condições do mercado. Este é um dos riscos de se utilizar às cegas as estratégias enxutas: perde-se estoque, perde-se flexibilidade e por fim, perde-se a capacidade de responder às mudanças no mercado de maneira rápida e satisfatória.

E você, qual a sua idéia para melhorar a sua empresa e agregar mais valor onde trabalha?
* Este texto é uma análise e adaptação do texto 10 New Ideas for Generating Value de Sumantra Sengupta publicado em Janeiro de 2009 na revista Supply Chain Management Review.

Por Leandro Callegari Coelho

Leandro C. Coelho, Ph.D., é Professor de Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos na Université Laval, Québec, Canadá.

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