A economia brasileira poderia ter um desempenho melhor e ser mais bem estruturada se as políticas públicas tivessem focado o investimento em vez do estímulo ao consumo.
As fragilidades do mercado interno, o aumento da inadimplência, a piora das exportações de diversos segmentos são indicadores visíveis dessa questão.
Três fatores, de maneira recorrente, têm sido os vilões da competitividade da produção nacional: instabilidade jurídico-institucional, tributação e deficiências de infraestrutura.
Embora pautada pelas autoridades, há fatos e mensagens inquietantes na infraestrutura. O governo aponta na direção de estimular os investimentos privados mas os procedimentos adotados são controversos.
Recentemente, dois fatos trouxeram à tona essa questão. O comunicado 144 do Ipea, de 19 de abril de 2011, faz judicioso diagnóstico dos pedágios rodoviários, remontando desde a primeira fase das concessões federais no período 1995-97.
Ele mostra a importância de premiar a menor tarifa, induz à necessidade de se olhar o “interesse social”, levanta preocupações com o desalinho das tarifas quando a inflação cai, especialmente no longo prazo, além de outras particularidades a observar nas modelagens futuras.
A partir de 2008, o critério passou a ser o de menor preço para o usuário, além da eliminação de adicionais. No Paraná, o resultado pode ser visto na comparação Curitiba-São Paulo (400 km), em que o novo pedágio é menor do que o de Curitiba-Paranaguá (84 km).
Para comparar, vejamos um exemplo no setor portuário. Na licitação do terminal Tegram, em Itaqui (MA), onde os vencedores terão de fazer investimentos e dar ao governo mais 47% sobre esse valor, o impacto dos ágios nas tarifas será de 17%, além de mais 30% em tributos.
O outro fato mencionado surgiu no evento “Governança no Setor de Transportes”, do Ministério dos Transportes (8 a 10 de abril), onde as mesmas linhas de entendimento foram cristalizadas.
Repetidamente, foi enfatizado que a sociedade paga uma infinidade de tributos para ter infraestrutura e, quando o governo privatiza, exige investimentos, ágios e, além disso, tributa tarifas e as operações dos serviços.
No caso brasileiro, um contrassenso que mutila a competitividade sistêmica com fortes impactos na renda dos setores produtivos.
Um resultado prático desses desencontros está no paradoxo vivido pelo setor rural. De um lado, preços ótimos e mercados favoráveis; de outro, endividamento e pobreza no campo.
Fonte: Folha de São Paulo
5 respostas em “Custos de logística atrapalham a competitividade no Brasil”
o nosso pais esta repreto de taxas e encargos haja gargalo logisticos de impostos!!
estou cursando superior em logística, encontrei esta pagina e estou satisfeita e impressionada com a quantidade de coisas importantes que encontrei aqui.
comecei a estudar ontem……………….por trabalhar no ramo sou motorista de logística trabalho em uma transportadora………………..e é de grande valia se todos os motoristas tivessem este interesse de conhecer um pouco de logística obrigado por me dar esta oportunidade
Penso que o atraso nas negociações logística do Brasil é devido nós ter sido criados sobre rodas. Este fator aumenta o custo, e por algumas vez reduz a qualidade.
Na minha opinião os OTM’s e o país devem investir em outros meios, exemplo de um pouco usado, que tem qualidade e baixo valor de custos, a cabotagem.
Nossa país, não da valor aos recursos naturais que podem ser usados para redução dos custos, não só em logística.
O que nós falta é coragem de impor as regras ao governo, afinal sem logística o país para, ou estou enganada?
o que se tona pesado sao os impostos e tarifas.