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Canal do Panamá: vídeo acelerado

Você sabe como funciona o Canal do Panamá?

canal-do-panamaÉ uma região estratégica, pois dá acesso aos dois oceanos (Atlântico e Pacífico). Mas para passar pelo lago, localizado no Panamá, há um desnível: o lago está acima do nível do mar… os navios precisam subir, atravessar o lago, e depois descer de novo! O transporte de contâineres é muito facilitado por este canal. Já imaginou ter que descer até o sul da Argentina para ter acesso ao outro oceano?

Este canal deu origem ao termo “panamax”, indicando o tamanho máximo dos navios que podem atravessar o canal.

Acompanhe no vídeo abaixo a travessia, com câmera acelerada.

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Brasil e Portugal: o Porto de Sines

Os elevados custos de vigilância contra a pirataria internacional que ocorre na zona do Estreito de Malaca, Península Arábica, Chifre da África e Golfo da Guiné levaram os países ocidentais a apoiar o alargamento do Canal do Panamá, para a passagem de navios de grande porte, já que, dessa maneira, o tráfego no Oceano Pacífico será em mar aberto, reduzindo as possibilidades de ataques.

Com esse alargamento do Canal do Panamá, o Porto de Sines, em Portugal, passará a ser a porta de entrada da maioria das mercadorias com destino ou partida da Europa, fazendo-se o transshipment (operações de transbordo) no Terminal XXI, especializado na movimentação de contêineres, cuja gestão foi entregue em 2004 à PSA de Singapura.

Levando-se em conta essa perspectiva, não há dúvida que, para o Brasil, o porto de Sines ganha grande importância porque está claro que o comércio internacional dependerá – e muito – de meganavios, que possam ancorar em portos de águas profundas, com calado superior a 14 metros, facilidade de atracação e ausência de assoreamento. Como Sines, o Brasil dispõe do porto de Vitória-ES, instalado em zona de águas profundas, que poderia constituir uma das bases dessa “ponte” que estimularia o transporte intercontinental entre a América do Sul e a Europa.

De Sines, o que se pode dizer é que tem recebido os maiores navios porta-contêineres da atualidade, entrando em concorrência direta com os portos holandeses e belga. É claro que existem carências, como a ausência de uma linha férrea que o ligue diretamente à Europa, de bitola europeia, pois a que existe ainda faz muitos itinerários intermediários por Portugal até chegar à fronteira.

Falta também uma via rápida em direção a Sevilha, passando pelo Aeroporto Internacional de Beja, que fica a 100 quilômetros de Sines. Antiga base militar construída por alemães, esse aeroporto recebeu um investimento de 35 milhões de euros do governo português e foi reinaugurado em 2011. Como aeroporto civil, com a melhor pista de Portugal continental, superior à do aeroporto da Portela de Sacavém, em Lisboa, reúne condições excepcionais para o transporte de produtos perecíveis. É de ressaltar ainda que uma mercadoria em trânsito da América para Madri, se passar pelo Porto de Sines, que trabalha 24 horas por dia e sete dias por semana, ganha 48 horas, em vez de ir por Valência, na Espanha.

Sob um visão lusófona, é de lembrar ainda que é muito importante que se construam portos de águas profundas nos países de língua portuguesa. Além do projeto que o Brasil pode desenvolver em Vitória, Moçambique tem um extraordinário porto de águas profundas em Nacala, enquanto São Tomé e Príncipe estuda a possibilidade da construção de porto em Fernão Dias, perto da capital, com recursos franceses. Sem contar que a Guiné-Bissau, antes da atual fase de instabilidade constitucional por que passa, estudava um projeto de um porto de águas profundas em Buba, com capital angolano.

Por tudo isso, o governo brasileiro deveria colocar entre suas prioridades a construção de portos de águas profundas.

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O impacto da expansão do Canal do Panamá nas cadeias de suprimentos

O Canal do Panamá está passando por reformas e está sendo ampliado, o que terá consequências no mundo todo. Hoje, os maiores navios capazes de atravessar o canal, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, carregam carga equivalente a 4.400 contêineres de 20 pés (TEU). Depois da expansão, este número será quase triplicado, para 12.600. Já para 2014!

reforma no Canal do PanamáO frete marítimo transoceânico está intimamente ligado com economias em escala, e um navio capaz de carregar três vezes mais carga tem um impacto considerável no custo, principalmente quando a alternativa é descarregar na costa oeste americana e transportar a carga por trens até a costa leste. Isso ainda é muito melhor do que fazemos hoje no Brasil, sem a disponibilidade dos trens…

Hoje a viagem da Ásia até a costa oeste americana, mais o trajeto dos trens até a costa leste leva em torno de 18 dias. O trajeto sempre pela água, através do Canal do Panamá leva uns 22 dias, aproximadamente o mesmo que através do Canal de Suez – uma rota alternativa (e concorrente) da Ásia para a costa leste. A viagem pelo mar também pode ser mais longa, dependendo da velocidade do navio e da congestão das rotas escolhidas. Hoje, 70% das importações americanas vindas da Ásia chegam aos portos da costa oeste.

A opção navio+trens pode custar entre 10% e 25% mais caro, dependendo de como uma determinada carga é roteada para atender restrições de entrega (como just in time). As economias de um canal maior pode aumentar ainda mais a diferença.

Executivos da Autoridade Portuária de Georgia dizem que varejistas tais como o Walmart planejam enviar mais produtos através do Canal de Panamá renovado.

Isto não significa que os portos da costa oeste estejam fadados ao fracasso. Eles tem melhores conexões ferroviárias e outras vantagens infraestruturais que os portos da costa leste.  Além disso, navios maiores estão a caminho. A revista The Economist tem um artigo descrevendo um navio da Maersk Lines capaz de carregar 15,000 TEUs e que navios de até 18,000 TEUs estão sendo fabricados. Estes gigantes não passarão nem pelo Canal do Panamá renovado, e desde que portos como o Los Angeles possam recebê-los, eles irão diminuir a vantagem de custo da rota pelo Panamá.

Tem mais um ponto a ser lembrado. Como os recentes eventos no Japão e Tailândia nos mostraram, ter toda a sua produção centralizada num único lugar pode ser arriscado. O mesmo pode ser dito para ter somente uma rota logística.

Os transportadores gostam de alternativas. Conflitos trabalhistas na última década fecharam alguns portos da costa oeste e enviaram boa parte dos negócios para o Canal do Panamá, que nunca mais voltaram.

“O que não se pode discutir é que todo o sistema logístico tornou-se mais diversificado”,  diz o diretor executivo da Autoridade Portuária da Geórgia.

O menor custo oferecido pelo trânsito através do Canal do Panamá vai diminuir o custo, sem alterar drasticamente o fluxo de produtos.

 

Baseado no texto “The supply chain impact of expanding the Panama Canal” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.