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Políticas de gestão de estoques (1/3)

A implantação de uma política de estoques resulta diretamente na fluidez das atividades da empresa por meio de planejamentos concisos para a utilização de seus recursos. O estoque é o principal instrumento que dá seguimento às tarefas da empresa e ele precisa ser dimensionado conforme os padrões adotados para que os setores sejam bem atendidos. Saber o que e quando a empresa tem que comprar para saber o que, quanto e quando deverá produzir,  para assegurar o atendimento e a reposição da forma mais enxuta possível, sem a geração de prejuízos, são os pontos cruciais e pertinentes a uma política de estoques eficiente e desejada por qualquer empresa que perceba seu estoque como seu maior bem – juntamente com seus clientes. Tudo isso com absoluto controle dos custos e conhecendo sua movimentação.

Dentro de uma organização, o estoque é visto de forma diferente pelos setores cujas atividades dependem de um alinhamento entre seu planejamento e a disponibilidade de recursos. Para que o setor de produção não produza além do necessário de sua margem de segurança, para que o setor comercial não eleve demasiadamente o estoque para garantir o atendimento aos clientes, para que o setor financeiro não comprometa seu fluxo de caixa e para que a empresa não exceda seu projeto de capital total investido, é necessária a criação e orquestração de uma política de estoques bem definida e adequada ao tipo de mercado, sendo o estoque o elemento-chave para todo esse controle.

A definição de uma política de estoques

Para a definição de uma política de estoques adequada e eficiente, o objetivo sempre será o menor estoque possível com o maior nível de atendimento aos clientes, internos e externos. Para isso, ao planejar, se faz necessário responder a quatro perguntas:

– Quantos e quais são os itens considerados estratégicos para a operação?

– Qual é a relação de demanda do item (estoque – produção – vendas)?

– Qual é a quantidade necessária e quanto tempo para a reposição?

– Quais são os fornecedores e quais são as alternativas?

O segundo passo está ligado aos métodos para aquisição e armazenagem, aos controles e à manutenção do estoque acerca de sua movimentação – e sempre buscando a movimentação, pois estoque parado é sinal de que algo está errado.

Os processos

Seguindo essa lógica, os métodos também estarão focados nos processos de homologação dos fornecedores para a melhor aquisição, no correto manuseio dos itens no recebimento e na disposição, no melhor layout na armazenagem, em inventários periódicos para a verificação da quantidade e do estado dos itens. As checagens para a reposição do estoque sempre estarão presentes nas etapas dos processos, observando o giro (para evitar aumento de custos com eventuais mudanças ou erros de cálculo) e a validade ou obsolescência de itens.

O cadastramento

Quanto ao controle, o cadastramento correto dos itens em sistemas com seus grupos e subgrupos é extremamente importante e deve ser definido um setor com competências para tal. Geralmente essa tarefa é delegada ao setor de compras ou ao almoxarifado para evitar duplicidades ou entendimentos diferentes acerca da nomenclatura dos itens. O cadastro é a base de todos os controles e, caso haja divergências, todas as tarefas poderão estar em risco.

A flexibilidade

O ponto mais importante a se observar ao definir uma política de estoques é que, mesmo com a definição de metas e com um acompanhamento rigoroso, as normas jamais devem perder sua flexibilização diante das mudanças do mercado, da adequação ou da expansão da empresa e nem das mudanças relativas ao ciclo de vida dos produtos (introdução, crescimento, maturidade e declínio) bem acompanhado pelo departamento de marketing. O engessamento coloca em risco a harmonia entre os setores, a modernização dos produtos, os processos de melhoria contínua, o uso racional do estoque, a satisfação dos clientes e, assim, a própria vida da empresa.

Abordadas as necessidades para implantação de políticas de estoques, prosseguiremos nos próximos artigos falando sobre seu gerenciamento. Até lá!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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A estruturação dos princípios logísticos

Como sabemos, a Logística teve início com as estratégias militares e atravessou séculos até ser vista hoje como um forte instrumento gerencial capaz de promover reduções de custos e de agregar valor quando do sucesso de suas estratégias e operações.

Movimentando produtos e informações, a Logística trabalha de forma coordenada e hoje se compara a um grande sistema com componentes simples e outros bem complexos que formam uma cadeia com fluxo contínuo que contribui para o sucesso dos métodos empresariais.

Planejamento da Logística

O planejamento logístico está alicerçado em três pontos de decisões fundamentais: localização das instalações, transportes e estoques. Estão ligadas entre si e confluem para três objetivos onde as ações de planejamento, organização e controle serão gerenciadas:

– Localização das instalações: as decisões sobre a estrutura física devem estar voltadas ao atendimento dos clientes, pois só assim se pode buscar a excelência no atendimento, já que custos reduzidos e oferta operacional são vitais para o negócio logístico. Para isso, um estudo prévio se torna necessário, pois não há limites para a determinação de um local – quem manda é o mercado;

– Transportes: as decisões sobre a melhor estratégia para as operações e a escolha ideal da matriz de transporte são as mais impactantes em termos financeiros, pois representam a maior parte dos custos logísticos na maioria das empresas e, principalmente, influenciado pelo fator tempo, é o principal meio para atingir o objetivo logístico.

– Estoques: as decisões de estoque estabelecerão o abastecimento e sua manutenção da forma mais adequada possível a fim de garantir o uso correto do espaço físico, influir sobre o tempo de transporte, evitar perdas e diminuir riscos, já que são decisões que influem diretamente sobre o atendimento da produção e dos clientes, refletindo sobre o capital da empresa e, no caso dos estoques, no capital investido, repleto de consequências nas demais áreas;

– Planejamento, organização e controle: são estas as ações que deverão estar presentes do início ao fim dos processos logísticos e sempre sendo alimentadas e alimentando as demais ações com informações em um fluxo contínuo, melhorando a execução a cada repetição das operações e possibilitando o suporte para a implantação de novos negócios.

A importância das informações nos processos logísticos

A competitividade entre as empresas acelerou a importância da visão sobre as informações dentro dos processos logísticos de forma a fazer com que todo o sistema fosse visto de maneira integrada.

A Logística de hoje trabalha com um fluxo de informações de forma contínua, o que garante a fluidez das demais tarefas, e de forma eficaz garantindo a melhoria contínua.

Para isso, não basta que as informações ocupem seus espaços dentro das organizações. Elas precisam ser sistematizadas para garantir rapidez e inovações nos serviços prestados aos clientes, internos e externos, com o intuito de proporcionar o alcance dos objetivos logísticos.

Os sistemas de informações desempenham papel importante na construção do histórico da empresa através da criação de um banco de dados, tornando eficiente a utilização de recursos ao longo da cadeia logística, no fornecimento de dados importantes para a implantação e utilização de indicadores logísticos, no monitoramento das operações, de forma a possibilitar correções durante o desempenho de seus objetivos, além de representar o meio mais seguro para levar uma organização à melhoria do nível de serviço, diminuindo custos e proporcionando satisfação aos clientes.

O fluxo correto e contínuo das informações é o responsável direto pelo desenvolvimento da Logística. Dele depende todas as ações para uma movimentação segura e competitiva, com estoques enxutos e transporte que agregue valor. Contudo, apenas sua existência não representará sucesso, pois sua utilização de forma incorreta representa desperdícios.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Condomínios logísticos

Os condomínios logísticos surgiram no Brasil na década de 90 para contornar, ou amenizar, muitos dos gargalos logísticos que são fatores importantes para o aumento de custos com operações de transporte e de armazenagem.

Cerca de 15 anos depois dos primeiros projetos, a procura por esses empreendimentos deu um salto importante, pois as empresas perceberam as vantagens de ter suas operações logísticas mais próximas das zonas de distribuição e de consumo, mas longe de grandes centros urbanos, com seus intermináveis congestionamentos, e perto de áreas industriais, cujo acesso às principais rodovias é bem mais facilitado.

Muito se evoluiu e, nos últimos anos, mesmo com a queda das atividades econômicas brasileiras, o setor se mostrou poderoso ao absorver impactos em algumas regiões sem deixar de ser visto pelas empresas como solução logística.

O que são condomínios logísticos?

São construções imobiliárias e ofertas de lotes de áreas destinadas à armazenagem e operações logísticas de empresas, que se instalam em galpões adequados às suas operações e que encontram na locação toda infraestrutura com despesas comuns rateadas.

Geralmente, os condomínios logísticos são construídos com propósitos especulativos, ou seja, um investidor empreende uma área com características flexíveis para atender diversas atividades e a lança no mercado, sem garantias de pré-contratos de locação. Porém, há também investidores que constroem visando a exploração de um único segmento ou única empresa, e empresas que constroem para expandir suas atividades.

Quanto aos tipos de condomínios logísticos, se fazem conhecer o monousuário, com galpões para atender um único cliente e o flex, com galpões modulares.

Quanto à utilização dos condomínios logísticos, temos quatro classificações:

– Armazéns: são ideais para operadores logísticos e atacadistas, pois devido ao seu projeto modular, possibilitam a instalação de estruturas porta-paletes;

Cross-docking: ideal para transportadoras, por não trabalharem com estoques;

– Mistos: ideais para centros de distribuição, pois possuem estruturas diversificadas;

– Industriais: ideais para indústrias de diversos segmentos, pois permitem personalizações de suas instalações.

Vantagens x desvantagens

As vantagens ofertadas por um condomínio logístico vão além da localização favorável, do rateio das despesas com áreas comuns e com a segurança e controles de acesso, passando pela utilização das áreas de apoio, que incluem salas de reunião e treinamento, restaurante e ambulatório, que por si só já representam uma sensível redução nos custos, e vão até as chamadas visibilidades comerciais e flexibilizam as operações e suas expansões.

A sustentabilidade dos condomínios também vem se tornando uma vantagem. O reuso de águas pluviais, estações de tratamento de efluentes e medidas contra desperdícios atraem muitas empresas.

As desvantagens estão mesmo ligadas ao rateio dos custos fixos do condomínio, que pode representar um grande peso no caixa da empresa no caso de diminuição do número de condôminos, mesmo que seja temporária, devido a mudanças na economia.

A expansão

De acordo com dados da Consultoria Imobiliária Colliers International, esse tipo de empreendimento cresce a taxas de 10% ao ano no país, mas ainda está longe das áreas condominiais de países como o México (cinco vezes mais) e Estados Unidos (trinta vezes mais). Contudo, a expansão se acentua também na modalidade, pois os condomínios industriais ganham força e agora surgem os condomínios de negócios que, além das instalações logísticas e industriais, possuem também escritórios comerciais, áreas residenciais e até áreas para lazer.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Logística

A armazenagem das safras brasileiras

Historicamente, o Brasil possui sérios problemas acerca da capacidade de armazenagem de suas safras. São problemas registrados em diversos levantamentos, feitos por entidades ligadas às atividades do campo e do comércio, que já faziam parte do cenário da cadeia agrícola há quase trinta anos. Há 22 anos, por exemplo, o país colhia cerca de 73 milhões de toneladas de grãos e em 2016 a safra foi de 184 milhões de toneladas. Para 2017, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), previa uma safra de quase 225 milhões de toneladas.

Principais fatores que contribuíram para o aumento das safras brasileiras

Timidamente, o Brasil foi se convencendo da necessidade de proteger sua produção agrícola, a exemplo de outros países, e aos poucos, através de projetos de incentivo à produção, foi deixando de produzir números de importação, fazendo com que surgissem novas áreas e novas técnicas de cultivo, principalmente em relação às entressafras, e com o auxílio de estudos climáticos e dos solos, adaptou-se as culturas de forma mais eficiente.

Movidos por um cenário cada vez mais promissor, os produtores levaram o progresso tecnológico ao campo. Muitos dos defensivos agrícolas evoluíram para um maior controle de pragas altamente danosas à produção, as sementes passaram por melhoramentos, enquanto os equipamentos revolucionaram o sistema de colheita ofertando um ganho considerável de produtividade.

Mas, o que houve com a armazenagem?

Mais que rapidez, do plantio à colheita, os produtores contavam com os investimentos em infraestrutura que tornasse o escoamento da produção compatível com a grandiosidade que o campo já representava para o comércio doméstico e, principalmente, para os anseios do comércio internacional.

Contudo, o governo não ofereceu infraestrutura adequada, nem os produtores planejaram eficientemente as operações de escoamento da produção, e o setor hoje sofre com a oferta insuficiente do transporte e com a baixa capacidade de armazenagem, que deixa de atender hoje quase um terço do que é colhido.

Nos Estados Unidos, por exemplo, só a produção de soja e de milho está na casa de 500 milhões de toneladas e o país possui capacidade de armazenagem para uma safra e meia. Isso não lhes traz apenas melhores condições para o escoamento, como também mais ganhos no mercado através de grãos mais bem preservados e de negociações sem que o tempo seja o principal motivo para fechar negócio.

Entendendo a armazenagem de grãos no Brasil

As safras, em sua maioria, recorrem a três tipos de armazenagem: armazéns próprios, com cerca de 15% de capacidade instalada, terceirizados ou privados, que atendem cerca de 60%, e os públicos, cujos números são confusos, pois a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que conta com o cadastro de 17.707 armazéns (graneis, convencionais e frigoríficos) espalhados pelo país, considera-os como sendo sua a capacidade de armazenagem, porém, sabe-se que apenas 2% dos estoques estratégicos desses armazéns estão em terras públicas.

Ainda assim, a estatal divulgou no final de 2016 um leilão de armazéns após uma queda de 54% da procura naquele mesmo ano. A queda se justifica pela dificuldade em administrar 90% das estruturas públicas, segundo especialistas.

Transporte com o papel de armazenar

Além dos produtores estocarem grãos cobertos com lonas ao lado das rodovias para facilitar o escoamento, a armazenagem volante, aquela feita em caminhões disponibilizados para o transporte que, devido às más condições das rodovias e à espera prolongada para a descarga, também causa perdas e compromete a qualidade devido à fermentação provocada pela umidade, é usada desde a colheita na busca por suportar a conhecida precariedade do sistema. Além de encarecer o frete e provocar escassez de mão-de-obra, a prática congestiona outras etapas do processo de escoamento e afeta diretamente a competitividade dos grãos brasileiros, principalmente nos aspectos de tempo, qualidade e quantidade.

Atualmente, estima-se que o Brasil perca mais de R$ 8 bilhões com problemas no transporte, só da soja e do milho, e quase o dobro disso com os problemas de armazenagem que geram perdas, baixas na qualidade e descontos em contratos.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Carreira Logística

Atividades e funções da logística

Com a grande procura por cursos de Logística e sua constante evolução, é muito comum que surjam dúvidas por parte dos estudantes quanto ao seu encaixe dentro da área ante a falta de prática. Daí, surgem perguntas como: “O que será que vou fazer na Logística?” e “O que a Logística realmente faz?”. Calma! Vamos explicar um pouco de cada, e quem sabe isto possa lhe ajudar.

A primeira dúvida, que se refere às funções, está ligada a uma ansiedade justificável. Afinal, são investimentos de tempo e de dinheiro que, somados à necessidade de se colocar no Mercado de Trabalho e iniciar uma carreira sólida, enchem de expectativas aqueles que optaram pela Logística como forma de obter sucesso profissional. Contudo, a segunda dúvida, que remete às atividades, ganha maior importância não só para que se entenda o que e como fazer, como o que precisa conhecer para trilhar o caminho do sucesso na profissão, descobrindo que na Logística tudo é muito dinâmico, mesmo que pareça repetitivo, e tudo contribui para um trabalho sempre feito em equipe.

Embora cada divisão tenha suas particularidades que formam um emaranhado de conexões, tudo vai clareando com a prática e o conhecimento disto vai abrindo portas com esplêndidas oportunidades para crescimento profissional.

Atividades na Logística

Todas as atividades logísticas são importantes para o alcance do maior nível de serviço com o menor custo. Assim, elas se dividem basicamente em dois tipos:

– atividades primárias, que contribuem com as maiores parcelas do custo total e são fundamentais para o desencadeamento de outras atividades. Compreendem o transporte, a manutenção de estoques e o processamento de pedidos;

– atividades de apoio, que são fundamentais para a continuidade das atividades primárias, compreendem a armazenagem, o controle, a guarda e a movimentação de materiais, suprimentos, manutenção de informações e estudos de demandas, as atividades ligadas às devoluções e vendas de resíduos da produção, o layout de fábricas e de armazéns.

Há outras atividades que derivam das atividades de apoio que hoje, apesar de possuir muitos processos em outras já citadas, ocupam um espaço diferenciado, como as que são ligadas à frota, rastreamento, comércio exterior, entre outras, que podem, inclusive, ser de domínio de terceiros sem que o fluxo da empresa seja comprometido. Pelo contrário, pode vir a agregar valores importantes aos processos.

Atividade de transporte

Para a imensa maioria das empresas, essa é uma atividade extremamente importante, pois é essencial para o fluxo de materiais e representa um custo considerável dentro dos processos de distribuição. Através de seus planos estratégicos, proporciona aos profissionais também grandes chances de crescimento com uma dinâmica que passa pela escolha apropriada dos modais, pela capacidade de utilização da frota, roteiros, e diz muito sobre a satisfação dos clientes.

Manutenção de estoques

Detentora dos maiores custos que, dependendo do tipo da empresa, podem chegar até dois terços do total, essa atividade concentra muitos sistemas, estudos e oportunidades. Os novos métodos de gerenciamento, a logística lean ou just-in-time, desafiam os profissionais dessa área em uma intensa busca pela melhoria contínua que se traduz em mais eficiência do estoque com menor custo aplicado.

Processamento de pedidos

Essa é a atividade primária que menos concentra custos, embora sob vários aspectos detenha grandes responsabilidades, uma vez que inicia o processo operacional de atendimento ao cliente, desde a preparação até a expedição dos pedidos, sempre administrando o fator tempo. Dependendo dos processos, pode ser fator gerador de sucessos ou de custos. Talvez por ser vista como “obrigada” a acertar sempre, essa atividade poderia ser mais reconhecida, pois seus processos até podem parecer simples, mas não são fáceis.

A falta de maiores detalhes foi proposital para não gerar mais ansiedade. Seja qual for sua futura função na Logística, você só precisará saber de três coisas: que a prática lhe tornará cada vez mais seguro, que a abertura a novos conhecimentos lhe fará entender melhor a Logística e que você gostará muito dessa área esplêndida.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Carreira Geral Logística

Profissão e carreira em logística: o que faz o profissional de logística?

Tradicionalmente, formados em administração, economia e engenharia atuam na área. Hoje, com a popularização dos cursos de tecnologia em logística, o número de profissionais no mercado aumentou.

* Por Fernanda Nogueira

profissão e carreira em logísticaUm profissional flexível, disposto a trabalhar em horários alternativos e interessado no funcionamento de outras áreas da empresa é a pessoa ideal para atuar no setor de logística de fábricas, distribuidoras, atacadistas e varejistas do país.

O especialista em logística é responsável pela administração de materiais e recursos usados em uma empresa. Controla o estoque e a armazenagem, planeja a movimentação interna e a distribuição entre fábricas, centros de distribuição e varejo. Comunica-se com fornecedores e clientes e opera sistemas eletrônicos.

Com o mercado aquecido devido ao crescimento da economia, profissionais formados em administração, economia e engenharias em geral são procurados para a função. O objetivo é usar os espaços de armazenagem de materiais da melhor forma possível, planejar o transporte desses produtos, tudo de forma rápida e com custo baixo.

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Logística

A logística e as commodities brasileiras

Dentro do universo de atendimento atribuído à Logística, há um modelo importantíssimo que associa o trabalho no campo ou a exploração de recursos, de forma planejada, ao comércio internacional. Ou seja, a Logística liga uma lavoura ou um campo de exploração mineral, utilizando dutos, esteiras, estradas, rios e ferrovias aos portos, e dali, ao mundo inteiro em operações repletas de desafios.

O que são commodities?

Commodity é uma palavra em inglês que significa “mercadoria”. No plural, as “commodities” são produtos básicos, em estado bruto ou com baixo grau de transformação, produzidos em larga escala e comercializados mundialmente de forma similar.

A soja hoje é o principal produto brasileiro, seguido do minério de ferro, petróleo, frango e açúcar. A China, os Estados Unidos, o Japão e a Alemanha são os maiores importadores das commodities brasileiras.

Quais os tipos de commodities?

Seria impossível para a imensa maioria das atividades comerciais sobreviver sem commodities. Assim, elas se dividem em:

– agrícolas ou agropecuárias: soja, frango, açúcar, milho, boi gordo, trigo e café são exemplos;

– minerais: minério de ferro, petróleo, ouro etc.;

– financeiras: Dólar, Euro, Real, Libra e demais moedas;

– ambientais: água, madeira e créditos de carbono (certificados emitidos sobre a redução da emissão de gases do efeito estufa) são exemplos.

Há outros tipos presentes no mercado, como as commodities de recursos energéticos (energia elétrica) e as químicas (ácido sulfúrico, sulfato de sódio).

A situação atual do mercado de commodities

Embora a balança comercial brasileira esteja superavitária (mais exportações que importações), inclusive com recorde de US$ 47,69 bilhões em 2016, o volume total vem caindo seguidamente em meio aos recordes de produção de grãos, o que afeta diretamente os serviços logísticos pela escassez ou pelo excesso. A explicação vem de um conjunto de quatro situações persistentes nos últimos cinco anos:

1- Com a recessão econômica brasileira, o país importa menos devido à queda da produção na indústria, que também sofre com flutuações no câmbio;

2- a China, o maior importador, desacelerou economicamente entre 2011 e 2012, mantendo-se assim nos anos seguintes e causando queda nos preços das commodities, influenciando os mercados futuros e as bolsas onde são negociadas;

3- a política brasileira de comércio exterior possui excessos burocráticos que são inimigos dos prazos contratuais e afetam fortemente a competitividade;

4- a logística é hoje o ponto mais sensível porque se os demais citados fossem contornados, o que há de se considerar, todas as condições para o fortalecimento das operações esbarrariam nas limitações causadas pela falta de infraestrutura de transporte e de armazenagem. O maior exemplo é o que se vem acompanhando nos noticiários sobre a situação da BR-163, principal via de escoamento da produção do Centro-Oeste até Santarém, no Pará, onde os prejuízos são incalculáveis e as condições dos motoristas que tentam vencer o trecho são desumanas.

O escoamento das commodities em 2017

Em 2016, o Brasil exportou 645 milhões de toneladas, das quais cerca de 65% foram commodities. As previsões dão conta que a safra de grãos, com seguidos recordes, terá mais um em 2017 com cerca de 220 milhões de toneladas. Isso representará cerca de 20% a mais. Contudo, o sistema de escoamento de safras nunca esteve tão prejudicado. Os fretes dobraram de preço e a frota, que já era insuficiente, diminuiu devido aos muitos motoristas que se recusam a enfrentar os trechos sem condições. Os prazos estão ameaçados e os prejuízos iminentes. As dificuldades também são relatadas em ferrovias e nos portos brasileiros.

Nosso próximo assunto será o aumento da capacidade de armazenagem como parte importante da solução. Até lá!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Logística

Logística em inglês

Uma importante habilidade para o profissional de logística globalizado é poder se comunicar em inglês. Seja para fazer negociações internacionais, entender os termos de um contrato de expedição, atuar no comércio exterior, ou apenas conseguir ler manuais… inglês é fundamental.

Aqui no site você encontra o dicionário de logística de português para inglês, e também a versão de inglês para português.

Mas se seu interesse vai além, e você quer aprender mais sobre logística em inglês, temos agora o nosso site parceiro EasyLogistics.site. Totalmente dedicado à logística, mas 100% em inglês.

Não deixe de conferir e aprender: EasyLogistics.site, também presente no Facebook.

See you there!

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Entendendo os custos logísticos (parte 2)

Muito bom tê-lo de volta após conferir a primeira parte deste artigo que chama atenção para a importância dos custos logísticos.

Os fatores que afetam os custos logísticos se dispersam por diferentes áreas. Muitas vezes, escondidos por trás das faltas de conhecimento e de ação de uma gestão, não se sabe como eles começam nem aonde vão com seus impactos. Por isso, é importante identificá-los, de acordo com sua tipologia, para que as ações sejam assertivas. Assim, outros tipos de custos também são aplicáveis à Logística:

– Controláveis e Não Controláveis – estes são identificados de acordo com a influência ou não de um gestor de uma área: os Controláveis são aqueles sobre os quais ele exerce ação de decisão sobre determinada atividade; já para os Não Controláveis que, mesmo aplicados em seu centro de custos, são definidos por outras esferas de responsabilidades;

– Relevantes – são aqueles que influenciam numa tomada de decisão e que, a dado prazo, impactarão nas finanças da empresa. Por exemplo, a escolha do modal de transporte;

– Custos de Oportunidade – são gerados em meio à ineficiência de um investimento quando este não se paga com a atividade a que se propôs gerando a renúncia de outro benefício. Por exemplo: uma empresa financiou uma carreta para fazer transporte FTL (Full Truck Load – carga completa), mas acabou ficando mais tempo parada porque o transporte LTL (Less than Truck Load – carga fracionada) tem mais força na empresa. O valor adicionado pelo equipamento é menor que os JUROS pagos no financiamento;

– Ocultos – são aqueles que não são previstos pelo gestor, pois ocorrem em condições anormais afetando os resultados econômicos da empresa. Dentre muitas situações, pode-se destacar a manutenção repentina de um caminhão que vai gerar um custo imprevisível no conserto e perdas na operação por sua indisponibilidade;

– Irrecuperáveis – são aqueles empregados na construção de ativos (depreciados) e que agora fazem parte do passado não influenciando tanto nas tomadas de decisão.

– Custo Kaisen – está relacionado à melhoria contínua dos processos visando alcançar reduções no custo total.

Na Logística, quando uma atividade é finalizada outra se inicia. Assim acontece com o fluxo da cadeia de suprimentos (supply chain) e com a compreensão acerca das responsabilidades de cada área. Com os custos que rondam todas as atividades, a redução desejada está mais voltada à totalidade, pois às vezes, uma área pode ter que perder para que outra ganhe e assim beneficiar um todo. Por isso é determinante para um controle eficaz dos custos logísticos o domínio de cada parte que venha a compor esse total.

Trade-off logístico

É muito comum uma área “aumentar” – de forma planejada – seus custos em favor de outra no que chamamos de trade-off (expressão em inglês que significa a ação de trocar, escolher alguma coisa causando efeitos em outra; como a expressão ‘perde-e-ganha’). Originada no sistema financeiro, é também aplicável na Logística, em diversos segmentos no mercado e até em nosso controle financeiro pessoal.

A Logística está sempre tendo que escolher onde aplicar suas mudanças para que a empresa reduza custos atendendo melhor seus clientes. Por isso, se for necessário aumentar estoques para atender no prazo, alugar ou construir outro armazém para melhorar o fluxo, aumentar ou diversificar a frota para alcançar mais clientes, mesmo sabendo que, inevitavelmente, tais aumentos nos custos incidirão sobre seus produtos, estar-se-á praticando “trade-off”.

Custo Total das atividades logísticas

O Custo Total das atividades logísticas compreende Custo de Inventário, Custo do Lote, Custos de Processamento de Pedidos e Informação, Custo de Armazenagem e Custo de Transporte.

O gerenciamento eficaz dos custos deve atender às exigências do nível de serviço ideal para a empresa e para o consumidor, de forma que o resultado final sempre convirja para um serviço executado ao menor preço sem que a qualidade seja prejudicada. Confira este e outros assuntos nos próximos posts. Até lá!

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As curiosidades de uma logística curiosa

Não, não é sobre pleonasmos que pretendemos abordar. Durante minhas pesquisas, sempre me deparo com pontos estranhos que parecem não fazer parte de nossa realidade. Bem que eu gostaria que todos esses pontos fossem positivos. Mas, como amante da informação, como devem ser todos os profissionais da Logística, acredito ser importante o conhecer para entender. Assim, trago-lhes alguns desses pontos para que possam formular seus próprios comentários:

* Especialistas afirmam que nosso custo logístico é de 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso significa quase R$ 750 bilhões – os Estados Unidos, com um PIB quase dez vezes maior que o nosso, têm um custo de 7,8% com logística. Isso é quase 80% de nosso PIB total, que em 2015 foi de R$ 5,9 trilhões;

* 70% de tudo o que transportamos são por rodovias que somam 1.720.756 km e temos apenas 12,3% de malha viária asfaltada e, desse percentual, 2/3 precisam de manutenção;

* o modal rodoviário consome 90% do diesel utilizado no país e seu custo é três vezes e meia maior do que o custo do transporte ferroviário e nove vezes maior do que o transporte fluvial;

* as exportações brasileiras representam apenas 1% do comércio global. Segundo o Banco Mundial, as exportações contribuem com 11,5% do PIB brasileiro, enquanto a média global é de 29,8%;

* R$ 4,3 bilhões são perdidos por ano devido à burocracia nos portos brasileiros, e o maior dano direto não é no bolso, mas na competitividade;

* enquanto os Estados Unidos possuem 32 km de ferrovia para cada 1.000 km de extensão territorial, a Índia 23 km, a China 20,5 km e a Argentina 13,5 km, o Brasil possui apenas 3,6 km;

* de acordo com o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (SINPROFAZ) R$ 500 bilhões em impostos são sonegados anualmente no Brasil, enquanto nossa logística necessita menos que isso para ser a melhor do mundo;

* nos últimos dez anos, a frota rodoviária brasileira cresceu 110% enquanto as rodovias federais cresceram 11,7%;

* um evento olímpico eleva a condição logística de uma cidade-sede ao primeiro mundo e deixa um legado de infraestrutura muito bem-vindo para os cidadãos; – o Rio de Janeiro, pelo contrário, faliu… Mas, como?

* muitos profissionais não encararam a política e a economia como pilares da logística, aí não se ligam em economia e odeiam política;

* nos últimos seis anos, o poder público vem diminuindo sistematicamente os investimentos em logística quando deveria ser o contrário;

* em 2050 seremos cerca de nove bilhões de pessoas habitando a Terra e, devido às mudanças climáticas, a produção de grãos diminuirá 25%. Hoje se desperdiça quase 1/3 dos alimentos no mundo devido hábitos e problemas na logística de armazenagem e transporte;

* a imensa maioria dos profissionais da logística não se interessa pela história que envolve essa esplêndida área. Pouquíssimos sabem como tudo começou ;

* o Brasil possui uma invejável geografia altamente favorável à Logística;

* em todas as pesquisas sobre Mercado de Trabalho as funções que envolvem a Logística estão sempre entre as oito profissões que mais se destacam.

É indiscutível que a Logística tenha se tornado de suma importância para a competitividade econômica, mas não se deve esquecer também que ela é uma ferramenta que oferta realizações, qualidade de vida e inclusões. As mais diferentes áreas que se possa imaginar sempre necessitarão dela para seus sucessos. Então, por que não enxergam a Logística com os olhos do desenvolvimento já que o mundo todo a enxerga com os olhos da necessidade?