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Comércio Exterior - COMEX Gestão Logística

Por uma nova política externa

Com uma dívida externa ao redor de US$ 300 bilhões, um produto interno bruto (PIB) de US$ 2 trilhões e reservas próximas de US$ 370 bilhões, o Brasil não precisa se preocupar com uma possível desaceleração da atividade econômica da China, que poderia cortar drasticamente suas compras de soja e minério. É o que diz o economista norte-americano Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2008, para quem o Brasil se saiu muito bem da crise mundial e já não é a economia vulnerável de outros tempos.

brasil politica externaÉ claro que essa análise faz bem para o ego coletivo da Nação, mas não se pode descuidar porque, se os governantes errarem muito, é sempre possível ocorrer um retrocesso. Embora não deixe explícito, o atual governo tem reconhecido a necessidade de rever a condução de sua política externa que até aqui tem colhido mais fracassos do que êxitos. Mesmo no caso de uma eventual reeleição da atual governante, o que se prevê é que venha por aí uma política externa mais empenhada em aumentar a inserção do País no mercado mundial. É o que se depreende do esforço brasileiro em avançar as negociações para levar o Mercosul a um acordo com a União Europeia.

Parece que o governo, finalmente, acordou para a ameaça que representa para o Brasil deixar de figurar como parceiro num grande bloco, já que o Mercosul, ainda que tenha sido uma iniciativa louvável e continue a gerar bons negócios às empresas do País, não avança nem recua. E o avanço pode vir exatamente a partir de um acordo amplo com a União Europeia.

Depois de o governo anterior ter trabalhado com afinco para o malogro das negociações que previam a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), o Brasil assistiu à criação da Aliança do Pacífico, que reúne Chile, Peru, Colômbia e México. E vê agora com apreensão a possibilidade de acordos da União Europeia com o Canadá e com os Estados Unidos, já que esses tratados podem inviabilizar ou ao menos comprometer em termos de competitividade as exportações brasileiras para aqueles países.

Obviamente, se dependesse da vontade do empresariado brasileiro, há muito que o Brasil teria uma relação mais produtiva com os Estados Unidos, por meio da ampliação de nossas exportações e importações. Sem ter tido nos últimos anos um ministro de Comércio Exterior que representasse os anseios do empresariado, a política externa ficou à mercê de decisões politicamente ingênuas que colocaram os interesses comerciais em segundo plano.

Ao apostar na negociação multilateral da Rodada Doha, o Brasil não colheu nenhum fruto. Para piorar, deu prioridade à aproximação com mercados emergentes que, no fundo, só estão à espera de favores ou benevolências a fundo perdido, como se o Brasil fosse uma nação de primeiro mundo.

Portanto, o que se espera é que o novo governo tenha maturidade para construir não só uma parceria soberana com os Estados Unidos como levar o Mercosul a um acordo com a União Europeia. Sem intercâmbio com economias mais desenvolvidas, o setor industrial estará condenado a perder competitividade e espaço no mercado internacional.

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Comércio Exterior - COMEX Logística

A vitória na OMC e seus desdobramentos

Não há dúvida que a eleição do diplomata Roberto Azevêdo para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) foi a maior vitória de um governo brasileiro na área de comércio exterior. E que, em função desse êxito, até certo ponto inesperado, nunca como agora o País reúne condições para alavancar a sua participação no comércio global, hoje limitada a 1,3% do que se vende e compra no planeta.

brasilObviamente, Azevêdo não foi alçado ao cargo para defender exclusivamente os interesses brasileiros, mas, acima de tudo, para atuar como magistrado na busca de soluções conciliatórias para conflitos comerciais entre os países-membros. Mas a sua presença no posto dá automaticamente ao Brasil o status de player importante no comércio internacional. Cabe agora ao governo saber tirar proveito da situação favorável na OMC para destravar negociações que vinham prejudicando o País.

É o caso da Rodada Doha, pela qual o Brasil muito lutou no último governo, ao lado da União Europeia, mas que foi abandonada pela política externa da presidente Dilma Rousseff em 2012, ao aumentar as tarifas de uma centena de produtos. É de lembrar que, em 2008, houve uma última e desesperada tentativa de garantir o êxito da Rodada Doha, que foi abortada por EUA, Índia e China. O curioso é que, em 2013, o representante brasileiro teve contra si a força política dos EUA e da União Europeia e o apoio da China, Índia, Rússia e outras nações emergentes.

Por que a estratégia mudou? O que se imagina é que o governo chegou à conclusão que a indústria brasileira perdeu sua competitividade, o que significa que o País perdeu também a capacidade de negociar acordos. Como se sabe, para se chegar a acordos comerciais, é preciso fazer concessões. E hoje não há como fazer concessões em setores que mal se sustentam em pé. É por isso que o governo também não tem hesitado em fazer uso de mecanismos de defesa comercial quando cabíveis. E se mostra atento a práticas ilegais que prejudiquem a indústria nacional.

A estratégia de Azevêdo em trabalhar para que a China ocupe uma das quatro vice-presidências da OMC é compreensível, até porque certamente fez parte do acordo costurado nos bastidores de Genebra para a sua eleição. O que o Brasil precisa é analisar com cautela o aprofundamento dessa parceria, tendo em vista o interesse nacional. Faz sentido vender recursos naturais para a China não só para equilibrar a balança comercial como para desenvolver a economia. Mas os interesses estratégicos do País precisam ser protegidos. Tampouco o Brasil pode correr o risco de vir a ser reduzido a uma posição de neocolônia da China ou de qualquer outra potência.

Para tanto, precisa aproveitar as facilidades que a vitória na OMC pode abrir para fazer crescer o seu comércio externo, se não com acordos com outras nações e blocos, ao menos com uma presença maior em feiras. E esse crescimento tem que se dar principalmente pela venda de produtos manufaturados.

Ao mesmo tempo, o governo necessita estimular a participação de micro e pequenas empresas no comércio exterior a partir de financiamentos do BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF). Hoje, essa participação em exportações está ao redor de 3,5%, enquanto a média mundial é 60%.

Além disso, é preciso estabelecer um plano que preveja facilidades para a importação de máquinas e equipamentos destinados à renovação do parque industrial. Por fim, o Brasil não pode se descuidar das vendas para a União Europeia e para os EUA, o que não é incompatível com a busca de mercados alternativos para os produtos nacionais.

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Leitura Recomendada

Gestão logística global

Em ambientes onde a competição é global, as fontes de suprimentos, os processos produtivos e os mercados consumidores também são globais. Isto trás muitas oportunidades, mas elas vem acompanhadas de competição também internacional.

Compreender e gerenciar a cadeia logística internacional é, portanto, essencial para o sucesso de uma organização que queria competir no mercado global.

livro gestão logística globalPara ajudar neste aprendizado, indico o livro Gestão Logística Global, que trata desse processo em um contexto caracterizado por um processo de globalização econômica, de formação de blocos regionais e de uma profunda revolução tecnológica que está afetando o desenvolvimento dos países da América Latina.

A necessidade de integração, colaboração e visibilidade nas cadeias de suprimentos é discutida de forma simples e com o fornecimento de dados de interesse para especialistas e leigos.

O livro aborda as diferentes funções logística e explica como melhorar o sistema através da gestão baseada na demanda, no custo total e nas atividades. Como em ambientes descentralizado o uso de sistemas de informação são primordiais, um capítulo do livro é dedicado para este conceito. Dentre outros assuntos, encontramos ainda uma pesquisa com as melhores práticas em logística.

O livro pode ser encontrado na Livraria Saraiva.

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Leitura Recomendada

Logística de transporte internacional – foco em competitividade

Todo profissional de logística e comércio exterior sabe que encontrar o melhor meio de transporte internacional pode ser a garantia de ganhar um bom negócio. Negociar preços, prazos, formas de pagamento, responsabilidades e modais de transporte é essencial.

Os INCOTERMS, que foram revistos em 2010 , vem como bagagem fundamental nesta questão. Eles identificam de maneira clara e precisa quem paga e quem é responsável pela mercadoria em cada etapa do processo de transporte internacional. Conhecimentos sobre a infraestrutura logística também são importantes, como as privatizações dos portos no Brasil, o desenvolvimento e crescimento dos portos secos e a pouco utilizada (e pouco disponível) malha ferroviária no Brasil. Tudo isto faz parte de um processo logístico que pode tornar-se um diferencial.

livro logística de transporte internacionalPor estas razões hoje indico o livro Logística de Transporte Internacional: Veículo Prático de Competitividade. Ele apresenta o que é e como fazer logística internacional e a importância da globalização para o desenvolvimento deste ramo da logística. Todos os pontos destacados acima são tratados no livro, que aborda ainda dois bons estudos de caso de utilização da logística internacional. O primeiro mostra a maneira escolhida para distribuição do frango brasileiro no Iraque nos anos 80. O segundo case mostra uma exportação de São Paulo até Moscou.

Os estudos de caso tem como objetivo o entendimento do assunto, exemplificando diversos aspectos abordados na teoria que os antecedem.

Este livro pode ser encontrado na Saraiva e no Submarino.

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Logística

Promoção: 3 livros de logística

Em mais uma promoção do Logística Descomplicada em parceria com a Editora Cengage Learning você tem seu acesso facilitado à três excelentes livros da nossa área. Todos eles já foram recomendados aqui no site e também já tivemos sorteios de todos os títulos.

Desta vez, os títulos escolhidos envolvem a logística reversa, a administração da produção e operações e a logística internacional. Os assuntos são variados para que todos possam aproveitar.

Não se trata de sorteio, todos os leitores terão acesso ao desconto exclusivo de 30% nos títulos abaixo. Basta acessar o site promocional exclusivo (acesse o link!) para o Logística Descomplicada e ter acesso ao preço promocional.

promoção Cengage Learning e Logística Descomplicada

Logística Reversa e Sustentabilidade: A abordagem do livro segue uma linha de raciocínio clara, tratando os fundamentos da logística reversa e integrada e apresentando como é feita a gestão reversa de resíduos sólidos urbanos no Brasil. Leia a recomendação do livro Logística Reversa e Sustentabilidade e acesse o site para comprá-lo com o desconto exclusivo.

Administração da Produção e Operações: aborda desde o processo de tomada de decisões, passando pelas definições do sistema de produção e pela operação e controle do mesmo, este livro trata de previsão de demanda, controle de qualidade, pesquisa operacional, controle de estoques, processos enxutos (lean), dentre outros. Leia mais sobre este livro e visite o site para comprá-lo com 30% de desconto.

Logística Internacional: conheça como se executam várias etapas com a qualidade de “classe mundial”. Todas as questões relevantes, incluindo documentação, prazos de pagamento, termos de comércio internacional (Incoterms), risco de câmbio, seguro internacional, trâmites alfandegários, contratos de vendas por agenciamento ou distribuição, embalagem e transporte, são explicadas em detalhes. Veja mais informações sobre o livro e visite o site promocional para obtê-lo com 30% de desconto exclusivo.

Aproveite, esta promoção é válida de 09/maio até 24/maio.

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Logística

Passo a passo para sua mudança internacional (bagagem)

 

como fazer mudança internacionalDepois de discutir aqui sobre o pesadelo de trazer sua mudança do exterior para o Brasil, muitos leitores me escreveram perguntando sobre dicas, indicações de empresas que prestam serviços ou reclamando da burocracia que enfrentaram (ou enfrentam) para liberar suas cargas.

Apesar das perguntas serem variadas, todas convergiam para o mesmo ponto:  o que fazer antes de embarcar a carga.  Que roteiro deveriam seguir para evitar as dores de cabeça na hora da chegada?

Pensando nisso, elaborei um conjunto de etapas, baseados na minha experiência profissional e em pesquisas nos principais portos do país.

Certamente, este roteiro não será o mais completo e poderá variar de Estado/Porto.  Mas certamente ele reflete o que todo viajante deve seguir.

Etapa 01 – Preparação da Carga

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Leitura Recomendada

Transporte internacional de cargas

livro transporte internacional de cargasA operação mais visível e conhecida da logística é sem dúvida o transporte. É através dele que a logística agrega muito valor aos produtos (transportando do local de fabricação para o local de consumo) e este é também um dos maiores consumidores de recursos da área logística. Portanto, um transporte feito com eficiência, segurança e economia pode se tornar uma vantagem competitiva para qualquer empresa.

Quando se fala em transporte internacional de cargas, sabemos que a maior parte é feita por navios, através de grandes portos concentradores e distribuidores de mercadorias. É através deste modal de transporte que um país pode se destacar no comércio exterior, facilitando as exportações e diminuindo o lead time e o custo das importações.

Por isso, é preciso dominar todos os detalhes deste tipo de transporte, conhecendo em profundidade as cargas unitizadas em contêineres e as linhas regulares no comércio marítimo internacional.

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Leitura Recomendada

Sistemas de Transporte no Brasil e Logística Internacional

sistemas de transporte e logística internacionalNão é segredo que a matriz de transportes do Brasil não favorece meios econômicos e seguros de transportes, especialmente para as cargas enviadas a longas distâncias. Ainda usamos majoritariamente o modal rodoviário quando poderíamos ser mais econômicos utilizando as ferrovias ou hidrovias.

Para tentar mudar esta realidade é preciso conhecer em detalhes cada um dos modais, seus equipamente principais e como fazer a gestão das frotas. Somente a partir deste conhecimento poderemos utilizar plenamento a multimodalidade e aproveitar o que cada modo de transporte tem de melhor a nos oferecer.

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Comércio Exterior - COMEX Logística Transportes

O pesadelo da mudança: desembaraçar sua bagagem internacional no Brasil

 

despacho aduaneiro navio mudançaQuando o sonho de morar no exterior termina, aqueles que retornam para o Brasil tem a falsa idéia de que aquilo que juntou de bens materiais durante vários anos vai poder ser trazido para casa sem pagar qualquer tipo de imposto.  Eles acreditam que essa seria a hora de aumentar o seu patrimônio com a bagagem trazida.

Apenas para relembrar, a bagagem internacional é constituída pelo conjunto de bens novos ou usados que um viajante, em compatibilidade com as circunstâncias de sua viagem, possa destinar para seu uso ou consumo pessoal, bem como para presentear, sempre que pela sua quantidade, natureza ou variedade, não permitam presumir importação ou exportação com fins comerciais ou industriais.

E quando esse cidadão que morou no exterior por mais de três anos decide retornar em definitivo para o país, ele tem vantagens tributárias, e esse incentivo pode trazer a falsa perspectiva de que ele terá um grande benefício ao retornar para casa com os seus pertences adquiridos lá fora.  Mas muitos não sabem que a grande dor de cabeça está apenas começando.

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Leitura Recomendada

Logística Internacional

livro logistica internacionalRecentemente publicamos uma entrevista com profissional de comércio exterior, que destacou vários pontos importantes da profissão, altamente ligada com os conhecimentos de logística internacional.

Além dos conhecimentos alfandegários e tributários específicos de cada país, é imprescindível conhecer profundamente a logística internacional para que as atividades de transporte, estocagem e mesmo processos de compra e venda sejam feitos de maneira eficiente e eficaz. Por isso a indicação de leitura de hoje é o livro Logística Internacional, na tradução da segunda edição norte-americana.

Como a maioria das obras internacionais indicadas aqui na seção Leitura Recomendada, este livro apresenta uma visão global do processo logístico, mostrando como se executam várias etapas com a qualidade de “classe mundial”. Todas as questões relevantes, incluindo documentação, prazos de pagamento, termos de comércio internacional (Incoterms), risco de câmbio, seguro internacional, trâmites alfandegários, contratos de vendas por agenciamento ou distribuição, embalagem e transporte, são explicadas em detalhes. Os conceitos são descritos de forma clara, com um vocabulário exato, e foi dada especial atenção à ordem de apresentação dos tópicos para que a abordagem fosse lógica, e de modo que o leitor possa entender cada conceito sem precisar consultar um tópico apresentado mais adiante.