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Logística

A logística e as commodities brasileiras

Dentro do universo de atendimento atribuído à Logística, há um modelo importantíssimo que associa o trabalho no campo ou a exploração de recursos, de forma planejada, ao comércio internacional. Ou seja, a Logística liga uma lavoura ou um campo de exploração mineral, utilizando dutos, esteiras, estradas, rios e ferrovias aos portos, e dali, ao mundo inteiro em operações repletas de desafios.

O que são commodities?

Commodity é uma palavra em inglês que significa “mercadoria”. No plural, as “commodities” são produtos básicos, em estado bruto ou com baixo grau de transformação, produzidos em larga escala e comercializados mundialmente de forma similar.

A soja hoje é o principal produto brasileiro, seguido do minério de ferro, petróleo, frango e açúcar. A China, os Estados Unidos, o Japão e a Alemanha são os maiores importadores das commodities brasileiras.

Quais os tipos de commodities?

Seria impossível para a imensa maioria das atividades comerciais sobreviver sem commodities. Assim, elas se dividem em:

– agrícolas ou agropecuárias: soja, frango, açúcar, milho, boi gordo, trigo e café são exemplos;

– minerais: minério de ferro, petróleo, ouro etc.;

– financeiras: Dólar, Euro, Real, Libra e demais moedas;

– ambientais: água, madeira e créditos de carbono (certificados emitidos sobre a redução da emissão de gases do efeito estufa) são exemplos.

Há outros tipos presentes no mercado, como as commodities de recursos energéticos (energia elétrica) e as químicas (ácido sulfúrico, sulfato de sódio).

A situação atual do mercado de commodities

Embora a balança comercial brasileira esteja superavitária (mais exportações que importações), inclusive com recorde de US$ 47,69 bilhões em 2016, o volume total vem caindo seguidamente em meio aos recordes de produção de grãos, o que afeta diretamente os serviços logísticos pela escassez ou pelo excesso. A explicação vem de um conjunto de quatro situações persistentes nos últimos cinco anos:

1- Com a recessão econômica brasileira, o país importa menos devido à queda da produção na indústria, que também sofre com flutuações no câmbio;

2- a China, o maior importador, desacelerou economicamente entre 2011 e 2012, mantendo-se assim nos anos seguintes e causando queda nos preços das commodities, influenciando os mercados futuros e as bolsas onde são negociadas;

3- a política brasileira de comércio exterior possui excessos burocráticos que são inimigos dos prazos contratuais e afetam fortemente a competitividade;

4- a logística é hoje o ponto mais sensível porque se os demais citados fossem contornados, o que há de se considerar, todas as condições para o fortalecimento das operações esbarrariam nas limitações causadas pela falta de infraestrutura de transporte e de armazenagem. O maior exemplo é o que se vem acompanhando nos noticiários sobre a situação da BR-163, principal via de escoamento da produção do Centro-Oeste até Santarém, no Pará, onde os prejuízos são incalculáveis e as condições dos motoristas que tentam vencer o trecho são desumanas.

O escoamento das commodities em 2017

Em 2016, o Brasil exportou 645 milhões de toneladas, das quais cerca de 65% foram commodities. As previsões dão conta que a safra de grãos, com seguidos recordes, terá mais um em 2017 com cerca de 220 milhões de toneladas. Isso representará cerca de 20% a mais. Contudo, o sistema de escoamento de safras nunca esteve tão prejudicado. Os fretes dobraram de preço e a frota, que já era insuficiente, diminuiu devido aos muitos motoristas que se recusam a enfrentar os trechos sem condições. Os prazos estão ameaçados e os prejuízos iminentes. As dificuldades também são relatadas em ferrovias e nos portos brasileiros.

Nosso próximo assunto será o aumento da capacidade de armazenagem como parte importante da solução. Até lá!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Logística

Logística em inglês

Uma importante habilidade para o profissional de logística globalizado é poder se comunicar em inglês. Seja para fazer negociações internacionais, entender os termos de um contrato de expedição, atuar no comércio exterior, ou apenas conseguir ler manuais… inglês é fundamental.

Aqui no site você encontra o dicionário de logística de português para inglês, e também a versão de inglês para português.

Mas se seu interesse vai além, e você quer aprender mais sobre logística em inglês, temos agora o nosso site parceiro EasyLogistics.site. Totalmente dedicado à logística, mas 100% em inglês.

Não deixe de conferir e aprender: EasyLogistics.site, também presente no Facebook.

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Logística

Entendendo os custos logísticos (parte 2)

Muito bom tê-lo de volta após conferir a primeira parte deste artigo que chama atenção para a importância dos custos logísticos.

Os fatores que afetam os custos logísticos se dispersam por diferentes áreas. Muitas vezes, escondidos por trás das faltas de conhecimento e de ação de uma gestão, não se sabe como eles começam nem aonde vão com seus impactos. Por isso, é importante identificá-los, de acordo com sua tipologia, para que as ações sejam assertivas. Assim, outros tipos de custos também são aplicáveis à Logística:

– Controláveis e Não Controláveis – estes são identificados de acordo com a influência ou não de um gestor de uma área: os Controláveis são aqueles sobre os quais ele exerce ação de decisão sobre determinada atividade; já para os Não Controláveis que, mesmo aplicados em seu centro de custos, são definidos por outras esferas de responsabilidades;

– Relevantes – são aqueles que influenciam numa tomada de decisão e que, a dado prazo, impactarão nas finanças da empresa. Por exemplo, a escolha do modal de transporte;

– Custos de Oportunidade – são gerados em meio à ineficiência de um investimento quando este não se paga com a atividade a que se propôs gerando a renúncia de outro benefício. Por exemplo: uma empresa financiou uma carreta para fazer transporte FTL (Full Truck Load – carga completa), mas acabou ficando mais tempo parada porque o transporte LTL (Less than Truck Load – carga fracionada) tem mais força na empresa. O valor adicionado pelo equipamento é menor que os JUROS pagos no financiamento;

– Ocultos – são aqueles que não são previstos pelo gestor, pois ocorrem em condições anormais afetando os resultados econômicos da empresa. Dentre muitas situações, pode-se destacar a manutenção repentina de um caminhão que vai gerar um custo imprevisível no conserto e perdas na operação por sua indisponibilidade;

– Irrecuperáveis – são aqueles empregados na construção de ativos (depreciados) e que agora fazem parte do passado não influenciando tanto nas tomadas de decisão.

– Custo Kaisen – está relacionado à melhoria contínua dos processos visando alcançar reduções no custo total.

Na Logística, quando uma atividade é finalizada outra se inicia. Assim acontece com o fluxo da cadeia de suprimentos (supply chain) e com a compreensão acerca das responsabilidades de cada área. Com os custos que rondam todas as atividades, a redução desejada está mais voltada à totalidade, pois às vezes, uma área pode ter que perder para que outra ganhe e assim beneficiar um todo. Por isso é determinante para um controle eficaz dos custos logísticos o domínio de cada parte que venha a compor esse total.

Trade-off logístico

É muito comum uma área “aumentar” – de forma planejada – seus custos em favor de outra no que chamamos de trade-off (expressão em inglês que significa a ação de trocar, escolher alguma coisa causando efeitos em outra; como a expressão ‘perde-e-ganha’). Originada no sistema financeiro, é também aplicável na Logística, em diversos segmentos no mercado e até em nosso controle financeiro pessoal.

A Logística está sempre tendo que escolher onde aplicar suas mudanças para que a empresa reduza custos atendendo melhor seus clientes. Por isso, se for necessário aumentar estoques para atender no prazo, alugar ou construir outro armazém para melhorar o fluxo, aumentar ou diversificar a frota para alcançar mais clientes, mesmo sabendo que, inevitavelmente, tais aumentos nos custos incidirão sobre seus produtos, estar-se-á praticando “trade-off”.

Custo Total das atividades logísticas

O Custo Total das atividades logísticas compreende Custo de Inventário, Custo do Lote, Custos de Processamento de Pedidos e Informação, Custo de Armazenagem e Custo de Transporte.

O gerenciamento eficaz dos custos deve atender às exigências do nível de serviço ideal para a empresa e para o consumidor, de forma que o resultado final sempre convirja para um serviço executado ao menor preço sem que a qualidade seja prejudicada. Confira este e outros assuntos nos próximos posts. Até lá!

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Logística

As curiosidades de uma logística curiosa

Não, não é sobre pleonasmos que pretendemos abordar. Durante minhas pesquisas, sempre me deparo com pontos estranhos que parecem não fazer parte de nossa realidade. Bem que eu gostaria que todos esses pontos fossem positivos. Mas, como amante da informação, como devem ser todos os profissionais da Logística, acredito ser importante o conhecer para entender. Assim, trago-lhes alguns desses pontos para que possam formular seus próprios comentários:

* Especialistas afirmam que nosso custo logístico é de 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso significa quase R$ 750 bilhões – os Estados Unidos, com um PIB quase dez vezes maior que o nosso, têm um custo de 7,8% com logística. Isso é quase 80% de nosso PIB total, que em 2015 foi de R$ 5,9 trilhões;

* 70% de tudo o que transportamos são por rodovias que somam 1.720.756 km e temos apenas 12,3% de malha viária asfaltada e, desse percentual, 2/3 precisam de manutenção;

* o modal rodoviário consome 90% do diesel utilizado no país e seu custo é três vezes e meia maior do que o custo do transporte ferroviário e nove vezes maior do que o transporte fluvial;

* as exportações brasileiras representam apenas 1% do comércio global. Segundo o Banco Mundial, as exportações contribuem com 11,5% do PIB brasileiro, enquanto a média global é de 29,8%;

* R$ 4,3 bilhões são perdidos por ano devido à burocracia nos portos brasileiros, e o maior dano direto não é no bolso, mas na competitividade;

* enquanto os Estados Unidos possuem 32 km de ferrovia para cada 1.000 km de extensão territorial, a Índia 23 km, a China 20,5 km e a Argentina 13,5 km, o Brasil possui apenas 3,6 km;

* de acordo com o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (SINPROFAZ) R$ 500 bilhões em impostos são sonegados anualmente no Brasil, enquanto nossa logística necessita menos que isso para ser a melhor do mundo;

* nos últimos dez anos, a frota rodoviária brasileira cresceu 110% enquanto as rodovias federais cresceram 11,7%;

* um evento olímpico eleva a condição logística de uma cidade-sede ao primeiro mundo e deixa um legado de infraestrutura muito bem-vindo para os cidadãos; – o Rio de Janeiro, pelo contrário, faliu… Mas, como?

* muitos profissionais não encararam a política e a economia como pilares da logística, aí não se ligam em economia e odeiam política;

* nos últimos seis anos, o poder público vem diminuindo sistematicamente os investimentos em logística quando deveria ser o contrário;

* em 2050 seremos cerca de nove bilhões de pessoas habitando a Terra e, devido às mudanças climáticas, a produção de grãos diminuirá 25%. Hoje se desperdiça quase 1/3 dos alimentos no mundo devido hábitos e problemas na logística de armazenagem e transporte;

* a imensa maioria dos profissionais da logística não se interessa pela história que envolve essa esplêndida área. Pouquíssimos sabem como tudo começou ;

* o Brasil possui uma invejável geografia altamente favorável à Logística;

* em todas as pesquisas sobre Mercado de Trabalho as funções que envolvem a Logística estão sempre entre as oito profissões que mais se destacam.

É indiscutível que a Logística tenha se tornado de suma importância para a competitividade econômica, mas não se deve esquecer também que ela é uma ferramenta que oferta realizações, qualidade de vida e inclusões. As mais diferentes áreas que se possa imaginar sempre necessitarão dela para seus sucessos. Então, por que não enxergam a Logística com os olhos do desenvolvimento já que o mundo todo a enxerga com os olhos da necessidade?

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Vídeos

Colocando navios na água

Você já parou para pensar como os grandes navios são colocados dentro d’água?

Evidentemente eles têm de ser construídos em locais secos, e depois transportados para dentro d’água, a partir do estaleiro. Alguns fazem isso com o navio “dando marcha à ré”, mas esta forma de entrada na água que mostro nesse vídeo, de lado, é muito mais impressionante. Assim é o início da logística das viagens de alguns navios.

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Gestão Logística

Entendendo os custos logísticos (parte 1)

Toda atividade empresarial sempre estará voltada à redução dos custos com a melhoria do nível de serviço prestado a seus clientes para a obtenção do lucro. Inverter essa ordem diminui muito as chances de sucesso. Contudo, é a dificuldade para lidar com custos que poderá determinar como será a existência e a permanência de uma organização no mercado: quanto mais a empresa entender acerca de seus custos, mais segurança nos investimentos ela terá. E são os custos logísticos a linha que mais oferece sucessos e fracassos às organizações.

É atribuído ao Brasil um dos custos logísticos mais altos praticados no mundo competitivo. Eles representam 12% do Produto Interno Bruto (PIB). É quase o dobro de países com modelos econômico e geográfico similares. Vejamos como se dá isso analisando a influência de fatores externos e internos:

– Fatores externos: a influência sobre os custos logísticos em grande parte está relacionada aos problemas de infraestrutura que apresentam aeroportos e portos saturados, más condições das rodovias, insuficiência de ferrovias, como também, mão-de-obra desqualificada, insegurança, políticas alfandegárias negativas – citadas em diversos levantamentos – e altas taxas;

– Fatores internos: a influência nesse aspecto diz mais respeito à questão de como cada organização se utilizará da atividade de transporte; mas outras atividades também completam os elementos dos custos logísticos, como o estoque, a armazenagem e algumas relacionadas aos pedidos de compra e venda.

Ambos os fatores contribuem para que os custos logísticos estejam mesmo concentrados no transporte, pois o modal rodoviário é o mais utilizado, mesmo para as maiores distâncias, ao mesmo tempo que é extremamente caro e precário ao ponto de gerar custos imprevisíveis que serão somados aos demais problemas da infraestrutura fazendo com que o país perca competitividade.

Muitas literaturas que abordam custos logísticos concordam em três coisas: são complexos, porém, essencial conhecê-los; facilmente percebidos, porém difíceis contorná-los na prática, e só mensurando cada sequência para administrar seus impactos em sua totalidade.

Classificação dos custos logísticos

São muitos os tipos de custos. Alguns específicos para cada segmento do mercado e outros comumente reconhecidos como uma base para qualquer atividade. Na Logística, vários são aplicáveis e separamos alguns para facilitar o entendimento, a começar por aqueles 4 tipos mais conhecidos:

– Custos Diretos – são referentes aos materiais e mão-de-obra direta aplicados na fabricação ou acabamento de produtos ou na prestação de serviços. Matérias-primas e componentes, embalagens e o transporte na distribuição de produtos são exemplos;

– Custos Indiretos – são aqueles não observados diretamente nos produtos e serviços aos quais se estabelecem critérios para rateá-los em centros de custos. Como exemplo, o rastreamento da frota;

– Custos Fixos – são aqueles que não sofrem alterações influenciadas pelo aumento ou diminuição da produção. Despesas com aluguel, com vigilância, com manutenção e com telefonia são exemplos;

– Custos Variáveis – estes sim, estão ligados ao volume produzido e sofrem alterações a depender de situações. Em serviços logísticos, um frete contratado pela cubagem ou peso é um exemplo.

O conhecimento acerca do assunto é de substancial importância para alunos e para profissionais que já defendem seus espaços no Mercado de Trabalho, pois as empresas que não tinham uma ideia clara de quanto as atividades logísticas lhes custavam, mudaram, e mudaram muito! Principalmente após o ano 2000, essas atividades passaram a ser especificamente gerenciadas pelo grau de importância que assumiram num mundo competitivamente veloz e tecnológico.

Por isso, daremos seguimento ao assunto em posts futuros e, em especial, na segunda parte deste, onde explicaremos outros tipos de custos logísticos e situações de decisão como o “trade-off”. Já ouviu falar? Estaremos lhe esperando para conferir. Até lá!

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Carreira Logística

As oportunidades na logística

A Logística vem ganhando destaque continuamente no Mercado de Trabalho. Isso se deve à expansão da área dentro das atividades administrativas e operacionais das organizações cujo foco é o bom atendimento a seus clientes, internos e externos, de forma cada vez mais eficiente e com menor custo planejado. Ela cresce não só devido às novas funções, antes de responsabilidade de outras áreas, mas com inovações em seus processos que estão compondo um corpo consistente que, apesar de suas diversas divisões, parece sempre se unir de forma interessante ao início ou ao final de outras atividades logísticas.

A atuação da Logística

A Logística hoje é uma área presente desde o importante apoio aos projetos de marketing e viabilização de novos produtos, seguindo seu fluxo com ênfase na distribuição e na armazenagem, chegando até a satisfação dos clientes e nas respostas ambientais demandadas pelo consumo inteligente. É nesse percurso de ponta a ponta que a área funciona ofertando melhores resultados às organizações através do planejamento estratégico, do controle tático, da execução de suas operações e no reinício de um novo ciclo corrigindo eventuais falhas.

O que está em alta na Logística?

Recentemente, no chamado “olho do furacão” da crise que atravessamos, a Revista Exame publicou um levantamento feito com 11 especialistas de diferentes consultorias de recrutamento sobre as 26 carreiras que têm se mostrado quase à prova de crises e com profissionais disputados no Mercado de Trabalho. Destacamos que 10 delas necessitam de conhecimentos acerca de processos logísticos, pois lidam efetivamente com redução de custos, viabilização de projetos e prospecção de novos negócios. Na Logística, na ordem da pesquisa, destacaram-se mais 6 profissões: em 6º lugar na área de compras e suprimentos, 15º gerente ou diretor de planejamento de operações (e vendas), 16º consultor de exportação, 17º consultor de projetos logísticos, 25º gerente de e-commerce para varejo e, em 26º lugar, gerente de processos operacionais/melhoria contínua.

A Logística oferece várias funções bem distribuídas entre suas diversas atividades. Sua concentração maior está voltada às áreas do transporte e armazenagem e a unificação desses serviços prestados por operadores logísticos cresce a passos rápidos no Brasil.

O que é necessário para atuar na Logística?

Após um curso técnico você já estará apto para várias atividades operacionais ligadas, principalmente, às áreas de transporte e de estoques. As áreas que tratam de uma logística mais voltada ao planejamento estratégico vão precisar de uma formação maior a depender de suas esferas (analista, supervisor, coordenador, gerente, diretor…). Durante muito tempo essas esferas foram alimentadas apenas com o conhecimento prático adquirido, mas os processos logísticos vêm tomando novas formas e os níveis de competitividade nas organizações agora exigem profissionais cada vez mais atualizados e receptivos às novas tecnologias.

O perfil de cada profissional, é claro, soma com sua formação. Os perfis mais valorizados estão voltados para a criatividade e proatividade. O mercado recepciona melhor aqueles profissionais que desenvolvem a liderança, que possuem visões estratégica e global, com um bom conhecimento das atividades de sua área e da empresa em que trabalham, buscando novas ideias que possam melhorar seus processos e reduzir seus custos.

Os destaques para o futuro

A velocidade tecnológica vem trazendo mudanças que são mais perceptíveis na área do transporte de pessoas, pois as questões ligadas à qualidade de vida ganham força na indústria automobilística, por exemplo. Porém, não são só carros e ônibus autônomos que vêm ganhando as manchetes, eles já dividem espaço com trens que levitam sobre trilhos, inclusive um com tecnologia brasileira (na UFRJ), e com os projetos dos que levitarão dentro de dutos a mais de 1.200 km/h.

Aeronaves que viajarão rotineiramente ao espaço e os drones que já transportam cargas, nos dão a dimensão do quanto ainda temos que aprender na Logística e do quanto ela poderá oferecer ao mercado, mesmo que muitas dessas profissões ainda sequer tenham sido criadas. Já pensou nisso?

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Logística

Planejamento das necessidades de materiais (material requirements planning – MRP)

Imagine uma empresa que produza equipamentos eletrônicos, como aparelhos de som e TVs. Existem vários modelos, tamanhos, potências, mas muitos dos componentes e matérias-primas são comuns para vários modelos. Para satisfazer uma demanda futura, quantos componentes devem estar em estoque em cada período? Quando cada peça deve ser pedida? E quantas unidades de cada uma? As respostas para estas perguntas são dadas pelo planejamento das necessidades de materiais, ou material requirements planning (MRP, em inglês).

O que é o MRP?

A partir do plano mestre de produção, que determina a quantidade a produzir de cada item, o MRP deve indicar quando e quanto comprar ou produzir de cada componente ou matéria-prima para satisfazer o planejamento da produção.

O MRP precisa então conhecer três informações fundamentais:

1. o plano mestre de produção, para saber quais e quantos produtos devem ser fabricados
2. a estrutura de produtos (bill of materials), para saber quais os componentes de cada produto
3. os níveis de estoque de cada item

O que é a estrutura de produtos (bill of materials)?

É uma lista estruturada que indica, para cada produto final, a quantidade de cada componente, ingrediente e matéria-prima necessários.

Os itens necessários para a fabricação de um produto final tem uma demanda dependente, isto é, as quantidades necessárias são calculadas em função da quantidade de produtos finais desejados.

É função do MRP levar esta lista em consideração para determinar o plano de compras para cada item.

Por exemplo, para produzir uma mesa precisamos de um tampo (parte superior) e quatro pernas. Para produzir 10 mesas, precisaremos então de 10 tampos e 40 pernas.

Calculando o tamanho dos lotes

Nem sempre podemos comprar ou produzir as peças no volume desejado ou indicado pelo MRP. Há casos em que devemos comprar quantidades menores ou maiores, em função de diversos critérios. Abaixo veremos três: lote por lote, quantidade fixa, e quantidade econômica.

1. Lote por lote: usando esta técnica de dimensionamento de lotes, compramos exatamente o que é necessário para a produção. Nem sempre podemos comprar exatamente esta quantidade, pois o fornecedor pode impor quantidades padrão (veja abaixo). Além disso, se os custos fixos de passar um pedido são altos, esta técnica será muito cara, pois ela fará vários pedidos.

No entanto, se os custos fixos de passar um pedido são nulos, esta técnica é a melhor possível, pois ela garante que não haverão estoques. Em outras palavras, a aplicação desta técnica resulta num sistema just-in-time!

2. Quantidade fixa: as vezes, o fornecedor impõe que os pedidos sejam em lotes de uma quantidade fixa. Por exemplo, o produto desejado pode vir em caixas de 50 unidades cada. Portanto, seus pedidos devem acontecer em quantidades fixas de 50 unidades.

Se você precisa de apenas 40 unidades, terá de comprar 50. Se você precisa de 55 unidades, terá que comprar 100! Com frequência, esta técnica resulta em estoques ao longo do tempo.

3. quantidade econômica: esta técnica de dimensionamento de lotes é baseada no cálculo do lote econômico de compras (economic order quantity – EOQ).

Como quando o lote econômico de compras é calculado, fazemos algumas suposições, e quanto mais divergente for a realidade, pior será o resultado. Algumas dessas suposições indicam que a demanda deve ser constante, o que pode não ser o caso em muitos os MRPs.

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Logística

A logística e suas divisões

Dividida primeiramente em macrologística (composta pela infraestrutura e sua engenharia para o atendimento de tudo o que precisa ser movimentado) e micrologística (com atividades empresariais), a Logística emplaca como uma área vital para o mundo globalizado e como uma excelente oferta de desenvolvimento econômico para um país. No caso do Brasil, como a macrologística se mantém carente de desenvolvimento, a micrologística, ante os enormes desafios, busca constantemente por maior eficiência em seus processos.

Mesmo que cada uma se comunique e necessite da outra, são muitas as áreas na Logística. Quanto à rotina, por exemplo, divide-se em estratégica e operacional; quanto ao tipo, em abastecimento, produção, reversa (que também se divide em pós-venda e pós-consumo) e de distribuição; o transporte pode ser de cargas e/ou de pessoas e este ainda se divide em modais que se dividem em várias atividades… A Logística é mesmo impressionante!

Áreas da Logística

Quando analisamos bem a definição mais simplificada da Logística, já abordada aqui em outros artigos, pode-se notar a amplitude, a responsabilidade e as diversas áreas, métodos e processos logísticos a ela incumbidos. Senão vejamos:

“Logística é toda atividade que envolva o fluxo de materiais, da origem ao destino, com soluções que busquem o menor custo no transporte e na armazenagem agregando valor aos clientes internos e externos”.

– Quando se fala em “toda atividade”, embora a definição se limite a incluir algum tipo de material, pode-se destacar aqui o fluxo das informações e o fator TEMPO de forma mais ampla. Dessa forma, a Logística se mantém presente em muitas atividades de outros setores. Na verdade, quando você vai ao trabalho (acorda, administra seu tempo, se desloca…) você está praticando logística. Toda atividade exige percepção, plano, execução e resultado, representados por quatro perguntas básicas: “O que farei? Quando farei? Como farei? Para que farei?” A Logística, com certeza, estará presente, pelo menos, em duas: “quando e como”;

O fluxo de materiais aponta para toda e qualquer atividade da cadeia de suprimentos (supply  chain) e por isso dá origem a diversas atividades e funções, as quais não poderíamos citar todas, mas seria interessante destacar algumas que já estavam em evidência ou que nos últimos anos se tornaram mais fortes no Mercado de Trabalho, como: aquisição, suprimentos, gestões da produção e da distribuição;

Da origem ao destino parece falar apenas de transporte, mas não é. Aliás, tudo na Logística está rodeado por elementos que tornam cada função importante e, assim, não deixam que nada seja tão simples porque tudo faz ligação com algo num círculo com fluxo contínuo – não à toa que é o símbolo mais utilizado para a Logística –. Aqui estão também atividades além-frota que possibilitam cumprir tal tarefa firmando vínculo com os fornecedores e com os clientes;

Soluções, sem dúvidas, são as razões da Logística – embora o ambiente ofertado por nossa infraestrutura não seja o ideal –. Tais soluções nunca deverão ter “o menor custo” como razão ante a satisfação dos clientes e a oportunidade de lhes “agregar valor”, mas como consequência;

No transporte e na armazenagem estão concentradas praticamente todas as atividades das quais tratam as áreas da Logística. É como se esses dois modelos fossem os “órgãos vitais” do corpo logístico – e o transporte ganha ainda mais notoriedade acerca da modalidade de transporte público cuja precariedade não combina em nada com sua importância –. As coletas e entregas, estoques e expedições, as mais diversas gestões e todas as outras atividades já citadas fazem parte ou se voltam para essas áreas de uma forma especial;

Clientes internos e externos se distinguem em duas seções importantíssimas no atendimento logístico: inbound e outbound. Falar hoje de satisfação dos clientes é falar primeiramente de eficiência intralogística como principal meio para exteriorizar resultados. Impossível atingir tais resultados junto aos clientes finais sem a objetividade, visão, otimização, produtividade, economia e competitividade praticadas “dentro de casa”, assim como tal estrutura não se manterá de pé sem aqueles que representam a razão de todas estas atividades. Por isso, como tudo na Logística, cada área estará sempre dependendo de uma e completando outra.

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Gestão Logística

O que é e como fazer a gestão da produção

Grandes empresas de manufatura possuem diversas plantas de produção e trabalham com orçamentos e faturamentos da ordem de muitos milhões de dólares. Imagine um grande conglomerado de empresas que fabrique dezenas ou centenas de produtos em vários locais do mundo. Seus processos são únicos e envolvem custos fixos altos, e precisam manter um nível de ocupação igualmente alto.

Para fazer a gestão da produção, é preciso levar em consideração não apenas as capacidades de produção de cada usina, mas seus custos (fixos, variáveis, mão-de-obra, hora extra), e também as informações sobre a demanda futura. Portanto, essa é a hora de revisar as informações sobre gestão e previsão de demanda.

A gestão da produção trata desde o longo prazo (muitos anos) até o curtíssimo prazo (horas). Hoje veremos o planejamento agregado (longo prazo) e o plano mestre de produção (médio prazo). Os problemas de sequenciamento de produção (curto prazo) são assunto para um outro post.

Planejamento agregado de produção

O planejamento agregado da produção é o responsável pelo plano de longo prazo da empresa. Ele determina os objetivos em termos de crescimento, desenvolvimento e rentabilidade por vários anos.

Nesta etapa, não se pensa em termos de produtos, mas sim com famílias ou linhas de produtos que deseja-se comercializar. Os planos são feitos em função de meses, e muitas decisões são agregadas. Portanto, há poucos detalhes e muitas diretrizes. No entanto, sem um bom planejamento agregado de produção, a empresa pode não ser capaz de atender a demanda.

Uma das funções do planejamento agregado de produção é determinar o ritmo de produção, indicando número de funcionários necessários, se a empresa deve utilizar horas extras, se deve terceirizar parte da produção, comprar ou alugar mais máquinas, etc.

Plano mestre de produção

O plano mestre de produção, por outro lado, tem um horizonte muito mais curto, de alguns meses. Aqui, trata-se de planejar as produções para as próximas semanas ou mês de cada tipo de produto, portanto, com um nível de detalhe maior que no planejamento agregado de produção.

No entanto, o nível de agregação ainda é alto, pois não pensamos ainda em qual produto será fabricado em que dia, e de onde virão os componentes e matérias-primas (você se lembra da diferença entre componente e matéria-prima? Veja no post sobre o controle de estoques!). Além disso, o plano mestre de produção baseia-se nas previsões de demanda — mais uma razão para que a previsão seja certeira! Veja nosso post sobre previsão de demand.

Os próximos passos são a determinação do planejamento das necessidades de materiais (Material Requirements Planning), e o sequenciamento dos pedidos de produção nas linhas de montagem. Mas isso, é claro, são assuntos para outros posts!