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Pré-sal: logística é o maior desafio

No último assunto que abordamos sobre a negociação do Campo de Libra, a maior reserva de petróleo na camada pré-sal, tratamos do resultado do “leilão” que, sem concorrência, não poderia ser classificado assim; embora o Governo ainda sustente que foi um sucesso, não poderíamos deixar de citar algumas das razões que levaram o Brasil a negociar os direitos de exploração de uma das maiores descobertas econômicas que coloca o país entre os grandes, não pelo petróleo em si, pois continuamos atrás em relação a alguns países, mas pelo desenvolvimento atrelado a essa exploração que, devido à falta de estrutura, ficamos limitados e não aproveitaremos os benefícios em sua magnitude.

logistica pre salSe percebermos os benefícios em outros segmentos do mercado nacional, como a indústria do aço, por exemplo, podemos acreditar no reforço econômico que a exploração do pré-sal trará para o país. De momento, o que podemos perceber é que, por falta de planejamento e deficiência na infraestrutura, estamos procurando diminuir prejuízos. Assim, buscamos explicações sobre como o Brasil compra do Brasil sua própria reserva de petróleo, fica com 41,65% e diz que a negociação foi um sucesso[…]. Eu também ficava feliz quando não estudava para uma prova e mesmo assim tirava uma nota 4 – que não me garantia muita coisa.

Infelizmente, sofremos duas vezes devido a mesma falta de logística: quando nos impossibilitamos de explorarmos 100% das nossas próprias reservas e novamente para obtermos esses 41,65%. A logística, o déficit tecnológico e a falta de mão de obra qualificada são gargalos reais e insistentes que diminuem a eficiência e a competitividade na exploração dessas reservas em águas profundas.

As grandes plataformas instaladas hoje na costa brasileira estão distantes e isso encarece a logística. O grande desafio agora é a redução de custos logísticos para as futuras plataformas que, em média, estarão três vezes mais distantes, a cerca de 300 km da costa. Se o transporte de pessoal, que hoje beira as 80 mil pessoas por mês, já representa um gargalo – com as novas operações até 2017 esse número será praticamente o dobro – que dirá o transporte de cargas que passará de cerca de 1,4 milhão de toneladas para cerca de 2,3 milhões de toneladas. E o que falar do escoamento da produção com portos pedindo socorro e equipamentos insuficientes? A “solução” aponta para um melhor e maior desenvolvimento do transporte dutoviário?

Para a exploração de Libra o Brasil irá construir 17 plataformas petrolíferas. Grande oportunidade para empresas brasileiras engrossarem seu leque se, evidentemente, poderem contar com um aumento substancial de profissionais qualificados e apoio financeiro para tocar esses projetos que fomentam várias outras empresas no ramo do aço, transporte, equipamentos, educação etc. Mas, estamos acompanhando o ótimo crescimento da indústria naval brasileira que superou as expectativas devido bons planejamentos, excelentes investimentos e incentivos do mercado de derivados através do PROMEF (Programa de Modernização e Expansão da Frota Nacional de Petroleiros) criado em 2004. Isso anima e reforça que, quando há planejamento, a coisa vai! A questão agora é se temos tempo. Ainda bem que o petróleo não tem para onde ir, a não ser para os sistemas estrangeiros de extrações que, sem dúvidas, se instalarão primeiro que nós, pois saem de lá com menos entraves e impostos do que nossa indústria nacional.

O Brasil possui expertise em prospecção em águas profundas e tem como espelho grandes potências produtoras. Isso é bom. Contudo, é perigoso não conhecermos os detalhes dos caminhos a serem seguidos ou começarmos pelo fim. Sabemos que o prato é gostoso, mas não termos acesso a todos os ingredientes pode nos deixar sem gosto e difícil de engolir.

“Difícil de engolir” é uma boa expressão para resumir o falso contentamento diante de uma excelente oportunidade de desenvolvimento que o Brasil não abraçou como deveria porque errou, anos e anos, no desenvolvimento logístico. Erros passados não têm jeito. Agora é pau na máquina! Embaixo d’água – bom lembrar.

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Gestão Logística

O petróleo é nosso! Pelo menos 41,65%…

Estamos vendo o desenrolar de mais um capítulo sobre a reserva brasileira de petróleo na camada pré-sal. Desta vez, foi o tão questionado leilão do Campo de Libra, a maior reserva da história do Brasil, que dividiu brasileiros sobre a autenticidade, sobre as vantagens de concedermos os poderes de exploração a outros países.

petroleo brasilNão faz muito tempo, o discurso governista bradava aos quatro cantos que o petróleo era nosso. Tornou-se até um lema desse governo e uma boa estratégia de nacionalização de recursos quando reinavam aqueles rumores de que perderíamos a Amazônia e coisa e tal. A pergunta vinha de forma capciosa e o governo a esfriava com o bordão “o petróleo é nosso!”.

Como no Brasil “o que é hoje não é amanhã”, as coisas mudaram. Mas, vamos entender melhor essa concessão? Afinal, estamos falando de quintuplicarmos a extração de petróleo no Brasil. Para se ter uma ideia, hoje a maior reserva, Marlim Sul na Bacia de Campos, produz 284 mil barris/dia. A estimativa da produção no Campo de Libra, na Bacia de Santos, é de 1,4 milhões de barris/dia. É uma reserva estimada em até 12 bilhões de barris que, por motivos lógicos e logísticos, ainda não nos coloca perto dos líderes como Arábia Saudita que produz 5 milhões de barris/dia.

O Brasil saiu da modalidade de exploração antiga – sendo que o “lucro” vinha através da cobrança de impostos das empresas exploradoras – e agora a Petrobras estabeleceu o regime de partilha de produção que é um percentual sobre o excedente mínimo. Ou seja, coberto os custos de exploração o excedente mínimo, que ficou em 41,65%, é repassado à Petrobras pelo consórcio vencedor – e único participante –, onde foi formado pela própria brasileira Petrobras (40%), pelas européias Shell e Total (20% cada) e pelas chinesas CNPC e CNOOC (10% cada).

Se olharmos a questão do volume, é um caminho interessante já que o Brasil, que dispõe de uma excelente tecnologia para extração de petróleo no mar, não conseguiria abraçar toda essa reserva em tempo hábil de desenvolvimento e a temperatura no local (em torno de 150ºC) é mais um obstáculo nesse caminho de 7 mil metros mar abaixo. Aliás, é importante citar que essa exploração não ocorrerá antes de três anos. Alguns especialistas estimam que a extração dure uns 15 anos – a concessão foi de 35 anos – e terá início entre dois e cinco anos.

Agora vem a parte ruim de sempre: O Ministro Guido Mântega classificou o leilão como um sucesso. Ora, para começar não houve leilão! Não há leilão se não houve concorrência. Uma negociação com essas empresas teria alcançado números melhores. E “sucesso” por quê? Não houve ágio – sem diferença do valor pago para o valor nominal – comum em todos os leilões quando há interesse ferrenho numa fonte de dinheiro como esta.

Na verdade, o “leilão” poderia ter sido mais bem articulado. Sem contar que o momento da Petrobras não é um dos melhores em termos de capitalização. A estatal sofre a maior descapitalização dos 60 anos de sua história. Bem provável que num momento melhor ou numa melhor preparação, os números seriam diferentes e poderíamos abraçar um percentual maior no consórcio. Embora saibamos que a Bolsa já reagiu e as ações da Empresa já valorizaram mais de 5% após o “leilão”. Mas, só o tempo dirá mais sobre isso, pois ainda não está contemplado o risco real na exploração. Na Arábia Saudita, por exemplo, o risco é zero – se furar o chão com uma agulha sai óleo – no Brasil fala-se de um risco de 47% nas áreas apontadas.

Alguns já pensam na situação de um combustível mais barato. Ainda é cedo para isso. Contudo, há boas possibilidades em longo prazo. Maior produção, menor preço. Todavia, vale relembrar: o petróleo não é nosso! Só uma parte…

Por que não é todo nosso? Se o Brasil, que gloriosamente investiu bem em pesquisas, tivesse investido em Logística e infraestrutura como deveria, não teríamos sido surpreendidos com uma “galinha dos ovos de ouro” desse naipe sem que pudéssemos alimentá-la. O jeito agora é vender “os ovos” para comprar “o milho”.

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Logística Transportes

Vai faltar combustível, carros não!

A logística de combustíveis no País inicia sua passagem pelo olho do furacão. Há muito tempo não se destaca tantos gargalos envolvendo esse mercado. O fator preponderante é, mais uma vez, a deficiência da infra-estrutura no Brasil. Com uma visão estritamente comercial de apenas vender e vender, arrecadar e arrecadar, deixando de lado a importância do planejamento, dos estudos de capacitação e da sustentabilidade necessária para cada mercado, os brasileiros amargam a iminência de filas em postos de combustíveis, da exploração e até a convivência com o fantasma do desabastecimento. Vamos entender como isso já faz parte da nossa realidade:

Num artigo anterior, destaquei o mercado de automóveis com suas pressões por vendas e com sua isenção sobre a suportabilidade da nossa estrutura atual ao comportar milhares de veículos despejados diariamente em todos os estados brasileiros. A indústria sustenta que ainda temos muito espaço para a motorização no Brasil. Nos Estados Unidos a proporção de veículos é de um para cada pessoa; no Japão é de um para duas pessoas; enquanto no Brasil é de um para seis pessoas. Não podemos deixar de observar que as condições estruturais e de suprimentos são bem diferentes. A prova de que para cada ação há uma reação, não poupa esse assunto tão importante para todas as economias. Principalmente quando não se respeita uma lógica natural de que para mais carros, mais combustível.

Acontece que o Parque Industrial da Petrobras já não atende nossas necessidades há anos. A história que nos chegou em 2006 de que nos tornamos auto-suficientes em petróleo não foi bem explicada à maioria dos brasileiros nem vivida de forma vantajosa, exceto politicamente, por aqueles que tomam as decisões importantes para o País. Essa auto-suficiência implica no petróleo pesado que tem um custo maior para refino já que nossas refinarias são preparadas para o refino do petróleo leve do qual se extrai produtos nobres com um custo bem menor. Continuamos dependentes das importações para irmos ao trabalho, pegar nossos filhos no colégio e nos deslocarmos para o lazer que cada um gosta e tem direito.

Sob essa membrana de interesses, os brasileiros se tornam, para variar, reféns de estratégias errôneas e embarcam na onda do carro próprio sem imaginar que esse ato não envolve apenas sua decisão de adquirir um bem tão necessário. Deixemos a questão da infra-estrutura de trânsito com suas rodovias precárias e insuficientes um pouco de lado para entendermos melhor o que nos espera na questão do abastecimento do nosso combustível de cada dia.

Enquanto a população brasileira cresceu 12% na última década, a frota de carros leves cresceu quase 64%. O Brasil, nesses últimos anos, descobriu reservas gigantescas de petróleo, mas os investimentos não contemplaram nossa capacidade de refino. A preocupação foi mais em dividir o “bolo” entre os estados do que se preparar para a extração. Infelizmente, teremos que provar dos transtornos de um desabastecimento para que haja uma reação; como foi com a questão da energia elétrica com seus apagões e racionamentos.

Para suprir o mercado de combustíveis o Governo vem bancando importações com custos altíssimos pela nossa deficiência portuária. Esse combustível vem em navios-tanque que, em média, aguardam até quatro dias nas chamadas janelas de atracação. Em alguns portos brasileiros esse tempo é dobrado e ainda a maioria desse portos não possui calado (profundidade) suficiente para aportar navios de maior porte, os que possuem passam por maiores dificuldades devido seus gargalos. Se juntarmos a deficiência portuária do nosso País que não atende, nem de longe, nossas necessidades inviabilizando qualquer operação que prime por agilidade na descarga e no escoamento com uma política de visão curta e desinteressada, o resultado é perigoso.

Na contramão disso, o Governo vem agradando as montadoras com as reduções dos impostos a fim de favorecer o escoamento dos estoques e incentivar a produção. Até aqui, tudo bem! A garantia do emprego dos brasileiros é prioridade para a economia. Mas ele, o Governo, peca na falta de investimentos adequados para ampliação e modernização dos parques de refino para ter como abastecer esses carros futuramente. O último investimento, ainda não consolidado, de cerca de 3,2 bi na refinaria (RLAM) em São Francisco do Conde, na Bahia, não ameniza o desgaste de seis décadas de atendimento precário. Mais uma vez estamos calçando a meia sobre o sapato.

Nessa escalada de consumo temos um sério problema para manter essa frota de carros e caminhões abastecidos. Na tentativa de reduzir os custos operacionais da Petrobras, as outras distribuidoras são prejudicadas com reduções de seus estoques. Dessa forma, o abastecimento nos postos de combustíveis fica comprometido já que se aumenta a demanda e diminui-se o estoque. Os postos bandeira (aqueles que possuem a marca de uma distribuidora) ficam em situação difícil já que a disponibilidade não garante o abastecimento em tempo hábil e os postos “bandeira branca” (que não possuem vínculo com distribuidora) não tem acesso ao produto, pois a prioridade contratual é para os postos vinculados.

Em resumo, a indústria automobilística despeja produção aumentando ainda mais a necessidade de combustível, as refinarias não suportam a demanda, o Brasil importa combustível, mas nossos portos atrasam e aumentam os custos do produto, a Petrobras – a única real detentora do poder do abastecimento de derivados no Brasil – corta os estoques destinados às outras distribuidoras para garantir o abastecimento dos postos bandeira BR. Diminuindo a quantidade de postos para atendimento os brasileiros correm o risco de ficar a pé.

E aí surgem outras questões como o desenvolvimento dos carros elétricos onde estamos bem atrasados, o transporte público – que não merece comentários – e o consumo do etanol. Também não temos muito o que esperar dessa indústria – com suas carências e interesses –, uma vez que, com o aumento da demanda de gasolina, o álcool acompanha, pois para misturar o anidro, que hoje representa 20% à gasolina “A” para obter a gasolina “C” que usamos, a produção também deverá ser maior, tirando aqui as possibilidades do domínio do álcool hidratado que usamos nos veículos. Ou se muda essa política ou se resolve investir para valer.

Vou mais longe e afirmo que esse será o tema para as próximas eleições para presidência. Até lá, a maioria dos brasileiros não perceberá essa questão como algo tão prejudicial, pois tudo será tratado sem muito alarde.

Em curto prazo não há uma solução definitiva, e paliativos não vão colocar o Brasil no caminho certo, mas com muito trabalho e investimentos certos podemos reverter essa situação e consolidar nosso crescimento. Por enquanto, estamos limitados por nós mesmos.

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Leitura Recomendada

O mercado de petróleo e gás

O mercado de petróleo e gás está em pleno crescimento, e no Brasil especialmente esta é uma área que recebe grande atenção e investimentos. Governo, empresas privadas nacionais e internacionais investem muito dinheiro pois temos um estoque que cresce a cada mês com novas descobertas de poços, alguns de difícil exploração.

Os cursos na área de petróleo e gás crescem e multiplicam-se na mesma medida, inclusive com vários cursos de logística voltados exclusivamente para este importante mercado. O profissional que atua nesta área, assim como outros, precisa de conhecimentos específicos mas precisa também entender e conhecer o resto do processo.

livro contabilidade de petróleo e gásParte deste processo é a contabilidade e a origem e destino dos investimentos, que são enormes. Por esta razão, hoje indicamos o livro Contabilidade de Petróleo e Gás, que aborda estas e outras questões. Este livro apresenta conteúdo relevante e estratégico para todos os interessados em estudar e compreender a indústria de petróleo e gás e a dinâmica das empresas que operam nesse setor.

É importante compreender que a indústria possui três grandes setores: exploração e produção, refino, e transporte, distribuição e estocagem. Neste último é onde a logística se faz mais presente. A correta escolha dos diferentes tipos de modais de transporte disponíveis pode viabilizar ou trazer grandes prejuízos a um negócio.

Trata-se de um livro inédito no Brasil e bastante oportuno em virtude do atual momento de mudanças vivido tanto no mercado nacional de petróleo e gás, com destaque para o novo marco regulatório do setor e as expectativas em torno da exploração do pré-sal, quanto na contabilidade brasileira, que está em pleno processo de conciliação com as normas internacionais de contabilidade. Nesse contexto, o livro aborda primeiramente o padrão contábil norte-americano, ou USGAAP (United States – Generally Accepted Accounting Principles), que é normatizado pelo FASB (Financial Accounting Standards Board), e, posteriormente, é abordado o padrão contábil internacional, ou IFRS (International Financial Reporting Standards), que é normatizado pelo IASB (International Accounting Standards Board). Por fim, apresenta-se ao leitor um estudo de caso da Petrobras.

O livro pode ser encontrado na Livraria Saraiva.

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Colaborações

Brasil é o que mais avançou em petróleo

De 2001 a 2010, a produção brasileira aumentou 60%, a maior alta entre os 20 grandes produtores mundiais

Extração foi de 1,337 mi para 2,137 mi de barris por dia, e país subiu do 18º para o 13º lugar no ranking dos produtores

O Brasil teve o maior avanço na produção de petróleo nos últimos dez anos, levando em conta os 20 maiores produtores do mundo no início da década passada.

Entre 2001 e 2010, o país apresentou um salto de 60% na produção. Esse aumento fez com que a extração passasse de 1,337 milhão de barris/dia para 2,137 milhões. Com isso, o Brasil passou do 18º para o 13º lugar no ranking dos países produtores de petróleo, atualmente liderado pela Rússia.

extração de petróleo no Brasil aumentouOs dados relativos à produção brasileira são da ANP (Agência Nacional do Petróleo). As informações de outros países constam do relatório “Statistical Review of World Energy 2011”, da empresa britânica BP. Dos 20 principais do ranking, 18 tinham produção acima de 1 milhão de barris por dia em 2001. A expansão da produção brasileira confirma a condição emergente do Brasil no cenário geopolítico mundial, ainda mais diante das perspectivas de novas e mais significativas descobertas na camada pré-sal.

O crescimento brasileiro foi mais significativo do que o de países que também ampliaram bastante suas reservas nesse período, como Canadá e Irã. As reservas canadenses, por exemplo, tiveram expansão de 80% no período. No mesmo período, a produção subiu 24,62%. Já as reservas brasileiras cresceram 67%. No ranking relativo à variação de reservas, o Brasil também se destaca, mas ainda fica atrás de países como Venezuela (171,8% de crescimento) e Angola (107%). O país africano, no entanto, não figurava entre os 20 principais produtores de petróleo em 2001.

TOP 10 À VISTA

A perspectiva é que o Brasil ganhe cada vez mais destaque nesse ranking, à medida que as descobertas do pré-sal sejam incorporadas às reservas e a produção na próspera fronteira exploratória deslanche. “O top 10 da produção de petróleo não está muito distante, com o advento do pré-sal”, afirma Claudio Serra, do Centro de Estudos em Infraestrutura.

Atualmente, a produção no pré-sal, ainda em fase de testes, é de 129,6 mil barris de petróleo e de 3,9 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, oriunda de sete poços. Isso representa 6% do total que é produzido no Brasil, que somou 2,137 milhões de barris/dia em junho, segundo a ANP. De acordo com o plano estratégico da Petrobras, a produção no pré-sal será de 543 mil barris/dia em 2015, chegando a 1,148 milhão de barris diários em 2020. Esse número corresponderá a 28,7% da produção total estimada para o final desta década.

Fora do clube dos maiores produtores, destaca-se o crescimento da produção do Azerbaijão, que foi de 345% na década passada, passando de 301 mil barris/dia para 1,037 milhão de barris/dia. Angola também teve expansão significativa, passando de 742 mil barris/dia para 1,851 milhão de barris/dia, um salto de 250%.

Por Cirillo Júnior, Folha de São Paulo, 3/ago/2011

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Geral Gestão Logística Notícias

O vazamento de petróleo nos EUA e a nossa logística

O vazamento de petróleo no Golfo do México, EUA, causado pela explosão da plataforma Deepwater Horizon da petroleira inglesa BP (British Petroleum) é o maior desastre natural da história daquele país. As notícias têm sido veiculadas na mídia desde 20 de abril, dia da explosão, e nesta semana (em 15 de junho) o presidente americano Barack Obama fez um discurso à nação que chamou minha atenção e me fez pensar além, na logística brasileira. Vamos entender essa história por partes.

Primeiro, além do óbvio de tentar acalmar as populações atingidas e garantir apoio do governo e pressão na BP para recuperar o litoral e pagar indenizações, o presidente alertou para algo que está sendo discutido no mundo todo, mas ainda são poucas ações concretas que vemos em prática: a necessidade de mudar a matriz energética.

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Desempenho Gestão Logística Transportes

O PAC realmente acelera o crescimento?

O Programa de Aceleração do Crescimento lançado pelo governo federal em janeiro de 2007 previa realizar um amplo conjunto de políticas econômicas a fim de melhorar o crescimento econômico do Brasil. Por um período de 4 anos (até 2010), a previsão era de investir mais de R$ 500 bilhões em infra-estrutura, transportes, energia, dentre outros.

Deste montante, o governo federal investiria R$ 67 bilhões, ficando o resto a cargo dos bancos de investimento, das estatais e de empresas privadas.

Após 8 meses do programa (agosto de 2007), 40% das obras ainda não haviam saído do papel, estando em fases de planejamento, licitação ou projeto. Após 3 anos, apenas 15% das obras estavam completas (junho de 2009). Atualmente o governo afirma acompanhar 2.471 obras, das quais metade diz estar concluída.

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Geral Logística Notícias Transportes

Os maiores do mundo: navio e caminhão de carga

Seguindo com a série de matérias falando da estrutura de transportes, iniciamos uma matéria discutindo os meios de transporte utilizados na logística e quais os seus maiores expoentes mundiais.

Ontem vimos o post com os maiores aviões do mundo (Antonov e Airbus A380). Hoje veremos o maior navio cargueiro do mundo (um petroleiro), e o maior caminhão (usado em mineração).

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Gestão Transportes

Indústria naval brasileira crescendo

A matéria publicada na edição deste domingo (29/11) da Folha de S.Paulo, “Indústria naval renasce e já é a 6ª do mundo”,  mostra que a Petroleiroindústria naval brasileira ressurgiu na esteira das encomendas da Petrobras e tem um estímulo adicional graças à descoberta do pré-sal.

Para o diário paulista, o boom do setor se sustenta nas encomendas de 42 navios da Transpetro, 28 sondas de perfuração da Petrobras e mais de 100 navios de apoio.

Pelos cálculos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES), as encomendas aos estaleiros e os novos investimentos somam R$ 55 bilhões. São 195 embarcações já contratadas ou com a construção anunciada.

Em nove anos, empregos subiram de 2.000 para 45 mil. E, segundo o jornal, O número deve aumentar nos próximos anos com a instalação prevista de cinco novos estaleiros – cada um pode ter até 3.500 funcionários.

Fonte: Blog Petrobrás