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Nordeste: seca não é só falta de água

Poderia citar uma centena de motivos que levam muitos brasileiros a refletir sobre a estiagem insistente no Nordeste do Brasil. Posso citar apenas um para aqueles que sentem na pele o flagelo que arranca a esperança pela raiz subtraindo os sonhos e a própria vida: politicagem.

seca nordesteInfelizmente, muitos brasileiros não sabem o que ocorre por traz desse assunto. Muitos não têm idéia de que os motivos são os mesmos, para lhes dificultar a vida, independentemente do Estado em que vivam. São motivos que regam a corrupção e desafiam o desenvolvimento do País aniquilando muitos brasileiros.

O assunto do passado é o mesmo atualmente: Durante a seca de 1877, só no Ceará e vizinhanças morreram umas 500 mil pessoas de sede, inanição e epidemias. Quase um século e meio depois, devido à falta de planejamento e a interesses escancarados, tudo vem se repetindo com o mesmo poder de destruição. Na falta de uma logística eficiente e de um interesse na solução é claro, podemos esperar por essa situação ano após ano.

A seca atual na região já é considerada a pior dos últimos 50 anos. Um tempo bem menor do que as ideias que esboçavam uma solução, como a transposição do rio São Francisco que, inacabada e longe de uma conclusão, provou que há formas de modificar essa situação, pois aonde essas águas chegaram, houve uma intensa mudança de vida para a população assistida. O problema é que dos mais de 8 bilhões de reais para o projeto, quase 1 bilhão está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU). É muito dinheiro que não desceu com as águas do “Velho Chico”.

Essa solução, em especial, é impedida também por discussões ativistas que não consideram importante a sustentabilidade de uma população porque consideram uma árvore mais importante do que uma vida humana. Há de se ter cuidado com o uso dos recursos naturais e, por isso, uma árvore também é importante, mas fica a questão: O homem é quem mata a mata ou é a mata que mata o homem?

A Logística tem um papel importante nesse assunto: Ela é a condutora de soluções para esses brasileiros. O problema, como já dito, é que a iniciativa tem que partir do poder público. Mas, as melhores decisões políticas estão condicionadas à concentração de renda; o que também há no Nordeste, no entanto, o efeito é diferente: a comercialização parece ser mais importante do que a produção.

É inconcebível que em países sauditas com clima árido as áreas irrigadas sejam mais prósperas do que em regiões dotadas de rios e clima tropical, como no Brasil. Seria questão só de poder financeiro ou de um bom planejamento? Se for questão de dinheiro, nós temos! Até porque não necessitaria da magnitude de um oásis; talvez apenas do interesse em fazer. Os projetos que se arrastam já consumiram mais dinheiro do que muitos projetos sauditas.

Outra consequência já conhecida por todos é a migração que desequilibra os recursos, produção e a sustentabilidade tão buscada nas principais capitais do Brasil. Aí vem a exploração da mão de obra que produz baixos salários à população, mostrando que não é só a política que se beneficia com a situação, o poder privado também o faz para garantir a competitividade. Então, resolver o problema da seca no Nordeste é por em risco a competitividade do Brasil?

De forma clara, podemos dizer que a seca que assola o Nordeste do Brasil é um problema de todos os brasileiros. Um problema agravado pela omissão da política e solução logística pouco explorada diante da competência que a área desenvolveu nos últimos anos. Tecnologia que não melhora a vida das pessoas e política que não respeita essas vidas, para nada servem.

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Logística

Logística Humanitária

Como aplicar nossos conhecimentos sobre logística empresarial para reduzir o impacto de desastres naturais

Em épocas de desastres ambientais como as chuvas e desmoronamentos que vivenciamos no Rio de Janeiro no início deste ano – ou em catástrofes como os terremotos do Chile e do Haiti no ano passado – percebemos que ajudas humanitárias são requisitadas em (e recebidas de) todas as partes do mundo.

Neste momento notamos que os conhecimentos que temos em logística empresarial e gestão da cadeia de suprimentos são válidos e podem ajudar a aliviar as dificuldades daqueles que estão nos locais afetados.

Semelhanças entre a logística empresarial e a logística humanitária

Antes de destacar as semelhanças entre os dois sistemas, vejamos de maneira simplificada o que a logística faz por uma empresa tradicional.

Começando pelos consumidores, a empresa percebe qual a demanda esperada para os próximos períodos baseada em informações provenientes do mercado consumidor. Esta demanda serve então de motor que impulsiona a produção de produtos, o agendamento da mão-de-obra e a compra de matérias-primas. Para atingir estas etapas é preciso fazer contato com fornecedores, avaliar os estoques e o fluxo financeiro além de coordenar o transporte das partes individuais entre cada elo.

Sob o ponto de vista da logística humanitária, podemos fazer analogias em todas as fases deste processo:

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Gestão Logística

Logística humanitária – inovação na reação aos desastres naturais

cruz vermelha - ajuda humanitáriaNo Rio de Janeiro, já faltam até sacos para recolher cadáveres, mas a logística humanitária tem se desenvolvido muito pelo mundo, empregando modelos utilizados pelas empresas privadas de logística.

O conhecimento utilizado após grandes catástrofes como o tsunami asiático, o furacão Katrina e o terremoto no Haiti produziu lições que estão sendo estudadas em todo o mundo.

No Brasil só 1 de cada 5 cidades tem Defesa Civil, mas cursos superiores e multidisciplinares sobre defesa civil se tornam populares em universidades americanas e asiáticas.

Arquitetos e urbanistas estudam materiais resistentes à água e ao fogo, e fazem projetos de reconstrução que evitem futuros desastres. Várias dessas lições podem servir de exemplo ao Brasil: