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A legislação brasileira e a logística reversa de resíduos eletrônicos

A redução do ciclo de vida dos aparelhos eletrônicos gerou, na última década, um crescimento exponencial de resíduos eletrônicos. Mas o que fazer com o seu computador velho, walk-man, e outras quinquilharias? Quando não descartado adequadamente, o lixo eletrônico pode causar sérios danos à saúde e ao meio ambiente. Para se ter uma ideia desse volume de lixo, estima-se que no período entre 1997 e 2008, cerca de 500 milhões de computares (equivalente à 2.800 mil toneladas de plástico, 718 mil toneladas de chumbo, 1363 toneladas de cádmio e 287 toneladas de chumbo !) (Puckett e Smith, 2002).

lixo eletronicoO chamado e-lixo tem características bastante especiais, que o torna bastante nocivo (devido à presença, mesmo em pequena quantidade, de metais pesados), e vem recebendo atenção especial da sociedade.

Entretanto, o Brasil ainda encontra-se muito atrás do resto do mundo na questão da manipulação do e-lixo. Desde a década de 80 a Europa e já incentiva a incorporação dessa questão no plano de negócios de fabricantes eletrônicos, com normas ambientais não obrigatórias de âmbito internacional. Todo o conceito implica na transferência da responsabilidade dos resíduos, normalmente atribuída às autoridades e ao consumidor, para os fabricantes dos produtos. Esse conceito é conhecido com EPR (Extended Producer Principle)

Atualmente, na Europa a política de gerenciamento de resíduos eletrônicos é baseada em diretrizes da União Europeia para manipulação adequada dos resíduos (para saber mais procure as diretrizes WEEE – Directive on Waste from Electronics and Electronic Equipment). No Japão, adotou-se desde a década de 90, leis de utilização eficiente de recursos e leis de reciclagem de aparelhos domésticos, baseadas no conceito EPR. Já nos EUA, já leis que focam a reciclagem de aparelhos de televisão e computadores pessoais, além de leis que obrigam a redução da utilização de substâncias tóxicas (procurar pela lei NEPSO – National Eletronics Product Stewardship Initiative). Até a China conta com legislação especifica adequada para produção mais limpa e controle dos resíduos eletrônicos.

Enquanto isso no Brasil, o Projeto de Lei n. 203 de 1991 (pasmem!), finalmente vai sair do papel em 2015. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O ponto principal da política é o estabelecimento das responsabilidades de destinação, recuperação e conscientização dos resíduos sólidos. Todos, sem exceção são citados como responsáveis – do consumidor ao produtor, passando pelas autoridades de pelos comerciantes.

Trata-se de mais do que uma mudança de legislação, mas uma mudança cultural, da qual nós temos o dever de participar ativamente!

 

Puckett, J., Smith, T. Exporting harm: the high-tech trashing of Asian. The basel action network. Seattle: Silicon Valley Toxics Coalition, 2002.

Por Thiago Barros Brito: doutorando em Engenharia Logística na USP, e mestre em Engenharia de Produção, ambos com foco em Logística Global , Cadeia de Suprimento. Atualmente é pesquisador da USP, onde pesquisa métodos de simulação e otimização. Baseado em Sao Paulo, também é sócio da Genoa Consultoria Logística.

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Logística reversa para o lixo eletrônico

Com o avanço contínuo da tecnologia, nos vemos forçados a trocar nossos computadores e outros equipamentos num ritmo alucinante. Se você tem mais de 20 anos, provavelmente lembra dos walk man, aqueles aparelhos portáteis que tocavam fitas K7. Logo depois eles foram substituídos pelos disc man, que tocavam os CDs. Foi um salto na tecnologia e qualidade do som. Em seguida vieram os disc man que tocavam também CDs com músicas digitais (MP3). Em seguida foi a vez dos MP3 players, do tamanho de uma pilha. Hoje os celulares integram essa função (sem falar dos iPods e similares).

Com computadores a situação é a mesma, e certamente você consegue identificar outros aparelhos com vida útil tão curta: telefones celulares, vídeos-cassete, DVDs, blu-rays, etc.

Com tamanha quantidade de equipamentos sendo substituídos, uma dúvida deve surgir: o que fazer com tanto lixo eletrônico? Existe não somente plástico reciclável, mas também materiais metálicos e até ouro em alguns dos contatos desses equipamentos. A logística reversa atua, neste caso, como uma solução para dois problemas muito importantes: o problema ambiental, e o problema financeiro.

Não adianta negar, as empresas investem em logística reversa e cuidados com meio ambiente também por interesses econômicos. É possível economizar algum dinheiro em matérias-primas, ao mesmo tempo em que se satisfaçam as leis e se consegue uma boa imagem por isso, com a vantagem obtida através do marketing dessas ações.

Pensando nisso é que foi escrito o livro Logística Reversa como solução para o problema do lixo eletrônico – benefícios ambientais e financeiros.

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Quanto tempo leva a construção de um prédio de 15 andares?

Um hotel na China, com 15 andares, foi construído em 2 dias. E está documentado em vídeo, que você encontrará abaixo.

Este hotel construído em tempo recorde parece ser frágil e muito simples, mas as especificações dele mostram o contrário: em testes estruturais foi mostrado que eles resiste a fortes terremotos (nível 9, de acordo com o vídeo – não está claro se é na escala Richter). Foi construído com materiais leves, e usou 6x menos material que uma construção tradicional. Esta construção tem 250kg/m² enquanto um prédio tradicional tem 1500kg/m². As paredes tem isolamento térmico e acústico e as janelas tem 3 camadas, a iluminação é feita por LEDs e ar é reaproveitado e tratado, sendo 20x mais limpo dentro do prédio do que fora!

Um dos grandes problemas das construções tradicionais, a quantidade de lixo gerada, neste caso é muito menor: apenas 1% do peso do prédio foi gerado em lixo, basicamente nas embalagens de produtos abertos no local.

Mas o mais impressionante de tudo pode ser visto no vídeo abaixo, a construção em tempo recorde, com muitos guindastes trabalhando ao mesmo tempo, dia e noite. Confira: