Categorias
Geral Logística Notícias

Propostas dos candidatos à presidência para a área de logística

Entre aeroportos com atrasos, rodovias em péssimo estado, sistema de transporte ferroviário praticamente inexistente e portos operando próximos da capacidade, nos encontramos em período eleitoral. Muitas promessas e algumas perspectivas diferentes entre os principais candidatos.

JOSÉ SERRA DILMA ROUSSEFF MARINA SILVASem entrar na questão partidária ou de afinidade com um ou outro candidato (não quero fazer nenhum tipo de debate político, defendendo um ou outro partido/candidato), vamos analisar as propostas dos 3 principais candidatos ao cargo de Presidente da República no que toca as questões de logística, infra-estrutura e transportes.

Todas as informações foram retiradas dos sites dos candidatos e do programa de governo que foi entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Os dados abaixo foram selecionados para dar a ênfase das propostas dos candidatos nas questões que afetam a logística, e não discutirei o mérito, capacidade nem viabilidade das propostas para não ser acusado de fazer propaganda para um ou outro candidato. Fica a critério do leitor fazer esta análise. Os documentos utilizados (os mesmos apresentados ao TSE) estão disponíveis para download no final desta matéria. A ordem de apresentação segue a ordem alfabética dos nomes, e analisaremos os 3 principais candidatos segundo as pesquisas de intenção de voto: Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva.

Depois de ler as propostas e analisar os documentos, responda a enquete ao final da matéria: Se a eleição fosse hoje, em quem você votaria?

Categorias
Notícias Transportes

Miragem no fim da linha (ou sem luz no fim do túnel)

* Por J.R. Guzzo, publicado na Revista Veja de 18 de agosto de 2010

O trem-bala (TAV – trem de alta velocidade) tem gerado discussões a favor e contra sua construção, e já foi discutido aqui no site que ele não resolverá os problemas de trânsito nem poderá ser utilizado nos grandes eventos esportivos que o Brasil receberá em poucos anos. O projeto é mal detalhado e os custos são uma incógnita, a ponto de levantar dúvidas quanto a sua viabilidade econômica. O texto abaixo, que foi publicado na revista Veja, de autoria de J. R. Guzzo, oferece mais detalhes e uma visão diferente desta obra.

Luz no fim do túnel ou o fim da linha?Uma das maravilhas que o Brasil tem diante de si neste momento é o trem-bala. Que outro prodígio poderia competir com ele? Como o personagem da canção Funiculì, Funiculà, que promete qualquer coisa para levar a namorada até o alto do Vesúvio pelo funicular que hoje não existe mais, os animadores do trem-bala descrevem os benefícios espantosos que o atual governo acaba de nos dar com mais essa realização. Na canção, nosso herói jura à sua Nanninè que o fogo do vulcão não sai correndo atrás de ninguém. O bondinho sobe ao topo, garante ele, com a rapidez do “vento”. Lá de cima da montanha ela vai ver até a “França”, ou mesmo a “Espanha” – isso para não falar na Ilha Prócida, que fica ali mesmo.

Categorias
Geral Gestão

O Povo Brasileiro e os Impostos

 

O Brasil é o país emergente que possui a maior carga tributária, e a  maior taxa de juro do mundo.

No Brasil a carga tributária representa 35,21% do PIB, em comparação com o Japão onde a carga tributária é de aproximadamente 20% e o Estado consegue oferecer serviços públicos como saúde, educação e segurança de boa qualidade. Para comparar com outros países sub-desenvolvidos, nos sul-americanos Argentina os tributos representam 21% do PIB e no Chile, 19%.

A maior causa da alta carga tributária brasileira é o número de impostos, que é maior do que em qualquer outro país. Em muitas nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento há no máximo 2 impostos, um federal e um estadual, como é o caso da Argentina. Nos países desenvolvidos, há apenas um imposto.

O Brasil é o país que mais tributa alimentos no mundo, com uma taxa de 17%, enquanto que nos EUA esse tributo é de 0,7%, na Europa 5%.

Para cada R$ 100,00 gastos, o brasileiro paga em impostos, R$ 64,40 na luz, R$ 40,20 no telefone, R$ 19,80 no leite longa vida, R$ 19,40 na carne bovina, R$ 17,70 no pão e R$ 7,90 no arroz.

O alimento que consumimos diariamente tem embutido em seu preço seis (6) impostos, que são: PIS (Programa de Integração Social), COFINS (Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), Contribuição Previdenciária, Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro.

O brasileiro paga imposto em tudo o que consome, e em percentuais bem superiores aos de qualquer outro país em desenvolvimento. Na tarde do dia 26.07.2010, o governo brasileiro atingiu a marca de arrecadação de impostos de R$ 700 bilhões, isso mesmo, 700 bilhões de Reais arrecadados da população, sem distinção, se de baixa ou alta renda, segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT. É muito dinheiro tirado das mãos do trabalhador, para que tenhamos serviços públicos como (educação, saúde e segurança) de péssima qualidade no país.

Quantos médicos, dentistas, engenheiros, professores, pesquisadores, cientistas, o país deixa de ganhar, porque as crianças não têm condições de estudar, nem de comprar material escolar ou uniforme ou outra roupa para que possam ir as aulas?

Em nosso País, não está tendo incentivo para o estudo, pois se estudam passam fome, então a única alternativa é ajudar a família a ganhar o sustento de cada dia.

Estas crianças que não estão tendo o incentivo para ficar somente na escola, mas que tem vontade de estudar, que tem vontade de ser alguém que possa dar um retorno tão esperado ao país, mas que por um infortúnio da vida, vivem na miséria, sem nenhuma condição, é que poderiam ser o futuro médico, o futuro engenheiro, o futuro pesquisador que nosso país tanto precisará, mas por falta de oportunidade ficaremos carentes de mão de obra especializada, ocasionada com toda a certeza pela alta carga tributária imposta aos brasileiros.

Para conhecimento, veja no final desta matéria uma tabela com o percentual de impostos que pagamos sobre muitos produtos que compramos.

A isenção de tributos sobre os alimentos reduziria a população indigente brasileira em 24,2%. E ainda em 7,1% o número de pobres. É o que mostra a pesquisa do Ipea, que analisou o impacto da carga tributária sobre alimentação com base em dados do IBGE.

O governo incentiva a compra e a troca de veículos, com uma mísera redução do IPI, enquanto o mesmo carro aqui fabricado, chega no México ou outro país da América do Sul, pela metade do valor pago pelo brasileiro. Que incentivo é este para o brasileiro que paga bem mais caro no mercado interno o mesmo veículo aqui fabricado e exportado para os países do Mercosul.

Que tal comprar um carro novo por quase a metade do valor? Quem entra em uma concessionária em Buenos Aires ou na Cidade do México pode encontrar alguns carros idênticos aos vendidos em São Paulo. O que muda, e muito, é a hora de fechar o negócio.

Um modelo que no Brasil custa R$ 32 mil é vendido na Argentina pelo equivalente a R$ 22 mil, e sai ainda mais barato no México: R$ 18 mil.

Diferenças tão grandes nos preços são explicadas, em parte, pelos impostos. Na Argentina, a carga tributária em um automóvel varia de 15% a 20%. No México, 20%. Já no Brasil, fica entre 27% e 40%.

Dois exemplos:  O caso do Renault Logan é emblemático. Se você acha baixo seu preço básico, de R$ 27,89 mil, deveria ver por quanto é vendido o Nissan Aprio, o nome que o Logan recebe lá no México, sob o emblema da marca japonesa. Lá, o carro começa nos 101,7 mil pesos, ou R$ 15.634. A questão é que esse preço não é para o carro com motor 1-litro, sem nenhum acessório, mas sim pelo carro com motor 1,6-litro 16V, que nem aparece mais entre as opções do modelo nacional. Por aqui, o máximo é o 1,6-litro 8V. A partir de R$ 32,12 mil. Mais do que o dobro.

Outro modelo baratinho no Brasil é o Chevrolet Classic, o antigo Corsa Sedan. Baratinho? O modelo 2010 VHCE sai a partir de R$ 25.379. No México, um parente do Classic, chamado de Chevy Sedan, sai por 108.576 pesos, ou R$ 16.691. Mas não pense você que ele vem com o mesmo motor 1-litro do Classic, não. Lá ele usa o 1,6-litro da Chevrolet e vem com toca-CD pronto para MP3. E também tem opção com câmbio automático. Custa 135,95 mil pesos, ou R$ 20.899.

Onde está nossa tão propalada reforma tributária? há mais de 10 anos está engavetada no congresso. Porque não é colocada em discussão nas comissões econômicas da Câmara Federal? Porque não vai a plenário para discussão? Será que não atende aos interesses de nossos representantes? Porque não colocar em discussão a reforma tributária e efetuar de vez a tão sonhada redução de impostos, passando nossos mais de 50 impostos para somente 1 ou 2?

Veja a tabela com os impostos em diversos produtos que compramos:

[table id=3 /]

.

Categorias
Geral Notícias

Avanço do Bric ainda não altera o centro do poder

Na avaliação do Financial Times, liderança dos emergentes fica para mais tarde

Coloque um jaguar, um urso, um tigre e um panda juntos e você poderá ter um bom espetáculo, mas não terá uma vida sossegada. Essa é a definição do Financial Times para a situação do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), na série especial preparada pelo jornal britânico sobre o grupo dos principais emergentes do mundo.

Na avaliação do FT, apesar do avanço econômico dos últimos anos, esses países ainda não estão prontos para liderar uma mudança do centro de poder global, principalmente em razão das fortes diferenças existentes entre eles.

“Uma década de crescimento rápido não é suficiente para o Bric pegar o bastão da liderança econômica global dos Estados Unidos e da Europa Ocidental”, diz a publicação. O grupo pode ter surpreendido o mundo com o seu progresso nos últimos dez anos, mas será preciso uma melhora qualitativa, assim como mais crescimento, para consolidar a mudança de poder, avalia o Finacial Times.

Conforme o Goldman Sachs, que inventou o acrônimo, a China deve se tornar a maior economia do mundo antes de 2030. Atualmente, o grupo já tem maior fatia do comércio mundial do que os EUA. O movimento é reconhecido pelos investidores: as ações dos países que formam o Brics encerraram a década valendo mais do que o dobro na comparação com 2005, diz o jornal. Há uma década, apenas um deles tinha grau de investimento, hoje todos possuem. Há apenas 12 anos, o calote da Rússia e a crise cambial brasileira balançavam o mundo, agora esses países acumulam vastas reservas.

Categorias
Geral Gestão da Cadeia de Suprimentos Logística Supply Chain Management Transportes

Tendências da logística e supply chain para 2010

sucessoArtigo de autoria de Leandro Callegari Coelho, publicado no portal INBRASC.

Mais um ano chegou ao fim, e depois de olhar para trás e avaliar tudo o que passou, é hora de olhar para o futuro, traçar novas estratégias, e ver o que o mercado nos traz. Ao longo deste ano, compartilhei algumas ideias e sugestões de melhorias através de matérias como esta, aqui no INBRASC. Abordamos, desde janeiro, questões como flexibilidade logística, previsão de demanda, controle de estoques, agregação de valor, como melhorar o lucro, questões ambientais e indicadores de desempenho.

Agora, olhando para frente, tentarei identificar quais serão as tendências do setor logístico e de supply chain para os próximos anos.

Essa análise será feita usando três pilares: (1) consciência; (2) os investimentos que já foram feitos, e; (3) o desafio de se morar em grandes cidades.

O primeiro pilar diz respeito à consciência ecológica e social, a preocupação com o futuro do local onde vivemos: seja nossa rua, a comunidade ou o planeta. Os inúmeros debates mundiais que acontecem nesse tema são prova de que o assunto veio para ficar, e em breve todos os setores estarão engajados: seja por consciência própria, seja por pressão da comunidade e dos consumidores. Assim, a logística precisa se preocupar em conseguir melhores processos com a logística reversa, maior efetividade dos sistemas de roteamento a fim de diminuir os custos de transportes, e maior preparo dos sistemas produtivos para evitar desperdícios.

Categorias
Geral Gestão

Quem tem medo das importações?

Matéria de autoria de Claudio Shikida publicado originalmente no site do Institulo Millenium.

Como foi divulgado na imprensa, o processo de cálculo do PIB passou por uma revisão e os dados mostram que, ao contrário do que se pensava,Instituto Millenium a economia brasileira é ainda muito fechada em relação ao resto do mundo. Ironicamente, alguém pode dizer que “os chineses não eram assim tão perigosos como diziam suas maiores vítimas potenciais: os empresários brasileiros”.

Apesar disto, em um recente debate sobre possíveis formas de se obter uma taxa de câmbio mais desvalorizada, um importante ministro da área econômica declarou:

“A economia brasileira já está bastante aberta. Não há nada que impeça uma abertura maior. Basta que os importadores resolvam importar mais, inclusive porque as importações estão crescendo de forma expressiva. Isto é abertura da economia. E com esse câmbio significa que nós estamos barateando os produtos importados”, disse.