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Demanda Logística

O ponto de venda como mídia

É no ponto de venda que todo esforço de marketing frutifica através das vendas. Um grande número de empresas não dispõe de recursos necessários para realizar uma eficiente distribuição, que justifique a utilização da mídia tradicional. A estratégia de divulgação com maior retorno dos investimentos tem sido a concentração dos esforços de promoção no ponto de venda, onde clientes, produtos e check out se encontram.

Na ânsia de fisgar o consumidor, o PDV se tornou a principal mídia para a maioria dos produtos de consumo. Diante das opções para crescer, sobreviver ou morrer, fabricantes e varejistas lançam mão de variadas ferramentas para promoção de produtos no ponto de venda, entre elas:

– Design
– Arquitetura
– Exposição
– Merchandising
– Embalagem
– Atendimento
– Identidade visual
– Promessa de marca
– Incentivo de venda.

Com o objetivo de aumentar ao máximo a venda por metro quadrado dentro da loja, atrair novos clientes e operar ao mais baixo custo com qualidade, produtores e varejistas apostam cada vez mais as suas “fichas” no merchandising. O merchandising compreende um conjunto de operações táticas efetuadas no ponto-de-venda, para colocar no mercado o produto ou serviço certo:

– no lugar certo;
– na quantidade certa;
– no preço certo;
– no tempo certo;
– com o impacto visual adequado e exposição correta.

Vender é ação, já a correta exposição dos produtos no ponto de venda é um misto de planejamento, técnicas e arte, que agregam valor aos produtos. No planejamento de ações de merchandising deverá ser considerado:

– Tipo de ação
– Tipo de loja
– Produto e marca
– Duração
– Espaço necessário
– Preço
– Quantidade
– Materiais de PDV
– Perfil de consumidor
– Frequência
– Seleção de equipe
– Treinamento.

O poder do merchandising reside em expor produtos e marcas com destaque nos PDVs. Certifique-se de que é dada ao consumidor a real oportunidade de reconhecer os produtos como valiosos, ter experiências sensoriais e comprá-los com facilidade.

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Logística

Embalagens e sustentabilidade – o que podemos esperar?

A escassez dos recursos naturais, o aquecimento global, o consumo consciente e tantas outras situações relacionadas à sustentabilidade se tornaram discussões freqüentes no mundo empresarial. A adoção de processos sustentáveis deixou de ser diferencial, passando a ser incorporados por marcas e produtos, uma questão de sobrevivência.

embalagem sustentávelEmpresas que investem em sustentabilidade já ganham a preferência do consumidor. Segundo a Pesquisa “Responsabilidade Social das Empresas – Percepção do Consumidor Brasileiro”, dos Institutos Akatu e Ethos, de dezembro de 2010, dois em cada cinco brasileiros (41%) já concordam pagar um pouco mais por produtos de marcas que tenham posturas sustentáveis.

Para ser correta do ponto de vista ambiental uma empresa precisa estar preocupada com todo o processo produtivo. Inclusive com embalagens e resíduos dos produtos pós-consumo. Não dá para dizer que isso é uma moda. É tendência. Em 2003, durante o evento SPDESIGN, seis tendências para o segmento de embalagens foram apontadas. É bom relembrar:

1) TAMANHO:

Cada vez mais os espaços serão reduzidos nas prateleiras, em função do aumento da oferta de produtos concorrentes. As embalagens se tornarão cada vez menores. Assim, a diferenciação passará a ser importante para qualquer produto. Funcionalidade e conveniência das embalagens serão mais valorizadas.

2) EMBALAGEM GLOBAL:

Cada vez mais as embalagens passarão a ter menos palavras, utilizando símbolos e figuras universais para auxiliar na fixação da imagem dos produtos em qualquer parte do mundo. Com a globalização dos mercados as embalagens também passam a ser globais.

3) HOLOGRAFIA:

Já acontece nos EUA e no Japão, e deverá passar a ser também uma realidade para outros países, principalmente quando se trata de produtos com elevado valor agregado. Funciona também no combate à pirataria.

4) EMBALAGEM QUE “FALA”:

Em breve, boa parte das embalagens ao ser aberta deverá “falar” ao cliente  informações sobre o produto. Já são encontrados hoje no mercado embalagens que trazem indicadores de tempo e temperatura (TTI).

5) EMBALAGEM ECOLÓGICA:

Com o crescimento da consciência ecológica a produção de embalagens recicláveis e recicladas, de refis e de embalagens que após descartadas ocupem menos espaço nos aterros sanitários passa a ser uma realidade.

6) EMBALAGEM AUTO-DESTRUTÍVEL:

A engenharia de materiais terá grandes avanços no sentido de ofertar dentro de pouco tempo materiais que possam consolidar desta tendência.

Das seis tendências apontadas, duas estão diretamente ligadas às questões ambientais. Portanto, é fundamental que a sua empresa repense durante todo o tempo sobre essa situação. Seja por consciência ambiental, seja por exigência legal. Sim! A Política Nacional de Resíduos Sólidos já é uma realidade, e regulamenta a destinação pós-consumo de embalagens e resíduos de alguns setores da indústria brasileira (pneus, lâmpadas, lubrificantes, agrotóxicos, pilhas e baterias). Enquanto a Logística Tradicional trata do fluxo dos produtos fabrica x cliente, a Logística Reversa trata do retorno de produtos, materiais e peças do consumidor final ao processo produtivo da empresa.

É provável que em pouco tempo as regras devam envolver outros setores produtivos. Para onde vão as embalagens dos seus produtos depois do consumo? Em que medida elas agridem ao meio ambiente? A logística reversa já é uma realidade. Não é apenas um diferencial.

Por Heitor Marback é administrador: mestre em administração estratégica e especialista em marketing. Tem experiência com consultoria e gestão de marketing. Na área pública atuou com planejamento e comunicação governamental. Professor Assistente da Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC – Bahia.

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Logística

A importância da embalagem no Natal

O Natal não deve ser encarado como mais uma promoção, mas como a maior de todas as promoções do ano. É a data mais importante do calendário promocional brasileiro – momento esperado com grande expectativa, mais ou menos como o agricultor espera o momento da colheita.

A data traz consigo um forte apelo de consumo, sendo o momento em que as pessoas mais dão e recebem presentes. É quando o tráfego nas lojas se multiplica. Significa a grande oportunidade de vender mais. Portanto, todo cuidado é pouco para que as vendas sejam um sucesso.

embalagens de natalPorém, há um dilema: o consumidor está cada vez mais crítico e mais seletivo. Não se consegue destaque fazendo tudo sempre da mesma maneira. Para modificar os resultados é preciso oferecer “algo a mais”, o que pode ser feito através de embalagens diferenciadas.

Segundo estudos da Point of Purchase Advertising Institute (POPAI Brasil), 85% dos consumidores brasileiros decidem o que vão comprar no ponto de venda. A embalagem é um vendedor silencioso com quem a empresa pode contar. Fazer negócios é a atividade de criar valor para os clientes. Não basta um produto ser bom, ele também tem que parecer bom.

Para vender mais e melhor neste Natal do que nos anos anteriores, não é suficiente a empresa fazer uma decoração deslumbrante, ter um mix de produtos de qualidade, preços competitivos e condições de pagamento facilitadas. É preciso dar também atenção especial à forma com que os presentes são embalados, transformando seu ponto de venda numa fábrica de sonhos.

O Natal é um momento de resgate da infância e o reencontro com os sonhos, desejos, fantasias e esperanças. Tanto que as crianças anseiam muito pela chegada do Papai Noel. O bom varejo é aquele que consegue entrar nesse imaginário das pessoas e transformar isso tudo em um evento mágico.

Em um período que todas as lojas apresentam a mesma temática, a criatividade assume um papel relevante. É muito importante ser criativo para se destacar, pois o ser humano percebe as coisas pela ótica da diferenciação. Diferenciação é a capacidade que uma empresa tem de ser percebida como diferente dos demais concorrentes.

Para constituir um diferencial, as embalagens devem satisfazer três critérios:

1. Destaque – serem únicas.

2. Superioridade – serem superiores às utilizadas pelos concorrentes.

3. Exclusividade – não serem facilmente encontradas no mercado.

Quanto mais semelhantes forem os bens em termos de preço e de qualidade, maior é a importância da embalagem, uma vez que ela empresta ao produto a sua personalidade e representa um importante fator de diferenciação e de escolha.

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Logística Transportes

O poder da embalagem na logística

A embalagem de um produto tem muito mais funções que apenas acomodar o produto.

É evidente que a embalagem é um dos itens que podem ajudar a fechar uma venda: quando você está escolhendo um produto no mercado, a embalagem ajuda neste processo. Se ela é colorida e bem desenhada chama sua atenção pelo visual. Se as informações são claras, ela ajuda na tomada de decisão. Pegamos o produto nas mãos, mas estamos manuseando as embalagens. Então elas tem o apelo pelo contato direto com o consumidor.

Mas antes de chegar ao ponto de venda, o produto passou por outras etapas no processo logístico.

O produto precisa ser estocado e movimentado. Isto requer embalagens resistentes e fáceis de manusear. Formatos adequados ao empacotamento de várias unidades em um pallet, uma ao lado da outra e uma em cima da outra, é um dos itens que devem ser pensados ao se desenvolver uma embalagem.

Depois, para o transporte, a embalagem deve facilitá-lo. Alguns produtos são particularmente difíceis ou trabalhosos de serem transportados. É o caso de produtos volumosos mas muito leves. Por exemplo garrafões de água vazios, ou pneus, ou rolos de papel higiênico. Uma solução interessante encontrada por uma empresa brasileira foi amassar um pouco os rolos, para que eles ocupassem menos espaço. Quando chega a hora de usá-los, basta o consumidor desamassar o rolo e fazê-lo ficar redondo novamente! isto gera uma economia de espaço de até 28% no transporte e armazenagem, gerando enormes economias, pois é possível acomodar mais produtos nos caminhões e prateleiras, e mesmo nas nossas sacolas quando os levamos para casa.

Ainda falando do tamanho da embalagem, mas desta vez relacionado à quantidade de itens por pacote, a embalagem ajuda a atender um nicho de mercado. Em regiões mais pobres, os clientes não podem comprar grandes quantidades e armazenar o produto em casa. Preferem comprar quantidades pequenas, pois é o que cabe no seu orçamento. Assim, produtos pequenos e em quantidade individuais são preferidas. Sabonetes, detergentes e produtos deste gênero são vendidos em tamanho pequenos e quantidades individuais.

Nas grandes cidades, onde as famílias são cada vez menores e muitas pessoas moram sozinhas, as embalagens são pequenas mas por outras razões. Se você mora sozinho, não vai querer comprar um pacote de pão grande, nem congelados nos tamanhos que conhecíamos antes. Por isso hoje existem pizzas pequenas, lasanhas individuais e pão em pacotes pequenos. Tudo com a embalagem adequada.

poder da embalagem logísticaPor fim, não podemos esquecer das preocupações ambientais. As embalagens hoje devem ser retornáveis (como já é lei no caso dos agrotóxicos), reutilizáveis (como os já mencionados galões d’água, alguns produtos de maquiagem, lenços umedecidos e limpadores de vidros, por exemplo), ou pelo menos recicláveis (como a maioria das embalagens dos produtos que consumimos no dia-a-dia).

Leia nas matérias relacionadas abaixo outro exemplo de como a embalagem é importante para a logística.

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Logística

Embalagem sustentável

Uma área normalmente negligenciada nos estudos de gestão de operações, mas com grande interação com ela é a área de embalagem.

Algumas matérias recentes mostram como a alta nos preços do petróleo tem levado à inovações em como os produtos são empacotados. embalagem lâmpada - sustentabilidade e menos plásticoUma delas destaca como as empresas têm trocado as embalagens plásticas por outras que contenham menos plástico (veja a imagem ao lado).

“Com a instabilidade no preço de produtos derivados de petróleo, como o plástico, as pessoas começam a pensar em alternativas para as embalagens plásticas,” disse Jeff Kellogg, vice-presidente de eletrônicos para consumo e segurança na embalagem de uma grande companhia americana.

Mas reduzir as embalagens é mais complicado em lojas físicas que em lojas online. A embalagem ajuda a vender o produto, seja com textos explicativos, cores vivas ou visual atraente. E ainda tem que deter os ladrões. Redes de varejo perderam em torno de 1,44% das vendas para o roubo em 2009, de acordo com a Federação Nacional do Varejo dos EUA.

“Embalagens plásticas serviram bem a este propósito por 20 ou 30 anos”, disse Kellogg. Então, o preço do petróleo subiu em 2008 e novamente este ano, e o custo de produção destas embalagens subiu junto.

Existem diferentes interesses nessa área, além da própria sustentabilidade. A Amazon tem incentivado o uso de embalagens menores, já que eles não precisam vender o produto exposto, mas sim apenas o manuseiam num armazém. Agora outros grandes varejistas (com lojas físicas) entraram no mesmo movimento, e usam placas nas prateleiras para chamar a atenção dos clientes e sistemas de segurança para evitar roubos.

Além disso, reduzir o tamanho da embalagem tem consequências que vão além do uso de menos hidrocarbonetos. Existem outros ganhos ao migrar das grandes embalagens plásticas para as cartelas plásticas (como as dos medicamentos).

As reduções de custo são enormes. Com a cartela, o custo de materiais e mão-de-obra é até 30% menor que com a embalagem plástica. Além disso, a quantidade de produtos que consegue-se colocar na prateleira é muito maior com a cartela. Do ponto de vista da logística e do transporte a densidade é de 30 a 40% mais com este tipo de embalagem. Finalmente, esta embalagem também atende um desejo dos varejistas, pois imagens e textos podem ser impressos diretamente nelas. Dado que a maioria das pessoas não consegue abrir uma cartela dessas só com as mãos, isto também previne roubo.

Baseado no texto “Green packaging” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.

 

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Vídeos

A história da água engarrafada – uma visão logística

Em tempos em que a logística reversa é tão falada, um dos itens mais consumidos, desperdiçados e reciclados são as garrafas plásticas. Você já parou pra pensar na quantidade de garrafinhas que consome por semana?

Sem entrar nas questões financeira, política (lobbies e pressões governamentais e empresariais) ou de saúde (qualidade da água encanada versus da água engarrafada), gostaria de ver a questão” logística da coisa”.

O vídeo tem um viés muito forte e é preciso acompanhá-lo com uma visão bem crítica para não se deixar levar por argumentos fracos, mas a questão logística mostrada como pano de fundo é muito interessante.

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Qualidade

A qualidade não interessa

Por Ernesto Pichler*

Não sou um especialista em qualidade.  Talvez seja um especialista em falta de qualidade.  Como pesquisador do Laboratório de Embalagem e Acondicionamento do IPT, onde fiquei até aposentar, era a falta da qualidade das embalagens o que eu analisava, vendo o que deu errado nos testes e buscando correções.  Hoje, como perito trabalhando com a segurança no transporte de cargas, também focalizo as falhas, o que deu errado e até resultou em acidentes, para um trabalho de prevenção de riscos.

Muitos especialistas em qualidade ficam tão vidrados no assunto que passam a ver tudo sob a óptica da qualidade.  Trabalham com definições muito abrangentes, como “qualidade é a satisfação do cliente”, que são tão vagas como confusas, por abranger aspectos técnicos, econômicos e até psicológicos, numa completa falta de foco.  Eu prefiro ver a coisa mais dicotomizada.  Não que essa seja a maneira certa de ver, pois não há maneira certa.  É a forma mais proveitosa de se ver, em termos de clareza dos conceitos e consequências: uma coisa é qualidade, outra coisa é custo.  Misturar as coisas dá confusão.  Há especialistas em qualidade e especialistas em análise de custos.  Um especialista em tudo acaba se perdendo, não é especialista em nada.

Agora acho que posso explicar o título, mais que provocador:  o que interessa não é a qualidade mas a relação qualidade / custo.  De fato, não interessa ter uma qualidade excelente mas a um custo que ninguém paga.  A dicotomização permite ver o conjunto dessa forma, em seus componentes.