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História e evolução da logística

Para entendermos o conceito de logística e seu impacto na competitividade das empresas, precisamos entender a história e a evolução da gestão logística. Essa gestão inclui não apenas o fluxo de materiais, mas muitas outras funções logísticas que veremos em detalhes neste post.

História da industrialização

A primeira revolução industrial foi também a primeira revolução da logística. Em 1765, James Watt cria a máquina a vapor, que permite a produção em massa. Antes, cada produto era feito individualmente, à mão. Agora, os produtos eram feitos por máquinas que substituíram os trabalhadores, com um ritmo de produção muito maior.

Logo em seguida, em 1801, Eli Whitney introduz o conceito de peças intercambiáveis, o que permite uma segunda mudança importante na montagem dos produtos: a produção de armas, relógios, máquinas de costura e outras passaram a ser produzidas em grandes volumes, ao invés de serem customizadas.

No entanto, nesta época, o grande problema era a distribuição dos produtos. Já éramos capazes de produzir em massa, mas ainda não podíamos distribuir em massa. Isso mudou com a segunda revolução industrial: grandes inovações em transportes e comunicações (trens, navios e o telégrafo).

O início do século passado viu algumas das últimas grandes revoluções na produção, com Taylor fazendo a divisão minuciosa do trabalho, e Ford criando as linhas de produção móveis (linhas de produção já existiam antes, mas os trabalhadores se moviam; agora, o produto vem até o trabalhador, ditando um ritmo de produção imposto pela linha).

Economia atual

Com a globalização, multinacionais estão presentes e oferecem seus produtos em vários mercados do mundo. Inovação é a palavra de ordem, e se antes os clientes compravam o que estava disponível à eles, hoje os consumidores impõe seus desejos por maior valor agregado. Eles querem o produto certo, na hora certa, no preço justo, no local desejado, e com a qualidade desejada. Como balancear essa equação? Com uma ótima gestão de operações e logística.

Com isso, o papel da logística é claramente, muito maior que apenas distribuição. Passa desde a compra de matérias-primas, gestão de estoques, gestão da produção, controle de operações (estocagem, qualidade, distribuição e transporte), gestão da demanda (previsão) e planejamento de longo prazo (localização de usinas, gestão de projetos).

Cadeia de suprimentos

Uma cadeia de suprimentos é composta por uma rede de fornecedores, distribuidores, centros de distribuição, varejistas, etc, que visam transformar e entregar os produtos aos clientes.

Hoje em dia, este conceito é revisto, pois isso não é mais suficiente. Os clientes não querem apenas os produtos. Eles querem a garantia de que os serviços serão adequados. Isso inclui a certeza de que práticas ambientalmente corretas foram utilizadas, e que técnicas de reciclagem sejam postas a disposição. É a sociedade influenciando as empresas com a logística reversa.

Mas isso é assunto pra outro post!

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Conhecendo a logística

Em 6 de junho comemoramos o dia da logística. Conheça um pouco mais da história da logística, de Jomini, Thorpe e Eccles até os dias de hoje.

 

O passado nos fornece informações valiosas para perceber e planejar o futuro. Parece tão simples, mas muitos se focam tanto nos resultados finais que descartam conhecimentos e tornam mais difíceis ou até mesmo inalcançáveis os seus objetivos.

Como acontece com pessoas, acontece com organizações. Como acontece com mercados, acontece com teorias e práticas das profissões. Saber de onde e como veio a profissão que você escolheu é, além de respeito próprio, um dado importante para se localizar no mercado. Se não conhecemos uma “teoria-mãe” não temos como concordar, paradoxar ou nos diferenciar já que não se tem noções de referências. Quando assumimos uma profissão, emprestamos a ela nossos valores pessoais e recebemos dela a oportunidade de fazer parte da sua história, como fez Taylor, Fayol, Pacioli, Jomini, Thorpe, Eccles e tantos outros do passado ou contemporâneos.

06 de junho - dia da logísticaInfelizmente, muitos correram para a porta da logística e atropelaram os anfitriões. Eu também fui um dos que passei sem nem “dizer as horas”. Hoje vejo a “careta” dos alunos de logística quando se fala em história e depois a mesma sensação que experimentei ao saber que estou incluído em algo no qual pessoas brilhantes prepararam o caminho que sigo agora. Não aquele que os “Logistikas” seguiam arrendados com a missão de suprir as guerras dos antigos gregos e romanos; talvez os idealizados inicialmente por Thorpe ou o caminho que Eccles iniciou sem a total noção da sua contribuição para algo mais nobre do que guerras: A construção e desenvolvimento das nações. E mais tarde, com a logística norteando a contribuição dos demais profissionais que passaram e estão na área, veio o avanço econômico e tecnológico e a possibilidade de melhorar sempre aquilo que, para muitos, parece o ponto final.

A modernização da logística é algo tão maravilhoso e intrigante como se segue nos dias de hoje. Sua história nos incita à reflexão sobre a importância dessa arte que se fez com a mesma desconfiança que experimentamos em muitas empresas que, como naquele tempo, representadas pelas forças militares, tinham outro foco e não conseguiram captar o real caminho das transformações de suas estratégias. O erro dessas organizações em não acreditar e não desenvolver o termo logístico que o Barão Antoine-Henri Jomini (1779-1869) introduzia no vocabulário militar francês em 1836 (e depois no russo), fez perder o tempo, o dinheiro e o êxito tão defendidos quando escreveu “Sumário da Arte da Guerra” onde a dividia em cinco atividades: Estratégia, grande tática, logística, engenharia e tática menor. Foi muito lido, mas só por suas lições de estratégia e de tática.

Os Estados Unidos se valeram da obra de Jomini “desprezando” a de Carl Phillip Gottlieb von Clausewitz (1780-1831), outro grande estrategista militar da Prússia, que hoje faz parte da Alemanha, e se iniciava a logística na história norte-americana por volta de 1870 com sua introdução acentuada na Marinha 18 anos depois pelo americano Alfred Thayer Mahan, pelo historiador inglês Julian Corbett e pelo Tenente Rogers que introduziu a logística como matéria no NWC (Naval War College). Ambos contribuíram com o avanço naval, tecnológico e estrategista, importante no evento da 1ª Grande Guerra em 1914.

Foi nesse ano que chegou para um curso no NWC, o Tenente-Coronel George Cyrus Thorpe (1875-1936) que, ao perceber o silêncio dos comentaristas militares sobre a logística, escreveu suas próprias definições em “Pure Logistics” onde distinguia estratégia e tática e defendia que a educação, como parte da logística, preparava todo o sistema para operações eficientes. Sua obra não conquistou muitos adeptos até que, no pós-guerra, já fora do serviço militar devido amputação de seus dedos dos pés em 1923, dedicando-se mais aos estudos, ela veio influenciar a estruturação militar de forma mais forte devido às confirmações daquilo que havia antecipado.

Durante o período e após a 2ª Guerra Mundial, surgia aquele considerado um dos maiores estudiosos da logística militar e o “pai” da logística moderna, o Vice-Almirante Henry Effingham Eccles (1898-1986) – que nada tem em comum com o físico britânico. Ele encontrou a obra de Thorpe empoeirada e esquecida na biblioteca da NWC e, após se aprofundar, comentou que se os EUA tivessem seguido aqueles ensinamentos, haviam economizado milhões de dólares na condução da 2ª Guerra Mundial.

Eccles foi autor de várias obras importantes e, após sua aposentadoria em 1952, continuava intimamente ligado ao desenvolvimento da logística e ao conselho do NWC que o homenageou ao nomear sua biblioteca.

Essas obras inspiraram, entre tantos, o CMG (Capitão-de-Mar-e-Guerra) da Marinha Brasileira, Abílio Simões Machado, que em 1968 publicou “Introdução à Logística”. Mas essa área não se desenvolvia pela falta de interesse mesmo nas Escolas de Altos Estudos Militares do Brasil, tanto que se repetia o abandono da obra de Thorpe onde um exemplar foi encontrado numa área de descarte para se obter mais espaço na biblioteca. Recuperado e traduzido em 2008 por Ruy Capetti, faz parte do Patrimônio Histórico da Marinha.

O que chama atenção é que o curso da história nos remete a uma situação semelhante aos dias de hoje. Muitas pessoas e empresas ainda não despertaram para os tempos de necessidade do conhecimento, da inovação e, acima de tudo, de novas atitudes empresariais, comportamentais e ambientais. É como se aquela mesma visão contada aqui, de forma resumida e não fazendo justiça com vários fatos e pessoas que contribuíram para essa história, ainda fosse desacreditada por muitos que não percebem sua “morte” gradativa no mercado.

A logística empresarial que hoje experimentamos, vem desses acontecimentos e das mentes empreendedoras daquele e desse tempo. A força só se destinou a uma “guerra” com meios diferentes daquela. O “descansar” não faz parte de quem quer vencer; o “marchar” é para os objetivos que se quer alcançar; o “apresentar armas” tornou-se apresentar soluções e os tiros disparados contra pessoas era a única coisa que lá e hoje não faz “sentido” algum.

Dia 06 de junho, é o dia da Logística de todos os dias.


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A história e o futuro dos transportes

Nossa civilização atual depende dos meios de transporte cada vez mais eficientes. Vivemos em grandes cidades, e precisamos nos deslocar muitos quilômetros diariamente. Seja com nossos carros ou usando meios de transporte coletivos, somos dependentes de formas de transporte para nos transportar por longas distâncias.

Hoje conseguimos chegar ao outro lado do mundo em questão de horas. Milhares de vôos acontecem diariamente em uma escala planejada e conhecida com antecedência.

Em grandes centros urbanos temos metrôs a disposição. Em algumas regiões existem trens de alta velocidade para nos levar de uma cidade a outra.

Para nossas mercadorias, dependemos de grandes navios capazes de carregar milhares de containers pelos oceanos.

Todas estas formas de transporte são rápidas, seguras e eficientes, apesar de boa parte delas ainda depender de combustíveis fósseis.

Mas você já parou para pensar em como era o transporte antigamente? Pela terra, água e ar, o transporte evolui rápido. Veja a evolução histórica com os principais desenvolvimentos e seus criadores (ou o local onde foram desenvolvidos):

1769: Barco a vapor (James Watt)

1804: Locomotiva a vapor (Richard Trevithick)

1820: Utilização do asfalto como revestimento, Europa

1821:Motor elétrico (Michael Faraday)

1832: Primeiro trem elétrico, New York-Harlem

1863: Primeiro metrô, Londres

1885: Automóvel (Karl Benz)

1903: Avião (aeroplano pelos irmãos Wright ou avião por Santos Dummond em 1906)

1921: Turbojato (Maxime Guillaume)

1969: Concorde

1978: GPS (Departamento de defesa americano)

1981: TGV, Linha Paris-Lion

1997: Carro híbrido, Toyota Prius

2060: 2,5 bilhões de carros?

Esta é a previsão, de que teremos 2 e meio bilhões de automóveis daqui 50 anos. Não sabemos ainda se eles serão elétricos e nem mesmo se terão a mesma forma dos automóveis que conhecemos hoje. Não basta olhar para o passado, é preciso ter um olho no futuro e estar atento ao que as pesquisas e os designers nos indicam que serão os meios de transporte do futuro.

Veja algumas ideias:

A moderna cidade de Dubai, nos Emirados Árabes, já escolheu os veículos que transportarão milhares de turistas e moradores. Apresentado durante a World Future Energy, o carrinho circulará por vias pré-determinadas e adota o sistema de PRT (Trânsito Rápido Personalizado).

Você concorda que a única coisa que os carros Off-Road, criados para andar em trilhas e desvendar a natureza, não têm é preocupação com ambiente? Gastando litros e litros de combustível e despejando CO2, eles não são ecológicos. A Fiat criou o 1° Off-Road completamente verde, o FCC, pois é movido por baterias.

A Peugeot sempre lança protótipos de carros futuristas. O Coro é mais um deles e com o formato em forma de bola poderia ser lançado na próxima Copa do Mundo, aqui no Brasil. Criado pelo japonês Yuji Fujimura, o carrinho leva dois passageiros e pode chegar ao mercado em várias cores.

A Audi lançou o desafio e os estudantes da Universidade de Munique, na Alemanha, criaram um dos prováveis carros do futuro da montadora. O Quattre contraria a tendência de carros cada vez menores e se transformou em uma nave futurista. Mesmo assim, não deixa de ser um Audi.

Uma filial da GM na china desenvolveu um automóvel candidato a rodar em nossas ruas no futuro. O EN-V tem espaço para dois passageiros, atinge a velocidade máxima de 40 Km/h e uma bateria de lithium-ion responsável pela movimentação de suas rodas. Elas ficam lado a lado bem no centro carro. Haja equilíbrio!

Olha a Peugeot aí de novo! O modelo 1001 Nimble está mais para cara de fantasma do Pac Man do que carro, mas não deixa de ser curioso. De acordo com o designer, Tiago Alves, o carrinho poderia andar em qualquer direção, por isso ele tem um para-brisa que permite uma visão de 360°. Ah tá!

O mercado da beleza é bilionário hoje em dia, então, imagine no futuro. Pensando nisso a Renault criou o Zoe, um protótipo de carro SPA. Ele filtra as impurezas do ar e não permite que elas sujem sua linda pele. Além disso, libera óleos calmantes para que você sempre seja paciente no trânsito.

A NASA também “viajou” longe e apresentou no evento American Helicopter Society o protótipo Puffin. Ele seria um avião para apenas uma pessoa, alimentado por energia elétrica e baterias recarregáveis. Com velocidade média de 240 Km/h e máxima de 480 Km/h ele é quase um míssil tripulado.

Chamado de EyeStop, o protótipo dos alunos do MIT, nos Estados Unidos, pretende dar novos rumos no ramo dos transportes públicos. A maior vantagem do EyeStop é gerar toda a energia que consome, por meio de células fotovoltaicas. Além disso, terá conexão com a internet. Agora todo mundo vai querer andar de ônibus.

Os famosos ônibus da cidade de Londres na Inglaterra também já ganharam projetos futuristas. O dono do projeto, Hugh Frost, acredita que está na hora de trocar os antigos e pré-históricos ônibus da cidade por modelos movidos à energia elétrica ou renovável.

O designer Chang Ting Jen deve ter cansado do trânsito caótico das cidades asiáticas e resolveu inventar a “bicibolsa”. O nome verdadeiro da invenção é Backpack Bicycle, tendo em vista que pode ser dobrada e colocada nas costas, pois pesa apenas 5,5 kg.

A Everglide tem a mesma idéia central da Backpack Bicycle, pois você também pode dobrá-la e levar seu meio de transporte nas costas. Porém, o que chama a atenção é a cesta localizada na parte de trás da bicicleta. Não lembra um carrinho de feira? Não seria má idéia.

O monociclo, famoso no mundo do circo, está nos planos da Honda. O U3-X é um projeto da empresa japonesa que têm planos de disponibilizá-los para a terceira idade do futuro, ou seja, nós.

A Honda, uma das gigantes do segmento de motocicletas, já deu as caras no mundo dos veículos futuristas. O triciclo 3R foi apresentado no Salão do Automóvel de Genebra e causou muito. Movido por baterias certamente o 3R será a Honda Biz do futuro.

As pirações da Honda ainda não acabaram, pois a moto Oree está ai para comprovar. Depois da 3R, a montadora japonesa apresentou o projeto da moto do futuro. Com propulsor elétrico ela carrega apenas uma pessoa em um banco bem desconfortável pelo jeito.

A Rad Bike pode ser chamada de Lambreta do século XXI. Porém, entre a Lambreta e a Rad Bike apenas a aparência combina. Ao contrário da moto (barulhenta e) famosa anos atrás, a Rad Bike é movida a energia elétrica, portanto não faz barulho e pode ser dobrada e escondida em qualquer cantinho.

É claro que os charmosos táxis não poderiam faltar em nossa seleção. O Robot Taxi é o sonho de consumo para aqueles que odeiam os taxistas simpáticos que ouvem aquelas músicas que você odeia. Para pedir um, ligue para a operadora, informe onde você está e em poucos minutos o táxi robô o leva para casa. De brinde, uma viagem em silêncio e sem conversa furada.

O Segway já é um velho conhecido do público, mas ainda sim continua a ser um provável candidato a transporte do futuro. Em cidades cada vez mais lotadas, ele é uma ótima opção de veículo para pessoas idosas ou com problemas de locomoção. Pena o preço, quase 4 mil euros. Melhor ir a pé.

Veja todas as imagens utilizadas acima em maior definição na galeria abaixo:

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Com informações do Terra

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Salário mínimo – histórico e atualizado (2011)

O valor de R$ 545,00 aprovado como novo valor do salário mínimo pelo Congresso, com vigência a partir de primeiro de março de 2011, deve injetar mensalmente na economia algo em torno de R$ 1,5 bilhão, avalia a Fecomércio-SP . Segundo o presidente da federação, isso é significativo na elevação da capacidade de consumo das famílias de baixa renda.

Ainda segundo a Fecomércio, esse novo valor do salário mínimo deve impactar a economia com um valor em torno de R$ 17 bilhões, ficando o INSS com R$ 8,5 bilhões, a iniciativa privada com algo em torno de R$ 5,5 bilhões, e os trabalhadores autônomos e empregados domésticos com R$ 3 bilhões.

O coordenador da área de Economia Aplicada do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Armando Castelar Pinheiro,  acredita que o reajuste gera um impacto no poder de compra dos consumidores. Mas, para ele, esse impacto não é tão forte. “O mínimo de R$ 545 essencialmente repõe a inflação passada, que é a regra acertada”, disse, de acordo com a Agência Brasil. “Tem um impacto no consumo no mês em que ele ocorre, mas esse impacto não é tão grande”, concluiu.

O reajuste também gera um impacto na inflação, explica o economista. Isso porque parte do índice de inflação é formada por preços que refletem serviços indexados ao salário mínimo. Sempre que ocorrer um aumento no salário mínimo, o mesmo gerará um aumento de consumo e de inflação num primeiro momento, mas que será logo normalizado tanto o consumo como a inflação.

No Brasil 46,8 milhões de pessoas recebem salário mínimo; destas, 19,2 milhões são beneficiárias do INSS, 13,8 milhões são empregados, 8,7 milhões são autônomos e 5,1 milhões são trabalhadores domésticos.

Salário Mínimo real e o necessário