* Por J.R. Guzzo, publicado na Revista Veja de 18 de agosto de 2010
O trem-bala (TAV – trem de alta velocidade) tem gerado discussões a favor e contra sua construção, e já foi discutido aqui no site que ele não resolverá os problemas de trânsito nem poderá ser utilizado nos grandes eventos esportivos que o Brasil receberá em poucos anos. O projeto é mal detalhado e os custos são uma incógnita, a ponto de levantar dúvidas quanto a sua viabilidade econômica. O texto abaixo, que foi publicado na revista Veja, de autoria de J. R. Guzzo, oferece mais detalhes e uma visão diferente desta obra.
Uma das maravilhas que o Brasil tem diante de si neste momento é o trem-bala. Que outro prodígio poderia competir com ele? Como o personagem da canção Funiculì, Funiculà, que promete qualquer coisa para levar a namorada até o alto do Vesúvio pelo funicular que hoje não existe mais, os animadores do trem-bala descrevem os benefícios espantosos que o atual governo acaba de nos dar com mais essa realização. Na canção, nosso herói jura à sua Nanninè que o fogo do vulcão não sai correndo atrás de ninguém. O bondinho sobe ao topo, garante ele, com a rapidez do “vento”. Lá de cima da montanha ela vai ver até a “França”, ou mesmo a “Espanha” – isso para não falar na Ilha Prócida, que fica ali mesmo.