Categorias
Gestão Logística Previsão

O que é Gestão de Estoques?

Gestão de estoques, no contexto de uma indústria, normalmente se refere à gestão dos recursos materiais que podem ajudar a organização a gerar receita no futuro. O responsável por essa parte da gestão é o Gerente de operações.

Por exemplo, uma loja de varejo que vende vários itens, como um supermercado ou loja de departamentos (com, por exemplo, alimentos embalados, mantimentos, roupas, itens eletrônicos etc) não costuma armazenar todos os produtos na loja. Parte do estoque de produtos é mantido em um armazém ou depósito. Chamamos de inventário a soma dos produtos na loja e no armazém.

Por que a gestão de estoques é tão importante?

Empresas que atuam como fabricantes ou montadoras, voltadas para a produção de bens, dependem fortemente de um estoque bem gerenciado por uma série de razões. No fim das contas, uma empresa que dependa de produção não pode sobreviver sem um bom sistema de gerenciamento de estoques.

Vejamos, então, algumas razões para ter um bom sistema de gestão de estoques:

Atender às demandas de forma constante

A demanda por bens e serviços específicos não será a mesma durante todo o ano. Por exemplo, a venda de condicionadores de ar tem picos durante o verão e vai para baixo durante o inverno. Roupas também tem uma demanda muito sazonal, curtas no verão e longas e quentes no inverno. Um estoque bem planejado permitirá que uma empresa cumpra as exigências – e todos sabemos que a chave para aumentar a receita é o atendimento integral da demanda.

Continuidade das operações

A gestão cautelosa dos estoques permitirá a uma empresa executar suas operações sem problemas, com continuidade. Por exemplo, se uma organização fabrica produtos que dependem de matérias-primas, é evidente que a empresa precisa de um bom estoque de matérias-primas para que as operações sigam sem contratempos.

Economia nas operações

Um sistema de gerenciamento de estoques bem administrado permite que uma empresa possa cortar custos. Por exemplo, quando chega a época das festas e a empresa prevê um aumento na demanda por alguns produtos (como chocolate na páscoa ou brinquedos no Natal), ela pode adquirir mercadorias em quantidade com antecedência, negociar preços e armazená-las para a temporada. Os principais benefícios desse exercício são que a empresa pode atender toda a demanda e quando compra em quantidade e de maneira planejada,  obtém descontos.

Quais são os princípios da gestão de estoques?

As práticas a seguir podem ajudar uma empresa a ter um estoque bem gerenciado:

Previsão da demanda:

Esta é uma habilidade especializada. Uma empresa deve ser capaz de prever demandas de bens e produtos específicos em um momento específico do ano. A empresa deve criar e manter seu sistema de inventário com base nas demandas, reais e previstas. Conheça mais sobre previsão de demanda.

Monitoramento do sistema:

Um inventário deve ter um mecanismo de monitoramento da quantidade em estoque a todo momento. A empresa deve saber com exatidão a quantidade de estoque em qualquer ponto específico no tempo.

Qualidade de armazém:

O armazém deve ser capaz de manter o estoque em boas condições. Materiais desperdiçados geram perdas de oportunidades e receitas.

A Gestão de estoques é, portanto, um desafio para a maioria das empresas. Na verdade, mesmo antes que uma empresa comece suas vendas, seu lucro ou prejuízo pode ser parcialmente explicado por quão bem a empresa é capaz de gerenciar seus estoques.

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

Categorias
Logística

Os bastidores da logística operacional

O campo da logística operacional realmente não é fácil. Não que a logística estratégica também não reserve suas dificuldades àqueles que, teimosamente, respiram problemas com infraestrutura, com pessoal, com leis equivocadas e falta de visão e vontade políticas que fazem parte dessa “magia” chamada Logística. Mas, se a área estratégica é aquela que “planeja até enquanto se executa”, a operacional é aquela que “executa até enquanto outros dormem”.

logistica operacionalQuando se faz parte das duas áreas, como eu, é possível medir direitinho tudo o que representa cada uma dentro do processo. Assim como é possível perceber que uma está sempre em evidência enquanto a outra está sempre nos bastidores. Não que o sucesso as distinga, mas os reconhecimentos as separam.

Não, não há nada de errado com você que trabalha na área operacional. É assim mesmo. Não deveria ser, mas não é diferente em nenhum lugar do mundo. É uma área em que se pensa que as mãos são mais importantes do que a cabeça. O que não é verdade e também não me parece justo. Em todos os momentos o operacional é uma extensão importantíssima do estratégico. A constatação é simples: um planejamento não termina enquanto se realiza e é necessário raciocínio também enquanto se executa.

Um projeto pode ser dividido em até três partes importantes: o principal, os meios e os “possibilitadores”. Na Logística, a área operacional é a única que está presente em todas as partes. Como numa guerra, onde o principal é vencê-la, os meios são representados pelas conquistas de territórios e os “possibilitadores” podem ser vistos através do confronto direto com o inimigo. O “poderio operacional” está forte no confronto direto, está presente na ocupação… Mas, o sucesso da operação parece sempre ser brindado apenas pelos oficiais.

Envolvida diretamente com as dificuldades de pessoal, de equipamentos, de rotas e suas particularidades que vão desde a precariedade de nossas estradas até as leis equivocadas e o controle do trânsito caótico de nossas cidades, a logística operacional, por muitas vezes, sequer é consultada em certas tomadas de decisões. O papel de apenas executar tarefas não representa o que o operacional realmente significa para o sucesso dos projetos, para o alcance das metas. É que, infelizmente, no Brasil desenvolve-se mais a cultura do mérito para aquele que está em evidência enquanto quem realmente faz fica meio esquecido por trás das cortinas. Como na música, não é comum conhecermos os compositores de canções maravilhosas interpretadas por cantores em evidência. Logo as associamos ao cantor e cometemos grande injustiça com o talento daquele que compôs.

Esse exemplo na música nos confunde sobre inteligência e evidência e nos revela que nas logísticas estratégica e operacional essa “separação” nada tem a ver com inteligência, já que o compositor seria o inteligente na situação e este fica esquecido ou desvalorizado. Tem a ver mesmo com a evidência daqueles que captam os méritos para si deixando de fora o restante da equipe. No entanto, inteligência e evidência são importantes para todos os mercados. E na Logística não deveria ser diferente. Essas partes, estratégia e operação, são apenas para direcionar tarefas e responsabilidades dentro de um projeto que busca o mesmo resultado com o empenho e o mérito de todos e para todos.

Categorias
Gestão da Cadeia de Suprimentos Logística Supply Chain Management

Excelência operacional: clientes

Em tempos de extrema concorrência, o efeito causado pelo atendimento ao consumidor final de produtos ou serviços é fator de sucesso ou de destruição de qualquer plano praticado por uma empresa ou para a ascensão profissional de um indivíduo.

atendimento clienteÉ muito comum sabermos de histórias ou sermos personagens de um mau atendimento que põe em dúvidas uma marca, um estabelecimento ou o profissionalismo de um indivíduo.

O conceito de excelência surgiu em 1982 com o livro de Tom Peters. Ele defendia que as empresas distribuíssem o poder de decisão pelos diversos níveis hierárquicos causando uma descentralização onde faria com que as empresas resolvessem seus problemas utilizando-se apenas dos processos indispensáveis. Dessa forma, a necessidade do conhecimento para as tomadas de decisões integraria todos os setores por meio de suas coordenações e suas diversas funções envolvidas.

Será que estamos mesmo no caminho certo para alcançarmos a excelência operacional? Temos mesmo empresas voltadas à proximidade com seus clientes e preocupadas com a eficiência na entrega ou na prestação de serviços? Temos profissionais que primam pelo bom atendimento e suprem as necessidades do cliente?

É necessário relembrar que cliente é aquele que colhe o resultado final. Dentro de uma empresa, a produção é cliente do suprimento, assim como seu gerente é seu cliente ou seu colega de trabalho é seu cliente. O fato de dividirmos os clientes em externos e internos não diminui em nada a importância, pois um reflete o outro. Enquanto o externo paga as contas, o interno utiliza os recursos de forma eficiente. Se não há uma relação gentil/profissional com seus colegas de trabalho, facilmente isso será praticado com o cliente que paga as contas e, na sua migração para os concorrentes, deixa-lhe exposto ao fracasso.

Muitas empresas hoje se focam no faturamento e, de forma tola, deixam a figura principal – o cliente – entregue ao acaso. O “se não quiser tem quem queira” vem trazendo enormes prejuízos financeiros e profissionais aos mais diferentes mercados. O bom atendimento que satisfaça solucionando problemas e que valorize o dinheiro e o tempo do cliente vem se tornando uma raridade.

Duas das razões mais fortes para essa insatisfação é que muitas empresas ainda enxergam que clientes se contentam com “paparicos”. Acontece que alguns gostam de ser paparicados, mas ninguém gosta de paparicar e surge uma relação falsa, sem sustentação. Outra razão é que as leis de defesa do consumidor existem, mas o acesso é restrito àqueles que dispõem de tempo. Está se tornando comum ouvir aquele funcionário despreparado falar para o cliente que busque os seus direitos… Cliente hoje quer qualidade, agilidade e compreensão; não desrespeito.

Estamos nos aproximando do período da Copa e Olimpíadas e algumas coisas vêm chamando atenção. Deixando a questão da infraestrutura de fora, que sabemos que é muito precária, nota-se um grande despreparo para o atendimento de clientes em aeroportos, hotéis, restaurantes e demais estabelecimentos. Há de se pensar num treinamento conjunto rápido e eficaz para que não se cause maiores transtornos.

Estamos desejando demais essa excelência e agindo muito pouco. Algumas empresas sequer encontraram esse caminho para seguir. Outras já vivem essa realidade, mas sofrem porque seus fornecedores e parceiros ainda não atentaram para a otimização de seus atendimentos. Estamos contratando funcionários que não lidam bem com o público e não têm noção da importância dos clientes; contratamos empresas que não respeitam prazos, não honram compromissos.

Uma coisa é certa: A busca pela excelência operacional não faz par com o despreparo da educação ou com o “cada um por si” que observamos na sociedade. Deve ser o contrário disso. Deve-se enxergar na satisfação do cliente o meio que conduz ao crescimento, às novas oportunidades. O respeito por seus clientes resulta sempre em decisões próximas da exatidão.

Oportunamente, abordaremos outros temas sobre a excelência operacional, como a cadeia de suprimentos, just-in-time e as dificuldades que envolvem a entrega de produtos.

Categorias
Gestão Logística

Como a UPS lida com o mau tempo?

O período de Natal é sempre crítico para as empresas de entrega expressa, pois eles tem uma data limite para entregar milhões de encomendas. Para a UPS não é diferente, pois fazer as entregas a tempo não é apenas oferecer um bom serviço, é questão de lucro e receitas. O Wall Street Journal mostrou que a UPS paga uma multa por entregas fora do prazo mesmo quando a causa é uma tempestade ou qualquer outro evento climático além do controle da empresa.

ups aviaoOs transportadores de carga geralmente cobrem o custo do serviço quando uma encomenda não chega no destino a tempo, então a neve, gelo, chuva e neblina podem gerar sustos em suas planilhas de receitas. A UPS sabe que a semana do Natal é a mais ocupada e corrida do ano, e estima ter carregado 120 milhões de pacotes, 6% a mais que na mesma semana do ano anterior. Para cada pacote atrasado a UPS arca com algo entre US$5 e US$30 do seu lucro, de acordo com o porta-voz Mike Mangeot.

E como eles lidam com uma enxurrada de pacotes e o inverno do hemisfério norte nesta época do ano? Primeiro, eles tem uma equipe de meteorologistas e outros funcionários monitorando constantemente o tempo e criando planos de contingência. Mas eles também tem uma vantagem operacional na forma de capacidade extra.

Um “painel de situações de emergência” na parede lista as cidades e regiões onde a UPS tem pilotos e aviões a espera, preparados para resgatar volumes, ou pacotes presos em qualquer lugar devido a problemas mecânicos ou de visibilidade que tornam a aterrisagem difícil.

A empresa afirma que seu “programa de ociosidade de emergência” resgata anualmente mais de 1 milhão de encomendas que, se atrasassem, custariam à UPS mais de US$20 milhões em receitas.

Por volta das 22h, chega um chamado de uma equipe da UPS em Wichita (Kansas, EUA). Chuva torrencial estava afetando um equipamento em um avião que deveria decolar em meia hora.

O jato, carregado com carga em Wichita, deveria viajar até Springfield (Illinois), onde pegaria mais encomendas e continua até Louisville, chegando ao hub à 1:16 a.m. com tempo para que as encomendas pegassem seus vôos em conexões para todo o país.

Com algo em torno de 6 mil pacotes potencialmente presos em Wichita e Springfield, a equipe de contingência da UPS enviou um jato vazia que estava voando de Laredo (Texas) para Louisville para resgatar as encomendas em Wichita, e também enviaram um outro avião extra para Springfield, de acordo com Steve Merchant, gerente do departamento de contingência. As 2 a.m., todos os pacotes estavam em Louisville.

Este é um bom exemplo de uma resposta operacional ao risco. A matéria não fala, no entanto, quantos aviões ou equipes estão alocadas ao programa de resgate. No entanto, se eles economizam US$ 20 milhões por ano com o programa, isso já justificaria um bom investimento apenas pela questão financeira. Se além disso ainda considerarmos custos mais obscuros como a satisfação e a boa vontade do cliente em continuar com a UPS (que são muito difíceis de quantificar), o programa de resgate ficará ainda melhor na foto!

Baseado no texto “How UPS hedges against bad weather” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.

Categorias
Gestão da Cadeia de Suprimentos Logística Supply Chain Management

Gestão de operações: o segredo da Apple

Li um artigo na última edição da Businessweek que fui obrigado a adorar. Ele começa destacando como a Apple investiu pesado num tipo especial de raio laser para criar um design diferenciado (uma luzinha verde nos laptops, para que os usuários saibam que a câmera está ligada), e continua assim:

gestão de operações na AppleA maioria dos usuários de computadores Apple nunca deram atenção pra essa pequena luz verde, mas a sua criação trás à tona uma vantagem competitiva enorme na Apple: operações. Este é o mundo da fabricação, fornecimento e logística em que o novo diretor Tim Cook ganhou a confiança de Steve Jobs. De acordo com mais de uma dúzia de entrevistas com ex-funcionários, executivos dos fornecedores e experts em gestão de operações, a Apple criou um sistema fechado onde ela controla todas as etapas da supply chain, desde o design até as vendas no varejo. Por causa do grande volume – e até um pouco de crueldade – a Apple consegue descontos enormes em peças, capacidade de produção, e transporte aéreo. “Eles levaram o sucesso operacional para um nível nunca antes visto. Sua experiência em operações é tão importante quanto sua inovação ou marketing”, diz Mike Fawkes, ex-chefe de supply chain na HP.

Então a gestão de operações é um processo-chave na Apple! Dá de ficar ainda melhor? O artigo continua com uma série de exemplos:

A Apple começou a inovar nos menores detalhes do fornecimento logo após o retorno de Steve Jobs em 1997. Na época, a maioria dos fabricantes de computadores transportavam seus produtos por via marítima, uma opção muito mais barata que o transporte aéreo. Para garantir que os novos iMacs azuis estivessem disponíveis no Natal do ano seguinte, Jobs pagou US$ 50 milhões para reservar todo o espaço disponível no frete aéreo, diz John Martin, um executivo de logística, que trabalhou com Jobs para organizar os vôos. Os rivais tiveram problemas quando quiseram reservar transporte aéreo, como foi o caso da Compaq. Da mesma forma, quando as vendas do iPod decolaram em 2001, a Apple percebeu que poderia colocar tantos aparelhos nos aviões que ficou barato transportá-los diretamente das fábricas chinesas para a casa dos consumidores! Quando um funcionário HP comprou um iPod e o recebeu alguns dias depois, acompanhando todo o processo online no site da Apple, notou que estava diante de algo extraordinário.

Pensando nas operações da Apple, fica claro que ela é muito parecida com outras grandes experts na excelência operacional, como o Wal-Mart e a Toyota. Não é que as habilidades operacionais da Apple são as melhores do mundo. Pelo contrário, é que suas operações são tão entrelaçada com tudo o que fazem, que elas são essenciais para a realização de sua estratégia no mercado.

Por exemplo, a Apple tem uma linha de produtos bem limitada. Eles não se contentam em produzir alguns produtos que atraiam a atenção mas que nunca seriam líderes de vendas. Praticamente tudo o que a Apple faz pretende ser ao mesmo tempo moderno e de grande volume. Isso significa que quando trabalham com fornecedores, estão em posição de exigir que as coisas sejam do seu jeito.

Além disso, eles pretendem dar ao cliente as coisas que eles ainda não sabem que precisam. Isso significa que eles fazem grandes apostas em novas tecnologias de produção ou componentes antes que os concorrentes saibam que precisam desta habilidade, conhecimento ou aquela peça. Tudo isso seria incrivelmente arriscado se eles não fossem tão bons em antecipar soluções que os clientes necessitam.

Baseado no texto “Operations: Apple’s secret sauce?” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.

Categorias
Desempenho Gestão Logística

Outra visão sobre o fast food com a gestão de operações

Se você quiser encontrar a prova das habilidades e capacidades da indústria americana, onde você iria? Com muitas fábricas tendo se mudado para a China, onde está a vanguarda da indústria norte-americana? De acordo com a BusinessWeek, você tem que ir a um restaurante de fast food!

Entre na cozinha do Taco Bell e encontrará fortes argumentos contra a idéia que os Estados Unidos perderam sua vantagem em sistemas de fabricação. Seja no Taco Bell, McDonald’s, Wendy’s ou Burger King você encontrará uma pequena fábrica, com um gerente que supervisiona uns 30 empregados, organiza os turnos, cuida dos estoques e dos fornecedores, administra uma linha de montagem produzindo com controle de qualidade invejável à muitas indústrias, com alto volume, gerando receitas de 1 milhão a 3 milhões de dólares por ano, tudo isso com clientes que aparecem no balcão da fábrica o dia inteiro para comprar o produto, e que o querem para ontem! O CEO do Taco Bell, Greg Creed, um veterano da divisão de detergentes e produtos pessoais da Unilever pensa assim: “Eu acredito que na Unilever nós tínhamos 5 fábricas. Bem, no Taco Bell hoje temos 6000 fábricas, muitas delas funcionando 24 horas por dia.”

É como se os grandes avanços da civilização humana, desde a criação de animais até matemática passando pela arquitetura e pela manufatura e tecnologia de informação, todos fossem entregues com uma bandeja no balcão.

gestão da operações de fast foodÉ impossível não reparar que pode até parecer meio deprimente que tanto esforço foi parar num mercado que é, de alguma forma, trivial. O que seriam de salas de emergência ou UTIs se tanta energia e ideias brilhantes fossem usadas para a otimização delas ao invés das filas no drive-thru? Por outro lado, tanto o Taco Bell quanto os concorrentes não teriam feito tudo isso se o mercado não tivesse exigido. Os clientes claramente dão valor para um Número 1 muito rápido, então, alguém pesquisou para que isso fosse possível.

Também vale a pena notar como os desafios operacionais de um restaurante de fast food são diferentes dos exemplos típicos de manufatura, como as montadoras de automóveis. Primeiro, como o CEO do Taco Bell explicou, é o número de instalação. Você tem milhares de lojas e todas elas devem servir as mesmas coisas, idênticas. Então, você precisa de um sistema de produção que seja robusto o suficiente para dar conta de uma variedade de mercados de trabalho e mercados consumidores. Diferentemente de uma fábrica da Ford, provavelmente você não verá os melhores gerentes em todas as 6000 fábricas. Certamente o que vende bem em uma região não é o mesmo que vende bem em outra. O sistema precisa dar conta disso tudo. E fazer isso tudo e entregar na fila do drive-thru a cada 163 segundos com mais de 90% de precisão, é algo impressionante.

Agora, pense com que freqüência uma fábrica de automóveis muda os modelos. Claro que uma fábrica produz vários modelos com uma plataforma comum e eles fazem uma mudança de modelo por ano. Mas essa mudança é na maioria das vezes trivial; as grandes mudanças acontecem mais esporadicamente. Por outro lado, as redes de fast food competem em parte ao oferecer as promoções – promoções de curto prazo. Assim, o design do produto passa a ser restringido pelo processo de produção, ainda que oferecendo uma novidade ao cliente.

Finalmente, você precisa lidar com os clientes! Você pode ter uma equipe treinada a seguir um script, mas você não pode pedir que os clientes sigam um script. Eles podem até querer ter um pedido especial: sem cebola, sem picles, sem ketchup. Você pode até treiná-los a pedir pelo número (reconhecem?), mas você não consegue impedir que ele mudem de idéia, ou que apareçam na hora do rush do almoço com um pedido longo e complicado.

Baseado no texto “Does American manufacturing expertise now reside at fast food restaurants?” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.

Categorias
Logística

Promoção: 3 livros de logística

Em mais uma promoção do Logística Descomplicada em parceria com a Editora Cengage Learning você tem seu acesso facilitado à três excelentes livros da nossa área. Todos eles já foram recomendados aqui no site e também já tivemos sorteios de todos os títulos.

Desta vez, os títulos escolhidos envolvem a logística reversa, a administração da produção e operações e a logística internacional. Os assuntos são variados para que todos possam aproveitar.

Não se trata de sorteio, todos os leitores terão acesso ao desconto exclusivo de 30% nos títulos abaixo. Basta acessar o site promocional exclusivo (acesse o link!) para o Logística Descomplicada e ter acesso ao preço promocional.

promoção Cengage Learning e Logística Descomplicada

Logística Reversa e Sustentabilidade: A abordagem do livro segue uma linha de raciocínio clara, tratando os fundamentos da logística reversa e integrada e apresentando como é feita a gestão reversa de resíduos sólidos urbanos no Brasil. Leia a recomendação do livro Logística Reversa e Sustentabilidade e acesse o site para comprá-lo com o desconto exclusivo.

Administração da Produção e Operações: aborda desde o processo de tomada de decisões, passando pelas definições do sistema de produção e pela operação e controle do mesmo, este livro trata de previsão de demanda, controle de qualidade, pesquisa operacional, controle de estoques, processos enxutos (lean), dentre outros. Leia mais sobre este livro e visite o site para comprá-lo com 30% de desconto.

Logística Internacional: conheça como se executam várias etapas com a qualidade de “classe mundial”. Todas as questões relevantes, incluindo documentação, prazos de pagamento, termos de comércio internacional (Incoterms), risco de câmbio, seguro internacional, trâmites alfandegários, contratos de vendas por agenciamento ou distribuição, embalagem e transporte, são explicadas em detalhes. Veja mais informações sobre o livro e visite o site promocional para obtê-lo com 30% de desconto exclusivo.

Aproveite, esta promoção é válida de 09/maio até 24/maio.

Categorias
Desempenho Logística

Como melhorar suas operações usando indicadores de desempenho?

Os indicadores de desempenho, também chamados de KPIs (key performance indicators) são medidas de desempenho quantificáveis que ajudam as empresas a definir, avaliar, acompanhar e melhorar seu desempenho em áreas consideradas importantes para a organização.

Por refletirem aspectos estratégicos da empresa, devem ser cuidadosamente selecionados, para que os colaboradores possam olhar para o indicador, tentar melhorá-lo, e com isso, melhorar o desempenho geral da empresa. Assim, servem para direcionar os esforços da equipe para aquilo que a alta gerência considera importante.

Mas quais são os indicadores mais indicados para cada empresa? O segredo é customizar a seleção dos indicadores, para que eles reflitam uma situação que é única para cada empresa. Não se deve utilizar todos os indicadores disponíveis, isto seria uma enorme perda de tempo. Aqui, a regra do Pareto é válida: poucos são vitais, a maioria é trivial. Um departamento que tenha 5 bons KPIs está no caminho certo para direcionar seus esforços para a melhoria contínua naqueles itens escolhidos, que serão sua vantagem competitiva.

Categorias
Demanda Gestão Logística

Vacinas: produzindo mais, começando antes

produção de vacinasA temporada anual de gripe oferece algumas lições interessantes e várias observações para quem tem os olhos da gestão de operações. Dois grandes laboratórios se uniram para reduzir o lead time de produção das vacinas para a gripe, fato que ocorre todo ano no inverno do Hemisfério Norte. O Wall Street Journal (WSJ 8/out/2010) publicou que a Novartis se uniu ao Synthetic Genomics com o intuito de reduzir o tempo dedicado à pesquisa e produção das vacinas da gripe sazonal.

O processo tradicional leva em torno de 6 meses desde o momento em que a Organização Mundial de Saúde identifica o vírus mais ativo para o próximo inverno e o momento em que a vacina está disponível no mercado. Analistas afirmaram que a união das duas empresas pode reduzir drasticamente este tempo.

A ideia por trás da nova tecnologia é fazer um tipo de pré-processamento.

Categorias
Leitura Recomendada

Gestão da produção e operações

livro gestão da produção e operaçõesEm mais um livro destinado ao gerenciamento da producão e operações, recomendo hoje a leitura de Gestão da produção e operações. Este livro combina teoria e prática, repleto de exercícios ao longo dos capítulos para ajudar na compreensão e garantir que todos os conceitos foram corretamente entendidos pelo leitor.

Ele atende as necessidades de profissionais das áreas de produção, materiais, custos, planejamento e qualidade, com capítulos abordando desde medidas de desempenho, arranjo físico, planejamento da demanda e da produção, just in time, gestão da qualidade, dentre outros.

Visite as lojas online e adquira seu exemplar deste livro: através do Submarino ou Saraiva.

Conheça também as outras Recomendações de Leitura do Logística Descomplicada.