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Para evitar o caos logístico

Do último episódio da longa novela em que se tornou o caos viário nas rodovias e vias de acesso ao Porto de Santos saiu-se como vilã a prefeita de Cubatão, Márcia Rosa (PT), que, em busca de melhoria para o tráfego na cidade, assinou um decreto municipal que impedia os pátios reguladores de funcionar 24 horas e acabou por multiplicar os congestionamentos que se dão nas redondezas do município. Mas, se há culpados, não se pode procurá-los nas redondezas do Porto de Santos porque o fulcro da questão não está na atividade portuária.

caos logisticoSe há culpados por essa situação, são os gestores públicos que não souberam preparar o País para a nova fase do agronegócio. E olhem que não foi por falta de aviso dos analistas. Em outras palavras: quando o Brasil começou a se tornar um grande fornecedor de matérias-primas e insumos, não houve por parte do governo nenhum plano estratégico com o objetivo de criar uma infraestutura no Interior do País para o agrobusiness.

O resultado é que, em razão dessa carência, os caminhões passaram fazer as vezes de silos e as rodovias se transformaram em pátios de estacionamento. As conseqüências dessa falta de planejamento estão à vista de todos, como têm mostrado com insistência as emissoras de TV e os jornais.

Essa mesma falta de visão ainda está presente na recente Medida Provisória nº 595, que autoriza a instalação de terminais-indústria, ou seja, espaços localizados fora dos portos públicos, mas nas suas proximidades. Isso significa que as nove cidades da Região Metropolitana de Baixada Santista deverão atrair mais empresas concessionárias interessadas em arrendamento de terrenos para atividades portuárias. É certo que a população do Litoral paulista, bem mais carente que a do Interior do Estado, precisa de maior número de empregos qualificados, mas é preciso levar em conta também se essa estratégia não irá acarretar maiores impactos no trânsito da região.

Ora, o que é preciso ficar claro é que nem o Porto de Santos nem os demais são locais de armazenagem de mercadorias, mas apenas lugares de embarque ou desembarque de produtos, que, aliás, deveria ocorrer no menor espaço de tempo possível, como se dá em portos de países mais desenvolvidos.

É verdade também que a solução do caos viário no Porto de Santos exige a instalação de pátios reguladores não só na Baixada Santista como no Planalto paulista, permitindo que os caminhões estacionem enquanto aguardam o horário exato para acessar os terminais e descarregar a mercadoria, de preferência com rapidez. Tudo controlado por programas digitais. Mas só isso não bastará, se os caminhões do agrobusiness continuarem a cruzar sem controle o Brasil em direção ao Porto.

É preciso também criar silos e centros de distribuição na Região Centro-Oeste, de modo que a capacidade de armazenagem seja suficiente para abrigar duas safras e ainda cobrir um crescimento de produção que, a se levar em conta o ritmo atual, será inevitável nos próximos anos.

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Vulcão, caos aéreo na Europa e a logística

O vulcão da Islândia que continua lançando cinzas na atmosfera continua causando caos aéreo na Europa.

vulcão ativo Islândia - caos aéreo EuropaO vulcão Fimmvorduhals da geleira Eyjafjallajoekull, localizado na Islândia voltou a tornar-se ativo na última quinta-feira (15 de abril) e desde então lança cinzas na atmosfera, que foram carregadas pelo vento e chegaram à Europa.

Pelo risco de problemas nos aviões, o espaço aéreo em boa parte da Europa foi fechado (veja quadro abaixo). Não há previsão de retorno à normalidade, e a situação depende da natureza: o vulcão precisa parar de lançar cinzas e os ventos precisam colaborar para a dispersão das mesmas.

O maior caos aéreo da história mundial já cancelou mais de 17.000 vôos em três dias, atingiu mais de 30 milhões de passageiros e causou um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões somente para as companhias aéreas britânicas.

Neste sábado havia aeroportos fechados em 27 países Europeus, que causavam efeitos em cascata pelo mundo, com cancelamentos de decolagens nos outros continentes e impediam os passageiros de movimentar-se pelos ares europeus. A expectativa é que a nuvem de cinzas vulcânicas atinja outros países nos próximos dias, e cientistas acreditam que um vulcão vizinho possa entrar em erupção, piorando a situação. Na última vez que este vulcão esteve ativo ele lançou cinzas na atmosfera por 2 anos (há 200 anos).