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Infraestrutura das rodovias no Brasil

 

O Brasil: este gigante de proporções continentais, com uma costa marítima pouco ou quase nada explorada para a atividade de transporte, com uma bacia hidrográfica imensa e praticamente nula em transporte, onde mais de 60% das cargas são efetuadas por meio do transporte rodoviário, onde a frota de caminhões é uma das maiores do mundo, onde a manutenção das rodovias é feita de modo precário, onde em muitos locais essa manutenção inexiste, locais onde o asfalto existia e há anos desapareceu, onde a manutenção quer dos governos municipal, estadual ou federal  é nula.

Segundo dados da CNT – Confederação Nacional do Transporte, de 2008, o Brasil possui entre Municipais, Estaduais e Federal 1.751.872 km de rodovias pavimentadas e não pavimentadas. Desse total 14,4% são de rodovias estaduais, 78,8% são de rodovias municipais e 6,7% são de estradas federais. Nesse total  estão inclusos  141.000 km de vias inacabadas e em construção. As estradas não pavimentadas são a maioria, sendo 88,8% de estradas de chão, contra apenas 11,1% de rodovias pavimentadas, ou seja, somente 196.093 km de rodovias asfaltadas.

Vimos aqui no Logística Descomplicada, no artigo Logística Brasileira – Qual nossa situação, a termo de comparação com os países que compõem o BRIC, que são Brasil, Rússia, Índia e China, todos com área territorial equivalentes, enquanto nosso país possui algo em torno de 200.000 km de estradas asfaltadas, a Rússia tem mais de 600.000 km e a Índia e a China possuem cada uma, algo em torno de 1,5 milhão de km asfaltados.

Em pesquisa realizada pela ABCR – Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, em 2008, na comparação do Brasil com os demais Países da Améria Latina, o levantamento revelou que o país que tem melhor oferta de rodovias pavimentadas é, surpreendentemente, a Costa Rica, 12ª economia da América Latina. Outro dado interessante é que a infra-estrutura ferroviária disponível em Cuba é a melhor da América Latina, proporcionalmente ao tamanho do país e a sua população. Já a Colômbia, sexta economia da América Latina, tem a quantidade de hidrovias mais adequada para tamanho do seu país e sua população, e o Brasil com quase 8.000 km de costa marítima praticamente inexplorado.

Por causa destas distorções que o frete pago pelo brasileiro é caro, o que encarece todos os artigos transportados pelas rodovias, a começar pelo mais básico que é a alimentação. Como conseqüência destas distorções é que por causa da precariedade das estradas brasileiras, da pequena malha viária asfaltada, que nosso caminhoneiro já prevendo a demora no trajeto normalmente longo devido a distância entre o norte e o sul do País, e com a falta de fiscalização de controle de pesos das cargas transportadas, faz com que nossas estradas não resistam ao grande volume de tráfego e buracos comecem a aparecer, sem a conseqüente manutenção por parte das autoridades responsáveis, e quando o fazem, o material utilizado é incompatível com  a carga que será exercida sobre o mesmo.

O transporte rodoviário de cargas no Brasil apesar do custo e das deficiência das estradas, é o principal meio de transporte do País. Esse grande volume de caminhões, ônibus e outros meios de transporte de cargas em circulação diariamente em nossas já saturadas estradas são responsáveis por 74% das emissões de CO2 de todo o sistema de transportes, de acordo com a IATA (Associacao internacional de transporte Aéreo).

Com a transferência das rodovias para o setor privado, cresce o número de pedágios, e o conseqüente aumento no valor das tarifas. Mas por outro lado, as condições de segurança, sinalização e estado do piso de rodagem são superiores à média nacional e de outras rodovias que não dispõem do sistema de pedágios.

O Brasil possui atualmente segundo a CNT, uma frota de caminhões e ônibus superior a 40.000.000 de veículos, com os ônibus apresentando uma média de 12,5 anos e os caminhões apresentam uma média de 13,8 anos , idade avançada para o transporte de cargas numa malha viária cada vez mais deteriorada, que os detentores do poder dentro das empresa tem que levar em conta e ter pleno conhecimento da logística que se apresenta em todo o percurso de nossas estradas.

Pelo baixo número de estradas federais, as mesmas deveriam servir de exemplo para estados e municípios, mas o que se vê, é o contrário, onde as estradas estaduais e municipais, mesmo as de chão batido, em muitos lugares são melhores e bem mais cuidadas que as federais que cortam os estados e os municípios.

 

Por Ludmar Rodrigues Coelho

Ludmar Rodrigues Coelho é administrador de empresas e possui pós-graduações em MBA Executivo em gestão empresarial pela UFSC e MBA Executivo em Negócios Financeiros pela FGV-RJ.

7 respostas em “Infraestrutura das rodovias no Brasil”

Olha eu acho isso muito ruim pois a economia da África está realmente péssima, por este motivo as rodovias do Brasil não estão funcionando. Se não fosse os plantios de repolhos da África, o Brasil não estaria assim. Realmente nossa situação é precária. Malditos repolhos da África!

por que vcs nao resumem a resposta coloca o tanto de numero e pronto nao precisa fazer um tamanho de texto para isso e eu nem achei a resposta para o meu trabalho da proxima vez tentem resumir o maximo possivel e coloque a resposta que todo mundo queer…tchau

Aqui em SP segundo um levantamento da Secretaria Estadual de Transportes, houve uma redução do número de mortes e acidentes nas estradas do Estado de São Paulo, e segundo este levantamento isso aconteceu por conta
da boa administração da iniciativa privada que consegue manter as estradas e rodovias conservadas através
da cobrança de pedágios e outros investimentos.

O governo também contribuiu para a construção e duplicação de estradas, isso na gestão do então
Governador Orestes Quércia, que também construiu a linha vermelha do metrô.
[link removido por segurança]

Rodrigo

Eu acompanhei o artigo anterior sobre a nossa infra-estrutura, complementando com esse, vejamos a vergonha que o Governo Federal nos disponibiliza. Acredito que a sorte do Brasil será as obras voltadas para a COPA. Que, mesmo assim, não serão de mudanças inimagináveis. Até porque, boa parte será concentrada apenas onde a copa sediar os jogos, claro. O que vai acontecer futuramente, será uma migração de muitas indústrias dos grandes centros sul/sudeste para o norte/nordeste. Espere alguns anos e me diga se isso não vai acontecer.

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