Categorias
Demanda Desempenho Gestão

Como a balança comercial interfere em nossas vidas

Alguns economistas renomados explicam números e não enxergam as mudanças no mercado, esquecendo que a economia é a relação da lógica com as perspectivas da evolução dos mercados que impactam diretamente no desenvolvimento da sociedade. Assim, índices e fatos econômicos dizem muito sobre como ficará sua vida, sejam esses fatos positivos ou negativos.

balanca comercialDe uma forma simples, a balança comercial é o levantamento dos bens e serviços negociados com outros países. Se o valor das exportações foi maior do que o valor das importações o país gerou superávit e indica crescimento produtivo e/ou melhor política comercial, caso contrário, ou seja, se comprarmos mais de outros países do que vendermos, gera-se o déficit comercial que desencadeia uma série de consequências:

– No caso de déficit na balança comercial há um recuo da produção no país, pois sem negócios, há o aumento do estoque que muitas vezes é comercializado no mercado nacional e, não só pelo público-alvo, mas pelos impostos, os custos de produção não são cobertos porque a estrutura do negócio está atrelada ao dólar.

– Com o recuo da produção há o aumento da taxa de desemprego. Isso combinado ainda com o efeito deficitário, sobre o aumento das importações, há mais saída de dólares do que entrada e assim, cada vez mais, produtos internacionais inundam o mercado e começam afetar mais empresas nacionais.

– Com a saída de dólares do país, o Banco Central tem que disponibilizar mais da moeda no mercado para segurar a cotação. Isso diminui as reservas brasileiras e nem sempre tem o resultado esperado.

– Com a diminuição da produção e aumento do desemprego, o Produto Interno Bruto (PIB) é afetado e o Brasil não alcança suas metas de crescimento e não atrai investidores estrangeiros. Com esse efeito vem a questão do aumento da dívida pública, diminuição de arrecadação de impostos e os cofres do país são afetados contribuindo para aquela avaliação internacional, chamada risco Brasil, que pontua o perigo de investimentos em títulos públicos. Não é o nosso caso, mas numa situação persistente ocorre então o risco de recessão.

– Todas essas situações que levam ao aumento do custo de vida resultam em aumento da inflação. Isso nós conhecemos muito bem.

– Os efeitos desse déficit na balança comercial seguem impactando em vários segmentos e, todos eles, refletem no seu bolso afetando sua qualidade de vida. Importante também citar que tais efeitos têm origem em vários segmentos econômicos e se intensificam sob vários aspectos.

O ano de 2014 não começou nada bem. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgou que os números em janeiro são os piores desde 1994. As compras do Brasil no exterior totalizaram US$ 20 bilhões enquanto que as vendas externas totalizaram US$ 16 bilhões, o que gera um déficit de US$ 4 bilhões. As causas de maior relevância foram os sucessivos aumentos nas importações de máquinas de uso doméstico, móveis, vestuário, automóveis, produtos alimentícios e bebidas. Matérias-primas, peças para o setor agrícola, produtos químicos e farmacêuticos também contribuíram com esses números num percentual menor, porém maior que o mesmo período do ano passado.

O curioso é que importamos menos 19% de combustíveis e lubrificantes em janeiro, mas muito disso se deve ao governo e sua política de preços que absorve os aumentos internacionais do petróleo. Não foi pela diminuição da necessidade, pois o país precisa, cada vez mais, de combustíveis fósseis que chegaram a faltar nas distribuidoras na segunda quinzena do mês – o consumidor final não percebeu esse desabastecimento –. Contribuindo com isso, vêm as velhas deficiências dos nossos portos para a descarga do produto que protelam futuras negociações.

Mesmo com o aumento da exportação de petróleo cru, o Brasil não conseguiu equilibrar esse indicativo, mas ainda é cedo para pensarmos nesses efeitos desagradáveis. Tomara!

Categorias
Geral Logística

Brasil: 6ª potência econômica no ranking do PIB mundial

Com a crise econômica que vem afetando toda a Zona do Euro, o Brasil ascende como a sexta potência econômica mundial, ultrapassando a Itália no ranking dos maiores PIBs do mundo.

Com um período de estabilidade e com um crescimento (pequeno mas) constante no PIB, o Brasil vem se destacando anualmente no cenário econômico mundial, passando países antes considerados  inimagináveis de serem alcançados economicamente.

Quanto a nossos vizinhos do Mercosul, podemos considerar o Brasil como uma grande potência econômica local. Conforme dados do FMI, em 2011 fomos considerados como a 6ª potência econômica mundial, enquanto os países membros do Mercosul, são pela ordem: Argentina 27ª, Colômbia 33ª, Venezuela 34ª, Peru 54ª e Uruguai 77ª economias mundiais.

O PIB brasileiro em 2011, cresceu 2,7%, e ficou bem abaixo da meta perseguida pelo governo que era de 5%. Para 2012, a perspectiva de economistas e fontes do governo é de crescimento entre 3,5% e 4%. Infelizmente, esse crescimento econômico não é totalmente transferido à população, que continua carente de diversos serviços básicos e de uma distribuição de renda mais justa. Deixo essa análise e exemplos para que os leitores colaborem nos comentários abaixo.

Para alguns especialistas, a desaceleração da economia brasileira em 2011 foi reflexo do forte crescimento registrado em 2010. Após a crise financeira de 2008/2009, o governo adotou várias medidas para estimular a economia, que passou por uma forte recuperação em 2010. No entanto, essa rápida retomada acabou por pressionar a inflação, o que exigiu que o governo revertesse sua política e adotasse medidas para desestimular o crescimento, como elevação dos juros e restrições ao crédito naquele ano, medidas que já foram retiradas nos últimos meses.

Essas medidas atingiram sua potência máxima no segundo semestre de 2011, justamente quando a crise europeia se agravou. A soma desses dois fatores provocou um rápido esfriamento da economia. “Eles começaram a ver o efeito da crise grega sobre a produtividade e tentaram reverter. Mas, aparentemente foi um pouco tarde e deu-se esse crescimento pífio”, avalia o economista Ricardo Coimbra.

Evolução do PIB do Brasil nos últimos anos:

É consenso entre economistas, e entre organismos econômicos mundiais, entre eles o FMI e o Banco Mundial, que o Brasil deve superar o PIB Francês ainda em 2012, e tornar-se  a 5ª potência Mundial ao final deste ano.

Confira na tabela abaixo a lista das 10 maiores economias do mundo, com dados do Fundo Monetário Internacional de 2010 e logo abaixo os dados de 2011, para comparação.

Ranking dos maiores PIBs do mundo em 2010

[table id=45 /]

Ranking dos maiores PIBs do mundo em 2011

[table id=46 /]

Categorias
Geral

A relação entre os juros, a taxa Selic e a inflação

Estes três conceitos são intimamente ligados, mas a definição clara e o impacto que tem um sobre o outro nem sempre são compreendidos.

Juro é a remuneração que se paga pelo uso do dinheiro, pode ser um ganho por uma aplicação efetuada ou algo a pagar por um empréstimo contraído. A taxa de juros é o valor que se recebe de uma aplicação, ou o que se paga a mais que o capital tomado, no caso de um empréstimo.

A inflação nada mais é que um conceito econômico que representa o aumento de preços dos produtos. A inflação é muito ruim para as economias dos países. A inflação nos faz perder o valor do dinheiro que detemos. Ela se classifica em Inflação de Custos e em Inflação de Demanda.

Inflação de Custos é a inflação associada à oferta. É quando a demanda pelos produtos permanece constante, mas os seus custos aumentam. Com o aumento dos custos ocorre uma retração da produção fazendo com que os preços de mercado sofram aumento.
Inflação de Demanda é quando há excesso de demanda em relação à produção disponível. É causada pelo crescimento dos meios de pagamento, que não é acompanhado pelo crescimento da produção.

Desde a introdução do Real em 1994 o Brasil conseguiu efetivamente controlar sua inflação. No mês de implantação do Plano Real, em Junho de 1994, a taxa de inflação foi de 46% a.m., e de janeiro a julho de 1994, a inflação acumulada no ano estava em 815,60% a.a.. Com a implantação do Plano real, no mês de julho/1994 a inflação caiu para 6,08% a.m..

Mas para manter esta inflação controlada, um rigoroso controle sobre o consumo e os preços, vem sendo efetuado desde então pelo Banco Central do Brasil, que aquece ou desaquece a economia, através da taxa básica de juros, chamada Taxa Selic.
Assim, o Copom, que é o Comitê de Política Monetária, criado em 1996, é o órgão do Banco Central responsável pela definição das diretrizes da política monetária e da taxa básica de juros. É por intermédio dessas diretrizes que o Copom toma as decisões que irão determinar os índices de consumo e produção e influenciar diretamente no crescimento anual do país.

A taxa de juros Selic é aumentada para que não ocorram remarcações de preços. Sempre que os valores sobem acima do estabelecido, o BC utiliza a taxa de juro para diminuir o dinheiro em circulação, conter a expansão do crédito e, assim, evitar que a espiral inflacionária dispare. Com menos pessoas e empresas consumindo bens e serviços, os preços tendem a cair.
Sempre que a taxa de juros Selic sobe, o juro sobre a dívida pública cresce. Em nosso País, metade da dívida é atrelada ao juro. Toda vez que o Copom eleva os juros para combater a inflação, essa metade da dívida aumenta. Como países com dívida alta em relação ao PIB precisam de juros mais altos, cria-se um círculo vicioso do qual só se sai com cortes profundos de gastos.

Quando há redução da taxa de juros Selic a economia fica estimulada e há crescimento. O efeito é exatamente o inverso daquele obtido pelo aumento da taxa de juros: o sistema de crédito cresce, o volume de dinheiro em circulação aumenta e as pessoas consomem mais. A facilidade em obter financiamentos pode, por exemplo, fazer com que as pequenas empresas cresçam, novos negócios surjam e os empregos se multipliquem.

Uma redução abrupta da taxa de juros pode trazer inflação, tamanho é o estímulo dado à economia. Existe também certo consenso de que os juros reais – que é o resultado da taxa Selic menos a inflação anual – não podem ficar abaixo de 8% ao ano, sob o risco de despertar o dragão inflacionário. Abaixo desse patamar, a economia ficaria sujeita a dois choques. Um interno, devido ao superaquecimento da atividade, que causa inflação.Outro externo, porque os juros passariam a ser menos atraentes para os investidores, o que levaria à uma fuga de capitais e disparada do dólar.

Com a redução dos juros efetuada pelo Copom, em 19/outubro/2011, para 11,5% a.a., o Brasil ainda assim mantém a taxa de juros mais alta do mundo. A taxa de juros real no Brasil, que é aquela taxa Selic, descontada a inflação, está em 5,5% a.a..

Veja no gráfico abaixo a taxa de juros Selic e a inflação anual no Brasil de 1999 a 2011.

inflação e selic entre 1999-2011

Categorias
Demanda Gestão Logística

Crescer com segurança

 

brasil crescer logística - investimentos e economiaSe os números do governo estiverem corretos, o Brasil registrou em 2010 um crescimento econômico da ordem de 8%, inferior apenas ao da China. Aparentemente, esse é um fato a ser comemorado. Mas, analisando tudo friamente, a comemoração deve ser feita com reservas. Afinal, para crescer a 8% ao ano, o País deveria ter se preparado mais porque qualquer analista mais isento sabe que, a continuar nesse ritmo, não é só o fantasma da inflação que pode ressurgir, mas a questão do apagão logístico.

Ninguém quer ver o País a vegetar em crescimento zero, mas quem conhece de economia sabe que esse crescimento deve ser sustentável, ou seja, para crescer sem sobressaltos e abalos, o Brasil precisaria dispor de uma infraestrutura menos atrasada, com investimentos mais bem direcionados. E não com a perspectiva de projetos megalomaníacos, como a construção do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo, que só servirá a passageiros, ou a promoção de eventos mundiais, como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e a Olimpíada de 2016, que trazem muita visibilidade para o País, mas que, se não tiverem um acompanhamento seguro, também podem levá-lo à bancarrota. Mirem-se no exemplo da Grécia, que promoveu a Olimpíada de 2004.

Categorias
Geral Notícias

Brasil oferece os maiores juros reais do mundo

juros SELICNão só questões infraestruturais e logísticas limitam o desenvolvimento no Brasil. Nesta quarta-feira o Banco Central aumentou os juros básicos em 0,75 pontos, levando o Brasil novamente ao lugar mais alto no ranking de juros reais. Este é um primeiro lugar que não devemos nos orgulhar, pois juros altos limitam o consumo, o crescimento e os investimentos.

O aumento na taxa vem depois de 19 meses de quedas e estabilidade (desta vez subiu de 8,75% para 9,5%). A mudança motivou reações de diversos setores. A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou nota em que critica o aumento dizendo que o Banco Central é refém de certos setores, e sua “competência e autonomia” podem ser questionadas. Paulo Skaf, presidente da entidade, disse que “não há necessidade de subir a taxa de juros, pois existe capacidade instalada na indústria para atender à demanda sem que aconteça pressão sobre os preço”. A nota continua dizendo que “a produção, o crescimento e o emprego, mais uma vez, são os perdedores”.