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Juros pagos pelo Brasil construiriam 332 aeroportos

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lançou nesta terça-feira (29 de novembro 2011) o Jurômetro, uma ferramenta online que calcula quanto o governo brasileiro pagou em juros da dívida no acumulado do ano. Além disso, o instrumento permite comparar o que o governo poderia fazer com o dinheiro em relação à educação, habitação, renda e transportes, como por exemplo, quantas escolas ou casas populares poderiam ser construídas, quantas cestas básicas poderiam ser compradas, ou quantos novos aeroportos poderiam ser inaugurados. De acordo com o Jurômetro, o País já pagou cerca de R$ 216 bilhões em juros no acumulado de 2011, montante suficiente para construir 332 aeroportos.

juros altos brasil limitam investimentosAinda no transporte, o dinheiro poderia ser destinado à construção de 90 mil km de ferrovias e 166 km de rodovias. Caso fosse destinado à renda, daria para pagar 397 milhões de salários mínimos, ou 896 milhões de benefícios do Bolsa Família. O montante poderia arcar com os custos de 667 milhões de cestas básicas.

Na educação, o total pago daria para manter cerca de 104 milhões de crianças estudando, além de equipar 527 mil escolas e construir outras 234 mil. Já na habitação, os R$ 216 bilhões poderiam ser destinados à constução de cerca de 3 milhões de casas populares, 100 milhões de novas ligações de água e 64 milhões de ligações de esgoto.

A ferramenta utiliza dados oficiais do Banco Central (BC), corrigidos com base em mudanças na meta da taxa básica de juros (Selic) e do número de dias. Segundo o BC, a dívida pública líquida do País é de 37,2% do Produto Interno Bruto (PIB) acumulado em 12 meses. De acordo com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o objetivo é mostrar para a população o que ocorre quando a taxa de juros aumenta ou diminui.

“Quantos sabem o que representa 1 ponto percentual nos juros? Além disso, o objetivo é haver mais conscientização por parte da sociedade, e talvez lembrar as pessoas do BC que aqueles valores são muito elevados”, afirmou Skaf. A Fiesp está construindo paineis do Jurômetro para serem colocados em frente a sede da instituição, na avenida Paulista em SP, e próximo ao BC em Brasilia.

A Fiesp acredita que se a Selic for mantida em 11,5% até o fim do ano serão pagos pelo governo R$ 240 bilhões em juros da dívida pública. A média de juros reais no mundo é de 0,04%, enquanto no Brasil é quase de 6%, segundo a entidade. O Comitê de Política Monetária (Copom) inicia nesta terça-feira à tarde e termina amanhã a última reunião de 2011. A expectativa dos analistas financeiros da iniciativa privada é de redução para 11% ao ano.

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A relação entre os juros, a taxa Selic e a inflação

Estes três conceitos são intimamente ligados, mas a definição clara e o impacto que tem um sobre o outro nem sempre são compreendidos.

Juro é a remuneração que se paga pelo uso do dinheiro, pode ser um ganho por uma aplicação efetuada ou algo a pagar por um empréstimo contraído. A taxa de juros é o valor que se recebe de uma aplicação, ou o que se paga a mais que o capital tomado, no caso de um empréstimo.

A inflação nada mais é que um conceito econômico que representa o aumento de preços dos produtos. A inflação é muito ruim para as economias dos países. A inflação nos faz perder o valor do dinheiro que detemos. Ela se classifica em Inflação de Custos e em Inflação de Demanda.

Inflação de Custos é a inflação associada à oferta. É quando a demanda pelos produtos permanece constante, mas os seus custos aumentam. Com o aumento dos custos ocorre uma retração da produção fazendo com que os preços de mercado sofram aumento.
Inflação de Demanda é quando há excesso de demanda em relação à produção disponível. É causada pelo crescimento dos meios de pagamento, que não é acompanhado pelo crescimento da produção.

Desde a introdução do Real em 1994 o Brasil conseguiu efetivamente controlar sua inflação. No mês de implantação do Plano Real, em Junho de 1994, a taxa de inflação foi de 46% a.m., e de janeiro a julho de 1994, a inflação acumulada no ano estava em 815,60% a.a.. Com a implantação do Plano real, no mês de julho/1994 a inflação caiu para 6,08% a.m..

Mas para manter esta inflação controlada, um rigoroso controle sobre o consumo e os preços, vem sendo efetuado desde então pelo Banco Central do Brasil, que aquece ou desaquece a economia, através da taxa básica de juros, chamada Taxa Selic.
Assim, o Copom, que é o Comitê de Política Monetária, criado em 1996, é o órgão do Banco Central responsável pela definição das diretrizes da política monetária e da taxa básica de juros. É por intermédio dessas diretrizes que o Copom toma as decisões que irão determinar os índices de consumo e produção e influenciar diretamente no crescimento anual do país.

A taxa de juros Selic é aumentada para que não ocorram remarcações de preços. Sempre que os valores sobem acima do estabelecido, o BC utiliza a taxa de juro para diminuir o dinheiro em circulação, conter a expansão do crédito e, assim, evitar que a espiral inflacionária dispare. Com menos pessoas e empresas consumindo bens e serviços, os preços tendem a cair.
Sempre que a taxa de juros Selic sobe, o juro sobre a dívida pública cresce. Em nosso País, metade da dívida é atrelada ao juro. Toda vez que o Copom eleva os juros para combater a inflação, essa metade da dívida aumenta. Como países com dívida alta em relação ao PIB precisam de juros mais altos, cria-se um círculo vicioso do qual só se sai com cortes profundos de gastos.

Quando há redução da taxa de juros Selic a economia fica estimulada e há crescimento. O efeito é exatamente o inverso daquele obtido pelo aumento da taxa de juros: o sistema de crédito cresce, o volume de dinheiro em circulação aumenta e as pessoas consomem mais. A facilidade em obter financiamentos pode, por exemplo, fazer com que as pequenas empresas cresçam, novos negócios surjam e os empregos se multipliquem.

Uma redução abrupta da taxa de juros pode trazer inflação, tamanho é o estímulo dado à economia. Existe também certo consenso de que os juros reais – que é o resultado da taxa Selic menos a inflação anual – não podem ficar abaixo de 8% ao ano, sob o risco de despertar o dragão inflacionário. Abaixo desse patamar, a economia ficaria sujeita a dois choques. Um interno, devido ao superaquecimento da atividade, que causa inflação.Outro externo, porque os juros passariam a ser menos atraentes para os investidores, o que levaria à uma fuga de capitais e disparada do dólar.

Com a redução dos juros efetuada pelo Copom, em 19/outubro/2011, para 11,5% a.a., o Brasil ainda assim mantém a taxa de juros mais alta do mundo. A taxa de juros real no Brasil, que é aquela taxa Selic, descontada a inflação, está em 5,5% a.a..

Veja no gráfico abaixo a taxa de juros Selic e a inflação anual no Brasil de 1999 a 2011.

inflação e selic entre 1999-2011

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Juros e o déficit público

 

juros e o déficit públicoAntes de começarmos a entender o que é e como funciona o déficit público e a dívida pública, temos que primeiro saber a definição de juros. Sendo o capital um dos fatores de produção, torna-se justo que se tenha uma remuneração sobre o empréstimo deste capital, e esta remuneração é denominada juros.

O juro é a retribuição ao capital empregado. Então os juros representam a remuneração do capital empregado em alguma atividade produtiva.

Essa taxa de juros acima especificada como sendo o custo do dinheiro emprestado, em nada se parece com a taxa de juros aplicada pelos bancos e financeiras. Os bancos e as financeiras cobram algo mais embutido nas taxas de juros dos seus clientes, como uma taxa de inadimplência, impostos, seguros, entre outras.

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Brasil oferece os maiores juros reais do mundo

juros SELICNão só questões infraestruturais e logísticas limitam o desenvolvimento no Brasil. Nesta quarta-feira o Banco Central aumentou os juros básicos em 0,75 pontos, levando o Brasil novamente ao lugar mais alto no ranking de juros reais. Este é um primeiro lugar que não devemos nos orgulhar, pois juros altos limitam o consumo, o crescimento e os investimentos.

O aumento na taxa vem depois de 19 meses de quedas e estabilidade (desta vez subiu de 8,75% para 9,5%). A mudança motivou reações de diversos setores. A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou nota em que critica o aumento dizendo que o Banco Central é refém de certos setores, e sua “competência e autonomia” podem ser questionadas. Paulo Skaf, presidente da entidade, disse que “não há necessidade de subir a taxa de juros, pois existe capacidade instalada na indústria para atender à demanda sem que aconteça pressão sobre os preço”. A nota continua dizendo que “a produção, o crescimento e o emprego, mais uma vez, são os perdedores”.