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Desempenho Gestão Logística

Políticas de gestão de estoques (parte 3 final)

A preocupação em aumentar constantemente a confiabilidade dos apontamentos sobre a demanda dos estoques deve nortear os gestores para que as políticas definidas surtam os efeitos desejados através de um estoque enxuto e com maior nível de serviço ofertado aos clientes. Não basta definir parâmetros. Os gestores devem estar voltados para a melhoria contínua dos processos para diminuir o tempo de reposição e os custos, como aderir a programas de qualidade e de monitoramento para o ganho em eficiência dos estoques.

Os sistemas integrados de gestão dos estoques nasceram com a implantação da produção em série e com a difusão do uso dos computadores. Pela modernização e dinâmica da oferta e da procura, muitos modelos foram ganhando espaço, e hoje é impossível que não haja um sistema, por mais básico que seja, para o controle e auxílio ao gestor que precisa saber constantemente quando e quanto ressuprir de cada material.

Há sistemas específicos para determinados segmentos ou de acordo com o porte operacional da empresa. Vejamos os modelos mais conhecidos que figuram na gestão das organizações:

– O modelo ERP (Enterprise Resource Planning), traduzido como Planejamento dos Recursos Corporativos, é um sistema-modelo de informação que integra todos os dados das atividades empresariais através de plataformas que integram desde a produção e a logística até os setores administrativos. Muitos autores tratam o ERP como a evolução do modelo MRP, que, teve suas especificidades até evoluir para o MRP II e abranger os processos produtivos como um todo;

– Os sistemas MRP trabalham com o Plano Mestre da Produção e geram a Lista de Materiais (bill of materials – BOM) com a estrutura dos produtos, que apesar de ser de difícil definição, fazendo com que muitas empresas não consigam executar todos os procedimentos requeridos às atividades, culminou com a evolução do modelo que hoje conta com o MRP I (Planejamento de Recursos Materiais) e com o MRP II (Planejamento de Recursos de Manufatura). Enquanto o primeiro orienta as decisões de “o que”, “quanto” e “quando” produzir e comprar, o segundo abrange também as decisões de “como” produzir utilizando os recursos;

– O WMS (Warehouse Management System), ou Sistema de Gerenciamento de Armazém, é uma ferramenta essencial para a gestão do estoque e para a otimização do espaço através do controle dos processos logísticos. Seu papel na cadeia de suprimentos veio facilitar a gestão ao ponto de reduzir custos e fomentar segmentos como o e-commerce, tornando os serviços mais rápidos e mais precisos e com os menores custos.

Outros sistemas podem assumir funções específicas e ganham destaque em determinados segmentos, porém seus fins estarão sempre voltados ao cumprimento das Ordens de Produção de maneira eficiente e ao chamado “pedido perfeito”, aquele entregue no lugar e dia certos, na embalagem e documentação corretas e para que a pessoa certa traduza o serviço prestado em satisfação plena. Nessas atividades são pautados os indicadores mais importantes, essenciais na composição do que o mercado chama de KPI (Key Performance Indicator), ou os famosos indicadores-chave de desempenho que medem aquilo que foi escolhido como indispensável para avaliar os processos de uma gestão.

As literaturas também fazem referência aos muitos modelos que se adequaram à gestão dos estoques com a evolução dos níveis de produção e de consumo. Algumas técnicas se adequaram à forma globalizada do mercado e se encaixaram em muitos segmentos, como o Just in Time (JIT), que mais que uma técnica ou programa, é visto como uma filosofia, mas por necessitar de células de produção para o trabalho em linha e por sua razão ser a de “puxar” a produção a partir da demanda (Make-To-Order), produzindo apenas o necessário, não se adequa ao tipo de produção (Make-To-Stock), embora muitos de seus princípios são utilizados separadamente em várias atividades, como os cartões Kanban, a melhoria contínua Kaizen e o tratamento com os desperdícios de tempo e de materiais.

Muitos modelos atualmente usam os dados dos pontos de vendas para programar melhor a produção. Assim foi com o Quick Response, surgido no setor têxtil e de confecções norte-americanas que, além da produção, também gera impactos positivos na distribuição e na armazenagem.

Pela extensão do assunto, esses e outros pontos são abordados aqui mesmo no LD e compõem um vasto material pronto para a sua pesquisa. Confira!

 

Este texto foi revisado por Cíntia Revisa!

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Logística Vídeos

Trem pega passageiros sem parar na estação (vídeos)

Os avanços no transporte público de passageiros não param de surpreender. Sabemos que o transporte ferroviário é uma forma segura e econômica de se fazer transportes, e quando os sistemas de trens de alta velocidade estão disponíveis, eles superam com facilidade os carros e ônibus.

No entanto, a parte mais difícil (ou custosa) do processo é acelerar e frear um trem que pesa muitas toneladas. Por isso, há alguns anos, uma ideia muito interessante surgiu: e se os passageiros pudessem embarcar e descer do trem sem que este precisasse parar nas estações?

Ficção científica? Impossível? Engenheiros americanos e chineses encontraram formas alternativas de tornar essa ideia uma realidade, e assim agilizar o transporte ferroviário. Eles projetaram dois sistemas distintos que permitem o embarque e o desembarque dos passageiros sem que o trem pare na estação.

O vídeo abaixo mostra como funciona o projeto chinês:

E neste vídeo, está ilustrado o processo da ideia americana:

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Gestão Logística

Tecnologia para redução de filas

As longas filas no caixa na saída do supermercado podem arruinar sua tarde de compras, assim como uma sobremesa ruim pode estragar um ótimo jantar. Ambos deixam um gosto amargo. Então o que um varejista pode fazer além de pagar caro para ter mais funcionários?

suprmarket queueComo diz o Wall Street Journal, há muito poucas opções. Um artigo recente discute mudanças de processos e novas tecnologias que as empresas estão usando para tentar reduzir o tempo de espera dos clientes. O mais interessante, na minha opinião, é o que cadeia de supermercados Kroger está tentando.

A gigante rede de supermercados Kroger Co. está vencendo a guerra contra as longas filas de caixa com uma arma poderosa: câmeras de infravermelho! As mesmas que já são utilizadas há tempos pelos militares e pela polícia para rastrear pessoas.

Essas câmeras, que detectam o calor do corpo, são instaladas nas portas de entrada e logo acima dos caixas na maioria das cerca de 2400 lojas de Kroger. Sincronizadas com um software desenvolvido internamente, que determina o número de caixas que precisam ser abertos, a tecnologia reduziu o tempo médio de espera do cliente para 26 segundos, quando comparados aos quatro minutos antes de a Kroger instalar as câmeras em 2010.

“A tecnologia nos permitiu melhorar na parte da frente da loja sem despesa adicional (funcionários)”, disse Marnette Perry, vice-presidente sênior de operações de varejo para Kroger. “É notável que temos sido capazes de melhorar a execução, ainda mais sem um alto custo.”

O sistema inclui um software desenvolvido pelo departamento de TI Kroger, que prevê para cada loja quanto tempo esses clientes gastam comprando com base no dia e hora. O sistema determina o número de caixas que precisam ser abertos em intervalos de 30 minutos, e exibe as informações em monitores acima dos caixas para que os supervisores possam mantê-los de acordo com o esperado.

Então a Kroger não está usando a tecnologia para substituir o trabalho ou para fazer o trabalho mais produtivo, mas está certificando-se de que seu quadro de pessoal está ajustado sob medida para a demanda atual. Esta é uma idéia bem legal. Muitas lojas tem sido capazes de usar os contadores de tráfego para construir um modelo de previsão de chegada do cliente. Eu vi demonstrações de sistemas mais sofisticados que prometem ser mais precisos do que simples contadores de tráfego elétricos. Por exemplo, eles podem ser capazes de diferenciar entre dois adultos em pé e uma criança com seu pai.

Mas em um supermercado, saber a quantidade de clientes chegando é apenas a metade da batalha. Em um call center, a previsão de quantas chamadas chegará em um intervalo de tempo é suficiente uma vez que (em um mundo perfeito) os clientes no telefone serão atendidos imediatamente. No varejo, você também precisa estimar por quanto tempo as pessoas vão comprar, pois os clientes não estão prontos a irem para o caixa assim que entram no mercado. É aí que as câmeras acima dos caixas entram em ação. Com as câmeras, você se torna capaz de construir um modelo razoável de quanto tempo as pessoas passam nas compras, quanto tempo aguardam nas filas, e sabe que estes números podem variar de acordo com o dia da semana e a hora do dia.

A questão então é como abrir e fechar caixas para tirar proveito desta informação. Compare isso com um call center. Em um call center convencional, os gerentes tem uma previsão de quantas ligações vão receber numa terça de manhã. Mas em uma terça-feira especial, a previsão pode estar errada. O gerente do call center pode perceber isso, mas não há muito o que ele possa fazer. Pode não ser possível chamar pessoal extra, se o número real de chamadas excede significativamente a previsão. O gerente de caixas na Kroger pode realmente estar em uma posição de fazer algo. Uma vez que exista uma grande diferença entre quando os clientes entram na loja e quantos já passaram no caixa, ele tem um pouco de tempo para aumentar o número de caixas, desde que haja mão-de-obra flexível no mercado capaz de parar de estocar as prateleiras e atender no caixa.

 

Baseado no texto “Using technology to reduce queues” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.

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Geral Gestão Logística

Estamos (pre)parados para a tecnologia?

Muito já se discutiu sobre as gerações “X” e “Y”. Muito se falou sobre a era tecnológica que experimentamos e o quanto estamos inseridos nesse contexto. Mas, será que a tecnologia contribui de forma positiva com a nossa qualidade de vida? Em que nossos governantes contribuem para que estejamos preparados para o uso da tecnologia? Estamos mesmo preparados?

Não há dúvidas de que as coisas mudam mais rápido do que podemos compreendê-las. Sou daqueles que gostam de ler o manual. Mas, isso não me impediu de comprar uma TV de última geração há três anos e no ano seguinte ela já não atendia às necessidades do mercado digital, sem interatividade, internet e plugs que conectam o que nem se imaginava no ano passado. Não que eu use tudo o que ela oferece, mas custou mais do que uma nova que atende a tudo isso… Aí quando mexe no bolso a coisa complica.

Aos jovens que me lêem, fica difícil explicar como foi a minha juventude sem o acesso tecnológico de hoje. Imaginem vocês, ter que ir ao banco, enfrentar filas que tomavam as portas para pagar uma simples conta de energia – e não sou tão velho assim, só tenho 40.

A era tecnológica se via pela TV, nos filmes cheios de (d)efeitos especiais bem diferentes de hoje. Se Spilberg teve que aguardar a tecnologia avançar para filmar suas ideias, imagine assistir a um Super-Homem que, para passar a imagem de estar voando, ficava sobre uma mesa […].

Lembro-me da primeira vez que ouvi falar da internet. Não se tinha noção do quanto isso mudaria nossas rotinas. Lembro-me quando minha mãe usou a lavadora de roupas pela primeira vez. Pura praticidade! Revolução no gerenciamento do tempo das donas-de-casa. Pensar que a geladeira lá de casa só sabia o que era degelo automático quando faltava energia […] e isso acontecia numa frequência irritante.

Irritante mesmo era saber que vivíamos o passado de muitos países. Ainda há muito disso, mesmo com a velocidade da globalização. Ainda experimentamos tecnologias que estão presentes nas rotinas de muitos países há algum tempo. Produtos que ainda não chegaram ao nosso mercado. A minha TV de hoje estava lá no ano passado…

Nesse ponto, entram as questões das políticas governamentais. Nossas leis de importação ainda visam arrecadação e não uma inclusão. Visam proteção de um mercado e não sua expansão através do desenvolvimento de novas tecnologias – Abordei esse assunto no artigo sobre “Déficit Tecnológico” onde se prevê que o Brasil, daqui vinte anos, será um mero importador de tecnologia se não investir em novas ideias que possam nos assegurar uma posição diferente no mercado –. A questão do risco nos negócios, que sabemos ser tão presente nos mercados hoje, é impedida pela “superproteção” das nossas leis que atuam de forma a “premiar” com garantias esses mercados que não se desenvolvem tecnologicamente e, assim, nos privam da tecnologia que sabemos existir, mas só temos acesso se formos ao seu encontro. Assim mesmo, limitados por peso e valor.

A questão cultural diz muito sobre a absorvência dos meios tecnológicos. Ainda vejo idosos recebendo sua aposentadoria em bancos os quais eles gostariam que fossem todos como antes. Afinal, esse “troço” de caixa eletrônico nunca funciona direito com eles. Isso deve ser respeitado, mesmo que a nossa “pressa” nos incentive a reclamar da situação. Esse é o caso da velocidade da inovação não ser compatível com a velocidade cultural. Nossa inclusão digital é bem recente e até que haja coesão dessas velocidades ainda levará um tempo.

Num país onde não se garante a todos o acesso à escola, onde as escolas não têm acesso à informática, onde vemos a tecnologia perto dos olhos e longe dos bolsos, não se pode exigir a aptidão de todos com as teclas e sensores espalhados por todos os cantos. Culturalmente, algumas vantagens tecnológicas ainda não são aceitas como pensamos. E por mais que achemos ou queiramos que todos estejam nessa velocidade, tudo acontece a seu tempo. Aliás, tempo é a maior vantagem da tecnologia, maior que a qualidade. A chave está aqui: Se a tecnologia contribui ou não com nossa qualidade de vida, nós decidimos ao usar o tempo a mais que ela nos proporciona.

É certo que minha máquina de escrever está mais do que aposentada. Hoje não perco tempo com correções, basta teclar o “del” e recomeçar; nada de borrachinha de apagar. Nada de pesquisar palavras no dicionário, só preciso de um bom revisor de textos. Talvez nem precise mais estudar, só é necessário saber apertar a tecla certa […].

Sou fã da tecnologia, mas confesso que me incomoda ver a transformação do conforto em sedentarismo, da facilidade em comodismo. A tecnologia facilita nossas vidas, mas não podemos deixar de vivê-las. Você não está nu porque esqueceu o celular em casa. É você quem ainda tem que pensar ao executar suas tarefas. Em casa, estamos deixando tudo automatizado. No trabalho, já faz muitas das nossas tarefas. As máquinas já tomam nossas vagas, mas continuamos no controle. […] Alguém pode falar isso para elas?

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Colaborações

Confiabilidade humana previne falhas na indústria

Entrevista com o engenheiro Celso Luiz Figueiroa, consultor da Aremas, por Isabela Pimentel.

Com o avanço dos sistemas tecnológicos, a interação entre homem e tecnologia foi modificada, especialmente no ramo industrial, em que o trabalhador, é peça integrante do processo.

Apesar do intenso processo de substituição de mão-de-obra por operações realizadas por máquinas e controladas por softwares, a complexidade dos sistemas exige um constante monitoramento e gerenciamento das ações humanas, especialmente na condução de operações de alto risco.

Os estudos da confiabilidade humana permitem que os operadores se adaptem ao modo de operação, de forma segura ao sistema, detectando as variabilidades que estão fora do controle, com o objetivo de preveni-las. Essa metodologia permite identificar e prever falhas e possibilita o planejamento de sistemas sócio-técnicos seguros.

Neste sentido, o curso de confiabilidade humana permitirá às organizações a redução do número de falhas humanas em processos, através da análise da confiabilidade. Os estudos na área são importantes também no desenvolvimento de novos produtos, segurança de sistemas industriais, elaboração de testes de validação, ensaios técnicos para componentes e sistemas e gestão de qualidade.

Neste sentido,

1)    Em que ramos os conceitos de confiabilidade humana são mais utilizados, por quê?

Nos ramos onde o risco envolvido é maior como Aviação, Geração de Energia Nuclear, produção de Petróleo e Gás, Transmissão elétrica, mineração, transporte ferroviário, siderurgia.

2)    Que setores, no Brasil, são mais carentes da utilização destes conceitos?

Petróleo e Gás (pela dimensão do setor no Brasil), Geração e Transmissão elétrica, mineração, Ferrovias e Siderurgia/ metalurgia. Todos tem estudos sobre o assunto de várias fontes, mas as ações são descoordenadas, e há excesso de modelos.

3)    Quais as principais aplicações da confiabilidade humana?

Revisão de procedimentos, processos e análise de riscos envolvidos em tarefas.

4)    Como a confiabilidade humana pode gerar ativos para as empresas?

A Confiabilidade Humana não é só reduzir falhas mas também o sucesso de soluções criadas pelos humanos onde a tecnologia tem várias lacunas. A redução das falhas aumenta a produtividade e a criatividade para absorver as deficiências e variabilidades dos sistemas dá robustez e aumenta a capacidade do sistema como todo. Existem vários relatos de empresas que conseguem resultados acima de 20% da capacidade máxima do Ativo.

5)    Em processos industriais de alto risco, como são feitos os estudos de confiabilidade humana?

Existem 3 linhas principais de abordagem pela empresa: Introduzir os conceitos de confiabilidade humana na política da empresa, no seu Sistema Integrado de Garantia (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente, Saúde); Análise de como as tarefas mais críticas são efetivamente realizadas identificando as restrições as quais o executante é submetido; Avaliação psicológica do grupo e a percepção das exigências as pessoas.

6)    Como funciona o curso de confiabilidade humana?

São cursos de 16 a 24 horas em que são discutidos os conceitos relacionados aos mecanismos de falha humana, linhas de abordagem sobre o assunto, os fatores que influenciam o desempenho humano, os métodos de avaliação das falhas mais usados, ações para o aumento da confiabilidade humana com exercícios aplicados a indústria, e aplicação dos métodos para desenvolver procedimentos centrados no usuário.

7)    No cenário atual, de extrema utilização de softwares nos processos, qual a importância de voltar os olhos para a qualificação do profissional,nos estudos de confiabilidade?

A confiabilidade humana trata a interface homem máquina pelos princípios da Psicologia Cognitiva, área que estuda os processos na mente de Percepção, Atenção, Memória e Aprendizagem, então o desenvolvimento de softwares e sua interface com o usuário são parte importante do foco deste trabalho. A qualificação é tratada como o ajuste para executar uma tarefa, assim a tarefa pode ser simplificada ou ser complexa em virtude da qualificação de quem irá executar a tarefa, que é determinante do ambiente de trabalho existente no setor analisado, ou das políticas das empresas. Quanto a qualificação daqueles que vão projetar sistemas ou vão gerenciar equipes, esta é essencial para compreender o mundo atual com a sofisticação cada vez maior dos ambientes, e a confiabilidade é uma das suas vertentes de conhecimento necessárias para se apreender.

8)    Como a engenharia de confiabilidade pode evitar recalls e perdas financeiras com produtos? Há dados sobre?

A ação da Confiabilidade Humana não tem sido direcionada neste sentido, sobre falhas de produtos finais.

9)    Qual aplicação da confiabilidade humana na área de saúde?

E na área de manutenção e segurança do trabalho? Os Erros M[edicos tem sido objeto de estudo de todos os grandes autores, e certamente o sistema brasileiro necessita de melhor orientação quanto ao gerenciamento do risco neste ambiente, porém não temos sido demandados, provavelmente por desconhecimento de que existem conceitos já bem sedimentados sobre o assunto. A manutenção de equipamentos não aparece com grande representação na quantidade de eventos negativos, porém os estudos na área de aviação demonstram claramente que quando ela é um contribuinte determinante no evento os impactos são maiores, pois colocam o operador da máquina em uma situação na qual não foi treinado. Em Segurança no trabalho são grandes as aplicações, pois em todos os acontecimentos o humano é ator do processo que levou ao acidente.

10) Que profissionais mais necessitam conhecer os conceitos de confiabilidade humana, porque?

Gestores do Alto Escalão das empresas, e os gestores mais próximos ao operacional (gerentes de processo, coordenadores, supervisores, líderes de equipe), e engenheiros de confiabilidade que pretendem usar os métodos. É interessante que todos na empresa tenham o conhecimento, porém os executantes das tarefas tem pouco poder de mudança das restrições que são criadas para eles.

11) Você poderia citar um caso bem sucedido de utilização dos conceitos de confiabilidade humana?

Temos um único caso nosso publicado aqui no Brasil, pois as empresas não costumam publicar externamente o assunto. Apresentado no Congresso Nacional de Manutenção, em 2009, Recife, os resultados do nosso trabalho com a Petrobrás refino, sobre os efeitos do homem na manutenção e operação de bombas centrífugas, particularmente no reparo destas. A empresa conseguiu reduzir as perdas de produção em sua unidade na Bahia, e obteve uma redução de custos de manutenção sobre este equipamento maior que 40% devido as mudanças na forma de trabalhar, especialmente de medir os componentes das bombas e de comunicar as informações entre as equipes envolvidas. A empresa tinha aproximadamente 600 bombas do modelo analisado. O trabalho foi desenvolvido em conjunto com o SENAI-BA que estabeleceu uma novo curso específico para bombas centrífugas.

12) Como a confiabilidade humana atua no desenvolvimento de produtos e no processo de gestão de qualidade?

A área de projetos de produto tem sido objeto de estudo da confiabilidade humana através de conceitos como produto Centrado no Usuário, ou centrado na Tarefa. Há um conjunto de conceitos `anti-falha` humana ou a prova de erros bem definido que facilita a relação com o usuário, tornando esta relação amigável. Na gestão da qualidade o que se trabalha é a compreensão das limitações humanas nos processos. Assim a padronização e o treinamento neste padrão, ações muito usadas na qualidade, são posteriores ao repensar das atividades e a compreensão do trabalho como ele realmente é executado, permitindo aos gestores desenvolver processos ajustados a capacidade humana.

13) Cite exemplos de setores que usam estes conceitos de forma ampla.

Aviação, Geração de Energia Nuclear, alguns setores de Mineração e Operação Off Shore de extração de petróleo.

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Geral Logística

Logística também se aprende com a natureza

Por Paulo Sérgio Gonçalves *

formigueiro e formigasO homem com todo o seu potencial criativo desenvolveu máquinas maravilhosas. Voam, computam, fazem diagnósticos, controlam a produção, centralizam o processo decisório, flexibilizam as operações complexas, etc. Grande parte desse arsenal tecnológico foi desenvolvido a partir das pesquisas realizadas na natureza, muito especialmente, no reino animal.

A frustração do homem em não poder voar – mitologicamente reproduzida na fábula de Ícaro – tornou-se uma realidade adaptada da capacidade e flexibilidade que os pássaros possuem em vôos de longas distâncias e mesmo em grandes altitudes como é o caso do da águia. Sua visão é tão apurada que consegue ver um peixe a várias centenas de metros de altitude e mesmo perceber a presença de um coelho a uma distância de 1,6 km. Os exemplos são inúmeros: estudo do comportamento dos tubarões para descobrir o processo de altíssima tecnologia que possui em detectar a longa distância a presença de um peixe se debatendo. Sua incrível aerodinâmica permitiu projetar novas aeronaves de alta performance.

Na logística não é diferente!

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Carreira Logística

Tecnologia da Informação (TI) e logística – como funciona essa integração?

Tecnologia da informação aliada à logísticaUma das áreas que mais cresce dentro da logística é a Tecnologia de Informação (TI). Apesar do crescimento e da importância que a área tem para o bom funcinoamento dos sistemas logísticos integrados (como por exemplo os sistemas ERP), muitas pessoas ainda não conhecem como essa integração funciona, e qual o papel do profissional de TI dentro da logística.

Assim, no escopo da série de matérias sobre carreira e profissão, apresentamos hoje entrevista com um profissional do setor. Sandro Tavares é bacharel em ciências da computação e tem mestrado em engenharia de produção com foco em logística. Atua na área de TI e já ajudou grandes empresas a implantarem um sistema ERP, como na Portobello SA onde aplicou os conceitos de logística integrada a partir da área de TI. Por alguns anos Sandro Tavares foi consultor de projetos em logística na Bunge Alimentos, desenvolvendo projetos ligados à integração da cadeia logística da Bunge Alimentos com a da Bunge Fertilizantes, posteriormente atuando como coordenador de projetos na área de TI da empresa. Atualmente atua como gerente corporativo de TI na Tigre SA. Sandro também tem experiência como professor da área.

A entrevista é rica em informação e dicas de carreira, como a necessidade de se falar outros idiomas, a participação em redes sociais e networking.

Para aqueles que buscam informações sobre como a logística e a TI interagem, Sandro resume: “não existe logística sem TI”. Confira a entrevista na íntegra:

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Vídeos

Estacionamentos modernos

Estes dois vídeos abaixo mostram como é possível modernizar o negócio de estacionamentos, mesmo quando há pouco espaço disponível. Evita-se prejuízos com arranhões e pequenas batidas, diminui-se o tempo para manobras, além de impressionar o cliente com tecnologia!

Trata-se de mais tentativas para guardar mais carros em espaços pequenos, útil para os centros urbanos congestionados e sem espaços suficientes para estacionamentos. Para aqueles que preferem usar suas bicicletas (ou alugar uma bicicleta pública), veja a matéria sobre as bicicletas como meio de transporte urbano.

Alguém conhece alguma coisa assim? Indique nos comentários qual a sua experiência e onde pode-se encontrar coisas deste tipo.

Veja este outro, ainda mais impressionante: