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Logística

As fases de evolução da logística

Fazendo menção ao último 6 de junho, data em que é comemorado o Dia da Logística, trouxemos acontecimentos importantes que nos fizeram perceber a rapidez com que evoluiu e as expectativas com o que temos a explorar.

Cada fase traz o sentimento acerca dos limites da Logística e do quão espantosa é sua superação e evolução. Vejamos:

Primeira fase: pós-guerra

Com o fim da Segunda Guerra, as indústrias voltavam-se para o atendimento de um mercado consumidor repleto de demandas, porém, com métodos de padronização inflexíveis. Os eletrodomésticos eram de um tipo e de uma cor. Os estoques eram controlados manualmente e demandava certo tempo para que a comunicação de reposição chegasse aos fabricantes. Tudo o que se conhecia por desenvolvimento tecnológico estava concentrado nas linhas de produção, e o atendimento ao consumidor final ficava em segundo plano, pois o transporte visava a movimentação de grande quantidade, e as transportadoras que praticavam preços reduzidos eram as mais requisitadas, unicamente por isso.

Segunda fase: a diversificação

Nesta fase os produtos ganhavam novas cores e novos tamanhos e surgiam também outras linhas de consumo. A indústria alimentícia ganhava destaque especial. Contudo, com novas linhas de produtos, os estoques passavam por dificuldades em seus controles, pois a cadeia produtiva agora tinha que lidar com uma diversidade maior e seus custos ganhavam especial atenção. Novas ideias despontavam para que o atendimento e a reposição ganhassem outras dinâmicas enquanto se observava um inchaço nas operações devido aos muitos processos manuais de controle que se faziam necessários.

Os custos com transporte e distribuição também aumentavam consideravelmente: era a crise do petróleo de 1970. E muitas outras restrições eram aplicadas nas atividades logísticas, causando a disparada do custo dos produtos. Para que se tornassem viáveis aos consumidores, a preocupação se estendia para além da produção, e alternativas como transportes multimodais ganhavam espaço para reduções nos custos, agora mais apoiadas pela informática, que em 1960 fora introduzida nas operações das empresas de forma tímida, mas evoluía rapidamente e conquistava um espaço muito interessante substituindo trabalhos manuais e demorados e cooperando para o surgimento de técnicas empregadas, possíveis apenas com a popularização do computador.

Terceira fase: melhorias na cadeia de suprimentos

O planejamento logístico conquistava seu espaço. O que na fase anterior se via inflexível, com planos desconexos, onde a manufatura não se entendia com vendas e o que era programado ia até o fim, agora havia uma comunicação melhor e bem mais flexível dentro da empresa e entre seus fornecedores e clientes, embora ainda não sendo a ideal, pois nem todos os setores se comunicavam de forma ampla.

Era a fase em que os dados eletrônicos superavam as informações estritamente manuais através do EDI (traduzido como Intercâmbio Eletrônico de Dados). Nascia o sistema de código de barras e o controle dos estoques, primeiramente nos supermercados, ganhando um aliado poderoso que diminuía o tempo de reposição, os custos e a necessidade de estoque.

No Brasil, éramos apresentados à globalização e, após o ano de 1980, os processos ficavam mais velozes, repletos de informações e a comunicação era primordial, embora a internet ainda engatinhasse. O mundo inteiro seria apresentado às práticas do sistema Kaizen (melhoria contínua), desenvolvido pelos japoneses da Toyota na década de 1950 com o sistema Just in Time (no tempo certo), que tinham sua filosofia e seus métodos aplicados em muitos segmentos.

Quarta fase: gerenciamento da cadeia de suprimentos

O Supply Chain Management (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos) continua com o fluxo de materiais, de dinheiro e de informações, mas passa a ser visto pelas empresas de uma forma estratégica para um importante ganho de competitividade no mercado globalizado. As fases anteriores em que a Logística se resumia em operações e áreas físicas para o acondicionamento de materiais já não refletia sua importância como uma grande geradora de oportunidades de negócios. As parcerias compartilham informações na cadeia de suprimentos e se firmam numa integração mais próxima e mais focada no nível de serviço.

O e-commerce instala-se em um segmento e logo passa a ser um mercado cuja revolução alimenta todos os anseios do mundo consumidor. Ele agora pode otimizar e personalizar um produto e recebê-lo em casa. A Tecnologia da Informação é real!

Os desafios da Logística ganham outra dimensão com novos mercados e com a terceirização de serviços, passando a absorver um oceano de informações para que os estoques diminuam, enquanto a qualidade dos serviços logísticos passa a ser cada vez maior, para que se reduzam os custos e os prazos, enquanto se busque agregar valor para o cliente com melhorias contínuas.

Não bastando tudo isso, a Logística Reversa surge em um segmento mais nobre, embora ainda muito voltada às atividades do pós-venda, abraçando as causas ambientais de pós-consumo com os imensos desafios de preservação do planeta. Ela mostra o que ainda se pode fazer para a melhoria dos processos em uma amplitude pouco explorada entre a escassez e a reutilização, entre o consumo e os recursos disponíveis, entre o lucro e a preservação, entre nós e o nosso futuro.

Que a próxima fase da Logística seja grandiosa como foram as outras!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Logística

A logística na cadeia de valores

O sucesso de uma empresa está diretamente associado ao seu nível de competição no mercado em que atua, seja um nível em que seus concorrentes a persigam constantemente e ela busque sempre se superar e surpreender, ou quando estes não conseguem reproduzir suas estratégias ousadas e acreditam ser inviável imitá-la devido aos altos custos. O fracasso parte de um conjunto negativo de consequências desse nível de competição e da comodidade dessa empresa no mercado, que não percebe as constantes e rápidas mudanças no comportamento de consumo.

O nível de competição

No caso de uma organização, pode-se definir nível de competição como sendo a relação entre seu projeto e sua condução dentro de um ambiente dinâmico e imitativo, repleto de incertezas e de instabilidades externas que, quase sempre, resultam em mudanças de tipo e de quantidade na ordem de consumo, projetadas pelas necessidades e pelos desejos de seus clientes.

Foi assim que surgiram as chamadas “vantagens competitivas ou diferenciais competitivos”, que é uma forma de uma empresa se diferenciar de seus concorrentes através de uma ou de um conjunto de características que venha agregar valor para o cliente, de maneira que o custo de produção e valor pago sejam menores do que o benefício que ele avalia obter ao adquirir o produto.

A cadeia de valores

Toda empresa pode ser vista como um conjunto de atividades iniciadas com o relacionamento com seus fornecedores em ciclos de produção, passando por ciclos de vendas e pela fase da distribuição, finalizando com a entrega e com a percepção do cliente ao obter um produto que lhe proporcionou satisfação. Desse conjunto de atividades, nasceu o conceito de cadeia de valores.

O conceito foi introduzido em 1985 por Michael Eugene Porter, um professor de Administração e de Economia da Harvard Business School, em seu livro intitulado Competitive Advantage (Vantagem Competitiva) e defendido em dezenas de outros de sua autoria, cujos temas sempre abordam a competitividade.

O Professor Porter sugere que as empresas façam uma análise de sua cadeia de valores, identificando as atividades que se destacam e contribuem diretamente para gerar e aumentar o valor de toda a cadeia em benefício do cliente. Assim, o que está correto deve ser melhorado e o que está errado deve ser corrigido.

Os grupos da cadeia de valores e o papel da Logística

O Professor Porter divide as atividades da cadeia de valores em dois grupos:

– Atividades primárias: aquelas que contribuem com o valor agregado para o cliente através da produção do bem ou serviço. Aqui estão as atividades de logística interna, operações, logística externa, marketing e vendas e serviços. Nessas atividades, o autor destaca a logística de entrada (inbound) e a logística de saída (outbound) como sendo atividades estratégicas de alta importância na geração de valor para o cliente quando a empresa alinha seus processos com as reais necessidades dele;

– Atividades de apoio: são as que dão suporte para as atividades primárias através da infraestrutura da empresa, de seu desenvolvimento tecnológico, dos suprimentos e do gerenciamento de recursos humanos.

A Logística recebe várias atribuições para a geração de valor para o cliente ao longo da cadeia de valores: a melhoria do atendimento de prazos garantindo pontualidade, agilidade e precisão nos processamentos de pedidos e a possibilidade de diminuição dos custos na cadeia de suprimentos são as principais. Todas resultarão em vantagens competitivas quando o cliente comparar o custo total com o benefício percebido por ele ao adquirir o produto.

A Logística também permite que empresas que atuem no mesmo segmento possam competir de forma distinta, com estratégias distintas e com resultados diferentes, gerando vantagens competitivas a depender basicamente do gerenciamento e emprego de recursos logísticos ao longo de toda a cadeia.

Outro ponto bem observado na cadeia de valores diz respeito também à Tecnologia da Informação (T.I.) que, junto como a Logística, estão presentes nos grupos das atividades primárias e de apoio, sugerindo que se ambas forem bem assistidas e evoluírem, a empresa ganhará muito em competitividade.

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Gestão Logística Previsão

O que é Gestão de Estoques?

Gestão de estoques, no contexto de uma indústria, normalmente se refere à gestão dos recursos materiais que podem ajudar a organização a gerar receita no futuro. O responsável por essa parte da gestão é o Gerente de operações.

Por exemplo, uma loja de varejo que vende vários itens, como um supermercado ou loja de departamentos (com, por exemplo, alimentos embalados, mantimentos, roupas, itens eletrônicos etc) não costuma armazenar todos os produtos na loja. Parte do estoque de produtos é mantido em um armazém ou depósito. Chamamos de inventário a soma dos produtos na loja e no armazém.

Por que a gestão de estoques é tão importante?

Empresas que atuam como fabricantes ou montadoras, voltadas para a produção de bens, dependem fortemente de um estoque bem gerenciado por uma série de razões. No fim das contas, uma empresa que dependa de produção não pode sobreviver sem um bom sistema de gerenciamento de estoques.

Vejamos, então, algumas razões para ter um bom sistema de gestão de estoques:

Atender às demandas de forma constante

A demanda por bens e serviços específicos não será a mesma durante todo o ano. Por exemplo, a venda de condicionadores de ar tem picos durante o verão e vai para baixo durante o inverno. Roupas também tem uma demanda muito sazonal, curtas no verão e longas e quentes no inverno. Um estoque bem planejado permitirá que uma empresa cumpra as exigências – e todos sabemos que a chave para aumentar a receita é o atendimento integral da demanda.

Continuidade das operações

A gestão cautelosa dos estoques permitirá a uma empresa executar suas operações sem problemas, com continuidade. Por exemplo, se uma organização fabrica produtos que dependem de matérias-primas, é evidente que a empresa precisa de um bom estoque de matérias-primas para que as operações sigam sem contratempos.

Economia nas operações

Um sistema de gerenciamento de estoques bem administrado permite que uma empresa possa cortar custos. Por exemplo, quando chega a época das festas e a empresa prevê um aumento na demanda por alguns produtos (como chocolate na páscoa ou brinquedos no Natal), ela pode adquirir mercadorias em quantidade com antecedência, negociar preços e armazená-las para a temporada. Os principais benefícios desse exercício são que a empresa pode atender toda a demanda e quando compra em quantidade e de maneira planejada,  obtém descontos.

Quais são os princípios da gestão de estoques?

As práticas a seguir podem ajudar uma empresa a ter um estoque bem gerenciado:

Previsão da demanda:

Esta é uma habilidade especializada. Uma empresa deve ser capaz de prever demandas de bens e produtos específicos em um momento específico do ano. A empresa deve criar e manter seu sistema de inventário com base nas demandas, reais e previstas. Conheça mais sobre previsão de demanda.

Monitoramento do sistema:

Um inventário deve ter um mecanismo de monitoramento da quantidade em estoque a todo momento. A empresa deve saber com exatidão a quantidade de estoque em qualquer ponto específico no tempo.

Qualidade de armazém:

O armazém deve ser capaz de manter o estoque em boas condições. Materiais desperdiçados geram perdas de oportunidades e receitas.

A Gestão de estoques é, portanto, um desafio para a maioria das empresas. Na verdade, mesmo antes que uma empresa comece suas vendas, seu lucro ou prejuízo pode ser parcialmente explicado por quão bem a empresa é capaz de gerenciar seus estoques.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Gestão Logística

O papel da logística no modelo de negócios

O modelo de negócios de uma empresa é o conjunto de suas políticas, operações, métodos, tecnologias e informações utilizado para a criação de valor para seus clientes. Por isso, o modelo de negócios está mais voltado às características de cada empresa do que propriamente ao conjunto mercadológico em que atua, podendo, às vezes, ser visto sob os aspectos comuns de mercado, mas sem perder a oportunidade de ser única e, assim, explorá-lo de forma diferente para obter resultados também diferentes.

Mesmo quando não havia noções tão claras acerca da importância da Logística, como as expedições marítimas que se deram no comércio antigo e que resultaram em grandes descobertas, seu papel sempre esteve voltado à geração de possibilidades para atender eficientemente suas proposições e à concretização de resultados.

Com a evolução dos modelos comerciais, a Logística foi ganhando mais importância e tornando suas atividades tradicionais, antes desenvolvidas quase que isoladamente, em uma conjunção harmônica – pelo menos no que diz respeito à Cadeia de Suprimentos (Supply Chain), já que ainda há muito da infraestrutura carente do desenvolvimento de maior interação com as demais atividades.

As atividades logísticas há até bem pouco tempo

A contribuição da Logística para os modelos de negócios estava voltada unicamente aos custos e à eficiência de suas atividades de armazenagem, estoques e distribuição física sem muita relação uma com a outra e sem a preocupação com os efeitos negativos recaídos sobre o desempenho das atividades subsequentes.

Por mais incrível que possa parecer, as atividades começaram a se relacionar com o aumento da percepção das empresas sobre a importância de seus clientes, antes vistos apenas como uma etapa no cumprimento de um ciclo que, por volta da década de 1950, dava início ao que passaríamos a conhecer por Cadeia de Suprimentos: aquisição, produção, armazenamento e distribuição, deixando de ser realizadas separadamente aos olhos das novas gestões.

Porém, com o avanço da informação plantada desde o século XVIII na Europa, com a Revolução Industrial e sua abertura à tecnologia (e a que muitos historiadores relacionam seu real desenvolvimento à Terceira Etapa da Revolução Industrial no século XX, que traria inovações como o computador, o fax e o celular), os aspectos relacionados à competitividade findavam sempre no seu principal pilar: o atendimento ao cliente – e agora sob os olhos da globalização.

Hoje é impossível falar de negócios sem destacar os planos logísticos, relacionando o nível de serviço à satisfação dos clientes, agora vistos em sua real importância, é impossível não perceber a Logística atendendo as expectativas de empresas e clientes, não como dois lados, mas como um propósito.

O atual papel da Logística nos negócios

O desenvolvimento dos negócios colocou a Logística dentro das organizações como um elemento estratégico, e o que antes era visto como um elemento transacional adquiriu uma forma relacional, com novos conceitos sobre cadeia de valores e, dada a importância às parcerias e uma evolução constante, a Logística acrescentou às suas atividades básicas (armazenagem, estoques e distribuição física) o processamento de pedidos e a gestão de tecnologia de informações para que suas atividades deixassem de ser vistas de forma independente e fossem organizados os fluxos de materiais e de informações da Cadeia de Suprimentos.

A Logística estará presente nos principais elementos que formam o negócio da empresa: o espaço negocial (área geográfica e os segmentos em que pretende atuar), os bens e serviços (ofertados em seu território de atuação) e os recursos (como fonte de suprimentos e tecnologias), mostrando assim o quanto estrategicamente é indispensável a qualquer modelo de negócios, seja nos citados elementos concretos ou nas condições internas da organização (competências gerenciais, necessidades de controles, operacionalizações e domínio das informações nas tomadas de decisões) para a cultura da eficiência em todas as suas atividades.

Durante muito tempo – e ainda se ouve a voz da desinformação – a Logística foi enquadrada nas organizações como sendo uma atividade unicamente voltada ao transporte, mas, como vimos, ela se estende bem além dessa tarefa e mostra que não há negócios sem um bom e amplo planejamento logístico.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Desempenho Gestão Logística

Políticas de gestão de estoques (parte 3 final)

A preocupação em aumentar constantemente a confiabilidade dos apontamentos sobre a demanda dos estoques deve nortear os gestores para que as políticas definidas surtam os efeitos desejados através de um estoque enxuto e com maior nível de serviço ofertado aos clientes. Não basta definir parâmetros. Os gestores devem estar voltados para a melhoria contínua dos processos para diminuir o tempo de reposição e os custos, como aderir a programas de qualidade e de monitoramento para o ganho em eficiência dos estoques.

Os sistemas integrados de gestão dos estoques nasceram com a implantação da produção em série e com a difusão do uso dos computadores. Pela modernização e dinâmica da oferta e da procura, muitos modelos foram ganhando espaço, e hoje é impossível que não haja um sistema, por mais básico que seja, para o controle e auxílio ao gestor que precisa saber constantemente quando e quanto ressuprir de cada material.

Há sistemas específicos para determinados segmentos ou de acordo com o porte operacional da empresa. Vejamos os modelos mais conhecidos que figuram na gestão das organizações:

– O modelo ERP (Enterprise Resource Planning), traduzido como Planejamento dos Recursos Corporativos, é um sistema-modelo de informação que integra todos os dados das atividades empresariais através de plataformas que integram desde a produção e a logística até os setores administrativos. Muitos autores tratam o ERP como a evolução do modelo MRP, que, teve suas especificidades até evoluir para o MRP II e abranger os processos produtivos como um todo;

– Os sistemas MRP trabalham com o Plano Mestre da Produção e geram a Lista de Materiais (bill of materials – BOM) com a estrutura dos produtos, que apesar de ser de difícil definição, fazendo com que muitas empresas não consigam executar todos os procedimentos requeridos às atividades, culminou com a evolução do modelo que hoje conta com o MRP I (Planejamento de Recursos Materiais) e com o MRP II (Planejamento de Recursos de Manufatura). Enquanto o primeiro orienta as decisões de “o que”, “quanto” e “quando” produzir e comprar, o segundo abrange também as decisões de “como” produzir utilizando os recursos;

– O WMS (Warehouse Management System), ou Sistema de Gerenciamento de Armazém, é uma ferramenta essencial para a gestão do estoque e para a otimização do espaço através do controle dos processos logísticos. Seu papel na cadeia de suprimentos veio facilitar a gestão ao ponto de reduzir custos e fomentar segmentos como o e-commerce, tornando os serviços mais rápidos e mais precisos e com os menores custos.

Outros sistemas podem assumir funções específicas e ganham destaque em determinados segmentos, porém seus fins estarão sempre voltados ao cumprimento das Ordens de Produção de maneira eficiente e ao chamado “pedido perfeito”, aquele entregue no lugar e dia certos, na embalagem e documentação corretas e para que a pessoa certa traduza o serviço prestado em satisfação plena. Nessas atividades são pautados os indicadores mais importantes, essenciais na composição do que o mercado chama de KPI (Key Performance Indicator), ou os famosos indicadores-chave de desempenho que medem aquilo que foi escolhido como indispensável para avaliar os processos de uma gestão.

As literaturas também fazem referência aos muitos modelos que se adequaram à gestão dos estoques com a evolução dos níveis de produção e de consumo. Algumas técnicas se adequaram à forma globalizada do mercado e se encaixaram em muitos segmentos, como o Just in Time (JIT), que mais que uma técnica ou programa, é visto como uma filosofia, mas por necessitar de células de produção para o trabalho em linha e por sua razão ser a de “puxar” a produção a partir da demanda (Make-To-Order), produzindo apenas o necessário, não se adequa ao tipo de produção (Make-To-Stock), embora muitos de seus princípios são utilizados separadamente em várias atividades, como os cartões Kanban, a melhoria contínua Kaizen e o tratamento com os desperdícios de tempo e de materiais.

Muitos modelos atualmente usam os dados dos pontos de vendas para programar melhor a produção. Assim foi com o Quick Response, surgido no setor têxtil e de confecções norte-americanas que, além da produção, também gera impactos positivos na distribuição e na armazenagem.

Pela extensão do assunto, esses e outros pontos são abordados aqui mesmo no LD e compõem um vasto material pronto para a sua pesquisa. Confira!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Gestão Logística

Políticas de gestão de estoques (parte 2/3)

Muitas empresas se confundem quanto à importância de seu estoque e acabam gerando um aprisionamento de suas operações. O estoque deve estar a serviço dos interesses comerciais da empresa e muito bem alinhado com a oferta e com a procura para que não gere problemas no fluxo de atendimento.

Esse problema de origem estratégica é causado quando a empresa não define bem seu mix de produtos – variedade de produtos que uma empresa comercializa para alcançar diferentes clientes ou uma fatia maior de seu segmento comercial.

Definindo os estoques

Quanto maior for o estoque, mais custos haverá com armazenagem e controles. A empresa deve dimensionar seus estoques de forma que ocupe o menor espaço possível e permaneça o menor tempo possível para que haja o retorno de seu investimento também no menor tempo.

É nesse momento que são definidas as funções de estoque máximo e mínimo para os itens, assim como o ponto de ressuprimento, o estoque de segurança, o lote de encomenda… As literaturas dão nomes diferentes a algumas funções, porém todas levam em conta a questão do lote para que se possa precisar o custo por pedido de compra e por ordem de produção. Essas funções são de suma importância e, se administradas em conformidade com os intuitos de produção e de vendas, afasta muitos riscos de stock out – o chamado “furo” no estoque, cujas perdas são incalculáveis por tudo o que ele envolve.

Os processos de gestão dos estoques

Sem os processos de gestão dos estoques, a atividade empresarial fica totalmente vulnerável, e manter estoques sem o monitoramento ideal quase sempre significa falência. Para que se tenha um estoque eficientemente voltado ao atendimento dos interesses da empresa, os processos devem ser específicos para atender três pontos básicos:

– As definições quantitativas elaboradas no momento do dimensionamento do estoque devem seguir os critérios definidos pelo Plano Mestre de Produção e sempre acompanhados para garantir o ajustamento das atividades;

– A tecnologia aplicada deve ser o principal facilitador das atividades gerenciais do estoque. Um sistema confiável permite um nível de acompanhamento assertivo e de fundamental apoio aos demais processos. Para isso, dois outros pontos são observados: a manutenção do sistema para garantir seu perfeito funcionamento e os critérios para alimentação, a fim de garantir a inserção correta de dados;

– As relações organizacionais (aquisição, produção e vendas) devem estar alinhadas para que o estoque contribua para o alcance das metas setoriais. Diferentemente do primeiro ponto, que trata das quantidades, este trata de metas, de perspectivas, de novos fornecedores, de novos produtos e alinha a razão do estoque à missão e à visão da empresa.

Desempenho da gestão dos estoques

Esse ponto bem que poderia fazer parte da estrutura básica dos processos de gestão, mas com a evolução dos acompanhamentos através de indicadores, as tarefas gerenciais, mesmo nascendo em um ambiente básico dos processos, ganham um peso estratégico bastante importante, que envolve todas as circunstâncias administrativas dos estoques e vai além no suporte para tomada de decisões.

Com o acompanhamento da conformidade dos processos por meio do monitoramento e da análise dos custos e do nível de serviço, os indicadores de desempenho representam a ferramenta mais importante da gestão dos estoques. São eles que aproximam a gestão das soluções e auxiliam nas definições de matrizes utilizadas nas políticas de gestão dos estoques, como as definições de lotes já citadas, a classificação dos itens pela sua importância e, com a ajuda do sistema, na transformação de itens em dias de demanda, antevendo problemas de suprimento pela produção interna e pelo mercado fornecedor, prejuízos pela falta de itens, cálculos errados sobre demandas e giro dos itens.

A definição e adoção de modelos para a gestão de estoques serão abordadas na terceira e última parte do estudo. Até lá!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Políticas de gestão de estoques (1/3)

A implantação de uma política de estoques resulta diretamente na fluidez das atividades da empresa por meio de planejamentos concisos para a utilização de seus recursos. O estoque é o principal instrumento que dá seguimento às tarefas da empresa e ele precisa ser dimensionado conforme os padrões adotados para que os setores sejam bem atendidos. Saber o que e quando a empresa tem que comprar para saber o que, quanto e quando deverá produzir,  para assegurar o atendimento e a reposição da forma mais enxuta possível, sem a geração de prejuízos, são os pontos cruciais e pertinentes a uma política de estoques eficiente e desejada por qualquer empresa que perceba seu estoque como seu maior bem – juntamente com seus clientes. Tudo isso com absoluto controle dos custos e conhecendo sua movimentação.

Dentro de uma organização, o estoque é visto de forma diferente pelos setores cujas atividades dependem de um alinhamento entre seu planejamento e a disponibilidade de recursos. Para que o setor de produção não produza além do necessário de sua margem de segurança, para que o setor comercial não eleve demasiadamente o estoque para garantir o atendimento aos clientes, para que o setor financeiro não comprometa seu fluxo de caixa e para que a empresa não exceda seu projeto de capital total investido, é necessária a criação e orquestração de uma política de estoques bem definida e adequada ao tipo de mercado, sendo o estoque o elemento-chave para todo esse controle.

A definição de uma política de estoques

Para a definição de uma política de estoques adequada e eficiente, o objetivo sempre será o menor estoque possível com o maior nível de atendimento aos clientes, internos e externos. Para isso, ao planejar, se faz necessário responder a quatro perguntas:

– Quantos e quais são os itens considerados estratégicos para a operação?

– Qual é a relação de demanda do item (estoque – produção – vendas)?

– Qual é a quantidade necessária e quanto tempo para a reposição?

– Quais são os fornecedores e quais são as alternativas?

O segundo passo está ligado aos métodos para aquisição e armazenagem, aos controles e à manutenção do estoque acerca de sua movimentação – e sempre buscando a movimentação, pois estoque parado é sinal de que algo está errado.

Os processos

Seguindo essa lógica, os métodos também estarão focados nos processos de homologação dos fornecedores para a melhor aquisição, no correto manuseio dos itens no recebimento e na disposição, no melhor layout na armazenagem, em inventários periódicos para a verificação da quantidade e do estado dos itens. As checagens para a reposição do estoque sempre estarão presentes nas etapas dos processos, observando o giro (para evitar aumento de custos com eventuais mudanças ou erros de cálculo) e a validade ou obsolescência de itens.

O cadastramento

Quanto ao controle, o cadastramento correto dos itens em sistemas com seus grupos e subgrupos é extremamente importante e deve ser definido um setor com competências para tal. Geralmente essa tarefa é delegada ao setor de compras ou ao almoxarifado para evitar duplicidades ou entendimentos diferentes acerca da nomenclatura dos itens. O cadastro é a base de todos os controles e, caso haja divergências, todas as tarefas poderão estar em risco.

A flexibilidade

O ponto mais importante a se observar ao definir uma política de estoques é que, mesmo com a definição de metas e com um acompanhamento rigoroso, as normas jamais devem perder sua flexibilização diante das mudanças do mercado, da adequação ou da expansão da empresa e nem das mudanças relativas ao ciclo de vida dos produtos (introdução, crescimento, maturidade e declínio) bem acompanhado pelo departamento de marketing. O engessamento coloca em risco a harmonia entre os setores, a modernização dos produtos, os processos de melhoria contínua, o uso racional do estoque, a satisfação dos clientes e, assim, a própria vida da empresa.

Abordadas as necessidades para implantação de políticas de estoques, prosseguiremos nos próximos artigos falando sobre seu gerenciamento. Até lá!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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A estruturação dos princípios logísticos

Como sabemos, a Logística teve início com as estratégias militares e atravessou séculos até ser vista hoje como um forte instrumento gerencial capaz de promover reduções de custos e de agregar valor quando do sucesso de suas estratégias e operações.

Movimentando produtos e informações, a Logística trabalha de forma coordenada e hoje se compara a um grande sistema com componentes simples e outros bem complexos que formam uma cadeia com fluxo contínuo que contribui para o sucesso dos métodos empresariais.

Planejamento da Logística

O planejamento logístico está alicerçado em três pontos de decisões fundamentais: localização das instalações, transportes e estoques. Estão ligadas entre si e confluem para três objetivos onde as ações de planejamento, organização e controle serão gerenciadas:

– Localização das instalações: as decisões sobre a estrutura física devem estar voltadas ao atendimento dos clientes, pois só assim se pode buscar a excelência no atendimento, já que custos reduzidos e oferta operacional são vitais para o negócio logístico. Para isso, um estudo prévio se torna necessário, pois não há limites para a determinação de um local – quem manda é o mercado;

– Transportes: as decisões sobre a melhor estratégia para as operações e a escolha ideal da matriz de transporte são as mais impactantes em termos financeiros, pois representam a maior parte dos custos logísticos na maioria das empresas e, principalmente, influenciado pelo fator tempo, é o principal meio para atingir o objetivo logístico.

– Estoques: as decisões de estoque estabelecerão o abastecimento e sua manutenção da forma mais adequada possível a fim de garantir o uso correto do espaço físico, influir sobre o tempo de transporte, evitar perdas e diminuir riscos, já que são decisões que influem diretamente sobre o atendimento da produção e dos clientes, refletindo sobre o capital da empresa e, no caso dos estoques, no capital investido, repleto de consequências nas demais áreas;

– Planejamento, organização e controle: são estas as ações que deverão estar presentes do início ao fim dos processos logísticos e sempre sendo alimentadas e alimentando as demais ações com informações em um fluxo contínuo, melhorando a execução a cada repetição das operações e possibilitando o suporte para a implantação de novos negócios.

A importância das informações nos processos logísticos

A competitividade entre as empresas acelerou a importância da visão sobre as informações dentro dos processos logísticos de forma a fazer com que todo o sistema fosse visto de maneira integrada.

A Logística de hoje trabalha com um fluxo de informações de forma contínua, o que garante a fluidez das demais tarefas, e de forma eficaz garantindo a melhoria contínua.

Para isso, não basta que as informações ocupem seus espaços dentro das organizações. Elas precisam ser sistematizadas para garantir rapidez e inovações nos serviços prestados aos clientes, internos e externos, com o intuito de proporcionar o alcance dos objetivos logísticos.

Os sistemas de informações desempenham papel importante na construção do histórico da empresa através da criação de um banco de dados, tornando eficiente a utilização de recursos ao longo da cadeia logística, no fornecimento de dados importantes para a implantação e utilização de indicadores logísticos, no monitoramento das operações, de forma a possibilitar correções durante o desempenho de seus objetivos, além de representar o meio mais seguro para levar uma organização à melhoria do nível de serviço, diminuindo custos e proporcionando satisfação aos clientes.

O fluxo correto e contínuo das informações é o responsável direto pelo desenvolvimento da Logística. Dele depende todas as ações para uma movimentação segura e competitiva, com estoques enxutos e transporte que agregue valor. Contudo, apenas sua existência não representará sucesso, pois sua utilização de forma incorreta representa desperdícios.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Logística

Condomínios logísticos

Os condomínios logísticos surgiram no Brasil na década de 90 para contornar, ou amenizar, muitos dos gargalos logísticos que são fatores importantes para o aumento de custos com operações de transporte e de armazenagem.

Cerca de 15 anos depois dos primeiros projetos, a procura por esses empreendimentos deu um salto importante, pois as empresas perceberam as vantagens de ter suas operações logísticas mais próximas das zonas de distribuição e de consumo, mas longe de grandes centros urbanos, com seus intermináveis congestionamentos, e perto de áreas industriais, cujo acesso às principais rodovias é bem mais facilitado.

Muito se evoluiu e, nos últimos anos, mesmo com a queda das atividades econômicas brasileiras, o setor se mostrou poderoso ao absorver impactos em algumas regiões sem deixar de ser visto pelas empresas como solução logística.

O que são condomínios logísticos?

São construções imobiliárias e ofertas de lotes de áreas destinadas à armazenagem e operações logísticas de empresas, que se instalam em galpões adequados às suas operações e que encontram na locação toda infraestrutura com despesas comuns rateadas.

Geralmente, os condomínios logísticos são construídos com propósitos especulativos, ou seja, um investidor empreende uma área com características flexíveis para atender diversas atividades e a lança no mercado, sem garantias de pré-contratos de locação. Porém, há também investidores que constroem visando a exploração de um único segmento ou única empresa, e empresas que constroem para expandir suas atividades.

Quanto aos tipos de condomínios logísticos, se fazem conhecer o monousuário, com galpões para atender um único cliente e o flex, com galpões modulares.

Quanto à utilização dos condomínios logísticos, temos quatro classificações:

– Armazéns: são ideais para operadores logísticos e atacadistas, pois devido ao seu projeto modular, possibilitam a instalação de estruturas porta-paletes;

Cross-docking: ideal para transportadoras, por não trabalharem com estoques;

– Mistos: ideais para centros de distribuição, pois possuem estruturas diversificadas;

– Industriais: ideais para indústrias de diversos segmentos, pois permitem personalizações de suas instalações.

Vantagens x desvantagens

As vantagens ofertadas por um condomínio logístico vão além da localização favorável, do rateio das despesas com áreas comuns e com a segurança e controles de acesso, passando pela utilização das áreas de apoio, que incluem salas de reunião e treinamento, restaurante e ambulatório, que por si só já representam uma sensível redução nos custos, e vão até as chamadas visibilidades comerciais e flexibilizam as operações e suas expansões.

A sustentabilidade dos condomínios também vem se tornando uma vantagem. O reuso de águas pluviais, estações de tratamento de efluentes e medidas contra desperdícios atraem muitas empresas.

As desvantagens estão mesmo ligadas ao rateio dos custos fixos do condomínio, que pode representar um grande peso no caixa da empresa no caso de diminuição do número de condôminos, mesmo que seja temporária, devido a mudanças na economia.

A expansão

De acordo com dados da Consultoria Imobiliária Colliers International, esse tipo de empreendimento cresce a taxas de 10% ao ano no país, mas ainda está longe das áreas condominiais de países como o México (cinco vezes mais) e Estados Unidos (trinta vezes mais). Contudo, a expansão se acentua também na modalidade, pois os condomínios industriais ganham força e agora surgem os condomínios de negócios que, além das instalações logísticas e industriais, possuem também escritórios comerciais, áreas residenciais e até áreas para lazer.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Logística

A armazenagem das safras brasileiras

Historicamente, o Brasil possui sérios problemas acerca da capacidade de armazenagem de suas safras. São problemas registrados em diversos levantamentos, feitos por entidades ligadas às atividades do campo e do comércio, que já faziam parte do cenário da cadeia agrícola há quase trinta anos. Há 22 anos, por exemplo, o país colhia cerca de 73 milhões de toneladas de grãos e em 2016 a safra foi de 184 milhões de toneladas. Para 2017, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), previa uma safra de quase 225 milhões de toneladas.

Principais fatores que contribuíram para o aumento das safras brasileiras

Timidamente, o Brasil foi se convencendo da necessidade de proteger sua produção agrícola, a exemplo de outros países, e aos poucos, através de projetos de incentivo à produção, foi deixando de produzir números de importação, fazendo com que surgissem novas áreas e novas técnicas de cultivo, principalmente em relação às entressafras, e com o auxílio de estudos climáticos e dos solos, adaptou-se as culturas de forma mais eficiente.

Movidos por um cenário cada vez mais promissor, os produtores levaram o progresso tecnológico ao campo. Muitos dos defensivos agrícolas evoluíram para um maior controle de pragas altamente danosas à produção, as sementes passaram por melhoramentos, enquanto os equipamentos revolucionaram o sistema de colheita ofertando um ganho considerável de produtividade.

Mas, o que houve com a armazenagem?

Mais que rapidez, do plantio à colheita, os produtores contavam com os investimentos em infraestrutura que tornasse o escoamento da produção compatível com a grandiosidade que o campo já representava para o comércio doméstico e, principalmente, para os anseios do comércio internacional.

Contudo, o governo não ofereceu infraestrutura adequada, nem os produtores planejaram eficientemente as operações de escoamento da produção, e o setor hoje sofre com a oferta insuficiente do transporte e com a baixa capacidade de armazenagem, que deixa de atender hoje quase um terço do que é colhido.

Nos Estados Unidos, por exemplo, só a produção de soja e de milho está na casa de 500 milhões de toneladas e o país possui capacidade de armazenagem para uma safra e meia. Isso não lhes traz apenas melhores condições para o escoamento, como também mais ganhos no mercado através de grãos mais bem preservados e de negociações sem que o tempo seja o principal motivo para fechar negócio.

Entendendo a armazenagem de grãos no Brasil

As safras, em sua maioria, recorrem a três tipos de armazenagem: armazéns próprios, com cerca de 15% de capacidade instalada, terceirizados ou privados, que atendem cerca de 60%, e os públicos, cujos números são confusos, pois a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que conta com o cadastro de 17.707 armazéns (graneis, convencionais e frigoríficos) espalhados pelo país, considera-os como sendo sua a capacidade de armazenagem, porém, sabe-se que apenas 2% dos estoques estratégicos desses armazéns estão em terras públicas.

Ainda assim, a estatal divulgou no final de 2016 um leilão de armazéns após uma queda de 54% da procura naquele mesmo ano. A queda se justifica pela dificuldade em administrar 90% das estruturas públicas, segundo especialistas.

Transporte com o papel de armazenar

Além dos produtores estocarem grãos cobertos com lonas ao lado das rodovias para facilitar o escoamento, a armazenagem volante, aquela feita em caminhões disponibilizados para o transporte que, devido às más condições das rodovias e à espera prolongada para a descarga, também causa perdas e compromete a qualidade devido à fermentação provocada pela umidade, é usada desde a colheita na busca por suportar a conhecida precariedade do sistema. Além de encarecer o frete e provocar escassez de mão-de-obra, a prática congestiona outras etapas do processo de escoamento e afeta diretamente a competitividade dos grãos brasileiros, principalmente nos aspectos de tempo, qualidade e quantidade.

Atualmente, estima-se que o Brasil perca mais de R$ 8 bilhões com problemas no transporte, só da soja e do milho, e quase o dobro disso com os problemas de armazenagem que geram perdas, baixas na qualidade e descontos em contratos.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!