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Da Logística Integrada à Gestão da Cadeia de Suprimentos

Durante o período pós-guerra, muitas áreas da pesquisa em gestão de operações e engenharia industrial se desenvolveram de maneira muito acelerada e independentes umas das outras. No entanto, um dos aspectos essenciais da logística é seu papel de integração e coordenação entre fornecimento, produção, estocagem, consumo, transportes, etc. Assim, no final dos anos 60, uma nova visão contrapôs esta abordagem analítica e individual de cada uma destas partes. Trata-se da visão sistêmica, ou visão integrada.

da logística integrada à gestão da cadeia de suprimentosA logística integrada se propõe a estudar os sistemas complexos de maneira global, de forma que as relações existentes entre as diferentes partes sejam consideradas, e não se tente otimizar uma parte em detrimento do todo. Na área de logística, esta visão abriu espaço para o planejamento integrado, e este à análise do custo total, que embora pareça muito simples hoje em dia, foi um grande salto para o estudo da logística há 50 anos.

A análise do custo total leva em consideração todos os custos que serão incorridos com uma decisão. Por exemplo, pode-se transportar alguns produtos com aviões (pagando muito caro pelo transporte), mas reduz-se o lead time e assim diminui-se o nível de estoque, economizando neste último ponto. Se o custo total for mais baixo com o uso de aviões, então a situação é vantajosa.

Com esta integração, apareceu o conceito de gestão da cadeia de suprimentos, no início dos anos 80. Este novo conceito visava levar em consideração não apenas as integrações das atividades logísticas de uma empresa, mas também as integrações com seus parceiros de fornecimento e de consumo (acima e abaixo na cadeia de suprimentos). Esta gestão integrada pode ser vista também como uma extensão natural de diversas filosofias de redução de desperdícios (como o Just in Time e a qualidade total). A gestão integrada da cadeia de suprimentos também visa eliminar desperdícios, garantir um alinhamento mais afinado das decisões e uma melhor coordenação dos fluxos de produtos e de informações entre os diferentes elos de uma rede logística.

Diante dos diversos problemas de planejamento observados na logística, os tomadores de decisão se vêem frequentemente com um problema muito maior do que sua capacidade de raciocínio. A quantidade de ligações e a complexidade delas tornam as decisões muito difíceis: para um fabricante, por exemplo, como escolher entre a melhor localização para a fábrica, para os depósitos, as capacidades deles, os melhores modos de transporte, os bons níveis de estoques?

Todas estas decisões são claramente ligadas entre elas e deve-se encontrar uma maneira de tomar uma decisão que leve em consideração todas essas variáveis. As soluções com auxílio da matemática e informática são naturais, e assim, podemos dizer que a pesquisa operacional permite aplicar a abordagem sistêmica ao integrar todos os aspectos de um problema num mesmo modelo de decisão.

No entanto, é inútil tentar conceber um modelo muito completo se os dados necessários para alimentá-lo não são disponíveis ou se o modelo não pode ser resolvido , mesmo com os melhores métodos e computadores (ainda é o caso hoje em dia para muitos problemas).

A partir do final dos anos 80, vimos que os computadores estavam mais presentes nas empresas, os dados podiam ser obtidos de maneira sistemática e confiável, e softwares mais potentes e amigáveis combinavam modelos mais realistas e algoritmos mais desenvolvidos. Com isso, a logística e o transporte foram as áreas onde a pesquisa operacional teve mais sucesso. O resultado disso é evidente, mas é assunto para outra matéria.

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Computador na mesa… do restaurante!

Até onde se pode empurrar a ideia do self-service? Trata-se de uma questão interessante do ponto de vista do desgin dos processos. Existem algumas situações nas quais o cliente prefere fazer o serviço ele mesmo ao invés de esperar que alguém o ajude. Mas até que ponto?

Alguns restaurantes estão tentando implantar a ideia do self-service para os restaurantes com cardápio e garçons que nos atendem na mesa. Em muitos restaurantes, os clientes já participam do processo, por exemplo, buscando sua comida num balcão ou “limpando” sua mesa quando terminam. Um restaurante com garçons e menus tenta levar isso ao próximo nível: existe agora um tablet (mini computador) em casa mesa, que permite aos clientes examinar o menu ou pedir mais bebidas quando lhes convier (Slate, 22/abr/2011):

Funciona assim: a empresa produz os tablets com baterias que duram o dia todo e com um leitor de cartão de crédito embutido. O sistema é fácil o suficiente para que uma criança consiga usar. Você seleciona o que quer comer e adiciona os itens ao carrinho. Dependendo das preferências do restaurante, o aparelho pode mostrar informações nutricionais, lista de ingredientes e fotografias. Você pode fazer pedidos especiais, tais como “acompanhamentos ao lado” ou “fatia de bacon extra”. Quando você terminar, seu pedido vai direto para a cozinha e o aparelhinho lhe diz quanto tempo irá demorar a você ser servido. Quer uma cerveja enquanto espera? Basta escolher a sua no aparelho e aguardar que um garçom venha trazê-la. Sua companhia está chata? Jogue alguns joguinhos na telinha! Quando terminar de comer, basta pagar com o cartão, ali mesmo, dividindo a conta em quantas pessoas quiser, até item por item, se preferir. E o recibo pode ser enviado para seu email.

elacarte - tablet para restaurantesDe acordo com a CNNMoney, o sistema já foi instalado em vários restaurantes dos EUA e foi bem recebido. A companhia que fabrica os aparelhos afirma que ele aumentou as vendas de 10% a 12%, em grande parte por facilitar as compras por impulso (mais uma rodada de bebidas é uma boa desculpa pra jogar mais um pouquinho no novo brinquedo).

A pergunta que se faz é: no longo prazo, esta é uma mudança interessante?

Obviamente, os consumidores irão se beneficiar de ter mais controle de suas transações e não terão que sempre esperar por alguém para atendê-los. Com razão, esta é uma das vantagens quando você faz seu próprio check-in nos aeroportos. Eu posso pegar o assento perfeito dentre aqueles disponíveis, sem ter que explicar ao funcionário do balcão como eu levo em consideração e peso a diferença entre estar no corredor versus estar no fundo do avião. Claro, um restaurante poderia alcançar o mesmo objetivo ao deixar os clientes enviarem uma SMS aos garçons (e isso também já existe!).

Os ganhos para os restaurantes vêm não apenas de poder vender mais bebidas. Existe a possibilidade real de servir mais clientes com menos funcionários. Esses tablets permitiriam aos garçons focar em levar a comida às mesas e limpar os pratos delas, ao invés de parar e descrever as entradas ou ficar esperando e anotando os pedidos de bebidas. Ainda não está claro se os restaurantes de fato têm algo a ganhar nessa área. Muitos destes restaurantes pagam os garçons salários muito baixos, que são compensados com as gorjetas que os clientes pagam (prática muito comum – na prática, obrigatória – na América do Norte). Eu diria que as gorjetas diminuem com o uso desses aparelhos. Com menos oportunidades de interagir com os clientes, os garçons têm menos chances de ganhar uma boa gorjeta. Os garçons estar fazendo um trabalho que agrega menos valor, mas o restaurante pode ter que pagá-los melhor.

Baseado no texto “A table tablet” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.

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Logística

Logística e TI – invasão às redes de computadores

Por Paulo Sérgio Gonçalves *

segurança da informação, TI e a logísticaNa semana da posse da Presidente (a) Dilma Rousseff , computadores do Palácio do Planalto sofreram uma pane motivada por um ataque conjugado. Esses ataques são realizados, normalmente, utilizando-se de vários computadores chamados “zumbis” e tem por finalidade sobrecarregar os servidores a tal ponto que não resistem ao elevado volume de acessos e por via de consequência sofrem pane!

Esses “zumbis” não são nada mais do que computadores de usuários ingênuos que foram utilizados por pessoas altamente capacitadas (hackers) a invadir sistemas e operar redes de computadores sem serem rastreados.

Em artigo publicado em seu blog (Early Warning blog), um analista de defesa dos EUA escreveu: “nossa habilidade para penetrar nos sistemas de computadores do inimigo, nossa habilidade de explorar redes de comunicação, com o objetivo de manipular digitalmente as informações, é real!”