agricultura
Porto: o caos anunciado
Não é preciso dominar as artes da adivinhação para se saber que o Porto de Santos deverá viver de abril a outubro um período de caos, que vai se estender a todas as rodovias que ligam o Planalto às vias de acesso à faixa portuária. Esse é o período do escoamento da safra de grãos e açúcar e, a exemplo do que tem ocorrido em anos anteriores, não há por enquanto qualquer esperança de que as autoridades estejam planejando a implantação de um esquema de operação especial nas rodovias da região para absorver o aumento do número de caminhões em direção ao Porto.
Para agravar a situação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) acaba de anunciar com todas as pompas um recorde para a safra de grãos de 2010/2010. Ninguém é contrário a que o setor agrícola continue a bater recordes sucessivos de produção e exportação. O que se questiona é a falta de uma coordenação logística para que essa safra seja escoada sem que outros setores da economia sejam sensivelmente prejudicados, como tem ocorrido até aqui. E sem que a população das cidades da Região Metropolitana da Baixada Santista seja afetada em seus deslocamentos para São Paulo (e vice-versa).
Normalmente, o Porto de Santos, por onde passam 27% do comércio exterior brasileiro, já apresenta problemas que provocam atrasos e transferências de embarques e desembarques tanto na exportação como na importação não só em razão de obras de infraestrutura, manutenção e dragagem como de problemas de operação em terminais. Com a safra de grãos, a previsão do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Litoral Paulista (Sindisan) é que mais de 15 mil caminhões circulem por dia nas rodovias locais, quando normalmente o fluxo é de 10 a 11 mil.
Supermáquinas ajudando a logística
No deserto do Atacama, existe um conjunto de antenas de altíssima precisão (e tamanho também monstruoso). Cada uma das antenas pesa mais de 100 toneladas, podendo chegar a passar das 120 ton. Transportá-las de um lado a outro exige um equipamento “de peso”. Elas precisam ser transportadas de seu local de operação até o ponto onde recebem manutenção, que fica a 28km de distância e mais de 2000 m de diferença na altitude.
Dois mega caminhões dão conta deste recado. Eles foram apelidados de Otto e Lore e têm, cada um, 20 metros de comprimento, 10 metros de largura e 6 metros de altura, além de 28 pneus. Vazios, pesam 130 toneladas. Cada um deles é equipado com 2 motores de 700 HP e dois tanques de combustível (diesel) de 1500 litros!
Na área dos tratores, conheça o maior do mundo: LeTourneau L-2350. 19 metros de comprimento, 6,4m de altura, peso em operação de 258 toneladas e um motor com 2300 HP. O tanque de combustível desse monstro tem quase 4000 litros, maior que algumas piscinas domésticas, enquanto o tanque de óleo para o sistema hidráulico é de 1230 litros! Os pneus tem 4 metros de diâmetro e 1,78m de largura.