Quando começamos a estudar Logística, a figura dos modais de transporte nos vem à mente como o estudo do verbo “to be” para quem começa no Inglês. E não é uma comparação à toa. Afinal, começar uma matéria com algo complicado, pode nos levar a um prejuízo do entendimento ou do interesse.
E o que há de tão complicado nos modais logísticos que precise de todo esse alarde? Se os virmos apenas como meios de transportes de pessoas e de mercadorias, nada! Mas, se formos a fundo em suas características, necessidades, finalidades, deficiências e evoluções, entraríamos num entendimento amplo acerca da Logística experimentado por poucos.
Estudar melhor os modais de transporte, em toda a sua amplitude, representa hoje um grande desafio para as instituições de ensino, pois a grande maioria conduz o assunto mais sob aspectos operacionais do que estratégicos e isso pode causar conflitos com as novas ideias de logísticas integralizada e integrada.
O que são e quais são os modais de transporte?
À forma com que são transportadas as cargas dá-se o nome de modal de transporte e eles são cinco: rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo e dutoviário. Atualmente, ante o avanço tecnológico, é reconhecido um sexto modal: o infoviário – que é o trânsito de informações que geram soluções e de produtos não físicos através da internet, como livros digitais, músicas, filmes, programas para computadores, jogos etc.
O que é e como se divide a matriz de transporte no Brasil?
Ao agrupamento dos modais de transporte e toda a sua abrangência de serviços, dá-se o nome de matriz de transportes, e no Brasil o modal rodoviário ainda é o mais utilizado. Os números não são precisos, mas a maioria dos apontamentos cita que pouco mais de 61% do transporte de cargas é feito através de rodovias, cerca de 20% por ferrovias, 14% por aquavias e, fechando a conta, o transporte dutoviário fica com cerca de 4% e o aéreo com menos de 1% (0,4%).
O modal rodoviário inicia ou complementa quase que a totalidade das operações de transporte de cargas no Brasil, pois é o principal meio de fracionamento de uma carga possibilitando a movimentação na coleta e na entrega. Por isso, seria bem aceito dizer que as operações rodoviárias de cargas movimentam um percentual maior do que os citados em matérias do tipo.
Transporte multimodal e intermodal é a mesma coisa?
Sim… Só que não! Quando uma mesma operação de transporte se utiliza de modais diferentes até seu destino, utilizando um único contrato, dá-se o nome de multimodalidade. Mas, se esta mesma operação possuir um contrato diferente quando mudar de meio de transporte chamar-se-á de transporte intermodal.
Por que e para que estudar melhor os modais de transporte?
Entender como funciona cada modal não é fácil, mas quem domina o máximo de conhecimento sobre eles, com absoluta certeza, detém uma condição de destaque na área e isso possibilitará assertividade nas estratégias.
O mais comum é profissionais serem craques no modal no qual suas atividades se concentrem e não conhecerem nada ou quase nada de outros modais que, por vezes, pertencem aos processos de seus produtos.
Que tal você que lida diariamente com o transporte rodoviário expandir seus conhecimentos com um curso sobre transporte aduaneiro? Ou você, cujas atividades são portuárias, fazer um curso sobre transporte rodoviário? Ou ainda você que transporta alimentos saber mais sobre transporte de produtos perigosos? Talvez você ache que é cedo para isso, mas cresce muito a integralização de conhecimentos sobre logística que não permitirá mais que fiquemos presos em uma só área. Reduzir custos, cumprir prazos e trabalhar responsabilidades exigem conhecimentos que agora são muito importantes, porém logo serão imprescindíveis.