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Ferrovias podem ligar o Porto do Açu ao interior do país

O empresário Eike Batista, do grupo EBX, afirmou que estuda uma parceria com a Vale para interconectar o porto do Açu com ferrovias administradas pela mineradora.

Segundo ele, apesar de a Vale e empresas do grupo EBX concorrerem em alguns segmentos, a interligação é uma boa oportunidade para melhorar a logística das empresas e do país.

Esse projeto envolveria as ferrovias FCA (Ferrovia Centro Atlântica) e MRS Logística, administradas pela Vale.

“Em breve, vocês terão novidades. Quem sabe amanhã, no final do dia”, disse ele sem revelar valores nem o prazo para implantação do projeto.

“Seria uma oportunidade de conectar o Açu à Minas Gerais, São Paulo e muito mais. Temos que aproveitar a força dessas empresas, pararmos de discutir porque somos eventuais concorrentes e pensar: se o resultado é bom para o Brasil e dá para ganhar dinheiro, é bom”, afirmou Eike.

Ele antecipou que a sua empresa está realizando estudos sobre potenciais volumes de cargas que seriam transportadas a partir da interligação, para apresentar à mineradora.

“Eventualmente poderíamos participar com alguma parte do investimento, para fazê-la (a interconexão), que achamos adequado. O problema do empresário brasileiro é sempre: vai fazer um puxadinho? Não, não vou não. Se puder, uma estrada de ferro de bitola larga para conectar com o Brasil inteiro é muito melhor”, disse Eike.

Segundo ele, o projeto conceitual prevê a construção de um ramal de aproximadamente 40 km ligando a cidade de Campos até o porto do Açu, e o corredor litorâneo já existente teria que ser reativado.

O porto do Açu, localizado na cidade de São João da Barra, no Norte Fluminense, deve começar a operar no ano que vem.

O projeto prevê a criação no local de um pólo industrial voltado para a produção de navios de grande porte, equipamentos para indústria de óleo e gás e do setor automotivo.

Segundo Eike, com a expansão do mercado de petróleo e gás no Brasil, a indústria de produção de automóveis está perdendo espaço para a indústria de máquinas e equipamentos voltados ao mercado petrolífero.

“O mercado de óleo e gás está crescendo, e bombas, compressores e motores à diesel, todos os equipamentos necessários para uma unidade de produção de petróleo, ainda não são fabricados no Brasil”, disse.

Reportagem de Rodrigo Viga Gaier, Reuters Brasil

 

 

Por Leandro Callegari Coelho

Leandro C. Coelho, Ph.D., é Professor de Logística e Gestão da Cadeia de Suprimentos na Université Laval, Québec, Canadá.

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