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O que é Gestão de Estoques?

Gestão de estoques, no contexto de uma indústria, normalmente se refere à gestão dos recursos materiais que podem ajudar a organização a gerar receita no futuro. O responsável por essa parte da gestão é o Gerente de operações.

Por exemplo, uma loja de varejo que vende vários itens, como um supermercado ou loja de departamentos (com, por exemplo, alimentos embalados, mantimentos, roupas, itens eletrônicos etc) não costuma armazenar todos os produtos na loja. Parte do estoque de produtos é mantido em um armazém ou depósito. Chamamos de inventário a soma dos produtos na loja e no armazém.

Por que a gestão de estoques é tão importante?

Empresas que atuam como fabricantes ou montadoras, voltadas para a produção de bens, dependem fortemente de um estoque bem gerenciado por uma série de razões. No fim das contas, uma empresa que dependa de produção não pode sobreviver sem um bom sistema de gerenciamento de estoques.

Vejamos, então, algumas razões para ter um bom sistema de gestão de estoques:

Atender às demandas de forma constante

A demanda por bens e serviços específicos não será a mesma durante todo o ano. Por exemplo, a venda de condicionadores de ar tem picos durante o verão e vai para baixo durante o inverno. Roupas também tem uma demanda muito sazonal, curtas no verão e longas e quentes no inverno. Um estoque bem planejado permitirá que uma empresa cumpra as exigências – e todos sabemos que a chave para aumentar a receita é o atendimento integral da demanda.

Continuidade das operações

A gestão cautelosa dos estoques permitirá a uma empresa executar suas operações sem problemas, com continuidade. Por exemplo, se uma organização fabrica produtos que dependem de matérias-primas, é evidente que a empresa precisa de um bom estoque de matérias-primas para que as operações sigam sem contratempos.

Economia nas operações

Um sistema de gerenciamento de estoques bem administrado permite que uma empresa possa cortar custos. Por exemplo, quando chega a época das festas e a empresa prevê um aumento na demanda por alguns produtos (como chocolate na páscoa ou brinquedos no Natal), ela pode adquirir mercadorias em quantidade com antecedência, negociar preços e armazená-las para a temporada. Os principais benefícios desse exercício são que a empresa pode atender toda a demanda e quando compra em quantidade e de maneira planejada,  obtém descontos.

Quais são os princípios da gestão de estoques?

As práticas a seguir podem ajudar uma empresa a ter um estoque bem gerenciado:

Previsão da demanda:

Esta é uma habilidade especializada. Uma empresa deve ser capaz de prever demandas de bens e produtos específicos em um momento específico do ano. A empresa deve criar e manter seu sistema de inventário com base nas demandas, reais e previstas. Conheça mais sobre previsão de demanda.

Monitoramento do sistema:

Um inventário deve ter um mecanismo de monitoramento da quantidade em estoque a todo momento. A empresa deve saber com exatidão a quantidade de estoque em qualquer ponto específico no tempo.

Qualidade de armazém:

O armazém deve ser capaz de manter o estoque em boas condições. Materiais desperdiçados geram perdas de oportunidades e receitas.

A Gestão de estoques é, portanto, um desafio para a maioria das empresas. Na verdade, mesmo antes que uma empresa comece suas vendas, seu lucro ou prejuízo pode ser parcialmente explicado por quão bem a empresa é capaz de gerenciar seus estoques.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Gestão da Cadeia de Suprimentos na Gestão de Operações

A Gestão da Cadeia de Suprimentos significa para a gestão de operações o mesmo que o oxigênio significa para nosso corpo. As operações de uma empresa não podem funcionar sem uma boa prática de gestão da cadeia de suprimentos. A gestão da cadeia de suprimentos garante que uma organização receba suas matérias-primas no momento correto, bem como bens e serviços que sejam essenciais para a gestão da empresa.

Toda a atividade da empresa está ligada numa cadeia de processos que desempenham um papel fundamental na alimentação da fome de materiais das linhas de produção. Um gerente de cadeia de suprimento deve assegurar que cada elo da cadeia desempenhe o seu papel corretamente. Trata-se de um processo contínuo, composto de várias etapas.

Vamos discutir alguns dos passos abaixo:

Planejamento

Depois que a organização já conhece os requisitos exatos do cliente, é hora de projetar a cadeia de suprimentos de forma que permita a organização cumprir os requisitos do cliente. Este é o primeiro passo e deve ser tomado cuidadosamente de forma que cada sub-passo seja cautelosamente planejado para dar o máximo retorno, pois recursos e tempo são limitados. O objetivo final é, naturalmente, a satisfação do cliente – e esse deve ser o objetivo de todo o resto do plano.

Desenvolvimento

Depois que o plano é desenvolvido, é hora de identificar os fornecedores viáveis e confiáveis. É importante que os fornecedores se identifiquem com os objetivos da organização, para que isso lhes permita ajustar as suas atividades em conformidade. O gerente de operações deve não só identificar os fornecedores de matérias-primas, mas também formular os termos e condições adequadas dos contratos de compra, para assegurar que os fornecedores sejam obrigados a fornecer os materiais a tempo e na qualidade adequada, bem como nas quantidades estipuladas. Também é fundamental que a interação com o fornecedor seja mantida ativa e que o seu desempenho seja revisto periodicamente.

Acompanhamento

A organização precisa ter uma prática de gerenciamento de estoques sólida para que ela possa tirar o máximo proveito dos fornecimentos. Uma gestão de estoques sadia permite que a empresa utilize corretamente os suprimentos e mantenha um monitoramento da utilização de estoques para a produção final dos bens.

Fabricação

A organização precisa agora usar o material e preparar as mercadorias para o cliente. A organização deve usar todas as suas técnicas de qualidade, de processos e todo o seu pessoal para garantir que a mercadoria cumpra os critérios de aceitação, conforme definido em parceria com o cliente. Depois de passado o teste de qualidade, é hora de empacotar os produtos e enviá-lo para o cliente. Pontualidade é fator crítico para satisfação do cliente.

Atendimento ao cliente

É hora de ouvir as sugestões e feedback dos clientes depois que as mercadorias são entregues. As sugestões formariam a base para novas melhorias no produto e a empresa precisa fazer desse processo uma jornada contínua de melhoria da qualidade. Também é a hora de identificar pontos para melhoria nos produtos, correção de defeitos e outras ideias sugeridas pelos clientes.

As etapas acima evidentemente variam um pouco de acordo com práticas organizacionais específicas, mas a essência da gestão da cadeia de suprimentos permanece a mesma. O objetivo principal do gerente de cadeia de suprimentos é para assegurar que cada parte do processo funcione bem e em sincronia com o conjunto, que o cliente esteja satisfeito e que todos os processos estejam ligados de forma eficiente.

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Gestão de operações: o segredo da Apple

Li um artigo na última edição da Businessweek que fui obrigado a adorar. Ele começa destacando como a Apple investiu pesado num tipo especial de raio laser para criar um design diferenciado (uma luzinha verde nos laptops, para que os usuários saibam que a câmera está ligada), e continua assim:

gestão de operações na AppleA maioria dos usuários de computadores Apple nunca deram atenção pra essa pequena luz verde, mas a sua criação trás à tona uma vantagem competitiva enorme na Apple: operações. Este é o mundo da fabricação, fornecimento e logística em que o novo diretor Tim Cook ganhou a confiança de Steve Jobs. De acordo com mais de uma dúzia de entrevistas com ex-funcionários, executivos dos fornecedores e experts em gestão de operações, a Apple criou um sistema fechado onde ela controla todas as etapas da supply chain, desde o design até as vendas no varejo. Por causa do grande volume – e até um pouco de crueldade – a Apple consegue descontos enormes em peças, capacidade de produção, e transporte aéreo. “Eles levaram o sucesso operacional para um nível nunca antes visto. Sua experiência em operações é tão importante quanto sua inovação ou marketing”, diz Mike Fawkes, ex-chefe de supply chain na HP.

Então a gestão de operações é um processo-chave na Apple! Dá de ficar ainda melhor? O artigo continua com uma série de exemplos:

A Apple começou a inovar nos menores detalhes do fornecimento logo após o retorno de Steve Jobs em 1997. Na época, a maioria dos fabricantes de computadores transportavam seus produtos por via marítima, uma opção muito mais barata que o transporte aéreo. Para garantir que os novos iMacs azuis estivessem disponíveis no Natal do ano seguinte, Jobs pagou US$ 50 milhões para reservar todo o espaço disponível no frete aéreo, diz John Martin, um executivo de logística, que trabalhou com Jobs para organizar os vôos. Os rivais tiveram problemas quando quiseram reservar transporte aéreo, como foi o caso da Compaq. Da mesma forma, quando as vendas do iPod decolaram em 2001, a Apple percebeu que poderia colocar tantos aparelhos nos aviões que ficou barato transportá-los diretamente das fábricas chinesas para a casa dos consumidores! Quando um funcionário HP comprou um iPod e o recebeu alguns dias depois, acompanhando todo o processo online no site da Apple, notou que estava diante de algo extraordinário.

Pensando nas operações da Apple, fica claro que ela é muito parecida com outras grandes experts na excelência operacional, como o Wal-Mart e a Toyota. Não é que as habilidades operacionais da Apple são as melhores do mundo. Pelo contrário, é que suas operações são tão entrelaçada com tudo o que fazem, que elas são essenciais para a realização de sua estratégia no mercado.

Por exemplo, a Apple tem uma linha de produtos bem limitada. Eles não se contentam em produzir alguns produtos que atraiam a atenção mas que nunca seriam líderes de vendas. Praticamente tudo o que a Apple faz pretende ser ao mesmo tempo moderno e de grande volume. Isso significa que quando trabalham com fornecedores, estão em posição de exigir que as coisas sejam do seu jeito.

Além disso, eles pretendem dar ao cliente as coisas que eles ainda não sabem que precisam. Isso significa que eles fazem grandes apostas em novas tecnologias de produção ou componentes antes que os concorrentes saibam que precisam desta habilidade, conhecimento ou aquela peça. Tudo isso seria incrivelmente arriscado se eles não fossem tão bons em antecipar soluções que os clientes necessitam.

Baseado no texto “Operations: Apple’s secret sauce?” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.

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Outra visão sobre o fast food com a gestão de operações

Se você quiser encontrar a prova das habilidades e capacidades da indústria americana, onde você iria? Com muitas fábricas tendo se mudado para a China, onde está a vanguarda da indústria norte-americana? De acordo com a BusinessWeek, você tem que ir a um restaurante de fast food!

Entre na cozinha do Taco Bell e encontrará fortes argumentos contra a idéia que os Estados Unidos perderam sua vantagem em sistemas de fabricação. Seja no Taco Bell, McDonald’s, Wendy’s ou Burger King você encontrará uma pequena fábrica, com um gerente que supervisiona uns 30 empregados, organiza os turnos, cuida dos estoques e dos fornecedores, administra uma linha de montagem produzindo com controle de qualidade invejável à muitas indústrias, com alto volume, gerando receitas de 1 milhão a 3 milhões de dólares por ano, tudo isso com clientes que aparecem no balcão da fábrica o dia inteiro para comprar o produto, e que o querem para ontem! O CEO do Taco Bell, Greg Creed, um veterano da divisão de detergentes e produtos pessoais da Unilever pensa assim: “Eu acredito que na Unilever nós tínhamos 5 fábricas. Bem, no Taco Bell hoje temos 6000 fábricas, muitas delas funcionando 24 horas por dia.”

É como se os grandes avanços da civilização humana, desde a criação de animais até matemática passando pela arquitetura e pela manufatura e tecnologia de informação, todos fossem entregues com uma bandeja no balcão.

gestão da operações de fast foodÉ impossível não reparar que pode até parecer meio deprimente que tanto esforço foi parar num mercado que é, de alguma forma, trivial. O que seriam de salas de emergência ou UTIs se tanta energia e ideias brilhantes fossem usadas para a otimização delas ao invés das filas no drive-thru? Por outro lado, tanto o Taco Bell quanto os concorrentes não teriam feito tudo isso se o mercado não tivesse exigido. Os clientes claramente dão valor para um Número 1 muito rápido, então, alguém pesquisou para que isso fosse possível.

Também vale a pena notar como os desafios operacionais de um restaurante de fast food são diferentes dos exemplos típicos de manufatura, como as montadoras de automóveis. Primeiro, como o CEO do Taco Bell explicou, é o número de instalação. Você tem milhares de lojas e todas elas devem servir as mesmas coisas, idênticas. Então, você precisa de um sistema de produção que seja robusto o suficiente para dar conta de uma variedade de mercados de trabalho e mercados consumidores. Diferentemente de uma fábrica da Ford, provavelmente você não verá os melhores gerentes em todas as 6000 fábricas. Certamente o que vende bem em uma região não é o mesmo que vende bem em outra. O sistema precisa dar conta disso tudo. E fazer isso tudo e entregar na fila do drive-thru a cada 163 segundos com mais de 90% de precisão, é algo impressionante.

Agora, pense com que freqüência uma fábrica de automóveis muda os modelos. Claro que uma fábrica produz vários modelos com uma plataforma comum e eles fazem uma mudança de modelo por ano. Mas essa mudança é na maioria das vezes trivial; as grandes mudanças acontecem mais esporadicamente. Por outro lado, as redes de fast food competem em parte ao oferecer as promoções – promoções de curto prazo. Assim, o design do produto passa a ser restringido pelo processo de produção, ainda que oferecendo uma novidade ao cliente.

Finalmente, você precisa lidar com os clientes! Você pode ter uma equipe treinada a seguir um script, mas você não pode pedir que os clientes sigam um script. Eles podem até querer ter um pedido especial: sem cebola, sem picles, sem ketchup. Você pode até treiná-los a pedir pelo número (reconhecem?), mas você não consegue impedir que ele mudem de idéia, ou que apareçam na hora do rush do almoço com um pedido longo e complicado.

Baseado no texto “Does American manufacturing expertise now reside at fast food restaurants?” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.

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Leitura Recomendada

Criando Organizações Eficazes: Estruturas em Cinco Configurações

Criando organizações eficazesA recomendação de leitura de hoje é o livro Criando Organizações Eficazes: Estruturas em Cinco Configurações, do professor Henry Mintzberg, um dos mais influentes pesquisadores de estratégias organizacionais do mundo. Certamente você encontrará outros livros de Mintzberg nesta seção.

Neste livro, o autor sintetiza as propostas destinadas à realização prática do planejamento de estruturas organizacionais como projetos a serem adequados a cada uma das cinco configurações puras em que ele classifica as organizações, bem como cada tipo intermediário existente.

Esta 2ª edição, de 2003, conta com mais de 300 páginas que o ajudarão a encontrar os melhores rumos para a gestão de sua organização.

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E lembre-se:

Todos os livros indicados são aqueles que conheço o conteúdo e qualidade, e por isso recomendo à quem tiver interesse em se aprofundar sobre o assundo.

As recomendações serão de todas as áreas abordadas no blog, começando por logística mas passando por qualidade, estatística aplicada e métodos de gestão.

Todos os livros estarão com um link para compras diretamente no site Submarino, do qual o blog Logística Descomplicada é afiliado.

Se você conhece um bom livro e acha que ele deva estar incluído nesta seção, entre em contato e deixe o seu recado!