Categorias
Desempenho Gestão Logística

Políticas de gestão de estoques (parte 3 final)

A preocupação em aumentar constantemente a confiabilidade dos apontamentos sobre a demanda dos estoques deve nortear os gestores para que as políticas definidas surtam os efeitos desejados através de um estoque enxuto e com maior nível de serviço ofertado aos clientes. Não basta definir parâmetros. Os gestores devem estar voltados para a melhoria contínua dos processos para diminuir o tempo de reposição e os custos, como aderir a programas de qualidade e de monitoramento para o ganho em eficiência dos estoques.

Os sistemas integrados de gestão dos estoques nasceram com a implantação da produção em série e com a difusão do uso dos computadores. Pela modernização e dinâmica da oferta e da procura, muitos modelos foram ganhando espaço, e hoje é impossível que não haja um sistema, por mais básico que seja, para o controle e auxílio ao gestor que precisa saber constantemente quando e quanto ressuprir de cada material.

Há sistemas específicos para determinados segmentos ou de acordo com o porte operacional da empresa. Vejamos os modelos mais conhecidos que figuram na gestão das organizações:

– O modelo ERP (Enterprise Resource Planning), traduzido como Planejamento dos Recursos Corporativos, é um sistema-modelo de informação que integra todos os dados das atividades empresariais através de plataformas que integram desde a produção e a logística até os setores administrativos. Muitos autores tratam o ERP como a evolução do modelo MRP, que, teve suas especificidades até evoluir para o MRP II e abranger os processos produtivos como um todo;

– Os sistemas MRP trabalham com o Plano Mestre da Produção e geram a Lista de Materiais (bill of materials – BOM) com a estrutura dos produtos, que apesar de ser de difícil definição, fazendo com que muitas empresas não consigam executar todos os procedimentos requeridos às atividades, culminou com a evolução do modelo que hoje conta com o MRP I (Planejamento de Recursos Materiais) e com o MRP II (Planejamento de Recursos de Manufatura). Enquanto o primeiro orienta as decisões de “o que”, “quanto” e “quando” produzir e comprar, o segundo abrange também as decisões de “como” produzir utilizando os recursos;

– O WMS (Warehouse Management System), ou Sistema de Gerenciamento de Armazém, é uma ferramenta essencial para a gestão do estoque e para a otimização do espaço através do controle dos processos logísticos. Seu papel na cadeia de suprimentos veio facilitar a gestão ao ponto de reduzir custos e fomentar segmentos como o e-commerce, tornando os serviços mais rápidos e mais precisos e com os menores custos.

Outros sistemas podem assumir funções específicas e ganham destaque em determinados segmentos, porém seus fins estarão sempre voltados ao cumprimento das Ordens de Produção de maneira eficiente e ao chamado “pedido perfeito”, aquele entregue no lugar e dia certos, na embalagem e documentação corretas e para que a pessoa certa traduza o serviço prestado em satisfação plena. Nessas atividades são pautados os indicadores mais importantes, essenciais na composição do que o mercado chama de KPI (Key Performance Indicator), ou os famosos indicadores-chave de desempenho que medem aquilo que foi escolhido como indispensável para avaliar os processos de uma gestão.

As literaturas também fazem referência aos muitos modelos que se adequaram à gestão dos estoques com a evolução dos níveis de produção e de consumo. Algumas técnicas se adequaram à forma globalizada do mercado e se encaixaram em muitos segmentos, como o Just in Time (JIT), que mais que uma técnica ou programa, é visto como uma filosofia, mas por necessitar de células de produção para o trabalho em linha e por sua razão ser a de “puxar” a produção a partir da demanda (Make-To-Order), produzindo apenas o necessário, não se adequa ao tipo de produção (Make-To-Stock), embora muitos de seus princípios são utilizados separadamente em várias atividades, como os cartões Kanban, a melhoria contínua Kaizen e o tratamento com os desperdícios de tempo e de materiais.

Muitos modelos atualmente usam os dados dos pontos de vendas para programar melhor a produção. Assim foi com o Quick Response, surgido no setor têxtil e de confecções norte-americanas que, além da produção, também gera impactos positivos na distribuição e na armazenagem.

Pela extensão do assunto, esses e outros pontos são abordados aqui mesmo no LD e compõem um vasto material pronto para a sua pesquisa. Confira!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

Categorias
Gestão da Cadeia de Suprimentos Logística Supply Chain Management

A cadeia de suprimentos na logística

Não faz muito tempo que os conceitos sobre Cadeia de Suprimentos (Supply Chain) foram introduzidos no ambiente de ensino. Embora suas primeiras e tímidas percepções datem, mais ou menos, de 1950, quando a Logística foi introduzida como ciência administrativa, o assunto está em constante evolução e conhecer seus processos mais complexos dota as atividades logístico-empresariais de excelentes chances para o alcance do sucesso tão perseguido pelas organizações.

O profissional que detiver tais conhecimentos será extremamente valorizado no mercado devido a sua capacidade de ofertar soluções para as organizações, integrando-as com todas as suas funções vitais, com as expectativas dos clientes e com outras empresas através do planejamento e do controle dos fluxos da cadeia, garantindo não apenas baixos custos, mas atividades sequenciais melhoradas que garantam o nível de serviço e que agregue valor com cada decisão tomada.

Enfim, o que é Cadeia de Suprimentos?

É o conjunto das atividades que integram os canais de aquisição, produção, armazenamento e distribuição, utilizando serviços, materiais e informações presentes em cada etapa.

Essas etapas assumem necessidades naturais de se interligarem para que toda a cadeia flua sem danos às atividades subsequentes. Por isso precisam ser planejadas e controladas para que o resultado final de suas operações venha agregar valor para os clientes finais, através de reduções dos custos e do tempo de cada ciclo sem a perda da eficiência.

Os canais de distribuição

A distribuição é vista, também, como uma cadeia na qual se destacam as matrizes do transporte e suas atividades lidam essencialmente com a movimentação. Ocorrendo entre cada par de etapas da Cadeia de Suprimentos, é fator-chave na questão dos custos. Por isso e por se entender que os suprimentos contemplam as atividades de produção e se estendem até o atendimento do consumidor final, a rede de distribuição possui um papel importantíssimo na Cadeia de Suprimentos, com seus complexos planejamentos e controles sendo realizados também por gestões específicas, quase que de forma independente.

Políticas básicas da Cadeia de Suprimentos

– Manter o foco na satisfação dos consumidores;

– Estratégias voltadas para a conquista e a manutenção de clientes finais;

– Gerenciar de maneira eficiente e eficaz todas as atividades ligadas à continuidade do fluxo, desde o processamento dos pedidos dos clientes até a entrega.

Planejamento e controle da Cadeia de Suprimentos

As possibilidades de uma empresa atender seus clientes são os principais objetivos buscados no planejamento da Cadeia de Suprimentos. Através da integração dos processos logísticos exigidos para o entendimento entre oferta e demanda, entre fornecimento e produção, entre armazenagem e distribuição e entre o conceito do cliente sobre o atendimento realizado e as reais ações adotadas pelo fornecedor para resolver seus problemas, alicerça-se uma boa gestão. Os benefícios obtidos por meio de técnicas de gestão bem aplicadas são percebidos por todas as partes envolvidas ao longo da cadeia.

O controle sobre toda a cadeia, principalmente fora da empresa, é fundamental para a gestão. Os dois pontos que mais contribuem para a dificuldade de planejamento estão voltados às atividades terceirizadas e às questões sazonais de consumo, mesmo que estas representem apenas uma pequena alteração, já podem ser suficientes para comprometer custos, espaço físico e tempo no ciclo dos processos se não acompanhados e reprogramados quando necessários.

As técnicas utilizadas na gestão podem variar de importância de acordo com o mercado de atuação, ou se em cadeias mais curtas ou mais longas, mas suas razões estarão sempre voltadas a minimizar as distorções entre os pedidos para os fornecedores e os pedidos dos compradores. À diferença dessas variâncias dá-se o nome de Efeito Forrester ou Efeito Chicote.

No LD você encontrará muito mais sobre este e outros assuntos. Boa pesquisa!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

Categorias
Gestão Logística

Políticas de gestão de estoques (parte 2/3)

Muitas empresas se confundem quanto à importância de seu estoque e acabam gerando um aprisionamento de suas operações. O estoque deve estar a serviço dos interesses comerciais da empresa e muito bem alinhado com a oferta e com a procura para que não gere problemas no fluxo de atendimento.

Esse problema de origem estratégica é causado quando a empresa não define bem seu mix de produtos – variedade de produtos que uma empresa comercializa para alcançar diferentes clientes ou uma fatia maior de seu segmento comercial.

Definindo os estoques

Quanto maior for o estoque, mais custos haverá com armazenagem e controles. A empresa deve dimensionar seus estoques de forma que ocupe o menor espaço possível e permaneça o menor tempo possível para que haja o retorno de seu investimento também no menor tempo.

É nesse momento que são definidas as funções de estoque máximo e mínimo para os itens, assim como o ponto de ressuprimento, o estoque de segurança, o lote de encomenda… As literaturas dão nomes diferentes a algumas funções, porém todas levam em conta a questão do lote para que se possa precisar o custo por pedido de compra e por ordem de produção. Essas funções são de suma importância e, se administradas em conformidade com os intuitos de produção e de vendas, afasta muitos riscos de stock out – o chamado “furo” no estoque, cujas perdas são incalculáveis por tudo o que ele envolve.

Os processos de gestão dos estoques

Sem os processos de gestão dos estoques, a atividade empresarial fica totalmente vulnerável, e manter estoques sem o monitoramento ideal quase sempre significa falência. Para que se tenha um estoque eficientemente voltado ao atendimento dos interesses da empresa, os processos devem ser específicos para atender três pontos básicos:

– As definições quantitativas elaboradas no momento do dimensionamento do estoque devem seguir os critérios definidos pelo Plano Mestre de Produção e sempre acompanhados para garantir o ajustamento das atividades;

– A tecnologia aplicada deve ser o principal facilitador das atividades gerenciais do estoque. Um sistema confiável permite um nível de acompanhamento assertivo e de fundamental apoio aos demais processos. Para isso, dois outros pontos são observados: a manutenção do sistema para garantir seu perfeito funcionamento e os critérios para alimentação, a fim de garantir a inserção correta de dados;

– As relações organizacionais (aquisição, produção e vendas) devem estar alinhadas para que o estoque contribua para o alcance das metas setoriais. Diferentemente do primeiro ponto, que trata das quantidades, este trata de metas, de perspectivas, de novos fornecedores, de novos produtos e alinha a razão do estoque à missão e à visão da empresa.

Desempenho da gestão dos estoques

Esse ponto bem que poderia fazer parte da estrutura básica dos processos de gestão, mas com a evolução dos acompanhamentos através de indicadores, as tarefas gerenciais, mesmo nascendo em um ambiente básico dos processos, ganham um peso estratégico bastante importante, que envolve todas as circunstâncias administrativas dos estoques e vai além no suporte para tomada de decisões.

Com o acompanhamento da conformidade dos processos por meio do monitoramento e da análise dos custos e do nível de serviço, os indicadores de desempenho representam a ferramenta mais importante da gestão dos estoques. São eles que aproximam a gestão das soluções e auxiliam nas definições de matrizes utilizadas nas políticas de gestão dos estoques, como as definições de lotes já citadas, a classificação dos itens pela sua importância e, com a ajuda do sistema, na transformação de itens em dias de demanda, antevendo problemas de suprimento pela produção interna e pelo mercado fornecedor, prejuízos pela falta de itens, cálculos errados sobre demandas e giro dos itens.

A definição e adoção de modelos para a gestão de estoques serão abordadas na terceira e última parte do estudo. Até lá!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

Categorias
Logística Transportes

Logística reversa aplicada

Com a crescente necessidade de cuidados ambientais, o planeta confere à Logística Reversa (LR) um papel importantíssimo que passa pela continuidade das conhecidas atividades comerciais, pelo desenvolvimento de novos padrões de consumo, novas profissões, novas estruturas de mercado e novos comportamentos, chegando até a tão almejada sustentabilidade.

Logística Direta e Logística Reversa

Na Logística Direta, conhecemos o fluxo da cadeia de suprimentos (supply chain), que se inicia com a matéria-prima até a produção e prossegue com a distribuição até a entrega ao consumidor final. Na LR, o caminho é inverso e os produtos ou seus resíduos, embalagens e afins são movimentados do consumidor em direção ao produtor, mas não necessariamente chegará a ele, pois são muitas as razões para os processos reversos, dentre as quais destacam-se os danos, a reposição, a sazonalidade, os reprocessamentos, a reciclagem ou o reúso de embalagens e o destino adequado ao que se tornou obsoleto.

Essas e outras razões se encaixam nas duas formas mais conhecidas nas estratégias operacionais de LR: a logística de pós-venda, que está relacionada ao fluxo físico e das informações dos bens de pós-venda, sem uso ou com pouco uso, que por algum motivo retornarão aos elos anteriores do fluxo direto, e a logística de pós-consumo que está relacionada aos bens de pós-consumo cuja vida útil chegou ao fim e não podem ser negociados nos canais convencionais, no entanto, não significa que não possam ser reaproveitados de alguma forma antes de ponderar seus descartes adequados.

Política Nacional de Resíduos Sólidos

A PNRS é um fundamental instrumento, baseado no compartilhamento das responsabilidades pelo ciclo de vida dos produtos, para a aplicação da LR em sua parte mais nobre: a logística de pós-consumo. Essencial para a manutenção do meio ambiente, ela passa a ser extremamente valorizada, pois a minimização do volume de resíduos sólidos, bem como a redução dos impactos na saúde humana e na qualidade do meio ambiente, através de descartes adequados, passam a ser de responsabilidade de importadores, fabricantes, distribuidores, comerciantes, do governo e do cidadão.

A Lei 12.305/10, que instituiu a PNRS, estipulava prazos para que em 2012 os municípios brasileiros apresentassem planos de gestão integrada de resíduos sólidos para o encerramento dos lixões até agosto de 2014. Apesar da extrema importância, a Lei não foi cumprida, e os lixões, cerca de 3.500 ou 60%, ainda representam graves problemas em todas as regiões brasileiras.

Uma Logística Reversa bastante promissora

O consumidor vem se tornando mais exigente a cada ano e fazendo valer seus direitos. Dessa forma, a LR do pós-venda também precisa se adequar a este cenário para garantir a presteza no atendimento ao consumidor e apoiar os fabricantes no desenvolvimento de uma produção mais voltada à qualidade e à satisfação.

As questões ambientais vêm ganhando força desde o final da década de 70 e os consumidores, à medida que desenvolvem uma maior consciência ambiental, exigem do setor industrial um comportamento ambientalmente correto. Essas transformações são acompanhadas pelos chamados “Green Consumers” (Consumidores Verdes) que até pagam mais por produtos oriundos de empresas que partilham de sua consciência ambiental.

Segundo levantamentos da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), enquanto a taxa de crescimento populacional cresceu 6% de 2003 a 2014, a geração de resíduos sólidos aumentou 29% no mesmo período. Atualmente, o país produz cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos, sendo que 30% disso poderia ser retrabalhado, mas apenas 3% é reciclado. Embora o número de municípios que implantaram programas de reciclagem tenha disparado nos últimos dez anos, de 80 para mais de 900, isso representa apenas 20% das cidades, o que abre um interessante e promissor mercado para a LR ainda pouco explorada, rica, essencial e cheia de oportunidades.

A engenharia é a área que mais empresta profissionais para a inovação desse mercado. A Logística já participa ativamente, mas isso é só o começo!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

Categorias
Logística

Políticas de gestão de estoques (1/3)

A implantação de uma política de estoques resulta diretamente na fluidez das atividades da empresa por meio de planejamentos concisos para a utilização de seus recursos. O estoque é o principal instrumento que dá seguimento às tarefas da empresa e ele precisa ser dimensionado conforme os padrões adotados para que os setores sejam bem atendidos. Saber o que e quando a empresa tem que comprar para saber o que, quanto e quando deverá produzir,  para assegurar o atendimento e a reposição da forma mais enxuta possível, sem a geração de prejuízos, são os pontos cruciais e pertinentes a uma política de estoques eficiente e desejada por qualquer empresa que perceba seu estoque como seu maior bem – juntamente com seus clientes. Tudo isso com absoluto controle dos custos e conhecendo sua movimentação.

Dentro de uma organização, o estoque é visto de forma diferente pelos setores cujas atividades dependem de um alinhamento entre seu planejamento e a disponibilidade de recursos. Para que o setor de produção não produza além do necessário de sua margem de segurança, para que o setor comercial não eleve demasiadamente o estoque para garantir o atendimento aos clientes, para que o setor financeiro não comprometa seu fluxo de caixa e para que a empresa não exceda seu projeto de capital total investido, é necessária a criação e orquestração de uma política de estoques bem definida e adequada ao tipo de mercado, sendo o estoque o elemento-chave para todo esse controle.

A definição de uma política de estoques

Para a definição de uma política de estoques adequada e eficiente, o objetivo sempre será o menor estoque possível com o maior nível de atendimento aos clientes, internos e externos. Para isso, ao planejar, se faz necessário responder a quatro perguntas:

– Quantos e quais são os itens considerados estratégicos para a operação?

– Qual é a relação de demanda do item (estoque – produção – vendas)?

– Qual é a quantidade necessária e quanto tempo para a reposição?

– Quais são os fornecedores e quais são as alternativas?

O segundo passo está ligado aos métodos para aquisição e armazenagem, aos controles e à manutenção do estoque acerca de sua movimentação – e sempre buscando a movimentação, pois estoque parado é sinal de que algo está errado.

Os processos

Seguindo essa lógica, os métodos também estarão focados nos processos de homologação dos fornecedores para a melhor aquisição, no correto manuseio dos itens no recebimento e na disposição, no melhor layout na armazenagem, em inventários periódicos para a verificação da quantidade e do estado dos itens. As checagens para a reposição do estoque sempre estarão presentes nas etapas dos processos, observando o giro (para evitar aumento de custos com eventuais mudanças ou erros de cálculo) e a validade ou obsolescência de itens.

O cadastramento

Quanto ao controle, o cadastramento correto dos itens em sistemas com seus grupos e subgrupos é extremamente importante e deve ser definido um setor com competências para tal. Geralmente essa tarefa é delegada ao setor de compras ou ao almoxarifado para evitar duplicidades ou entendimentos diferentes acerca da nomenclatura dos itens. O cadastro é a base de todos os controles e, caso haja divergências, todas as tarefas poderão estar em risco.

A flexibilidade

O ponto mais importante a se observar ao definir uma política de estoques é que, mesmo com a definição de metas e com um acompanhamento rigoroso, as normas jamais devem perder sua flexibilização diante das mudanças do mercado, da adequação ou da expansão da empresa e nem das mudanças relativas ao ciclo de vida dos produtos (introdução, crescimento, maturidade e declínio) bem acompanhado pelo departamento de marketing. O engessamento coloca em risco a harmonia entre os setores, a modernização dos produtos, os processos de melhoria contínua, o uso racional do estoque, a satisfação dos clientes e, assim, a própria vida da empresa.

Abordadas as necessidades para implantação de políticas de estoques, prosseguiremos nos próximos artigos falando sobre seu gerenciamento. Até lá!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

Categorias
Logística

A estruturação dos princípios logísticos

Como sabemos, a Logística teve início com as estratégias militares e atravessou séculos até ser vista hoje como um forte instrumento gerencial capaz de promover reduções de custos e de agregar valor quando do sucesso de suas estratégias e operações.

Movimentando produtos e informações, a Logística trabalha de forma coordenada e hoje se compara a um grande sistema com componentes simples e outros bem complexos que formam uma cadeia com fluxo contínuo que contribui para o sucesso dos métodos empresariais.

Planejamento da Logística

O planejamento logístico está alicerçado em três pontos de decisões fundamentais: localização das instalações, transportes e estoques. Estão ligadas entre si e confluem para três objetivos onde as ações de planejamento, organização e controle serão gerenciadas:

– Localização das instalações: as decisões sobre a estrutura física devem estar voltadas ao atendimento dos clientes, pois só assim se pode buscar a excelência no atendimento, já que custos reduzidos e oferta operacional são vitais para o negócio logístico. Para isso, um estudo prévio se torna necessário, pois não há limites para a determinação de um local – quem manda é o mercado;

– Transportes: as decisões sobre a melhor estratégia para as operações e a escolha ideal da matriz de transporte são as mais impactantes em termos financeiros, pois representam a maior parte dos custos logísticos na maioria das empresas e, principalmente, influenciado pelo fator tempo, é o principal meio para atingir o objetivo logístico.

– Estoques: as decisões de estoque estabelecerão o abastecimento e sua manutenção da forma mais adequada possível a fim de garantir o uso correto do espaço físico, influir sobre o tempo de transporte, evitar perdas e diminuir riscos, já que são decisões que influem diretamente sobre o atendimento da produção e dos clientes, refletindo sobre o capital da empresa e, no caso dos estoques, no capital investido, repleto de consequências nas demais áreas;

– Planejamento, organização e controle: são estas as ações que deverão estar presentes do início ao fim dos processos logísticos e sempre sendo alimentadas e alimentando as demais ações com informações em um fluxo contínuo, melhorando a execução a cada repetição das operações e possibilitando o suporte para a implantação de novos negócios.

A importância das informações nos processos logísticos

A competitividade entre as empresas acelerou a importância da visão sobre as informações dentro dos processos logísticos de forma a fazer com que todo o sistema fosse visto de maneira integrada.

A Logística de hoje trabalha com um fluxo de informações de forma contínua, o que garante a fluidez das demais tarefas, e de forma eficaz garantindo a melhoria contínua.

Para isso, não basta que as informações ocupem seus espaços dentro das organizações. Elas precisam ser sistematizadas para garantir rapidez e inovações nos serviços prestados aos clientes, internos e externos, com o intuito de proporcionar o alcance dos objetivos logísticos.

Os sistemas de informações desempenham papel importante na construção do histórico da empresa através da criação de um banco de dados, tornando eficiente a utilização de recursos ao longo da cadeia logística, no fornecimento de dados importantes para a implantação e utilização de indicadores logísticos, no monitoramento das operações, de forma a possibilitar correções durante o desempenho de seus objetivos, além de representar o meio mais seguro para levar uma organização à melhoria do nível de serviço, diminuindo custos e proporcionando satisfação aos clientes.

O fluxo correto e contínuo das informações é o responsável direto pelo desenvolvimento da Logística. Dele depende todas as ações para uma movimentação segura e competitiva, com estoques enxutos e transporte que agregue valor. Contudo, apenas sua existência não representará sucesso, pois sua utilização de forma incorreta representa desperdícios.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

Categorias
Logística

Condomínios logísticos

Os condomínios logísticos surgiram no Brasil na década de 90 para contornar, ou amenizar, muitos dos gargalos logísticos que são fatores importantes para o aumento de custos com operações de transporte e de armazenagem.

Cerca de 15 anos depois dos primeiros projetos, a procura por esses empreendimentos deu um salto importante, pois as empresas perceberam as vantagens de ter suas operações logísticas mais próximas das zonas de distribuição e de consumo, mas longe de grandes centros urbanos, com seus intermináveis congestionamentos, e perto de áreas industriais, cujo acesso às principais rodovias é bem mais facilitado.

Muito se evoluiu e, nos últimos anos, mesmo com a queda das atividades econômicas brasileiras, o setor se mostrou poderoso ao absorver impactos em algumas regiões sem deixar de ser visto pelas empresas como solução logística.

O que são condomínios logísticos?

São construções imobiliárias e ofertas de lotes de áreas destinadas à armazenagem e operações logísticas de empresas, que se instalam em galpões adequados às suas operações e que encontram na locação toda infraestrutura com despesas comuns rateadas.

Geralmente, os condomínios logísticos são construídos com propósitos especulativos, ou seja, um investidor empreende uma área com características flexíveis para atender diversas atividades e a lança no mercado, sem garantias de pré-contratos de locação. Porém, há também investidores que constroem visando a exploração de um único segmento ou única empresa, e empresas que constroem para expandir suas atividades.

Quanto aos tipos de condomínios logísticos, se fazem conhecer o monousuário, com galpões para atender um único cliente e o flex, com galpões modulares.

Quanto à utilização dos condomínios logísticos, temos quatro classificações:

– Armazéns: são ideais para operadores logísticos e atacadistas, pois devido ao seu projeto modular, possibilitam a instalação de estruturas porta-paletes;

Cross-docking: ideal para transportadoras, por não trabalharem com estoques;

– Mistos: ideais para centros de distribuição, pois possuem estruturas diversificadas;

– Industriais: ideais para indústrias de diversos segmentos, pois permitem personalizações de suas instalações.

Vantagens x desvantagens

As vantagens ofertadas por um condomínio logístico vão além da localização favorável, do rateio das despesas com áreas comuns e com a segurança e controles de acesso, passando pela utilização das áreas de apoio, que incluem salas de reunião e treinamento, restaurante e ambulatório, que por si só já representam uma sensível redução nos custos, e vão até as chamadas visibilidades comerciais e flexibilizam as operações e suas expansões.

A sustentabilidade dos condomínios também vem se tornando uma vantagem. O reuso de águas pluviais, estações de tratamento de efluentes e medidas contra desperdícios atraem muitas empresas.

As desvantagens estão mesmo ligadas ao rateio dos custos fixos do condomínio, que pode representar um grande peso no caixa da empresa no caso de diminuição do número de condôminos, mesmo que seja temporária, devido a mudanças na economia.

A expansão

De acordo com dados da Consultoria Imobiliária Colliers International, esse tipo de empreendimento cresce a taxas de 10% ao ano no país, mas ainda está longe das áreas condominiais de países como o México (cinco vezes mais) e Estados Unidos (trinta vezes mais). Contudo, a expansão se acentua também na modalidade, pois os condomínios industriais ganham força e agora surgem os condomínios de negócios que, além das instalações logísticas e industriais, possuem também escritórios comerciais, áreas residenciais e até áreas para lazer.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

Categorias
Logística

A armazenagem das safras brasileiras

Historicamente, o Brasil possui sérios problemas acerca da capacidade de armazenagem de suas safras. São problemas registrados em diversos levantamentos, feitos por entidades ligadas às atividades do campo e do comércio, que já faziam parte do cenário da cadeia agrícola há quase trinta anos. Há 22 anos, por exemplo, o país colhia cerca de 73 milhões de toneladas de grãos e em 2016 a safra foi de 184 milhões de toneladas. Para 2017, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), previa uma safra de quase 225 milhões de toneladas.

Principais fatores que contribuíram para o aumento das safras brasileiras

Timidamente, o Brasil foi se convencendo da necessidade de proteger sua produção agrícola, a exemplo de outros países, e aos poucos, através de projetos de incentivo à produção, foi deixando de produzir números de importação, fazendo com que surgissem novas áreas e novas técnicas de cultivo, principalmente em relação às entressafras, e com o auxílio de estudos climáticos e dos solos, adaptou-se as culturas de forma mais eficiente.

Movidos por um cenário cada vez mais promissor, os produtores levaram o progresso tecnológico ao campo. Muitos dos defensivos agrícolas evoluíram para um maior controle de pragas altamente danosas à produção, as sementes passaram por melhoramentos, enquanto os equipamentos revolucionaram o sistema de colheita ofertando um ganho considerável de produtividade.

Mas, o que houve com a armazenagem?

Mais que rapidez, do plantio à colheita, os produtores contavam com os investimentos em infraestrutura que tornasse o escoamento da produção compatível com a grandiosidade que o campo já representava para o comércio doméstico e, principalmente, para os anseios do comércio internacional.

Contudo, o governo não ofereceu infraestrutura adequada, nem os produtores planejaram eficientemente as operações de escoamento da produção, e o setor hoje sofre com a oferta insuficiente do transporte e com a baixa capacidade de armazenagem, que deixa de atender hoje quase um terço do que é colhido.

Nos Estados Unidos, por exemplo, só a produção de soja e de milho está na casa de 500 milhões de toneladas e o país possui capacidade de armazenagem para uma safra e meia. Isso não lhes traz apenas melhores condições para o escoamento, como também mais ganhos no mercado através de grãos mais bem preservados e de negociações sem que o tempo seja o principal motivo para fechar negócio.

Entendendo a armazenagem de grãos no Brasil

As safras, em sua maioria, recorrem a três tipos de armazenagem: armazéns próprios, com cerca de 15% de capacidade instalada, terceirizados ou privados, que atendem cerca de 60%, e os públicos, cujos números são confusos, pois a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que conta com o cadastro de 17.707 armazéns (graneis, convencionais e frigoríficos) espalhados pelo país, considera-os como sendo sua a capacidade de armazenagem, porém, sabe-se que apenas 2% dos estoques estratégicos desses armazéns estão em terras públicas.

Ainda assim, a estatal divulgou no final de 2016 um leilão de armazéns após uma queda de 54% da procura naquele mesmo ano. A queda se justifica pela dificuldade em administrar 90% das estruturas públicas, segundo especialistas.

Transporte com o papel de armazenar

Além dos produtores estocarem grãos cobertos com lonas ao lado das rodovias para facilitar o escoamento, a armazenagem volante, aquela feita em caminhões disponibilizados para o transporte que, devido às más condições das rodovias e à espera prolongada para a descarga, também causa perdas e compromete a qualidade devido à fermentação provocada pela umidade, é usada desde a colheita na busca por suportar a conhecida precariedade do sistema. Além de encarecer o frete e provocar escassez de mão-de-obra, a prática congestiona outras etapas do processo de escoamento e afeta diretamente a competitividade dos grãos brasileiros, principalmente nos aspectos de tempo, qualidade e quantidade.

Atualmente, estima-se que o Brasil perca mais de R$ 8 bilhões com problemas no transporte, só da soja e do milho, e quase o dobro disso com os problemas de armazenagem que geram perdas, baixas na qualidade e descontos em contratos.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

Categorias
Carreira Logística

Atividades e funções da logística

Com a grande procura por cursos de Logística e sua constante evolução, é muito comum que surjam dúvidas por parte dos estudantes quanto ao seu encaixe dentro da área ante a falta de prática. Daí, surgem perguntas como: “O que será que vou fazer na Logística?” e “O que a Logística realmente faz?”. Calma! Vamos explicar um pouco de cada, e quem sabe isto possa lhe ajudar.

A primeira dúvida, que se refere às funções, está ligada a uma ansiedade justificável. Afinal, são investimentos de tempo e de dinheiro que, somados à necessidade de se colocar no Mercado de Trabalho e iniciar uma carreira sólida, enchem de expectativas aqueles que optaram pela Logística como forma de obter sucesso profissional. Contudo, a segunda dúvida, que remete às atividades, ganha maior importância não só para que se entenda o que e como fazer, como o que precisa conhecer para trilhar o caminho do sucesso na profissão, descobrindo que na Logística tudo é muito dinâmico, mesmo que pareça repetitivo, e tudo contribui para um trabalho sempre feito em equipe.

Embora cada divisão tenha suas particularidades que formam um emaranhado de conexões, tudo vai clareando com a prática e o conhecimento disto vai abrindo portas com esplêndidas oportunidades para crescimento profissional.

Atividades na Logística

Todas as atividades logísticas são importantes para o alcance do maior nível de serviço com o menor custo. Assim, elas se dividem basicamente em dois tipos:

– atividades primárias, que contribuem com as maiores parcelas do custo total e são fundamentais para o desencadeamento de outras atividades. Compreendem o transporte, a manutenção de estoques e o processamento de pedidos;

– atividades de apoio, que são fundamentais para a continuidade das atividades primárias, compreendem a armazenagem, o controle, a guarda e a movimentação de materiais, suprimentos, manutenção de informações e estudos de demandas, as atividades ligadas às devoluções e vendas de resíduos da produção, o layout de fábricas e de armazéns.

Há outras atividades que derivam das atividades de apoio que hoje, apesar de possuir muitos processos em outras já citadas, ocupam um espaço diferenciado, como as que são ligadas à frota, rastreamento, comércio exterior, entre outras, que podem, inclusive, ser de domínio de terceiros sem que o fluxo da empresa seja comprometido. Pelo contrário, pode vir a agregar valores importantes aos processos.

Atividade de transporte

Para a imensa maioria das empresas, essa é uma atividade extremamente importante, pois é essencial para o fluxo de materiais e representa um custo considerável dentro dos processos de distribuição. Através de seus planos estratégicos, proporciona aos profissionais também grandes chances de crescimento com uma dinâmica que passa pela escolha apropriada dos modais, pela capacidade de utilização da frota, roteiros, e diz muito sobre a satisfação dos clientes.

Manutenção de estoques

Detentora dos maiores custos que, dependendo do tipo da empresa, podem chegar até dois terços do total, essa atividade concentra muitos sistemas, estudos e oportunidades. Os novos métodos de gerenciamento, a logística lean ou just-in-time, desafiam os profissionais dessa área em uma intensa busca pela melhoria contínua que se traduz em mais eficiência do estoque com menor custo aplicado.

Processamento de pedidos

Essa é a atividade primária que menos concentra custos, embora sob vários aspectos detenha grandes responsabilidades, uma vez que inicia o processo operacional de atendimento ao cliente, desde a preparação até a expedição dos pedidos, sempre administrando o fator tempo. Dependendo dos processos, pode ser fator gerador de sucessos ou de custos. Talvez por ser vista como “obrigada” a acertar sempre, essa atividade poderia ser mais reconhecida, pois seus processos até podem parecer simples, mas não são fáceis.

A falta de maiores detalhes foi proposital para não gerar mais ansiedade. Seja qual for sua futura função na Logística, você só precisará saber de três coisas: que a prática lhe tornará cada vez mais seguro, que a abertura a novos conhecimentos lhe fará entender melhor a Logística e que você gostará muito dessa área esplêndida.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

Categorias
Carreira Geral Logística

Profissão e carreira em logística: o que faz o profissional de logística?

Tradicionalmente, formados em administração, economia e engenharia atuam na área. Hoje, com a popularização dos cursos de tecnologia em logística, o número de profissionais no mercado aumentou.

* Por Fernanda Nogueira

profissão e carreira em logísticaUm profissional flexível, disposto a trabalhar em horários alternativos e interessado no funcionamento de outras áreas da empresa é a pessoa ideal para atuar no setor de logística de fábricas, distribuidoras, atacadistas e varejistas do país.

O especialista em logística é responsável pela administração de materiais e recursos usados em uma empresa. Controla o estoque e a armazenagem, planeja a movimentação interna e a distribuição entre fábricas, centros de distribuição e varejo. Comunica-se com fornecedores e clientes e opera sistemas eletrônicos.

Com o mercado aquecido devido ao crescimento da economia, profissionais formados em administração, economia e engenharias em geral são procurados para a função. O objetivo é usar os espaços de armazenagem de materiais da melhor forma possível, planejar o transporte desses produtos, tudo de forma rápida e com custo baixo.