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Logística das garrafas d’água mais finas

Com a tendência em dar mais atenção ao meio ambiente e ter produtos e operações mais ambientalmente responsáveis, hoje iremos falar sobre as garrafas plásticas, como essas em que compramos água.  É comum encontrar um alinhamento entre a gestão de operações e a consciência ambiental. Isso significa que uma mudança que objetiva antes de mais nada economizar dinheiro, também pode, por exemplo, reduzir o impacto no meio ambiente.

Considere a Nestlé, presente na América do Norte através da marca Nestlé Waters; ela é a a empresa por trás de marcas de água como Poland Spring, Arrowhead, e Deer Park. Ela fabrica as suas próprias garrafas – um número impressionante que alcança 20 bilhões por ano. Há cerca de sete anos, a empresa começou a examinar seus processos. Descobriu  que 1) poderia usar muito menos materiais na fabricação de suas garrafas, e que 2) essas garrafas representavam 55% das emissões de carbono da empresa. “Quando você faz melhorias”, diz o diretor Kim Jeffery, “você ataca itens com maior impacto em primeiro lugar. A garrafa era o lugar lógico para ir.”

As diferenças não são apenas estéticas. Para fazer a garrafa de 2005 eram necessários 14,6 gramas de resina. A garrafa 2012 usa apenas 9,2 gramas de resina. (O plástico é um termo geral que descreve um material moldável. O plástico da garrafa de água e de muitos refrigerantes é feita de tipo tipo específico de resina, o PET.) “Costumávamos usar 270 mil toneladas de resina por ano”, diz Jeffery. “Hoje, mesmo fazendo mais garrafas porque o negócio tem crescido, usamos 180 mil toneladas de resina.”

Isso representa menos desperdício de material (e observe ainda que o rótulo da garrafa de 2012 é menor, o que conserva papel). Ela também leva a menos desperdício de energia. A resina para cada garrafa começa com a forma de um tubo de ensaio, antes que uma máquina o aqueça e o encha de ar para esticar. Com menos de resina em cada garrafa, é preciso menos calor e ar para esticar a garrafa. “Isso é uma economia imediata de 10% de energia na própria garrafa”, diz Jeffery. E as máquinas da empresa produzem 1200 garrafas… a cada minuto!

As garrafas mais finas também pesam menos, o que impacta o transporte delas para as lojas. Assim, as emissões de carbono do sistema de distribuição também são reduzidas.

Este é um exemplo bem prático (e legal) de como é possível melhorar a sustentabilidade de uma empresa sem abrir mão do lucro. Também tem um ar de sistema Toyota, pois se você reduz os desperdícios, tudo flui melhor. Os clientes querem comprar a água de uma maneira conveniente. Não querem a garrafa, querem a água! Assim, a garrafa e tudo o que envolve sua produção e transporte é desperdício. Reduzir o desperdício sistematicamente faz todos ficarem mais contentes.

Baseado no texto “Thin water bottles” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.

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Setor de bebidas investe em logística para reciclar vidro

Empresas do setor de bebidas investem em projetos para aumentar a reciclagem do vidro no País. Para a diretora de Relações Corporativas da Diageo, multinacional do setor de bebidas, Grazielle Parenti, o Brasil tem no vidro um grande potencial de reciclagem que ainda não está sendo explorado.

De acordo com dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), das 890 mil toneladas de vidro descartadas por ano no País, apenas 40% têm como destino a reciclagem. O vidro pode ser reciclado indefinidamente, mas são necessárias políticas de incentivo para reutilização. “É que ele é pesado, quem manuseia pode se cortar e o preço não é tão atraente quanto o do alumínio, por exemplo”, afirma Grazielle.

Para fomentar o avanço da reciclagem do vidro, a Diageo ampliou neste ano o programa Glass is Good, que incentiva a logística reversa. A ideia é ter um sistema que faça a ponte entre bares e restaurantes que utilizam embalagens de vidro e cooperativas de reciclagem. Para isso, a empresa fez parcerias com pontos de venda de seus produtos e com a Cooperativa Vira Lata, na cidade de São Paulo, para facilitar a coleta do material. Assim, os cooperados passam nos locais parceiros e recolhem todo o vidro utilizado no estabelecimento. “Eles levam qualquer objeto de vidro, mesmo os que não vêm de produtos da empresa”, explica Grazielle.

Segundo Grazielle, todo o vidro recolhido é vendido pelas cooperativas, que ficam com o lucro. “Dessa maneira, além do ganho ambiental, há o social também, com a geração de renda dos trabalhadores”, diz. Para a empresa, o retorno vem em termos de imagem e reputação. Além disso, a ação também é considerada uma alternativa para reduzir os impactos ambientais gerados pela empresa. Ela afirma que o projeto está ajudando a companhia a se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que responsabiliza as empresas pelo descarte de seus produtos após o uso pelo consumidor.

Desde o início do programa, em 2010, foram recolhidos cerca de 2 milhões de garrafas, o equivalente a 1 mil toneladas de vidro. Atualmente, o Glass is Good recicla 70 toneladas de vidro por mês, mas segundo Grazielly há potencial para muito mais. O objetivo é que esse número aumente para 300 toneladas por mês até o final do semestre. Para isso, é necessário ampliar as parcerias. Quando o projeto foi lançado, eram cinco estabelecimentos parceiros, agora, são 35 e mais dois condomínios residenciais. A expectativa é chegar aos 80 até julho.

Para ela, o projeto está totalmente dentro da realidade brasileira. “Temos uma cultura de cooperativas e a força delas vem crescendo. Por isso faz muito sentido no contexto brasileiro.” A intenção é expandir o programa para outras regiões. Em junho deve ser testado em Recife e até o final do ano no Rio de Janeiro. Grazielle diz ainda que a iniciativa está se tornando referência internacional e que outros países da América Latina já estão estudando implantá-la.

Europeus reciclam cada vez mais vidro

Em 2009, cerca de 67% de garrafas e boiões de vidro utilizados na Europa foram recolhidos para reciclagem, mais um ponto percentual do que em 2008. Estes números confirmam a tendência positiva dos últimos anos. A Bélgica é a campeã europeia da reciclagem, ao recolher 96% do vidro, seguida da Suíça (95%) e da Holanda (92%).

Fontes: Terra, European Container Glass Federation.

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A história da água engarrafada – uma visão logística

Em tempos em que a logística reversa é tão falada, um dos itens mais consumidos, desperdiçados e reciclados são as garrafas plásticas. Você já parou pra pensar na quantidade de garrafinhas que consome por semana?

Sem entrar nas questões financeira, política (lobbies e pressões governamentais e empresariais) ou de saúde (qualidade da água encanada versus da água engarrafada), gostaria de ver a questão” logística da coisa”.

O vídeo tem um viés muito forte e é preciso acompanhá-lo com uma visão bem crítica para não se deixar levar por argumentos fracos, mas a questão logística mostrada como pano de fundo é muito interessante.

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Cerveja de plástico: se as bebidas viessem em garrafa PET, o preço seria menor

Veja também um vídeo sobre o processo de fabricação da cerveja

Por: InfoMoney*

garrafas pet e a relação com a cervejaSe as cervejas fossem envasadas em garrafas do tipo PET, o preço dessas bebidas seria muito menor para o consumidor, é o que afirma o presidente da Afrebras (Associação dos Fabricantes de Bebidas do Brasil), Fernando Rodrigues de Bairros.

“O processo interno dela [garrafa PET] é mais barato que o do vidro”, explica. O processo realmente é mais simples, já que o próprio fabricante tem a chance de desenvolver a embalagem tendo uma fôrma e um soprador de ar quente, o que reduziria o custo de produção.

Marcelo Cerqueira, presidente da Abradeg (Associação Brasileira de Degustadores de Cerveja), reitera que “as microcervejarias sofrem impactos com o efeito da escala produtiva, pois possuem, por exemplo, um maior custeio da operação e logística de distribuição, o que afeta o preço”.