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Entre os trilhos e os automóveis

Não é só a crise econômica e a falta de matéria-prima que está afetando a produção de veículos nos Estados Unidos. Em 2011 as montadoras estão tendo um bom ano (até que o terremoto japonês viesse limitar o fornecimento de peças). As vendas no primeiro trimestre subiram 11%. O problema agora é a logística! Está difícil entregar os veículos das fábricas para as revendas. O Wall Street Journal afirma que as empresas de transporte ferroviário retiraram muitos vagões de circulação durante a recessão e agora estão demorando para reinseri-los nos trilhos para atender a crescente demanda para transporte de carros novos (WSJ, 13/abr/2011).

Quando a economia norte-americana recuou, os operadores de transporte ferroviário recolheram centenas de milhares de vagões para as garagens e dispensou muitas equipes de trabalho. Agora com os novos carregamentos de carros, carvão e bens de consumo em alta, os trilhos não têm vagões suficientes para realizar estas entregas…

“As empresas de transporte ferroviário são boas para entregar grandes volumes com freqüência. Os problemas começam quando elas precisam responder a variação súbita na demanda. Saberemos se esta demanda é apenas sazonal ou sistêmica se ela se mantiver pelo próximo mês”, disse o responsável por uma destas empresas.

A falta de vagões adicionou desde alguns dias até algumas semanas no tempo necessário para que os carros novos cheguem às revendas, forçando as montadoras a estacionar os veículos zero quilômetro ao redor das fábricas, por todo o país.

As operadoras estão tentando atender esta demanda mas existem limites no que elas conseguem fazer com as redes em operação e com os acordos com os atuais clientes.

A Union Pacific Corp., que entrega 75% dos veículos novos para os estados do oeste do país, está tentando solucionar o problema adicionando mais locomotivas em suas linhas, disse o porta-voz Tom Lange. A UP também está re-roteando os vagões vazios para que cheguem onde é preciso mais rapidamente, e os mecânicos estão fazendo alguns reparos de manutenção nos próprios locais ao invés de esperar que o vagão seja enviado ao ponto central de manutenção.

Uma opção óbvia – e mais cara – seria enviar mais veículos por caminhões-cegonha (como vemos no Brasil, já que as ferrovias praticamente não são utilizadas). O problema aqui é uma briga da GM e da Chrysler com uma transportadora rodoviária que transporta carros para eles.

De maneira mais realista, eles terão que esperar que as ferrovias possam atender toda a demanda. Os trens são claramente a melhor opção para movimentar grandes volumes. Por outro lado, isto deixa claro que a indústria automobilística gostaria de operar num sistema empurrado. Os trens não são a opção mais flexível para transportar as coisas. (Se fossem, não seriam tão baratos.) Se a idéia é alocar a produção para onde ela será vendida, seria muito difícil integrar os sistemas através de trilhos se a demanda em diferentes regiões ficar variando.

Baseado no texto “Pains, Trains & Automobiles” de Martin A. Lariviere, publicado no blog The Operations Room. Tradução e adaptação feitas por Leandro Callegari Coelho e autorizadas pelos autores exclusivamente para o Logística Descomplicada.

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Como se constrói uma ferrovia

No Brasil, a primeira ferrovia teve início ainda em 1850. De lá para cá muita coisa mudou, mas poucas pessoas conhecem as tecnologias e a velocidade com que se consegue construir estas estradas de ferro atualmente.

Não sei dizer quantos metros (ou quilômetros) essa máquina do vídeo abaixo consegue construir por dia, mas achei muito interessante! Agluém tem mais informações sobre estes equipamentos?

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BR 101 – o caminho de ligação do Brasil

 

BR 101 - de norte ao sul do país, caminhos logísticos para as cargasComo citado no artigo anterior Infra-estrutura das rodovias no Brasil, aqui no Logística Descomplicada, falamos que o Brasil, este gigante de proporções continentais, possui uma costa marítima praticamente inexplorada para a atividade de transporte, e com uma bacia hidrográfica imensa e também praticamente nula em transporte, onde mais de 60% do transporte de cargas é efetuado por meio do transporte rodoviário, e onde a frota de caminhões é uma das maiores do mundo, poluindo muito mais a atmosfera com dióxido de carbono. Além disso, a manutenção das rodovias quer dos governos municipais, estaduais ou federal, é feita de modo precário ou até mesmo nula, onde em muitos locais essa manutenção inexiste, locais onde o asfalto existia e há anos desapareceu, e onde as ferrovias existentes praticamente encontram-se paradas por falta de manutenção, porque o transporte é efetuado via modal rodoviário.

Os fatores que determinam os custos de transporte têm sido amplamente discutidos em diversos estudos. É consenso que, no modo rodoviário, esses custos são influenciados pela condição da infra-estrutura. Rodovias em situação inadequada interferem fortemente no custo operacional da atividade transportadora uma vez que aumentam os gastos com combustíveis e manutenção, os riscos de acidentes e avarias nas cargas, assim como interferem nas condições de trabalho e qualidade de vida do trabalhador do transporte.