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Promoção: você está no lugar certo?

Não há nada que alguém determinado profissionalmente deseje tanto do que o reconhecimento por seu trabalho. Como também, não há nada que prejudique mais a ascensão profissional de alguém do que a avidez por status ou a falta de espaço para o crescimento dentro da empresa. Tudo deve estar em equilíbrio e acontecer no momento certo, para ambas as partes. É notória que a busca pela realização profissional vem embaçando a visão desses profissionais, ansiosos ou “injustiçados”, que não se atentam que podem estar jogando futebol com as regras do beisebol, por exemplo. E você, acha que está no lugar certo para batalhar uma promoção?

carreira e promoçãoHoje a premiação por mérito, a mais legítima e infalível forma de valorizar um bom profissional, ao mesmo tempo em que a empresa se beneficia com a ação, vem sendo sufocada pela alta rotatividade (turnover) que impede um ganho de produtividade através do domínio técnico potencializado pela prática, pela falta de desenvolvimento e falta de valorização da prata da casa, ou ainda pela influência de fatores, nada profissionais, como a amizade interesseira que forma as chamadas “panelinhas”. Isso tem um efeito devastador, pois provoca os despreparados a pensar que podem e esfria o entusiasmo daqueles que buscam crescer acompanhando a empresa.

É importante também sabermos que hoje em dia a promoção está mais ligada às mudanças de atribuições e responsabilidades do que às alterações de salários. O que é bem controverso já que as responsabilidades dentro do processo deveriam estar relacionadas às remunerações, mas o mercado atual não funciona assim e acabou pegando o gancho dos profissionais que valorizam o status sem associação ao salário compatível. O resultado é que tem muita empresa considerando que ocupar um lugar de destaque é a principal moeda e isso nunca funcionou, pois para o colaborador isso é fugaz, principalmente quando vê as novas responsabilidades a ele imputadas sem a percepção de melhorias em sua qualidade de vida.

Há algum tempo isso era bem diferente, embora as três formas para se obter promoções fossem as mesmas de hoje, elas mudaram de ordem e dançam num variado grau de importância de empresa para empresa: amizades, competição e planejamento de processos. O erro que mais se vê é a falta de observância desses itens e o aceite do aprisionamento na “sala da lamúria” porque só se enxergam os princípios do tempo de empresa como se todas fossem corporações militares.

Os fatores mais usados para a promoção diz muito sobre a alma da empresa e da personalidade do colaborador e ambos se completam numa participação cujos percentuais se desenham, mais ou menos, assim:

– Amizade: Empresa=70% e Colaborador=30%. Empresas cujo fator predominante para promoções é a amizade, estão mais vulneráveis às questões que envolvem competência, produtividade e disciplina; enquanto o colaborador goza de comodidade e de um engajamento mais preocupado com a relação pessoal do que com a oferta de soluções consistentes;

– Competição: Empresa=50% e Colaborador=50%. Sem efeitos diferentes da primeira, embora o ambiente seja o contrário, pois enquanto naquela reina o bom relacionamento, nessa a fofoca e as “puxadas de tapete” favorecem uns e prejudicam todos. Importante observar que não se trata de “competitividade”, que é um meio sadio para a melhoria contínua e que está presente no terceiro fator;

– Planejamento de Processos: Empresa=30% e Colaborador=70%. E aqui estão contidos os principais e mais legítimos meios de se obter promoções baseadas na competência: novos planos, metas justificadas, reorganização de processos e novos métodos. Sabe aquele tempinho que você tem e que muitas vezes é desperdiçado ou dedicado aos dois primeiros itens? Ele pode ser aproveitado para conhecer outras atribuições de seu setor, ajudar e aprender as atividades de seus colegas e, com esse conhecimento, identificar gargalos que possam melhorar os processos. Ainda não inventaram outro meio que assegure o sucesso através da qualificação, da eficiência e da atitude.

É claro que os dois primeiros não condizem com o esforço de quem não conta com eles, mas não dá para ignorá-los. Até para que sirvam como explicação da falta de reconhecimento do esforço. Contudo, tenha cuidado! Se seu estilo profissional e seu percentual forem incompatíveis, e isso ocorre com qualquer fator “0”, você pode estar no lugar errado, perdendo seu entusiasmo e seu tempo. Se fortaleça no terceiro, não despreze o primeiro e se afaste do segundo, pois esse é prejudicial quando retorna. E tudo retorna para você.

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A humanização nas relações do trabalho

Vivemos atualmente uma fase, no mínimo estranha, no que concerne à importância das relações de trabalho de forma mais humana, mais fraterna. Não é – e nem pode ser – a competitividade uma desculpa para a falta de cordialidade e para comportamentos, não só antiéticos, como até denominados desumanos. A competitividade hoje não persegue apenas metas, também persegue pessoas.

humanizacao trabalhoA estranheza de como o trabalho vem se tornando um instrumento que promove a falta de sensibilidade entre as pessoas é que, não só se prega, como é absolutamente vital para as pessoas e organizações uma relação cada vez mais humana, cooperativa e fraterna entre os grupos que almejam sucesso. O trato com o ser humano não é só uma condição existente no mercado, ele deve ser uma meta também, pois nada se alcança se o básico não está presente.

Estamos vendo chefes cada vez mais arrogantes, detentores de um único lado da verdade e incapazes de se tornarem exemplos daquilo que cobram. Estamos vendo pessoas desapegadas ao zelo da relação humana e presas às coisas pequenas que rondam o trabalho, como mexericos e outras coisas que não levam a nada. Presenciamos diariamente coisas absurdas das famosas “panelinhas” que desvirtuam o caminho das organizações como se o objetivo delas fosse fatiado e readequado de forma a atender pequenos grupos que lutam entre si. Para muitos não há dúvidas de que isso venha a se originar numa carência dos propósitos educacionais que ensinam, acima de tudo, a igualdade e o respeito.

Em tempos em que um “bom dia” se tornou mera formalidade, estamos desaprendendo a querer o bem aos que fazem parte do caminho do nosso sucesso profissional. Da mesma forma que questões ligadas ao relacionamento de pessoas configuram os maiores motivos para demissões atualmente, as organizações vêm dando cada vez menos atenção a esses pontos. Mergulhadas em cumprimentos de metas, elas tornam pessoas invisíveis e desprezam o principal meio de realização de seus propósitos.

Mas, o que significa humanizar relações de trabalho e o que podemos obter com essa prática? Basta pensarmos o quanto é penoso acordar e logo pensarmos que estamos prestes a encarar um ambiente pesado que, além de exigir nossa competência, extrai o máximo de nossa paciência. Basta imaginarmos um ambiente onde o respeito seja o principal instrumento de trabalho e que não queiramos para o outro aquilo que não queremos para nós. Essa humanização passa por meus preconceitos e vai até o íntimo dos meus sonhos. Se conseguir entender que meus sonhos precisam do outro para se tornar reais e que não posso apenas pensar em usar o outro para realiza-los, mas deixar-me ser instrumento para a realização de sonhos também, começarei a entender melhor sobre humanização e o que isso pode agregar no meu dia a dia no trabalho.

Talvez a fase mais difícil para uma humanização no trabalho seja me tornar um humano não perfeito assumindo meus medos, meus erros, minhas fraquezas e tudo o que são considerados defeitos para a manutenção de um ser estritamente competitivo. Aliás, ser para o outro aquilo que somos com nosso travesseiro configura a maior virtude necessária nesse meio: a coerência. Porém, estamos cada vez mais preocupados em sermos o que não somos para agradar quem não gostamos.

Vi verdadeiros milagres acontecerem quando certas frases como “desculpe, eu errei” e “peraí, deixa eu te ajudar!” foram ditas no momento certo. Foi como se a transformação de um fosse proporcionada pela atitude do outro. E é basicamente isso que acontece na fluidez de uma relação humanizada: se ver no outro.

Sorte que há organizações voltadas ao interesse da boa convivência entre seus integrantes. Elas entendem que a qualidade dessas relações precede qualquer aspiração de sucesso comum e logo esses integrantes percebem que acima de um lado profissional está a paz em todas as suas potencialidades e que a qualidade de vida está relacionada com sua proporcionalidade. O que parece ainda não ser percebido por outras empresas é o sucesso que essas organizações alcançam pelo exercício dessa humanização. Muitas preferem apenas sonhar com lucros como se para isso não precisassem de pessoas.

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Acreditando no trabalho duro

Poderia citar alguns dos muitos brasileiros que começaram do zero e hoje dominam segmentos do mercado conquistados com muito suor e ideias originais. Poderia contar suas histórias de abdicações, de decisões difíceis e de suas quedas que, na maioria das vezes, os fizeram pensar em desistir, de “chutar o pau da barraca” como dizem. Mas, ao invés disso, acreditaram que só poderiam chegar onde queriam trabalhando duro, inovando, se superando, se reinventando. E chegaram! Poderíamos nos alegrar com exemplos assim se essa pequena parcela não estivesse à beira de ser engolida pela grande parte dos brasileiros que deixaram de acreditar no trabalho, e espalham aos quatro cantos que ninguém mais enriquece à custa do trabalho duro.

trabalhoTambém não critico quem pensa assim. Afinal, com a nossa atual situação política, não poderia deixar passar despercebida a impunidade daqueles que metem a mão no dinheiro público desvirtuando a atividade do trabalho e posando como empresários de sucesso. É quase uma “lavagem de dinheiro” já que conseguem dobrar de patrimônio em tão pouco tempo atribuindo a uma empreitada de sucesso, quando na verdade foi tudo originado de forma avessa ao sentido do trabalho duro. Talvez o maior prejuízo nesses casos não seja o montante que desviam, mas o enfraquecimento de nossas convicções sobre as formas lícitas de como vencer na vida com suor e com ética. E, aos poucos, tendemos a acreditar que o crime compensa e que o trabalho honesto é perda de tempo. Ambas as tendências estão bem equivocadas, mesmo que vivamos num país onde a lei está do lado do mais forte, a verdade jamais será negociada, pois ela é uma só.

Cada vez mais o trabalho vem assumindo sinônimos de sofrimento, de obrigação. Num mundo competitivo está cada vez mais difícil trabalhar naquilo que se gosta e o que deveria ser regra hoje se tornou exceção. O velho bordão de que “o trabalho dignifica o homem” é sempre usado para justificar algo que nós mesmos criamos para nos convencer de que temos que suportar dezesseis horas diárias, entre idas e vindas e o horário de trabalho, e ainda encontrarmos dignidade nisso. Onde está a dignidade de quem acorda às 04:00 horas da manhã e retorna às 22:00 horas para dormir e recomeçar tudo no dia seguinte? Dois ônibus e um metrô para chegar ao trabalho esgotados; uma jornada sem qualidade, sem perspectivas, e um retorno ainda pior que a ida. O nome disso, no qual muitos brasileiros estão mergulhados, chama-se “sobrevivência” e não dignidade.

Violência, infraestrutura de transportes insuficiente e um custo de vida alto agravado pela carga tributária que se paga sem que haja qualquer retorno com a qualidade necessária, vêm tornando o trabalho duro uma alternativa de sobrevivência e não de desenvolvimento com crescimentos humano e econômico. Talvez por isso estejamos descrentes quanto ao trabalho duro nos tornar ricos, pois já o realizamos para garantir o básico. Aonde isso vai dar não se sabe. O que se sabe mesmo é que só o trabalho duro já não garante prosperidade. Ele deve vir acompanhado de Q.I. – e nada tem a ver com aquela história do “Quem Indica” –. O trabalho duro deve estar atrelado à “Qualidade” e à “Inovação” senão não passará de uma rotina, desgastante e enfadonha.

Não se pode esquecer também daquela outra parte que não acredita em trabalho duro e desvirtua as conquistas alheias. Quem já não passou por alguma situação ao adquirir um bem, seja uma casa, um carro ou até mesmo um aparelho celular, à custa de trabalho duro, e ouviu de terceiros aqueles comentários maliciosos sobre a origem disso ou daquilo? Parece que quem trabalha duro está fadado a não poder crescer tamanha a descrença no trabalho honesto.

Deixemos tudo isso de lado e passemos a acreditar no trabalho duro e acompanhá-lo com Q.I. Grandes vencedores só chegaram lá porque agarraram a oportunidade como uma caixinha de joias e colocaram lá o trabalho duro com inteligência, qualidade e inovação. É difícil imaginar o que será de nós se deixarmos de acreditar no trabalho que realmente torna o homem digno, quando esse trabalho é realmente digno. Talvez sua riqueza esteja na satisfação, na paz e na força para vencer. O dinheiro jamais deverá ser uma razão, pois ele será sempre uma consequência.

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A missão de contratar

Os recursos humanos hoje representam uma enorme dor de cabeça para o mercado. Nunca foi tão difícil contratar mão-de-obra para as empresas independentemente da função. Se a mais simples exige empenho e responsabilidade, a mais complexa exige, além disso, qualificação e entrega.

emprego contratacaoSão tantos os fatores externos que contribuem para essa dificuldade que até fica difícil elencá-los. Mas, sem dúvidas, a primeira questão está voltada à cultura de parte dos brasileiros em considerar o trabalho algo ligado ao desprazer e sacrifício e, na verdade, ele se torna isso quando não se entende bem a relação de necessidade do trabalho com o que queremos alcançar em nossas vidas.

Outro fator em destaque está ligado ao que se chama de “encaixe de função”: as empresas, por exemplo, exigem graduação para funções menos complexas, como auxiliares, porém quem buscou uma graduação não a buscou para ser auxiliar; já para funções que exigem ainda mais qualificações vem a questão da remuneração; e ainda para aquelas funções da base da pirâmide vem a rotatividade e a migração para outras funções através da qualificação. Em resumo, está cada vez mais difícil preencher a base da pirâmide, pois as pessoas estão buscando uma melhor qualificação e fica difícil também preencher o topo devido aos baixos salários se consideradas as exigências de qualificações. Há a busca então, pelo meio da pirâmide, ou por não querer estar na base ou por não poder estar no topo.

Diante disso, e deixando outros fatores importantes de fora para não complicar muito, as empresas partiram para a terceirização de suas seleções de pessoal. A grande maioria pensou apenas nos custos e deixou em segundo plano questões importantes sobre a individualização necessária aos controles de processos. Como assim? Está ficando para trás aquela coisa de controlar pessoas e se busca, cada vez mais, controlar processos. Só que para isso se faz necessário conhecer mais as pessoas e, embora as empresas de RH sejam capacitadas para selecionar tais pessoas, elas não sabem muito sobre os processos de seus clientes por não vivê-los e acabam correndo riscos de encaixar pessoas na função errada. E aí surge a pergunta: e quando essa pessoa estiver contratada e dentro do processo da empresa, ela não se destaca e resolve esse ponto? Sim, há grandes possibilidades para isso… “se ela for contratada”.

Fulanésio recebeu uma ligação de uma empresa de RH que o chamara para um processo de seleção para uma empresa que não pôde ser revelada naquele momento. Além disso, ele estava no seu trabalho atual e não poderia se ausentar devido sua intransferível responsabilidade naquele momento e sugeriu outro horário em que pudesse participar do processo. Foi dispensado naquele momento mesmo por não ser mais interessante ao processo de seleção. Porém, a empresa na qual poderia trabalhar não avaliaria Fulanésio com um olhar diferente? Não enxergaria nele a responsabilidade e compromisso necessário para a função pretendida? É, parece ainda estarmos longe do caminho do controle de processos enquanto valorizarmos questões distantes de propósitos.

Claro que a busca por especializações faz parte do sucesso dos processos, e as empresas de recrutamento estão habilitadas para a melhor escolha, mas nem sempre é assim. Certa vez, um fato ocorrido retratou bem esse perigo, onde um candidato, após sair da sala de entrevistas de uma empresa de RH, não sendo percebida a sua entrada num banheiro pela entrevistadora que comentou no corredor, de forma absolutamente antiética, que o mesmo não serviria por ser muito parecido com um ex-namorado pelo qual alimentava um ódio extremo.

Enquanto prezarmos pela aparência física mais do que conseguirmos captar sobre competência, estaremos longe do ideal para uma função. E enquanto as empresas se fixarem na questão de que seu pessoal é seu maior custo e não o melhor caminho para o seu sucesso, estarão fadadas à obsolescência de suas ideias e de seus resultados. E nada tem a ver com a competência ou não da terceirização de processos de seleção, pois temos empresas realmente éticas e especializadas no mercado, mas não gostaria que escolhessem uma “noiva” para mim. Minhas decisões estão baseadas em minhas necessidades. E se uma empresa enxerga seu pessoal como o melhor investimento, não tem porque transferir a responsabilidade de escolhê-lo.

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Estresse no ambiente de trabalho

Segundo o Dicionário Aurélio, o estresse é definido pela medicina como um conjunto de reações do organismo a agressões de ordem física, psíquica, infecciosa, e outras, capazes de perturbar-lhe a homeostase (tendência à estabilidade do meio interno do organismo).

estresse trabalhoSem entrar muito na área da medicina, da qual não faço parte, sabemos que o estresse é uma reação natural do organismo e que, na verdade, é algo bom e necessário. Essa reação é aquela que nos permite escapar de certos perigos e nos dá forças para reagirmos em determinadas situações de defesa ou fuga exigindo mais da nossa força física e agilidade.

Num ambiente competitivo essa reação é responsável por sérios danos à nossa saúde, pois a adrenalina liberada fica sem função diante das situações geradoras de estresse que estão presentes de forma constante e se apresentam em períodos de longa duração. Nosso organismo nem tem tempo de eliminar as substâncias descarregadas numa situação e já nos é apresentada outra. O que isso pode acarretar? Quanto podemos suportar? Cada um possui sua resposta, mas há uma só certeza: isso faz muito mal.

Sabendo que o ser humano não reage bem aos agentes estressores quanto à capacidade e qualidade de raciocínio, algumas empresas vêm abrindo os olhos para proporcionar um melhor ambiente de trabalho. A busca da qualidade de vida é um atrativo a mais para o funcionário na hora da contratação e um ganho extraordinário para as empresas que aumentam seu poder de inovação: essencial nos dias de hoje para contornar situações que exigem criatividade e entrega.

Mas, esse é um caminho ainda distante de muitas empresas e uma conquista pouco apreciada por muitos profissionais que enfartam – é, enfartam – pensando que são os “super-homens do mundo moderno”. Não há mistério nisso: essa “conta” nos será cobrada mais cedo ou mais tarde. É o nosso estilo de vida, trabalho, alimentação e prática de exercícios que determinam como estaremos no ano seguinte. O problema é que quando envolve o lado profissional, sempre estamos preocupados com o que seremos no ano seguinte.

Deixemos de lado a nostalgia, mas é bem verdade que não faz muito tempo que nossa geração saiu da máquina de datilografia para os computadores com sete núcleos; do quintal das empresas para a globalização; dos produtos quase artesanais para o avanço tecnológico que nos trouxe um ambiente altamente competitivo que exige de nós bem mais do que pensamos ter para dar. Isso é bom. Nosso cérebro dá conta. Porém, nosso corpo tem sofrido com essas exigências e os resultados disso são profissionais com pressão alta, problemas de sono e de pele, esgotamento físico e mental, problemas de relacionamentos, cardíacos e estomacais, depressão…

Muitas dessas exigências partem de nós mesmos: o melhor profissional, pai, mãe, melhor filho ou filha, o melhor amigo, a indispensável… O importante mesmo é sermos aceitos, compreendidos e vistos como o melhor e mais competente. Mas, muitas vezes, as situações de estresse vêm porque simplesmente somos responsáveis e nos tornamos reféns dela: tudo tem que dar certo; tudo tenho que resolver; não dá para deixar para amanhã, pois amanhã já terá outra soma de problemas… E nos tornamos os “atletas das metas inalcançáveis” sempre achando que outro vai conseguir primeiro que a gente. E não há nada de errado em ser competitivo. O erro está sempre nos excessos.

O equilíbrio no trabalho não é inalcançável. O estresse pode ser controlado quando passo a acreditar mais em mim e assim percebo que posso resolver de forma sensata os problemas que vão surgindo. Os profissionais de hoje estão repletos de atribuições e isso se dá em todas as áreas. Apenas sejamos intensos enquanto trabalhamos, intensos no convívio com nossa família e intensos com nossos amigos. Acredite, são intensidades bem diferentes e uma ajuda diretamente a outra.

O mais importante é buscarmos esse equilíbrio antes de tentarmos ser os melhores. Muitas vezes passamos por cima das pessoas e não nos damos conta que elas merecem respeito. Não precisamos de força, mas de jeito. Gritos só são úteis para conduzir boiadas e mau humor é um veneno poderoso.

Devemos dar o nosso melhor a tudo o que fazemos, mas não nos sintamos obrigados a fazer tudo. A parte mais importante do seu projeto é você.

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Pulando poças

Superar os diversos problemas que surgem em nossas vidas não é uma missão fácil para ninguém. Exige equilíbrio, dinamismo e, acima de tudo, a sabedoria, não só para a solução como para perceber que problemas sempre farão parte da nossa vida para que nunca paremos de aprender, de perdoar e sermos perdoados, de acreditar e de evoluir como pessoas e como profissionais.

superacaoQuem, em suas caminhadas, já não se deparou com uma poça d’água? Ela surge e lhe obriga a tomar cinco decisões básicas: desviar, se possível; apressar o passo para saltar, se vista com antecedência; parar, para analisar se dá para saltar de primeira; recuar, para tomar impulso; ou ainda desistir e buscar outro caminho.

Os problemas exigem de nós as mesmas coisas. A diferença da ordem ou da intensidade das decisões está no tamanho da poça. Por que estamos vendo tantas empresas e tantas pessoas caídas ao lado das poças? Algumas vezes, nem tentaram e caíram lá de cansaço. É, de cansaço! Ou de tanto pular poças, ou de tanto esperar para decidir pular. Mas, o mais comum mesmo é planejar mal. No intuito de superar logo a poça, muitas vezes só enxergam a água e não se dão conta da lama ao redor, e nela escorregam, se machucam e se sujam.

Empresas recém-criadas têm mais chances de cair nas primeiras poças. A metade das empresas abertas no Brasil fecha as portas antes dos três anos de vida. Sua totalidade é de empresas pequenas, diferentemente da maioria das sobreviventes, composta por empresas maiores que estruturaram melhor suas práticas gerenciais, possuem maiores linhas de crédito e conseguem lidar melhor com as incertezas presentes no ambiente externo. Trazendo à nossa analogia, é preciso ser grande para tornar a poça menor, porém não é só o capital que torna algo grande, podemos incluir aqui o conhecimento, o planejamento e a determinação para se obter “pernas mais longas”.

Como pessoas e como profissionais, o nosso dia a dia reserva algumas poças: umas pequenas, outras que exigem uma estratégia mais adequada para que sejam superadas. O foco no caminho é um excelente meio de perceber sua chegada e analisar e escolher a melhor saída para que se perca o menor tempo e energia possíveis para saltá-las. O conhecimento ajuda na escolha do caminho. Não é sensato optar por caminhos repletos de poças quando temos outros que nos ligam ao mesmo destino sem prejuízos de tempo, distância ou de ideais. Há profissionais que optam por caminhos com muitas poças para valorizar seus esforços diante da organização. Esses geralmente terminam enlameados. E há os que não têm alternativas senão pular ignorando a proporção de suas pernas para a poça. Hesitar não lhe é permitido. Apenas escolher entre ver suas pernas maiores que a poça ou a poça maior que suas pernas.

Acredito que na maioria das vezes optamos por pular de uma vez já que nosso ritmo é sempre de correria e que, se não pularmos logo, o outro que vem atrás nos empurrará e nos usará como ponte. Mas, se temos pernas fortes, podemos parar, suportar o impacto e transformá-lo em impulso.

De uma forma ou de outra, sempre poderemos optar por aquelas cinco decisões básicas, mas sempre sabendo o que cada uma trará como consequência, de perda ou de ganho, de êxito ou de dor, de sucesso ou de lama. Cair, machucar-se ou enlamear-se faz parte. O importante mesmo é levantar-se e se tiver alguém com você, fica mais fácil. Talvez até dê pra rir da situação, se não, também não vale a pena chorar e arriscar aumentar a poça com tantas lágrimas.

Não importa se há chuva ou sol, as poças sempre estarão lá. E não importa que estejam em seu caminho. Você sempre terá cinco opções, ou até mais.

Que a força do Natal nos renove e que em 2015 tenhamos “pernas bem mais longas”!

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Os perigos no negócio próprio

Não são poucos os brasileiros que alimentam o sonho de montar seu próprio negócio. Muitos o querem para se livrar daqueles aborrecimentos com o trabalho formal, das obrigações com os horários e tentar “esticar” mais o dinheiro para superar as contas. Para esses, infelizmente, o negócio não é bem assim. Para ter seu próprio negócio é preciso bem mais que simples anseios por comodidade.

empreendedorismoPrimeiro é preciso quebrar esse paradigma sobre ser seu próprio patrão. Isso talvez só exista no período de aposentadoria. Seu patrão passa a ser seu cliente e ele, a depender do ramo de atividade, pode ser bem mais exigente do que seu antigo patrão. Além disso, ele, o seu cliente, será o fornecedor do seu sucesso.

Quem não queima neurônios na busca de uma ideia revolucionária para o mercado? Aquela ideia inovadora que ninguém teve e que abrirá as portas para o sucesso… Mas, o quê e como? Hoje a concorrência é tamanha que a ideia deve vir acompanhada por um pacote de planejamentos que será o diferencial do negócio e poderá afastar, momentaneamente, aqueles “copiadores naturais de ideias” que rondam todos os segmentos. E não é só isso. Esse pacote terá que contemplar também a melhoria contínua que lidará com a concorrência ao mesmo tempo em que garantirá a manutenção do negócio. É nascer já pensando em melhorar.

Nada deve ser visto como impossível, mas a complexidade desse caminho não deve ser ignorada diante da empolgação em montar seu negócio. Os riscos ao ignorar certos fatores são determinantes para o insucesso e pode ser compreendido com as estatísticas disponíveis sobre o assunto; as quais dão conta que quase 1/3 das micro e pequenas empresas fecham no primeiro ano de vida. O medo é um fator indispensável para conhecer os limites e buscar um planejamento consistente, mas ele, o medo, deve ser bem administrado para não ser um fator de paralisação ou ser aquele “balde de água fria” numa boa ideia.

O Brasil é conhecido pelo seu poder empreendedor. Porém, muitas vezes, os brasileiros se vêem imobilizados diante de uma boa ideia quando surgem as questões sobre os investimentos. Correr riscos é aterrorizante quando as economias, acumuladas arduamente, podem ser pulverizadas. O antídoto para esse veneno chama-se pla-ne-ja-men-to.

É preciso ter consciência dos perigos quando se inverte a ordem natural das coisas. No mercado isso também funciona assim. Embora seja permitida a ousadia, nascer grande traz consequências. Mesmo que a velocidade do negócio seja incomum, se faz necessário saber ser ousado sem ser inconsequente e contido sem ser conservador demais. Esses momentos vão estar bem escondidos no mercado e, saber identificá-los, fará toda a diferença.

O campo de ideias no Brasil é bem maior do que a quantidade de empreendedores. Isso já eleva as chances de sucesso. Contudo, é recomendável a atenção em três pontos essenciais:

  1. Pessoas: seja o próprio empreendedor ou ainda que haja a necessidade de contratação, é extremamente importante a qualificação, o conhecimento sobre a atividade escolhida e, indispensavelmente, que as pessoas envolvidas estejam em sintonia com o projeto.
  2. Burocracia: conhecimento, paciência e provisionamento para as taxas e licenças, que tanto incomodam, mas que são necessárias para colocar todos em situação de igualdade – embora as coisas pudessem ser menos complicadas.
  3. Visão 360º: planejamento sempre! Isso inclui a visão sobre o mercado, sobre os concorrentes atuais e sobre os possíveis. Visão apurada sobre os investimentos para que sejam no local, valor e momento corretos.

Algo importante que não pode ser desprezado também é o momento de comemorar. Cada vitória deve ser vista como um momento especial e contagiante para quem mais estiver participando dessa caminhada.

Errar não é o fim do mundo. O pior mesmo é desistir antes mesmo de tentar. Isso acontece com os outros 2/3 que sonham em montar seu próprio negócio já que esse sonho é quase uma unanimidade. Que pena! Muitas boas ideias se perdem no caminho da falta do acreditar que é possível. Quando acreditamos em algo somos capazes de realizar verdadeiras maravilhas.

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Por que terceirizar a logística?

Essa é uma dúvida muito comum! Apesar de muito se falar sobre outsourcing (terceirização) ainda existem muitas empresas que realizam determinadas atividades, diferentes do seu Core Business (Negócio Chave/Atividade Fim) internamente.

terceirizacao logisticaEsse posicionamento pode estar correto, principalmente se tais atividades forem exclusivas e o mercado não dispor de Prestadores de Serviços capacitados para sua execução.

Por outro lado, existem diversas empresas cujo negócio é especificamente atender o que não é o Core Business de seus clientes! Em outras palavras, prestadores de serviços capacitados para exercer funções específicas para outras organizações, nas quais estas são somente um suporte e não a atividade fim.

No caso da Logística não é diferente! Um Prestador de Serviço Logístico (PSL), no inglês Third-party Logistics (3PL), concentra todos os seus esforços neste segmento.

Veja através de diferentes perspectivas o porquê de terceirizar a logística:

 

– Pessoas

Isso significa que as pessoas que atuam neste ramo são especialistas no assunto, tanto por formação acadêmica (MBA, mestrado, doutorado, etc) quanto pela experiência profissional. Além disso, estão envolvidas no meio, participando de feiras, fóruns, reuniões e tendo acesso a canais destinados ao setor, tais como revistas, blogs, etc. Portanto, conhecem novas tecnologias e tendências nacionais e internacionais. Tudo isso reflete nas Soluções e Diferenciais oferecidos aos seus clientes.

Para a empresa que terceiriza, pode haver uma considerável redução do quadro de funcionários, o que diminui a necessidade de gestão, espaço e outras tarefas administrativas relativas a pessoas.

– Equipamentos

Existem dezenas de equipamentos aplicáveis na armazenagem e movimentação de materiais. Porém, é preciso conhecer o que eles oferecem e quais suprem ou não a necessidade de cada operação. Em alguns casos um equipamento influencia em outro e uma escolha errada pode comprometer toda a operação, por isso é importante entender do assunto!

– Processos

Ter um processo robusto é a base para uma boa operação! É preciso mapear todas as atividades e entendê-las de

forma detalhada, assim é possível gerar: velocidade, qualidade, flexibilidade, produtividade, confiabilidade, etc.  Ambiente/Layout

Para operacionalização é preciso ter um ambiente adequado em termos de: espaço (área, pé direito, capacidade de peso do piso, docas elevadas, iluminação, sistemas de detecção e combate a incêndio, segurança, etc) e layout adequado para proporcionar redução dos movimentos, tempos (lead time) e melhor aproveitamento do espaço.

– Qualidade

É o que todo prestador de serviços deve buscar continuamente!

Um dos principais motivos pelo qual algumas empresas têm receio em terceirizar. É fato que nem todos os prestadores conseguem garantir um bom Nível de Serviço, por isso é importante escolher o parceiro certo! Esse deve contar com um SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade desenvolvido, implementado e controlado através de importantes indicadores (KPI- Key Performance Indicators).

– Tecnologia

O mercado está em constante evolução, por isso novas tecnologias surgem diariamente. É preciso trabalhar atualizado e implementar os novos recursos disponíveis, tanto hardwares quanto softwares. Tudo isso pode gerar maior produtividade, agilidade, qualidade, menores custos ou também pode ser um diferencial para o cliente final!

– Custos

Creio que esse seja o fator principal para a escolha de terceirização pela maioria das empresas! Na prestação de serviços é possível ter custos menores, tudo depende da eficiência do operador logístico. Em muitos casos é ainda possível substituir custos fixos por variáveis, o que é muito positivo para as organizações!

As perspectivas acima são apenas alguns exemplos, além dessas existem diversas outras que podem ser observadas. Importante lembrar que a eficácia da terceirização depende de todas as partes envolvidas nas etapas dessa mudança.

Para concluir, deixo a questão: Devo concentrar os recursos da minha organização no meu Core Business (Negócio Chave/Atividade Fim) e realizar internamente tudo o que foi mencionado acima?

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Não se constrói economia sem pessoas e sem logística

É cada vez mais preocupante a exclusão dos valores humanos nos ciclos econômicos e, como não dizer, nas nossas relações pessoais. Esse valor humano está deixando de ser o elo principal para se tornar secundário, ou até inexistente em muitos sistemas econômicos.

Gradativamente, as pessoas estão deixando de ser “a razão” para ser “um meio”. Exploradas politicamente, religiosamente e economicamente as pessoas estão sendo desprezadas nos projetos que deveriam contemplar segurança, bem-estar e qualidade de vida. Exemplos como sinais de trânsito que priorizam os carros e não os pedestres, ou políticas que promovem a desigualdade e desamparam os menos favorecidos estão, cada vez mais, se tornando usuais em prol de um crescimento econômico contraditório, pois sem as pessoas não há sustentabilidade na economia.

Esse é um ingrediente perigoso na receita de uma economia sólida. A ideia de fazer o melhor pelas pessoas é o curso forte e seguro para a evolução econômica que desejamos alcançar. Se nós estamos aprendendo como as empresas devem tratar seus clientes, por que a economia não funciona de forma a garantir que sua maior representatividade seja, de fato, respeitada? Se algumas empresas com marcas antes inatingíveis estão caindo, nossa economia não corre riscos idênticos com as mesmas falhas que trazem as mesmas consequências?

Vivemos numa década de mudanças absolutas. A tecnologia vem avançando de forma mais que acelerada, mas continuamos sustentando e agravando os mesmos problemas de abastecimento, de usos inadequados, de incapacidade e de omissão da esfera pública responsável pela macrologística. Razão pela qual já vem sendo difundida a ação de investimentos nessa área pela iniciativa privada. Ou seja, no mundo todo há dinheiro sobrando para investir em infraestrutura, e essas deficiências passarão a ser sanadas por quem se sente mais prejudicado, financeiramente, com a ineficiência do poder público. Embora haja uma legislação complexa, essas dificuldades parecem não ser superadas por outro caminho senão com a concessão dos meios de solução para os problemas de transportes que, por exemplo, com seus congestionamentos e fragilidade do transporte público, representam perdas incalculáveis para a economia.

O Brasil perde até 15% de sua produção de grãos durante o transporte e no processo de armazenagem. Isso representa milhões em toneladas e bilhões em dinheiro. Só possuímos 11% da capacidade de armazenagem de produção de grãos. Economicamente, isso significa que produzimos, carregamos e perdemos produção e valor, pois não temos como administrar o escoamento a fim de garantir o melhor tempo e preço de mercado. O nosso carro-chefe da economia vai se perdendo pelas estradas esburacadas e ferrovias insuficientes combinando com portos desestruturados. Um plano para contornar essa situação seria o aumento dessa capacidade de armazenagem, como fizeram os Estados Unidos, nosso maior concorrente, que armazena uma safra para escoá-la no momento certo para sua logística e para os preços de mercado cobrindo inclusive os custos com a gestão dos estoques, e a concessão da malha ferroviária que o país desprezou ao longo dos anos. Não é um plano instantâneo, ele levaria no mínimo cinco anos.

O problema é que há o temor por parte da esfera pública em reconhecer incapacidades administrativas e criam-se impedimentos para a solução dos problemas. Enquanto isso, buscamos um meio de suportar e conviver com deficiências que nos tiram a qualidade de vida. Pior, sabemos o que é necessário, como mudar, quanto custa e os porquês de não ser feito. Por falta de recursos não é. Quem trabalha no meio sabe o tamanho do sofrimento como usuário e como profissional.

Acreditar numa economia sustentável é mais que concentrar palavras e desejos, apesar de serem precedentes às etapas do processo de desenvolvimento, palavras sem planos e desejos sem ações nos deixam estagnados e aprisionados pela fatia que detém o poder dado por nós. O crescimento econômico que, antes de tudo, deve acontecer para o bem das pessoas, inclui, sem dúvidas, soluções em infraestrutura para reduzir perdas e entraves.

É triste ouvirmos as explicações dos nossos representantes, ao longo de décadas, a respeito do baixo crescimento econômico. É como tentar justificar a fome com a despensa cheia de alimentos. O problema é a incapacidade ou falta de vontade de prepará-los.

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Carreira Geral Logística

Como está o seu “jardim”?

Superar problemas diariamente não é uma missão fácil para ninguém. Aquele provérbio acerca da grama do vizinho ser sempre mais verde vem sendo muito observado nos dias de hoje. Que mais verde que nada! Você já parou para pensar no que ele fez e ainda faz para que sua “grama” seja realmente mais “verde”? Ou que ele pode estar pensando o mesmo acerca da sua? Só temos a certeza de que os problemas aqui representados por secas, chuvas, temperaturas, insetos, terra inadequada… se fazem presentes no “jardim” de cada um de nós.

jardimSeu “jardim” nunca será só de flores, nem só de espinhos e de ervas daninhas. Mas saiba que sempre será pisado por quem colhe suas flores e por quem procura por ervas daninhas: uns para arrancá-las e jogar fora; outros para levá-las como mudas e plantá-las em seus próprios “jardins” e de outrem.

Cuidar da própria vida já é uma atividade difícil, que dirá cuidar da vida alheia… Essa é, infelizmente, uma rotina dentro do ambiente de trabalho. Muitas pessoas estão tão preocupadas com as tarefas e com os comportamentos de seus colegas que se esquecem das suas e de se comportarem da maneira que o ambiente exige. Não que não tenhamos que nos preocupar com nossos colegas de trabalho, porém, isso perde o valor quando não desejamos fornecer ajudas, mas controlar, manipular ou investigar a fim de conseguir “troféus” na busca de um destaque maior no “grupo do custe o que custar”.

Na vida não é muito diferente. Podemos escolher o que plantar em nossos jardins, e o mais importante: podemos escolher o que oferecer para os outros: flores ou ervas daninhas. É uma escolha difícil porque nos baseamos, muitas vezes, na beleza do jardim do outro. Outras vezes, posso achar que há tanta erva daninha em meu jardim que posso fazer duas coisas ao mesmo tempo: me livrar um pouco dela e plantá-la no jardim do outro para torná-lo semelhante ao meu. Procurar ocupar meu jardim com belas plantas é a melhor maneira de impedir que haja espaço para o que é danoso. Embora o cuidado deva ser permanente já que nunca deixará de ser atacado por pragas e por sabotagens por ser bonito, pois quem cultiva e distribui erva daninha sempre achará um espaço entre as flores.

O trabalho é tão presente em nossas vidas que muitas vezes não conseguimos separá-lo do lado pessoal. Certas coisas não fazem bem que as separemos mesmo! Não nascemos com uma essência para a vida, outra para o trabalho, outra para quando estiver viajando… Questões de valores são desvirtuadas quando as utilizamos por conveniências. Claro que certas coisas praticadas em casa não devem chegar ao trabalho. Discernir isso é um ponto-chave.

Quando cultivamos um jardim, a nossa real intenção é de mostrá-lo aos outros. Saber que os outros comentam sobre seu jardim é motivo de orgulho. No entanto, dois perigosos enganos podem suceder: se o outro pode não ter um cuidado com seu próprio jardim, como vai ter o senso medido para elogiar a beleza do seu? O outro engano, pior que o primeiro, é você não ter esse senso e mostrar seu lindo jardim repleto de daninhas, se unindo a quem não sabe a diferença entre as flores e as ervas.

Muitas vezes não somos mesmos capazes de distinguir entre uma flor e uma erva daninha: quando sementes, é praticamente impossível; quando brotam também não é nada fácil; quando crescem e se mostram de verdade, dividindo seu jardim entre o belo e o danoso, percebemos que não adianta muito os sentidos do tato, do olfato e da visão para evitarmos esses enganos. Na verdade, um único sentido nos ajuda na tarefa de plantar nosso jardim: a audição. Ela que nos possibilita distinguir o que é flor e o que não é. E o paladar? É ele que vai lhe dizer acerca do gosto resultante de suas decisões. E vale lembrar que, se faltar “alimento” no seu jardim, você procurará no jardim do outro. Então, forneça-lhe sempre boas mudas.

Bom plantio. Distribua boas mudas e não esqueça de cercar seu jardim com pessoas que admiram suas flores e se dispõem, muitas vezes, a machucar as mãos para arrancar suas ervas daninhas.