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Desempenho Logística Transportes

Fretes CIF ou FOB?

Não há diferenças quando atrasam

Quem atua na Logística já deve ter passado por alguma situação urgente em que o frete foi determinante para o desfecho acompanhado, minuciosamente, por outros setores da organização. Desgastante correria devida alguma falha ou por ter sido acompanhado de forma errada pela contratante ou pela contratada. E aí, aquelas perguntas ecoam: “Já chegou?”, “Onde está?”, “Sabe que vai parar?”…

frete cif ou fob? não há diferença quando atrasamIsso acontece muito com a logística inbound (dos fornecedores para as fábricas), mas não se limita apenas a essa modalidade. Muitos problemas referentes às atribuições operacionais vêm ocorrendo pela comodidade, falta de informação ou até má fé de alguns fornecedores de serviços de transporte que não monitoraram suas rotas de cargas e deixam o destinatário vendido na informação, ou ainda, pela opção do cliente por um tipo de frete sem antes conhecer seus pormenores.

Há muito se plantou que os fretes CIF (Cost, Insurance and Freight ou custo, seguro e frete) ou FOB (Free On Board ou posto a bordo) seriam apenas para determinar quem arcaria com os custos, o fornecedor (quando CIF) ou o cliente (quando FOB). Não é só isso. Não é só custo. Estão envolvidas outras responsabilidades. Quando esses termos (INCOTERMS) foram incorporados nas operações logísticas rodoviárias nacionais, não vieram com todos os atributos e parecem estar perdendo os determinantes, previsibilidade e acompanhamento, com o passar dos tempos. Estão deixando de ser exceções quando, pelo avanço de tecnologias de monitoramento e interatividade, não se investe nesses serviços como se deveria.

Ainda pode-se dizer que o cliente tem que confiar na entrega por não dispor de um bom sistema de acompanhamento de cargas que, justiça seja feita, tem muita transportadora disponibilizando a um baixo custo repassado, ou simplesmente pela falta de tempo para acompanhar suas cargas, deixando na mão do transportador, pura e simplesmente. “Se o frete é CIF eu não vou me preocupar”. Está errado. Uma produção mais segura exige mais que isso. “Meu transportador é de confiança”. Já vi parcerias se quebrarem devido a isso e o “pague meu prejuízo” ainda ecoa. Claro que não dá para acompanhar tudo. Mas, partindo do princípio que só se gerencia aquilo que se mede… Seu processo não está seguro. Totalmente seguro nunca estará. Porém, a eliminação dos efeitos das imprevisibilidades através dos seus controles processuais lhe garante, no mínimo, ações mais planejadas e sujeitas ao sucesso.

Contudo, isso é uma prática das empresas que enxugam gastos onde não deveriam e assim correm mais riscos. Você pode ver pessoas ociosas em outros setores, na Logística não. Não faltam tarefas, há sempre o que acompanhar e melhorar. E aí os processos se tornam falhos, como nos casos em que optar por um tipo de frete diferente do proposto seria mais econômico e seguro. Porém, não há tempo para pesquisar, cotar ou acompanhar. Lembre-se que os custos com frete representam o maior gasto no setor de logística de uma empresa e, reestudá-los agregando valor ao seu produto, pode lhe destacar profissionalmente.

Pode não ser o seu caso, mas muitas empresas optam pelo sistema “valei-me Deus!” e deixam seus processos nas mãos de empresas prestadoras de serviços não muito confiáveis. O problema é que sempre devemos ver os outros com olhos profissionais, mas nem sempre eles são como os enxergamos.

Outro dia, numa consultoria, perguntei ao comprador sobre a entrega de matéria-prima. Ele me respondeu que o fornecedor não sabia. O frete era CIF. Jogou a responsabilidade para ele monitorar. Pelo visto, o fornecedor utilizava aquele sistema, o “valei-me Deus!” que, para o fornecedor e para a prestadora de serviços, isso é imperdoável. Assim como o fornecedor escolher a transportadora quando o frete é FOB sem que o cliente o autorize.

Para evitar isso, desenvolva mais contatos no seu mercado de compras ou se intere mais sobre a atuação das parcerias já estabelecidas visando sempre trazer os processos mais importantes para suas mãos, independentemente de serem CIF ou FOB. Melhor ainda, interagir mais de perto com seus parceiros pode lhe evitar sustos e render uma relação maior de confiança e de prioridades.

O monitoramento às vezes se perde na escolha ou nas práticas erradas. Muitos serviços de frete se sustentam na precariedade das rodovias e em outros fatores usados para justificar sua ineficiência. Os cuidados na hora de contratar e firmar uma parceria são justificados naquela operação urgente que obteve sucesso ou quando do sinistro de uma carga. Seguro, frota, rotas, nível empresarial e história no mercado são indispensáveis. Saiba que centenas de transportadoras fecham e nascem outras centenas todos os anos no Brasil. Por isso, cuidado com suas cargas. Cuidado com o tipo do frete. Sua empresa pode estar pagando caro demais pela comodidade – Ou pela omissão.

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Logística de transporte internacional – foco em competitividade

Todo profissional de logística e comércio exterior sabe que encontrar o melhor meio de transporte internacional pode ser a garantia de ganhar um bom negócio. Negociar preços, prazos, formas de pagamento, responsabilidades e modais de transporte é essencial.

Os INCOTERMS, que foram revistos em 2010 , vem como bagagem fundamental nesta questão. Eles identificam de maneira clara e precisa quem paga e quem é responsável pela mercadoria em cada etapa do processo de transporte internacional. Conhecimentos sobre a infraestrutura logística também são importantes, como as privatizações dos portos no Brasil, o desenvolvimento e crescimento dos portos secos e a pouco utilizada (e pouco disponível) malha ferroviária no Brasil. Tudo isto faz parte de um processo logístico que pode tornar-se um diferencial.

livro logística de transporte internacionalPor estas razões hoje indico o livro Logística de Transporte Internacional: Veículo Prático de Competitividade. Ele apresenta o que é e como fazer logística internacional e a importância da globalização para o desenvolvimento deste ramo da logística. Todos os pontos destacados acima são tratados no livro, que aborda ainda dois bons estudos de caso de utilização da logística internacional. O primeiro mostra a maneira escolhida para distribuição do frango brasileiro no Iraque nos anos 80. O segundo case mostra uma exportação de São Paulo até Moscou.

Os estudos de caso tem como objetivo o entendimento do assunto, exemplificando diversos aspectos abordados na teoria que os antecedem.

Este livro pode ser encontrado na Saraiva e no Submarino.

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Comércio Exterior - COMEX Logística

Termos de vendas internacionais – INCOTERMS

Todo profissional de logística ao menos já ouviu falar de algum dos INCOTERMS – nem que tenha sido só os mais conhecidos CIF e FOB. Se você não os conhece, ou se quer conhecer algo a mais sobre o assunto, continue lendo.

Os INCOTERMS (International Commerce Terms) são um conjunto de termos que servem para determinar quem arca com os custos e com as responsabilidades no comércio internacional. Eles são publicados pela ICC (International Chamber of Commerce, ou Câmara Internacional do Comércio). A última versão dos INCOTERMS foi atualizada em 2010 e você conhece abaixo a tabela completa:

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Relações econômicas internacionais e o comércio exterior

Se não houverem negócios e mercadorias a serem transportadas, a logística perde boa parte de suas funções. Por isso, é importante para o profissional de logística conhecer e entender as relações econômicas, sociais e políticas para facilitar o comércio exterior.

O livro Gestão das Relações Econômicas Internacionais e Comércio Exterior apreseta com linguagem clara e objetiva uma análise aplicada sobre relações econômicas internacionais em sua total dimensão, sem esquecer das tendências que tornam o exterior fonte de renda e de expansão transnacional.

O livro é dividido em dez capítulos e tem o objetivo de apresentar aos leitores os temas em seqüência lógica. Veja alguns exemplos de assuntos discutidos e explicados no livro: