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Gestão Logística

Feliz ano velho?

Pela primeira vez em muitos anos, perto de cinquenta, fico com a sensação de que este ano não vai embora assim rapidinho para dar lugar ao outro que se iniciará. E não é para menos! Afinal, foi um ano bem difícil.

Se não fosse pelas Olimpíadas que, apesar de alguns problemas, colocou o Brasil no centro do mundo de forma muito positiva, só teríamos a lembrança de projetos logísticos que não saíram do papel – mais uma vez –, de obras paradas (mais de 1.500, segundo o próprio governo federal), de planos com a participação público-privada sem resultados, e essa é a parte preocupante, pois com o incremento dos investimentos privados é que teremos chances de conduzir a Logística para o campo da adequação da demanda, mas o que vimos foi um estado quebrado e investidores sem confiança diante de tantos escândalos de corrupção e de um verdadeiro desserviço da nossa classe política.

Talvez a questão tenha mesmo relação com a credibilidade perdida por vários segmentos político-econômicos que corroboram para que nosso “feliz ano novo!” seja desejado ao outro com certa cautela, não com desprezo, mas com aqueles comentários complementares do tipo: “Temos que acreditar que será bom para que seja”. Sem dúvidas, o uso da “teoria da passagem de nível” sem melancolia, nem pessimismo, dando uma parada, ouvindo e refletindo, arrumando a casa e seguindo em frente parece bem oportuna para este final de ano.

Não à toa, 2016 culminou com as maiores falcatruas políticas, desfalques bilionários, tragédias que demonstraram que o dinheiro está mais importante do que as pessoas e muito por essas e por outras que ele, 2016, não queira ir embora de nossas vidas. Reservou os piores indicadores que se tem conhecimento no campo do emprego e dos serviços, trouxe números negativos para nossa logística e pôs fim a empresas que não estavam preparadas para uma seguida fase recessiva. É, ele não vai querer mesmo ir embora… Acho que teremos que arrancá-lo à força.

Claro que isso depende muito da visão de cada um. Sabe aquela coisa de que enquanto um chora outros ganham vendendo lenços? É bem por aí. O ano foi vitorioso na visão dos palmeirenses e inesquecivelmente triste para a Chapecoense, de saudades para quem se despediu de um familiar e de celebração para aquele que viu a família aumentar, de amargura para aquele relacionamento que findou e de extrema alegria por aquele pedido de casamento, de aprendizado para Hillary Clinton e de alguma coisa para Donald Trump… Contudo, tivemos nossas vitórias, independentemente do contexto do ano, e isso é muito bom para fincarmos os pés em 2017 com muito mais confiança.

O que é mesmo importante compreender é que nossas dificuldades sempre serão superadas pelo conjunto do nosso acordar, nosso levantar e nosso agir. Nossa capacidade de superação, de criatividade, é inabalavelmente nossa maior fonte de renovação daquela esperança que nos move, que nos impulsiona e que não permite que nos entreguemos. É fato que 2016 nos trouxe uma dicotomia inquestionável: para quem levou uma surra dele é hora de curar as feridas e encarar novos desafios com uma bagagem bem maior de conhecimento – e é conhecimento mesmo, não é fracasso – e, para aqueles que foram acalentados por ele é hora de conquistar a amizade de 2017 e explorar todas as oportunidades que ele oferecerá.

Com certeza 2016 emprestará muito de seus aspectos para 2017, pelo menos até o 1º semestre, contudo, pelo fato de não sermos envolvidos pelo efeito surpresa, já estaremos em vantagem. O resto – e o que nos resta – é trabalhar da maneira que sabemos, buscando sempre nos aprimorar no que fazemos e buscarmos uma unificação para que não pareça que estamos em barcos diferentes. Essa história de lado “A” e lado “B” combatendo uma adversidade tem que acabar. Estrategicamente, só existem dois lados: o do problema e o da solução.

E que as soluções venham na sua vida e lhe encontre trabalhando, mas perto da família e de seus amigos; que lhe encontre perseverando com saúde e com entusiasmo. Se estiver vivendo muito num problema, cruze a fronteira e passe para o lado da solução – e viva a solução!

Saúde e sucesso a todos!

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Carreira Gestão Logística

Pulando poças

Superar os diversos problemas que surgem em nossas vidas não é uma missão fácil para ninguém. Exige equilíbrio, dinamismo e, acima de tudo, a sabedoria, não só para a solução como para perceber que problemas sempre farão parte da nossa vida para que nunca paremos de aprender, de perdoar e sermos perdoados, de acreditar e de evoluir como pessoas e como profissionais.

superacaoQuem, em suas caminhadas, já não se deparou com uma poça d’água? Ela surge e lhe obriga a tomar cinco decisões básicas: desviar, se possível; apressar o passo para saltar, se vista com antecedência; parar, para analisar se dá para saltar de primeira; recuar, para tomar impulso; ou ainda desistir e buscar outro caminho.

Os problemas exigem de nós as mesmas coisas. A diferença da ordem ou da intensidade das decisões está no tamanho da poça. Por que estamos vendo tantas empresas e tantas pessoas caídas ao lado das poças? Algumas vezes, nem tentaram e caíram lá de cansaço. É, de cansaço! Ou de tanto pular poças, ou de tanto esperar para decidir pular. Mas, o mais comum mesmo é planejar mal. No intuito de superar logo a poça, muitas vezes só enxergam a água e não se dão conta da lama ao redor, e nela escorregam, se machucam e se sujam.

Empresas recém-criadas têm mais chances de cair nas primeiras poças. A metade das empresas abertas no Brasil fecha as portas antes dos três anos de vida. Sua totalidade é de empresas pequenas, diferentemente da maioria das sobreviventes, composta por empresas maiores que estruturaram melhor suas práticas gerenciais, possuem maiores linhas de crédito e conseguem lidar melhor com as incertezas presentes no ambiente externo. Trazendo à nossa analogia, é preciso ser grande para tornar a poça menor, porém não é só o capital que torna algo grande, podemos incluir aqui o conhecimento, o planejamento e a determinação para se obter “pernas mais longas”.

Como pessoas e como profissionais, o nosso dia a dia reserva algumas poças: umas pequenas, outras que exigem uma estratégia mais adequada para que sejam superadas. O foco no caminho é um excelente meio de perceber sua chegada e analisar e escolher a melhor saída para que se perca o menor tempo e energia possíveis para saltá-las. O conhecimento ajuda na escolha do caminho. Não é sensato optar por caminhos repletos de poças quando temos outros que nos ligam ao mesmo destino sem prejuízos de tempo, distância ou de ideais. Há profissionais que optam por caminhos com muitas poças para valorizar seus esforços diante da organização. Esses geralmente terminam enlameados. E há os que não têm alternativas senão pular ignorando a proporção de suas pernas para a poça. Hesitar não lhe é permitido. Apenas escolher entre ver suas pernas maiores que a poça ou a poça maior que suas pernas.

Acredito que na maioria das vezes optamos por pular de uma vez já que nosso ritmo é sempre de correria e que, se não pularmos logo, o outro que vem atrás nos empurrará e nos usará como ponte. Mas, se temos pernas fortes, podemos parar, suportar o impacto e transformá-lo em impulso.

De uma forma ou de outra, sempre poderemos optar por aquelas cinco decisões básicas, mas sempre sabendo o que cada uma trará como consequência, de perda ou de ganho, de êxito ou de dor, de sucesso ou de lama. Cair, machucar-se ou enlamear-se faz parte. O importante mesmo é levantar-se e se tiver alguém com você, fica mais fácil. Talvez até dê pra rir da situação, se não, também não vale a pena chorar e arriscar aumentar a poça com tantas lágrimas.

Não importa se há chuva ou sol, as poças sempre estarão lá. E não importa que estejam em seu caminho. Você sempre terá cinco opções, ou até mais.

Que a força do Natal nos renove e que em 2015 tenhamos “pernas bem mais longas”!