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Opções para estratégias de operações globais

Artigo de autoria de Leandro Callegari Coelho publicado originalmente nos portais Newscomex e IBCELOG:

Opções para estratégias de operações globais

No mercado competitivo e globalizado em que muitas empresas competem, é preciso levar em consideração a dimensão internacional que os negócios e as estratégias têm tomado. Estas empresas, chamadas de organizações multinacionais (em contraste com as empresas locais, nacionais ou domésticas), têm seu mercado e seu fornecimento em escala global: compram matérias-primas, fabricam e vendem produtos e serviços em diversos países.

A maneira como os gestores destas empresas abordam as oportunidades globais define a estratégia que elas utilizarão para comprar, produzir e vender nesta escala mundial. Enquanto algumas zelam por sua exclusividade e o apelo que a marca produz, outras visam alcançar o maior número possível de consumidores com custos cada vez mais baixos.

Estas estratégias podem ser classificadas em quatro grupos: internacional, multidoméstica, global e transnacional. Vejamos algumas características de cada uma destas alternativas.

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A história da qualidade

 

Para os leigos qualidade é um produto ou serviço que atende as suas necessidades.

Partindo da afirmativa acima, podemos dizer que qualidade é um conceito subjetivo que está relacionado ás percepções de cada indivíduo.

Para os administradores qualidade é a ausência de defeitos no produto final,  é a resposta dada pelo público aos seus produtos, é a qualidade empresarial, é um produto ou serviço que atende de forma confiável as perspectivas dos clientes.

Então podemos concluir que qualidade nada mais é do que um procedimento por meio do qual verifica-se a eficiência e a eficácia da execução de um projeto.

Por eficiência podemos entender como a rota utilizada para a confecção da tarefa, utilizando-se da análise do índice de erros na execução da tarefa e o tempo gasto em sua conclusão.

Já a eficácia deve ser medida na relação estabelecida entre meios e fins, isto é, o quanto o projeto – em sua execução – foi capaz de alcançar os objetivos e as metas propostas, e o quanto ele foi capaz de cumprir os resultados previstos.

Segundo Peter Drucker, eficiência consiste em fazer certo as coisas; e eficácia em se fazer as coisas certas.

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Expectativas para a logística em 2010

 

SucessoAté ser convidado pelo editor deste site para escrever sobre minhas expectativas para 2010 no campo da logística eu, sinceramente, não tinha parado para pensar sobre o assunto. Até o momento estava focado em minha tese de doutorado, que estou desenvolvendo na área de avaliação de desempenho logístico. Considero esta parte da gestão logística um grande desafio, uma vez que se medirmos algo de forma incorreta ou se tomarmos decisões com base em informações incorretas poderemos comprometer a competitividade de uma empresa. E, apesar de todas as pesquisas e propostas da área, há ainda um grande caminho a ser percorrido, até porque novos parâmetros estão sendo incluídos, como a questão ambiental. Esse será meu foco de pesquisa em 2010.

Bem, e o que deverá acontecer no campo da logística? Para responder, é necessário considerar que a logística pode ser um processo importante de uma empresa, é considerado um negócio para operadores logísticos, por exemplo, e deve ser um compromisso estratégico para um país.

Alguns fatos – econômicos e sócio-ambientais – têm transformado estes três contextos ao redor do mundo e terão repercussão direta sobre a logística no próximo ano e com certeza nos anos seguintes a este. Vamos analisar alguns deles:

Passada a pior parte da crise mundial – pelo menos é o que parece aqui no Brasil – os olhos do mundo voltaram-se para cá, o que significa que mais empresas podem decidir entrar no Brasil e que os grupos aqui instalados podem reforçar sua presença. Empresas como o Grupo Pão de Açúcar e as Casas Bahia, viram neste contexto a necessidade e a oportunidade de solidificar sua participação em seu mercado, através da fusão das duas empresas e, com isto, economizar entre dois e quatro bilhões (Revista Exame de 16/12/2009, p. 198-199), além de tornar a empresa mais resistente às investidas de grupos estrangeiros.

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Perspectivas e Desafios da Logística para 2010

Continuando com o panorama de tendências da logística para 2010, confira abaixo matéria de autoria de Rogério Barrionuevo, do Blog do Rogério.

Fim de Ano e começam as previsões… Como não sou nem melhor ou pior que ninguém também vou assumir o papel de “Guru” e abordar o que espero de 2010:

– Que o PAC realmente deslanche de forma a melhorar a infra-estrutura do país. Hoje a deficiência da nossa infra representa um gargalo logístico para nossa economia;

– Que se avance nas concessões des estradas, portos e aeroportos mas com transparência para termos efetivamente uma melhora dos serviços de transporte e logística como já tivemos no passado na área de telecomunicações;

– Que a Copa e as Eleições estimulem a nossa produção e consumo que o crescimento do PIB seja compatível com o tamanho da nossa economia;

– Que as Cias Áreas se preparem de forma adequada para toda a demanda que virá e que adotem tarifas justas. Aliás, o Governo podia ajudar fazendo sua parte. Como é difícil para um ser humano “normal” entender como viajar dentro do Brasil é mais caro que ir para Europa ou Estados Unidos.

– Que o conceito de Sustentabilidade deixe de ser um “modernismo” e passe a ser de fato uma preocupação de todos os nossos segmentos. Vamos cada vez buscar uma logística Verde, Limpa e autosustentável;

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Panorama: tendências para 2010

sucessoComeçando o panorama das tendências para 2010, confira abaixo a opinião de Luiz Paiva, editor do blog Logisticando.

Confira em breve mais opiniões de pesquisadores e profissionais qualificados.

Tendências para a Logística em 2010

Estamos finalizando mais um ano, mas não foi um ano qualquer.  Doze meses atrás, o mundo (e as cadeias de suprimento) estava encarando uma crise que prometia ter gigantescas proporções e impactos.  Sim, a crise foi muito forte, e não está resolvida, mas podemos dizer com bastante segurança que as perspectivas futuras são muito mais positivas do que eram um ano atrás.

No Brasil, o impacto foi menor do que no resto do mundo.  As cadeias de suprimento também sofreram menos.  No entanto, estamos cada vez mais integrados com as cadeias logísticas mundiais, e o que acontece por lá também interessa por aqui.   Aos poucos, vemos que as perspectivas de retomada do crescimento mundial se consolidam, mas ninguém sabe dizer quando poderemos respirar tranquilamente, e quanto durará o processo de recuperação e se não teremos outros sustos e sobressaltos no caminho.

Com este cenário de tendências positivas, mas muito cautelosas, fica o desafio para os gestores das cadeias de suprimento: se preparar para não perder as oportunidades que surgirão com a retomada do crescimento, sem perder de vista um estrito controle de custos e investimentos para que não sejam pegos de calças curtas.

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Não há resposta simples para solucionar a crise – Parte 3/3

Matéria publicada no Instituto Millenium, de autoria de Fernando Raphael.

(continuação da matéria iniciada ontem, parte 2/3)

QUESTÃO MONETÁRIA

O dólar é uma moeda “apreciada”, isto é mais cara que as outras, em praticamente todos os países emergentes. Um dólar compra proporcionalmente mais que as outras moedas. Isto é causado em parte pelos estoques de dólar, ou seja, pelas reservas internacionais (cerca de 60% das reservas estão em dólar), e em parte por causa de políticas de câmbio deliberadamente desvalorizadas, como é o caso da Coréia do Sul, da China, Japão, Taiwan, Índia, etc. Isto cria um “desequilíbrio” no mercado norte-americano, principalmente porque fica difícil para as empresas daquele país concorrer na fabricação de produtos e na oferta de serviços com aqueles países. Por conta do câmbio, algo produzido nestes países será sempre mais barato que algo produzido nos EUA.

O principal ajuste que a crise atual está causando não está relacionado ao déficit americano, que irá crescer no curto e possivelmente médio prazo. O principal ajuste será no preço relativo das outras moedas em relação ao dólar. Os EUA, uma vez depreciada sua moeda, irão se tornar relativamente mais pobres, com salários mais baixos, o que lhes dará algum fôlego competitivo extra. O mesmo inverso irá ocorrer com os países asiáticos de apreciarem suas moedas. Algum processo de substituição de importações acabará ocorrendo nos EUA.

A questão é como se dará este processo. Uma primeira alternativa é através do ajuste monetário de mercado. Se ele ocorrer, a Coréia irá perder competitividade em alguns setores, a China em outros, e os EUA irão ganhar em vários outros. Em geral, os americanos são muito mais eficientes na produção de bens de grande valor, porque tem um grande mercado de consumo para estes bens, o que lhes confere escala para exportar. A segunda via será através de barreiras protecionistas, que poderão ser erguidas de ambos os lados (seja nos EUA, seja nos mercados asiáticos). Esta segunda opção é a mais temerária, sobretudo para países como o Brasil. Caso isto aconteça, nós teremos sérios problemas para competir com a busca por novos mercados dos Asiáticos e americanos, e enfrentaremos problemas para exportar os poucos produtos em que somos competitivos.

Um ajuste pela via da moeda seria melhor para nós, porque já atuamos há mais de dez anos em regime de câmbio flutuante (apensar das fortes intervenções do nosso banco central) o que faria do ajusto monetário algo mais rápido e menos traumático. A segunda opção representaria uma dificuldade maior, pois deveriam ser feitas opções estratégicas focadas no longo prazo, e o futuro é sempre muito turvo para ser vislumbrado. Um ajuste via mercado seria mais gradual e mudaria as coisas sem grandes traumas. Um ajuste pela via do protecionismo, ou seja, do intervencionismo, tornaria o cenário mundial um jogo de soma zero, onde necessariamente uns perderiam para alguém poder ganhar. A economia mundial irá superar esta crise, como já superou outras tantas. A questão é o custo disto. Como diz aquela frase, podemos ter uma crise tão grande quanto estejamos dispostos a pagar.

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Não há resposta simples para solucionar a crise – Parte 2/3

Matéria publicada no Instituto Millenium, de autoria de Fernando Raphael.

(continuação da matéria iniciada ontem, parte 1/3)

ESTRUTURA DOS PREÇOS

O Presidente do FED não agiu errado de acordo com nenhuma das teorias. A questão toda é outra. A questão é a composição dos índices usados para medir a atividade econômica. Quando você avalia apenas o índice de preços, como é feito hoje no mundo todo, mas ignora o “quantum”, isto é, a quantidade de bens negociados, acaba-se tendo uma impressão errada sobre o que é inflação ou deflação e o que é uma mudança estrutural nos preços, tanto para cima como para baixo.

Vou dar um exemplo de uma possível mudança estrutural nos preços montando um cenário para a indústria automobilística. A tendência nos últimos 50 anos no mercado de automóveis é que os carros mais novos sejam mais caros que os carros da “geração” anterior, porque a cada nova geração de veículos, mais tecnologia é acrescentada ao produto. Os fabricantes de automóveis, olhando a renda dos trabalhadores, que vem crescendo de forma praticamente ininterrupta, imaginam que a cada década, mais ou menos, os consumidores irão desejar veículos maiores, mais seguros, mais potentes e mais sofisticados.

Com isso, a tendência na indústria automobilística é que o preço dos veículos aumente. Isto pode forçar o índice de preços para cima, fazendo com que através deste produto haja uma leve força atuando para a inflação dos preços. Mas esta é uma mudança estrutural. Quando um novo fabricante, como a indiana Tata, por exemplo, apresenta um novo produto no mercado, de grande volume, com preços muito baixos, ele pode jogar o índice de preços para baixo.

Isto porque a expectativa deste fabricante é vender uma quantidade muito superior de automóveis por um preço muito mais baixo que a média de mercado. Um regulador da taxa de juros desavisado poderia ver nesta mudança na tendência dos preços um risco de deflação, e com isto baixar a taxa de juros, o que facilitaria, teoricamente, a volta de um crescimento no índice de preços. Da mesma forma, este carro de grande volume poderia aumentar o preço de determinados insumos da indústria, como aço, por exemplo, o que poderia ser interpretado como ameaça de inflação. A decisão, portanto, poderia ser tomada de forma equivocada se não for considerada a mudança estrutural dos preços.

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Não há resposta simples para solucionar a crise – Parte 1/3

Instituto MilleniumMatéria publicada no Instituto Millenium, de autoria de Fernando Raphael.

Um dos resultados da crise internacional dos sub-prime que estourou no segundo semestre do ano passado é o reavivamento do debate sobre as teorias econômicas do “mainstream” e os “outsiders”. Há tempos que se discute se a teoria econômica deve ser mais keynesiana ou mais neoliberal ou conservadora. A discussão sobre os pacotes e as alternativas para superar a crise levou mesmo a frases e questões como esta abaixo:

“Se antes os bancos eram acusados de emprestar muito agressivamente, agora eram acusados de muito conservadorismo. Se os americanos eram acusados de consumismo irresponsável, agora demandavam mais gastos deles. E o próprio governo, que tanto pregou a luta por casas mais acessíveis, estava agora fazendo de tudo para evitar a queda nos preços das casas. Para onde foi a meta de casas acessíveis? Woods questiona se algum traço de pensamento racional ainda pode ser encontrado em meio a tanta insanidade.” (Constantino, R.)[i]

Aqui está uma questão que não está sendo levada em conta, mas que tanto Mises quanto Hayek apontam em seus trabalhos. No livro “Ação Humana” há até uma frase do Mises que ficou gravada na minha cabeça sobre a questão da inflação. A inflação é a principal forma de avaliar que se a taxa de juros está artificialmente alta ou baixa de acordo com a teoria dos ciclos econômicos de Von Mises. Se há inflação, dentro desta visão, é porque há um excesso de moeda no mercado. Então, quando há excesso de moeda o caminho é aumentar a taxa de juros para conter a inflação. Este é o mecanismo básico de regulação que tem sido adotado em todo o mundo para controlar a oferta e demanda por moeda.

No caso da frase famosa, do Mises, ele dizia que uma vez atropelado o pedestre (isto é, uma vez que a inflação tivesse aparecido por conta do excesso de gastos), dar a marcha à ré não ajudaria a crise passar (a marcha à ré seria a deflação, isto é, a queda generalizada no índice de preços). Portanto, mesmo os liberais austríacos defendem que o ajuste para condições monetárias reais deveria ocorrer num contexto de preços neutros, e não de deflação, para evitar prejuízos maiores no sistema monetário. Só que para aumentar os gastos num contexto de crise econômica, a única maneira eficaz encontrada pelos economistas, independentemente da escola econômica de origem, é o aumento do consumo.

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Pequeno guia para se entender a crise

Matéria publicada no Instituto Millenium, de autoria de Cláudio Shikida.

Dizem por aí que o desemprego aumentou por causa da crise. O governo diz que aumentará os gastos aqui e ali por causa da crise. Já há quem diga que estamos em crise, apesar do otimismo – cada vez menor – da administração do presidente da Silva.

Entretanto, o que ninguém consegue é explicar por que tudo o que acontece é causado pela crise. A tal crise é como a guerra das Malvinas para a ditadura argentina nos anos 80: uma bela desculpa para fugir à responsabilidade e ao fardo de explicar, corretamente, os fatos.

Para começar, quedas e subidas nos dados de emprego são típicas em qualquer lugar do mundo. Quanto disso se deve à crise? Ninguém, até onde eu saiba, mostrou um estudo cientificamente decente até agora. Claro que é difícil fazer isto, mas pode-se levantar algumas hipóteses.

Suponha que consigamos descontar o efeito sazonal do ciclo econômico de cada setor da economia. Ainda assim não sabemos o quanto dos movimentos dos dados se devem à crise. Para isto, precisamos saber o quanto cada setor é influenciado pela economia mundial. O setor importa? Exporta? Tomou empréstimos no exterior? Tem dívida em dólares? Em euros? No nível da empresa, pode-se perguntar ainda sobre a relação de cada uma delas com empresas no exterior (por exemplo: a empresa é filial de alguma multinacional?).

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Quem tem medo das importações?

Matéria de autoria de Claudio Shikida publicado originalmente no site do Institulo Millenium.

Como foi divulgado na imprensa, o processo de cálculo do PIB passou por uma revisão e os dados mostram que, ao contrário do que se pensava,Instituto Millenium a economia brasileira é ainda muito fechada em relação ao resto do mundo. Ironicamente, alguém pode dizer que “os chineses não eram assim tão perigosos como diziam suas maiores vítimas potenciais: os empresários brasileiros”.

Apesar disto, em um recente debate sobre possíveis formas de se obter uma taxa de câmbio mais desvalorizada, um importante ministro da área econômica declarou:

“A economia brasileira já está bastante aberta. Não há nada que impeça uma abertura maior. Basta que os importadores resolvam importar mais, inclusive porque as importações estão crescendo de forma expressiva. Isto é abertura da economia. E com esse câmbio significa que nós estamos barateando os produtos importados”, disse.